Uma explosão retirou de meus pensamentos, vendo homens perderem partes de seus corpos para me proteger. Senti a dor deles que estremecem no chão agonizando, as lágrimas rolam e quero socorrer.
Aqueles que não ficaram feridos estão me arrastando para longe, por isso imploro... Imploro para acabar esse sofrimento.
— NÃO! POR FAVOR DEIXE-ME IR! PAREM! PAREM! ESTÃO VIVOS! — grito desesperado.
Eles mordem o canto da boca, ignorando meus pedidos , subindo uma nuvem cinza que paira sobre os feridos. Nesse momento meu coração parece parar de bater, tudo fica silencioso sob o olhar perdido dos feridos.
Tudo que passa na mente é o meu sofrimento quando vi a morte se aproximar.
Não posso desistir. Pensei.
Me soltando das mãos dos outros, corri na direção dos feridos vindo à nuvem na nossa direção, ergui minhas mãos implorando para que de alguma forma conseguisse salvar aquelas vidas.
O choro escorreu no rosto de olhos fechados enquanto quero apenas salvar, sem se importar com a minha sobrevivência.
Das pontas dos meus dedos brilhou uma intensa luz dourada, dissipando a nuvem rapidamente. Curando os feridos, nascendo flores, gramas, árvores ao nosso redor.
Uma visão deslumbrante até para os assassinos que se renderam, largando as suas armas em arrependimento.
— Como? — Pergunto olhando para minhas mãos que estão normais.
Olhei para meu mestre que está de máscara retirando-a para finalmente conhecer seu rosto.
— Bem vinda de volta, Santa. — Se ajoelha.
Todos os outros também se ajoelharam, incrédula continuei sem reação.
Eu? Santa?! Eu?
Páginas e páginas contaram como Elizabeth foi uma vilã cheia de inveja e rancor. Não mudou muito os pensamentos dos outros, quando tomei seu corpo.
Agora me chamam de egoísta, rancorosa e malvada.
— Não sou santa. — Respondi após analisar toda a situação.
Não quero ser santa, nem vilã, na verdade quero viver minha vida sem interferência dos protagonistas.
— Compreendo. — Ele se levantou respeitosamente. — Sou Waltério, o líder do exército das chamas, serei o responsável por lhe manter segura. Tenha fé em mim.
A voz grossa passa uma sensação boa, seu olhar penetra as articulações do meu corpo, uma beleza tão grande que qualquer mulher ficaria louca pra o ter na cama.
Seus cabelos longos batem no seu abdômen definido, numa armadura cintilante escura que completa a beleza visual. Diferente do que poderia imaginar, ele é um orc, mas sua beleza é maior que um homem normal.
— Não está com medo de mim? — Ele pergunta encarando meu rosto.
Percebo o seu tamanho real, pois a magia de conversão se dissipou.
— Orc? — Digo perplexa querendo tocar seu rosto.
Ele continua encarando enquanto toco a pele macia da sua bochecha.
— Este é o reino das bestas. — Responde.
Olho em volta para os rostos que durante minha cegueira tiveram formatos criados por minha imaginação. Rostos das pessoas que cuidaram de mim, totalmente diferente do que imaginei.
O lugar que tanto gosto de passear não era bonito, mas meu poder transformou a terra em viva.
As crianças curiosas são maiores do que meu corpo pequeno. Os guardas que gritavam de dor eram enormes e cheios de músculos.
Gigantes que passam medo em qualquer um. Os assassinos humanos, rostos que conheço bem e esteve por muito tempo me maltratando.
— Então eram vocês. — Falo demonstrando o mínimo de compaixão.
Os homens começam a pedir misericórdia.
A visão voltou com todas as aflições que passei. Com as terríveis lembranças, com o sentimento miserável de incapacidade. Estou no lugar onde no livro descreve como o único lar da malvada Elizabeth.
Respirei fundo o ar olhando para o céu morto, rezando pra mudar esse destino que insiste em me perseguir. Meu peito doía, porém era uma dor da qual não consigo escapar. Aparecendo Elizabeth na minha frente novamente.
— Pare! O que está fazendo? — Ela grita em prantos. — Não quero voltar! Sou feliz aqui, finalmente encontrei um lar, encontrei um amor! Por favor, pare.
— Amor? — Olhei seu rosto molhado que me abraça em prantos.
— Por favor, só uma vez, deixe-me ficar. — Soluçando implora.
— A sua carga é difícil demais para suportar. — Falo tristonho.
Ela me mostra como está sendo sua recuperação, o meu amigo cujo nunca tive olhos lhe ajudando na fisioterapia. Suas visitas com histórias divertidas sobre seu dia a dia, o dia que ele brigou expulsando todos do quarto por minha irmã ter tentado fazer com que desistisse de falar o que aconteceu no meu acidente.
Meu ex noivo pedindo para voltar, chorando agarrado em minha mão culpando minha irmã. Meus pais gritando por ter falado a verdade para a polícia.
Vi o quanto ela ama o único que estava comigo, o dia que ele teve coragem para confessar seu sentimento e a alegria que ela sentiu.
— Por favor... — Fala em prantos.
Fechei os olhos caminhando na outra direção, ouvindo os prantos dolorosos de Elizabeth. Abrindo os olhos na minha nova realidade, a água da chuva tocou meu rosto junto com o leve tocar dos dedos do Waltério.
— Irei te proteger, juro por minha vida que irei. — Afirmando sua afirmação.
Olhei triste para todos, pois sei que logo uma frota estará aqui para nos aniquilar. Como faço para mudar a história? O que tenho que fazer?
— Aconteça o que acontecer, você é a nossa santa. — Fala outro cavaleiro sorrindo.
— Temos nossa Santa de volta! — Canta alegre uma jovem.
Comemorando as criaturas místicas com as outras espécies. Decidi que iria ligar até o fim com todos para termos o nosso lar protegido.
Nascendo sentimos muito mais forte, do qual, nunca poderia imaginar, mas que dá medo de seguir em frente.
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Atualizado até capítulo 88
Comments
Aninha <3
tô perdadi na história??? tô
tô entendo o q tá acontecendo??? n e s
MAS OQ IMPORTA E QUE EU TO GOSTANDO DA HISTÓRIA
2024-10-01
1
Claren Costa
to tonta...🫨 pouco perdida...mas gostando 🧡
2024-04-13
5
Isabel De Jesus
é tanta coisa que eu tô bugando aqui
2024-02-03
5