Eu e Yak continuamos rindo até chegarmos na minha casa.
— Não acredito que ele pensou sermos namorados — meu irmão diz se jogando no meu sofá ainda rindo — Você viu a cara dele, quando eu te abracei? Ele estava rosnando Darya, rosnando. Acho que a única pessoa que eu já ouvi rosnar foi os nossos pais.
Após todo risada me bate uma preocupação de que o que aconteceu hoje possa estragar o meu futuro em Laquintinie.
— O que foi? — Yak me pergunta ao perceber que eu não estou mais rindo.
— E se ele me mandar ir embora, ou pior, quiser fazer da minha vida um inferno, Yakov? — ele me puxa para que eu me sente ao se lado no sofá.
— Ele não pode fazer isso com você e em todo o caso você pode alegar assédio pelo CEO da empresa, caso isso aconteça. E caso isso não resolva, eu e Vas, podemos cuidar disso para você.
— Nada de envolver a máfia — reviro os olhos para ele — É sério, Yak, ele pode querer pegar no meu pé agora. Por que ele tinha que ser logo o chefe do chefe? — Ele começa a rir novamente, caindo deitado no sofá — É sério, seu idiota! — bato nele que não para de rir de mim.
— O que tem de problema nisso? Pelo visto ele se sente atraído por você tanto quanto você se sente atraída por ele, então por que não aceitar o acordo que ele propôs? — ele me pergunta limpando as lágrimas de tanto rir.
— Você não ouviu a parte de que ele é o dono, o CEO da empresa de moda da qual eu trabalho? Onde isso pode dar certo? — me jogo para trás passando as mãos nos meus cabelos.
— Em muitos aspectos o que te assusta tanto? — ele me pergunta — Você consegue ser a pessoa mais discreta que conheço, para ter medo de seus colegas de trabalho fiquem sabendo que está saindo com o dono.
— Tenho medo de me envolver demais e depois não saber mais continuar no meu emprego quando as coisas darem ruins — digo com uma dor de cabeça começando a surgir com isso tudo.
— Você nem sabe se isso pode ser ruim ou não. Já está focando no lado negativo, cachinhos — ele diz com carinho me abraçando — Nenhum dos dois querem um relacionamento, não é? — assinto — Se pensar nisso como um negócio prazeroso, não tem como nada dar errado. Tudo só dá errado quando se envolve sentimentos.
— Típico de todas as regras, não se apaixonar?
— Exatamente — me diz.
— Eu já li livros demais para saber que isso nunca dá certo, Yak. No final as pessoas sempre se apaixonam. Colocar isso como regra, é prever um casamento em algum momento.
— E então, o que você cogita fazer? Ignorar a atração que você sente por ele e viver fingindo que tem um namorado e ficar fugindo dele o tempo todo, cruzando os dedos para mão para encontrar mais com eles pelos elevadores? — ele me questiona — Isso que provavelmente não vai dar certo cachinhos.
E como se soubesse o que estou sentindo e precisando ouvir, o meu outro trigêmeo me liga.
Amanhã é nosso aniversário de 24 anos. E nunca passamos este dia separados, este ano será a primeira vez, pelo menos tenho um deles aqui comigo.
Antes de eu me mudar, fizemos uma festa com toda a família, comemorando antecipadamente.
Dou uma olhada na hora, antes de atender, faltam dez minutos para meia-noite.
📱Cachinhos…
Quanta saudades eu senti dele. Nunca ficamos tanto tempo separados.
📱Vas… estou com tantas saudades, como está as coisas por aí?
Pergunto para ele.
📱Nada é tão calmo e tranquilo no meio da máfia, mas por enquanto está tudo sob controle. E como tem sido por aí em Paris? Está gostando ou já está querendo correr de volta para Nova York?
Parece até que ele sente o que estou sentindo atualmente, talvez seja algo de irmãos gêmeos ou como nós, trigêmeos.
