Capítulo Treze

Uma semana passou-se desde a conversa entre Kaity e o seu chefe, Brian Ashford. A garota mal conseguia respirar quando estava dentro da Red Tower.

O magnata havia enviado um e-mail com os detalhes do encontro entre Kaity e o oligarca russo, Dimitri Peskov. Ele também enviou um voucher para que ela retirasse um vestido numa loja de griffe para que o investidor ficasse impressionado.

Kaity encontraria o russo num restaurante chamado Tuju localizado no Jardim Paulistano. A Red Tower disponibilizaria um motorista particular para fazer o translado da casa de Kaity até o restaurante.

O dia do encontro enfim havia chegado. Kaity amanheceu bem enjoada. Só em pensar oque poderia acontecer nesse encontro o estômago dela ficava embrulhado. Ela não teve expediente. Brian liberou-a para que ela se arrumasse.

O pequeno Adam estava na casa da vizinha, dona Maria. Ela estava cuidando do garoto enquanto Kaity ia de um lado ao outro para se arrumar, pegar vestido, sapatos e fazer o cabelo. A maquiagem que usou era a prova d água justamente para o caso de ela chorar e não borrar.

O telefone de Kaity tocou. Era o seu chefe, Brian. Ela pensou em não atender, mas e se ele fosse avisar que o encontro estava cancelado? Precisava saber o que o maldito magnata queria.

Kaity — Alô, Brian?

Brian — Olá Kaity. Como está? Tudo pronto para uma noite memorável?

Kaity — Estou terminando de me aprontar. Mas estarei pronta no horário combinado.

Brian — Excelente. Lembre-se, Dimitri é nosso maior investidor. Seja receptiva. Torne tudo agradável para ele e certamente será recompensada. Deixe a desejar e as consequências serão... Severas.

Kaity — Eu entendi, Brian.

Brian — Então está ótimo. Bom, boa sorte. Nos falamos amanhã. Tenha um excelente jantar, Kaity Brown.

A ligação foi encerrada. Kaity sentiu um aperto no estômago. Pensou em desistir, mas lembrou do Adam. Se ela fosse presa como poderia cuidar do seu filho? Isso era terrível.

Ela então finalizou os últimos preparativos. O seu vestido era preto com detalhes em dourado. O sapato era um Louboutin, com a sola característica vermelha. O seu cabelo estava escovado e as pontas perfeitamente enroladas. As 18h ela foi até a casa da vizinha se despedir do filho.

Kaity — Oi! dona Maria. Posso falar com o Adam?

Maria — Claro, minha filha. Pequeno, a sua mãe está aqui. Venha.

Então Adam saiu do quarto com o cachorro Buddy que era agora seu fiel escudeiro.

Adam — Nossa mãe, como está linda. Aonde vai?

Kaity — Eu vou jantar com um amigo da empresa.

Adam — Ual. É seu namorado?

O estômago de Kaity voltou a embrulhar. Sua boca ficou amarga.

Kaity — Não meu amor. É só um amigo mesmo. Mais tarde eu volto e venho te pegar, está bem?

Adam — Está bem, mamãe. Até mais tarde então.

O garoto deu um beijo na mãe e voltou para o quarto onde estava jogando com outra criança que dona Maria cuidava.

Kaity então desceu e foi para a portaria do seu prédio. O carro da Red Tower já estava esperando por ela. Era um Mercedez classe C cinza. Os vizinhos estavam todos de olho na moça e no carro que a aguardava.

O motorista desceu e abriu a porta do carro para Kaity. Logo em seguida eles foram para o restaurante. Chegaram no local aproximadamente em uma hora. Não havia trânsito naquele horário.

Quando Kaity desembarcou do veículo um homem estava esperando por ela. Ele se identificou como Larry, maitre do restaurante.

Larry — A senhorita deve ser Kaity Brown. Estou certo? Sou Larry. Maitre do TUJU.

Kaity — É, sou eu. Prazer, Larry.

Larry — O senhor Brian fez a sua reserva e pediu-me para aguarda-la. O seu acompanhante já chegou. Está a esperar a senhora em uma sala reservada. A senhorita pode-me acompanhar?

O frio na barriga de Kaity aumentou. Ela estava a ponto de correr, mas sabia das consequências e acabou a segurar no braço do Larry e o acompanhou até o restaurante.

O restaurante era incrível. Toques de requinte para onde se olhava. Digno de um restaurante estrelado. As mesas estavam cheias. Pessoas muito elegantes e felizes estavam sentadas aproveitando o cardápio do chef Ivan.

A sala privativa ficava num andar superior. Era uma sala elegante com um pendente no teto cheio de brilhantes. A mesa era de vidro com uma toalha vermelha com detalhes dourados. As cadeiras acolchoadas em vermelho com um tecido de veludo escovado.

Na mesa estava sentado um homem corpulento. Era bem alto e devia ter uns 50 anos. Estava vestido com um terno preto risca de giz. O seu cabelo grisalho curto combinava com a barba muito bem aparada. O relógio no pulso era de ouro assim como a corrente no seu pescoço. Ele fumava um charuto como se fosse o dono do lugar. A fumaça era tão densa que Kaity mal podia enxergar o rosto do homem.

Larry — Senhorita Kaity, esse é Dimitri Peskov. Ele a estava a esperar. Senhor Dimitri, essa é Kaity Brown. A moça que o senhor Brian enviou.

O homem apagou o charuto num cinzeiro de vidro e sorriu olhando para Kaity.

