Cap_11

— Que absurdo está inventando?! Lady Elizabeth enlouqueceu? — Grita o senhor.

— Disse que queria salvar-me em nome do Duque, estava mentindo? — Respondo tranquilamente.

— ESTÁ CEGA! CEGA! — Se enfurece mais ainda.

— Sou cega, não incapaz! — Digo com firmeza.

Ele bufa de um lado para o outro, pisando duro no assoalho rangendo a madeira impactada com a respostas.

— Suponho que aprove essa sua ideia maluca, terá de acordar diariamente cedo, passará por um treino rigoriso, além de ter que enfrentar o preconceito dos cavaleiros. O seu noivo pode não aprovar essa loucura, vai enfrentar anos de um regimento onde mulheres devem reproduzir a semente do marido. Está pronta para enfrentar um império inteiro ao invés de ser protegida por seu noivo? Não sofreu o bastante?

Comecei a rir fervorosa pelo discurso que está me dando motivação.

— Lady Elizabeth! — Grita novamente entrando os dois príncipes no quarto.

— Não vai ser treinada! — Fala o príncipe herdeiro. — Se alguém vai ser treinada, será sua irmã que além de bondosa, tem poderes mágicos no corpo e apoio da igreja.

— Bom para ela. — Respondo sorrindo.

— Seu corpo está fraco, lamento, Lady Elizabeth, como seu noivo, devo manter-lhe segura.

— Faça o que tem de fazer. — Respondo seca fazendo sinal para saírem do quarto.

Irritado, o príncipe grita pegando no meu braço com força, no entanto, seu irmão afasta-lhe quase gerando uma briga de espadas.

— CONTROLE SUA NOIVA!

— Disse bem, minha noiva. — Ameaça.

— Se ela estragar nossos planos, jamais irei perdoar-lhe. Todos concordaram em passar seu poder para Angela.

Ao escutar, somente um deles, queria saber se sabia desse plano cruel.

— Senhor, sabia? Velhote, diga se sabia?!

— Não pode lutar com um corpo tão fraco, está cega e tenho medo que morra.

Fiquei decepcionada engolindo o veneno da traição.

— Quero descansar, saiam.

— Vai agir infantil! Não sabe, o que todos aqui estão sacrificando para derrubar meu pai, mas só liga para sua própria dor. Como pode ser tão egoísta? Esse poder nem deveria ser seu em primeiro lugar! — Grita o príncipe herdeiro.

O ódio escureceu a pouca humanidade que tenho, acendendo uma chama negra que acertou o príncipe herdeiro que não teve como se defender. Assustados todos se afastaram de mim, indo pegar as suas espadas para me aprisionar.

— IRMÃ, PARE! POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO COM NOSSOS SALVADORES?!

— Sua voz me irrita. — Digo apontando a mão para seu rumo sendo bloqueado meu poder com o escudo do general.

— Lady Elizabeth, pare de utilizar esse poder ou terei de utilizar a força. — Voz grossa, mas sem nenhum vestígio de ódio.

— Não vão colocar as mãos no meu poder, nem sequer irei continuar nesse palácio. Sei bem que o processo de transferência vai me levar à morte.

— Não vai! Garanto que vai ocorrer tranquilo, encontrei uma maneira segura, será doloroso apenas no extrato, confia em mim.

— Parece que não entendeu!— Respiro fundo enchendo o pulmão. — NÃO DAREI MEU PODER!

A pressão do poder descontrolado quebrou a quarta parede do quarto.

— Irmã, sinto muito. — Diz em voz triste preparando seu poder para conter o poder sombrio que emana.

O poder da luz absorve o poder sombrio em volta, ficando sem proteção. Vivendo na escuridão acaba perdendo o medo de caminhar, temer o que está na frente, pois sempre vai ter algum obstáculo à frente.

Por isso avancei sem medo, caminhando tranquilo para fora indo em direção ao buraco da parede. O lado que quebrou foi justamente onde estava a janela de uma altura enorme.

Todos gritavam para parar de caminhar, mas sem temor, continuei andando surgindo raízes de árvores que me guiaram para o chão. No momento que senti toda a natureza enxerguei a vida nos corpos de todos.

A terra virou extensão dos meus olhos, descalço consigo ver pessoas, plantas, animais, ouvir o respirar das bestas e o choro das árvores.

— IMPEÇAM MINHA IRMÃ DE SAIR DO PALÁCIO! — Ordena Angela estérica.

Consigo vê ela sendo empurrada no chão pelo general, pela figura parece estar sorrindo.

Sou guiada pelos espíritos da floresta para sair daquele lugar, tocando no chão, continuando andando para o rumo de uma enorme luz.

— PARE, ELIZABETH! PARE AGORA MESMO, ORDENO! — Diz o príncipe herdeiro lançando sua magia de fogo fazendo a frente um paredão de chamas. — Não vai a lugar nenhum.

— Meterio di Fargs! — Lança magia de água apagando o paredão.

— IRMÃO! — Grita indignado.

— Lady Elizabeth, quando sair daqui, estará cercada de inimigos por todos os lados. Não irei impedir de sair, as portas sempre estarão abertas, caso se arrependa.

Continuei meu caminho com os guardas abaixando suas armas, os criados aplaudindo deixando suas prendas para que possa sobreviver.

Era o caminhar mais contente da minha vida, finalmente estaria livre do destino cruel. Bem na porta quase totalmente fora do domínio do palácio, sinto uma flecha perfurar o ombro e vômito sangue.

— Pode ir embora, quando minha filha tiver todo o seu poder!

— O QUE FEZ?! — Grita os soldados protegendo meu corpo caído no chão enquanto geme em dor.

— Se querem salvar a vida dessa bastarda, vão ter que prosseguir com a extração. Na ponta da flecha coloquei o elixir Trüiv.

Ouvi os passos da corrida do senhor que cuida de mim, pegar no braço e as suas lágrimas cair no meu rosto.

— DECIDA, DUQUE! QUER SALVAR ESSA CRIANÇA TEIMOSA, TEM QUE DAR SEU PODER PARA ANGELA?!

— Era você o tempo todo... — Digo cuspindo sangue.

— ELTHIOR ! — Chama o segundo príncipe que me pega no colo.

— Deixe-me morrer. — Peço com a voz fraca.

— Sinto muito, Lady Elizabeth. Terei o cuidado de extrair seu poder o mais rápido possível.

— Por favor, não. Por favor... Não. — Peço apertando suas roupas.

Ninguém ouve meus pedidos, colocada no centro de uma mesa de sacrifício com a minha irmã do lado. A visão voltou para ver o rosto contente dela e da sua mãe. Os príncipes lhe dando uma taça com seus sangues , cortando o pulso dela sobre meu corpo.

— Duque, por favor... — Imploro incapaz de se mover. — Pai... — Tento apelar para compaixão.

O Duque olhou para meu rumo com os olhos arregalados, pois era a primeira vez que lhe chamei de pai. Logo em seguida veio a dor que nenhum ser humano deveria passar, como se minha pele estivesse sendo arrancada da carne ao mesmo tempo que todos os meus ossos estivessem sendo quebradas.

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Comments

New Biana

New Biana

merda

2024-03-05

1

Thais Pedroso

Thais Pedroso

meu Deus isso não acaba

2024-02-06

1

Hellen

Hellen

essa autora sabe como mexer com meu coração ♥ assim minha ansiedade não aguenta

2023-11-08

5

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