Eu apenas suspiro e isso é o suficiente para ele adivinhar o que está acontecendo.
📱O que foi quê? Já começou ruim? Sabe que pode vir se juntar a mim aqui na máfia, seria de uma excelente ajuda.
📱Por que tudo tem que envolver a máfia?
Ele muda a ligação para uma chamada em vídeo.
🤳 Talvez porque isso veio de nossos pais e nossos avós, tipo uma herança de família? Algo que está no nosso sangue, desde sempre — ele me diz e Yak assente. Reviro os olhos para os dois — Mas me conta o que está te incomodando, se for algum homem, tenho certeza que Yak pode dar um jeito já que ele está mais perto do que eu.
🤳Não preciso que deem um jeito em ninguém, ainda mais quando a pessoa é a empresa na qual trabalho — digo cansada.
🤳 Espera aí, me explique isso direito. Você está pegando o CEO da empresa na qual está trabalhando? — ele me pergunta, com um ar de riso.
🤳Não estou pegando…
🤳 Ainda… — Yak me interrompe — O cara sugeriu praticamente a ela sexo sem compromisso, com um contrato e tudo.
🤳 Se ele te atraí, o que pelo visto esse não é o problema, por que não? Se ele não for casado e com filhos, não vejo motivo para você não aceitar e se der ruim, pode sempre voltar para casa e começar de novo, tem muitas outras empresas que você pode se candidatar e que eu aposto que iriam adorar ter você como designer deles — ele diz e é como ouvir nosso pai Landon falando comigo.
🤳 Você está parecendo o papai falando assim — Yak diz para ele — E foi que tentei dizer isso a ela. Se arriscar às vezes não seja tão ruim assim e sempre podemos começar de novo.
🤳 Vamos mudar de assunto, minha cabeça parece que vai explodir — falo querendo encerrar o assunto e deixar isso de lado por um momento — Quero saber sobre a vida amorosa de ambos, chega de falar sobre a minha. E Vasily, quando é que você vai vim conhecer a minha casa?
🤳 Se você abrir a porta para mim… — ele diz e eu arregalo os olhos, não acreditando que ele realmente está aqui. Olho para Yak que apenas sorri.
— Você não achou mesmo que não iríamos ter a nossa noite de trigêmeos no nosso vigésimo quarto aniversário, não é? — ele me pergunta antes de se levantar e ir abrir a porta para o nosso irmão mais velho por alguns minutos.
Ele abre a porta para abraçar nosso gêmeo em um abraço de urso, com tapas, afagos nas costas.
Sempre fomos muito unidos e apegados uns aos outros.
— Achei que como tínhamos comemorado antecipado com toda a nossa família antes de cada um de nós irmos para um lado e nos mudando, eu vindo para Paris, você assumindo a máfia de Nova York, substituindo nossos pais e Vasily na Rússia não teríamos nosso dia, hoje, como sempre fazíamos durante todos os nossos vinte e três anos juntos — termino abraçando Vasily que me tira do chão em um abraço apertado — Eu senti muito a sua falta. A falta dos dois só foram duas semanas, com toda a mudança e tudo mais.
— Jamais deixaria esse dia passar — Vas me diz, deixando um beijo em meus cabelos.
— Estou tão feliz que vocês estão aqui e que a nossa noite só está começando.
Durante toda a nossa infância até hoje, ficávamos ansiosos para dar meia-noite para termos a nossa festa particular e só nossa. Ficávamos a madrugada toda acordados, brincando em nosso mundo de três e com a partir dos anos nossos momentos foram ficando mais especiais e nós ainda mais unidos. Se tornou um dia especial que criamos, não apenas mais uma data.
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Marilene Cabral
Muito lindo o amor q eles tem um com os outros 🥰🥰
2025-02-13
0
corrinha
esses irmãos é muito liberal
2024-08-15
3
corrinha
simples assim
2024-08-15
2