Dimitri — Orra, nón fique aí parrada. Queirra se sentar, por favor.

O homem levantou-se e Larry acomodou Kaity na sua cadeira de frente ao Dimitri.

Kaity — Obrigada, Larry.

Larry — Disponha senhorita. Os cardápios estão na mesa. Eu volto em alguns minutos para colher os pedidos. Enquanto isso irei trazer o vinho que o senhor escolheu.

Dimitri se sentou e agradeceu Larry com um gesto indolente.

Dimitri — Entón, senhorrita Kaity. Nón querria me encontrar?

Kaity — Pensei que fosse russo.

Dimitri — E sou. Venho de São Petersburgo, erra a antigue Leningrado. Conhece?

Kaity — Ouvi dizer. Você fala bem o nosso idioma.

Dimitri — Ah, clarro. Eu tem muitas negócios porraqui. Sua sócio Brian conhece-me a muitas anos.

Kaity — Incrível. Bom, vamos pedir? Estou faminta.

Dimitri — Clarro, senhorrita Kaity. O Chef Ivan me recomendou uma peixe marravilhosa. Eu acredita que a senhorrita vai adorralo. Posso pedir?

Kaity então concordou. Dimitri estava se esforçando para ser um homem agradável, mas a moça percebeu que ele era um predador. O modo como ele a olhava a fazia se sentir como um pedaço de carne na vitrine de um açougue.

Larry então trouxe o peixe. Era um linguado feito no papilote, acompanhado de um refogado de legumes e vieras frescas. Na sobremesa Dimitri escolheu um creme de confeiteiro com um sorvete de chocolate meio amargo e castanhas. Por fim pediu um uísque e acendeu outro charuto.

Dimitri — A senhorrita gostou da jantar? A chef Ivan conhece muito bem a minha paladar. Assim como a Brian. Não é atoa que ela enviou a senhorrita parra me fazer companhia.

Kaity — Eu gostei muito. Estava tudo uma delícia. O Brian me disse que você se interessou pelo meu método de trabalho. As inovações que tenho apresentado ao meu...

Antes que ela terminasse a sua frase, Dimitri levantou a mão com um gesto para que ela se calasse.

Dimitri — Eu nón vim até aqui ouvir sobre serviço. Querro sair dessa restaurrante e saborrear meu sobremesa de verdade. Esperro que esteja com um langerrie porrovocante.

Kaity se calou. Percebeu que o homem iria tentar algo mais íntimo. Dimitri então pagou a conta e envolveu Kaity em seus braços saindo do restaurante. Larry tentou se despedir, mas Dimitri fez o mesmo gesto para que ele se calasse.

Eles entraram no carro de Dimitri. Uma Porsche Cayenne. Um carro avaliado em 1 milhão. Dimitri certamente era um homem muito rico e influente.

O motorista os levou até um motel chamado Lush. Era um lugar muito bonito e cheio de maldade no ar. Kaity sentiu que aquilo não era certo, mas o que ela faria? Eles entraram na suite que era toda espelhada. Havia uma banheira imensa no quarto com muitos leds. Um lugar incrível, com a pessoa errada.

Dimitri tirou a sua roupa. O seu peito era bem peludo. Os pelos eram grossos e grisalhos como a barba e o cabelo. A barriga era grande. Ele então ligou a banheira e tirou a calça, ficando apenas de cueca e meias.

Kaity estava parada sentada na cama observando tudo aquilo enojada. Ela não acreditava que aquilo era real. Se beslicava hora ou outra para tentar acordar desse pesadelo. Logo ouviu uma voz.

Dimitri — Senhorrita, tirre essa roupa e venha parra a banheirra.

Kaity queria acordar. Tirou seu vestido devagar e foi até a banheira apenas com sua langerrie vermelha. O homem a segurou pela cintura e a colocou dentro da banheira. Lá ele estava fumando outro charuto. Ficaram ali por alguns minutos até que ele decidiu sair. Puxou Kaity pelo braço e a levou até a cama.

Lá ele tirou a sua cueca. Ele estava com uma ereção aparente. Rasgou as roupas íntimas de Kaity, umedeceu a ponta dos dedos com saliva, esfregou os dedos nela e a penetrou.

Kaity estava de costas. O homem urrava a cada penetraçao. Kaity chorava. Lágrimas silenciosas. Ele ficou daquele mesmo jeito por mais de uma hora. Penetrando, urrando e batendo em Kaity.

Quando ele terminou foi tomar banho e deixou a garota na mesma posição sem falar uma só palavra. Ele vestiu um roupão de seda acendeu outro charuto, olhou para Kaity e disse:

Dimitri — Senhorrita, vistasse. Minha motorrista vai levala emborra. Eu adorrei esse noite. Falarrei parra a Brian muito bem sobre a senhorrita.

Kaity não disse nada. Vestiu o que sobrou das suas roupas, olhou para Dimitri e assentiu com um sorriso morto. Saiu do quarto, entrou no carro e o motorista levou Kaity até a sua casa.

Quando ela chego, foi até o seu banheiro, ligou o chuveiro e entrou com roupa. Ela pegou uma toalha de rosto colocou na boca e gritou. Gritou tão alto que as suas veias do rosto pareciam ir explodir.

Kaity chorou como uma criança que perde um animal de estimação. Ela se sentiu violada. Foi cruel. Dimitri se quer havia usado preservativo. O mundo naquele momento havia acabado.

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