Cap_8

—Fiquem de olho por todos os lados, não deixem que a população se aproxime da carroça. — Voz alta do general gritando de todas as direções.

  Meu pedido foi ignorado ficando numa carroça separada. O caminho para o palácio imperial não é longe, porém senti como se fosse uma eternidade.

   Ao chegar, a população furiosa tacou frutas, pedras e vários objetos contra mim. Ouvi gritos implorando para que Angela fosse libertada enquanto os mesmos gritos me chamavam de bruxa.

  Continuei andando tropeçando nas escadas atrasando todos, levando ao público enfurecer. O general, para evitar revolta, pegou-me no colo levando por toda a escadaria. Com as mãos em volta do seu pescoço, senti pequena, triste por ele ter que fazer esse papel.

    — Desculpe. — Peço constrangida.

    Ele não respondeu seguindo em silêncio até o topo.

    — Estamos chegando? Estou pesada? Posso caminhar se deixar segurar o seu braço para apoiar.

   — Calada! —:Fala irritado.

   Entendo o seu ódio, estou completando suja e fedendo pelas porcarias que jogaram em mim. Deve estar sentindo repulsa, meu plano não incluía fazer ele passar por essa humilhação.

    Ouço vozes murmurando, parece ter mais pessoas ao redor.

    — O que significa isso? — Uma voz faz sentir medo apertando o braço ao redor do pescoço dele.

     — Lady Elizabeth não enxerga, ficarei ao seu lado até o julgamento acabar.

     — Por que um dos príncipes imperiais ficaria ao lado de uma traidora?

      — Pergunta por que não sabe ou é burro? Faço isso, pois assim desejo.

      Sinto o ambiente hostil, congelando minha espinha.

     — Vossa alteza, pode por favor me abaixar? — Pergunto tímida.

       — Não! — Responde seco.

      — Vossa... — Sou interrompido.

      — Deixe-o fazer o que deseja. — Fala a autoridade maior. — Lady Elizabeth, é do conhecimento de todos que denunciou sua própria família por crime de traição. Por que fez isso sabendo que a punição é a eliminação de todo o sangue do traidor?

     — Sua majestade luz do sol Ceslt, não tenho motivo senão esse: quero que meu pai junto com seus vassalos paguem pelos seus crimes.

     — Odeia o seu pai?

     — Odeio o Duque.

  O imperador riu altas gargalhadas.

   — Está dizendo que não reconhece o duque como sendo seu pai?

   — Um pai não trataria a filha como fui tratada.

    — Conte para a corte como foi tratada?

    — Não consegue imaginar?! — Sarcástica.

     Os membros da corte gritam eufóricos.

     — Insolente!

      — Queimem essa maldita!

       — Ordem! Ordem! — Fala o juiz de paz. — Lady Elizabeth se limita a responder às questões.

     — Por quê? — Pergunta o general num tom de ameaça.

       — Lady Elizabeth, não sabe que o duque já havia denunciado seus vassalos? Mas, ele não trouxe para a corte sua participação no esquema deles.

       — Impossível! — Grito pulando dos braços do general, furiosa.

          — Ele mesmo veio se entregar, assumindo toda a culpa. Qual de vocês devo acreditar? — sarcasmo.

— Para de jogar. — Fala o general em ameaça. — Os criminosos foram punidos da forma mais cruel possível. Seus membros foram desmembrados com um machado completamente cego, sentiram dor até o final das suas nojentas vidas. Estive presente na punição deles e garanto que nenhum dos senhores conseguiria assistir à execução. Lady Elizabeth só está aqui para ser anunciada a nossa união.

— Cocomo? — Pergunto incrédula.

— Lady Elizabeth, a partir desse momento está sob a minha proteção, quem se atrever tocar num fio do seu cabelo terá o mesmo destino dos seus agressores. Vossa majestade luz do império, tenha em mente as minhas palavras. — Se curva respeitosamente.

Novamente fui pega pelos seus braços, levada do alvoroço da multidão. Gritos da corte pedindo para o imperador impedir o seu filho, espadas sendo chocadas umas nas outras.

Ouvi os seus cavaleiros lutarem, as armaduras à nossa volta. Na carruagem sou colocada sentada no banco macio, ouço a voz da Ângela e a sua mãe exigindo entrar na mesma carruagem.

Franzi a testa de desgosto, não consigo ficar no mesmo espaço com as duas. Por algum motivo desconhecido, a voz delas se afasta de perto da carruagem, aliviando o meu coração.

— Lady Elizabeth, precisa de algo? — Olho para o rumo da voz do gentil senhor que está sempre indo ao meu quarto fazendo visitas.

— Onde está? Quero tocar a sua mão. — Estico o braço para lhe tocar, por algum motivo ele demora para pegar a minha mão.

— Está acontecendo algo? O que está havendo?

— Lady Elizabeth, saiba que nunca lhe odiei, sempre te amei como minha preciosa filha. — Responde num tom de voz desconhecido aos meus ouvidos.

— Temos que ir. — A voz do general grave ecoa perto de mim.

— Espere, senhor entre. — Puxa a mão para entrar na carruagem. — Senhor, entre! — A mão escorrega mesmo puxando com toda a força. — Senhor! O que está fazendo? Estou ordenando que entre!

Ele não responde apenas empurrando a minha mão fechando a porta da carruagem gritando comando para os soldados.

Tentei ir atrás dele, mas o cocheiro atiçou os cavalos para correrem em toda a velocidade, além do general, estar segurando a minha cintura.

— Solta-me! Me solta! — debato-me, puxando o seu braço e mordendo forte.

Nenhum gemido de dor saiu da sua garganta, segurando o mais forte que podia para me manter na carruagem.

Havia soldados nos acompanhando, ouvia barulhos de flechas e cavalos caindo com o seu cavaleiro. Pedi, não, implorei para os salvarem, nenhuma resposta recebi em troca.

Não sei, por quanto tempo estamos na carroça, o percurso está mais longo do que recordava. Tentei descobrir alguma informação conversando com o homem que nem o respirar se pode ouvir.

Acabei desistindo de fazer perguntas, ficando o resto do caminho em silêncio dormindo sem se dar conta e acordando numa cama. Ouço o ranger da porta abrir e passos pesados vindo na direção da cama.

— Quem é você? — Fico em posição de defesa.

Conheço os passos de todas as minhas serventes, esses novos passos não pertencem há nenhuma delas.

— Sou Helena, Lady Elizabeth. Estarei encarregada de cuidar da senhorita.

— Onde está as pessoas que cuidam sempre ? Chame-as, não pedi para trocar de servas. — Falo arrogantemente.

— Lady Elizabeth, lamento informar, todavia... — A frase é interrompida por outro passo moderado.

— Saia, cuidarei da minha noiva.

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Comments

Thais Pedroso

Thais Pedroso

espera o que ?

2024-02-06

4

Julia Souza

Julia Souza

espero que ela volte a enxergar

2024-01-29

1

Sophya Amparo ramos

Sophya Amparo ramos

Não tava sabendo E, o general coloca a nossa prota Elizabeth como sua noiva 😍

2024-01-17

1

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