Capítulo 15 - Não se apaixone Darya, não se apaixone.

Quando ele tinha me dito que havia muitas coisas que podíamos fazer em quarenta e oito horas, ele não estava brincando. Depois do almoço, exatamente quando dei a última garfada em minha salada, fui posta de bruços sobre a bancada da cozinha e fui dele à sua sobremesa.

📱📹️ O cara é insaciável — digo para os meus irmãos, através da chamada de vídeo.

📱📹️ Não quero ficar ouvido os detalhes da minha irmã transando.

Vas diz, revirando os olhos do outro lado da tela para mim.

📱📹️ E onde ele está neste exato momento para você está falando conosco trancada no banheiro?

Yak me pergunta com vontade de rir.

📱📹️ Ele está no escritório dele, respondendo alguns e-mails de última hora.

📱📹 Vocês já assinaram o contrato?

Vas me pergunta. Ele me deu a ideia de adicionar a última exigência. Uma forma de segurança caso um dos seus inimigos venham atrás de mim e Alain esteja presente. Assinto apenas com um balançar de cabeça.

📱📹️ Eu quase coloquei tudo a perder mais cedo — digo — ele me deu um susto aparecendo atrás de mim eu reagi. Consegui fazer com que ele deixasse a minha reação exagerada de lado, mas…

📱📹️ Mas você acha que ele pode querer ir investigar sobre sua vida.

Meu tri — assim que nos chamávamos às vezes, eu e Yak — adivinha meus pensamentos.

📱📹️ Mesmo que ele faça isso, eu consegui apagar tudo sobre a Darya, ou qualquer coisa relacionada a nós. Colocando um perfil falso sobre a Elizabeth Hailov — meu gêmeo Vas, diz. Enquanto eu e Yak nos chamamos de “tri” e eu, nós nos chamamos de “gêmeo”. E juntos formamos os trigêmeos. Algo bobo que o nosso pai Nathan começou e acabou pegando entre nós. Sinto saudades deles, isso me lembra que preciso ligar para os meus pais — Pais separados, com sete irmãos, britânica, que vem de uma família rica. Teve as melhores notas, três ex-namorados de merda, sendo um deles, um cara totalmente possessivo e stalker. Por isso a desculpa de você não ter redes sociais e até mesmo ter feito aulas de autodefesa pessoal ou ter escolhido um emprego tão longe de casa. Não tem o que ele achar sobre Darya.

— Liza, está tudo bem? Você já está trancada aí, faz um tempo — Alain bate na porta do quarto.

📱📹️ Preciso ir. Falo com vocês depois e Yak avisa nossos pais que ligo para eles continua semana.

Falo rápido e desligo a chamada sem dar tempo dos meus irmãos me responderem.

Me levanto do chão e dou descarga no vaso, mesmo sem ter utilizado ele e abro a porta do banheiro, vendo um Alain preocupado.

— Está tudo bem? — me pergunta ao meu avaliar de cima a baixo.

— Sim. Bem melhor, desculpa pela demora. Você queria usar o banheiro? — saio deste passando por ele.

— Não, só quis vir te chamar para jantar e te entregar isto! — ele me estende uma bolsa da Femina Lingerie, uma loja reconhecida no concurso Top 100 Boutique Awards e outra da Galeries Lafayette.

— O que significa tudo isso? — pergunto dando uma olhada no conteúdo das sacolas — Pensei ter ouvido você dizer que estava adorando me ver vestindo apenas a sua camisa e mais nada e que era tudo o que eu precisava vestir nestes dois dias que eu estiver aqui.

— Minhas palavras ainda continuam valendo, como também que você não precisa nem usar a minha camisa se quiser, já que vai passar mais tempo sem ela do que com — ele morde os lábios encarando minhas pernas desnudas — Mas infelizmente você vai precisar de roupas na segunda-feira para ir trabalhar e de jeito nenhum vou me privar de mais alguns minutos com você, porque teria que passar em casa para se arrumar antes do trabalho, então já pensando nisso, eu me adiantei.

Ele sorri e pisca para mim.

— Era isto que estava fazendo no seu escritório? — pergunto sorrindo.

— Não. Realmente eu precisava responder alguns e-mails, mas aproveitei para fazer algumas ligações — ele me deu mais um daqueles sorrisos e puta merda, algo lá embaixo acabou piscando também. Pressiono uma coxa na outra e isso não passa despercebido por ele.

— Obrigada — deixo as sacolas em cima da cama e sigo ele para fora do quarto.

Não se apaixone, Darya, não se apaixone.

— Nada muito chefe de cozinha, mas sei fazer uma boa comida — ele me diz e tudo o que a minha mente registra é que ele sabe dar uma boa comida também.

Ele ri e tenho quase certeza que ele conseguiu ouvir os meus pensamentos.

Olho para o jantar que ele preparou, filé de frango grelhado com legumes e uma taça de vinho para cada um de nós, com a garrafa próxima, a mesma que ele havia pegado mais cedo.

Como da primeira vez, Alain puxa a minha cadeira que eu me sento — como um perfeito cavalheiro—, e fico a sua espera ao ver ele se sentar do meu lado.

— Já que assinamos o contrato e não podemos saber nada sobre o passado um do outro, família ou relacionamentos passados, quero saber o seu futuro — ele me diz cortando o seu frango, tomo um gole do vinho antes de lhe responder, apreciando o sabor e o aroma.

— Groselha preta… chocolate preto e mais alguma coisa que eu não estou conseguindo identificar — digo pensativa de olhos fechados, sentindo a textura e o sabor do vinho em minha língua.

— Alcaçuz — abro os olhos, vendo ele me olhando fascinado, imediatamente coro, constrangida pelo seu olhar intenso sobre mim.

Pigarro.

— Ah! O vinho é delicioso — tomo mais um gole e como um tomate-cereja. Alain se mantém em silêncio esperando que eu lhe responda à questão anterior — Como sabe, amo fazer os meus desenhos, desenhar e criar roupas. Adoro moda e pretendo um dia ter minha própria marca registrada e ver modelos usando as minhas peças em um desfile de moda onde se encontram os maiores estilistas do mundo e ser reconhecida como um deles.

Ele tem um sorriso no rosto quando acabo de falar, corto e levo a boca um pedaço de frango e me delicioso com o gosto de limão e alecrim que vem do frango muito bem temperado, que eu nem percebo estar gemendo.

— Sabe o que penso sobre o meu futuro, Liza? — ele pergunta, tirando os meus cabelos dos ombros, deslizando seu polegar sobre a minha veia.

— N-não — luto para engolir o frango, tomando mais um gole do vinho, tentando controlar o que o seu polegar em meu pescoço está causando em mim.

— Você amarrada em minha cama de olhos vendados, deixando eu adorar o seu corpo, te fazendo gozar apenas com uma pena, depois meus lábios e por último o meu pau — ele sussurra em meu ouvido e quase engasgo com o vinho se eu já não o estivesse engolido.

Não sei se sairei viva deste final de semana ou andando e está sendo apenas o primeiro dia. Já transamos três vezes hoje, não sei se eu aguentaria uma quarta.

Não sei nem como a minha mãe consegue lidar com os meus pais em apenas um dia. Cinco de uma só vez? Com toda a certeza isso não é para mim. As gêmeas, Alice e Yelena, pelo contrário, têm muito da nossa mãe neste aspecto.

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