Assim que saí do banheiro, pensei que a encontraria à minha espera, mas me deparo com o quarto vazio. Me desespero, achando que ela fugiu de mim e foi embora.
Será que se arrependeu?
Me visto rapidamente com apenas um short que costumo usar sempre em casa e desço para o andar debaixo sem me preocupar de secar os meus cabelos. Passo pela sala e vou diretamente para a cozinha assim que ouço o chiar de algo sendo preparado no fogo e a vejo de costas para mim, os cabelos ainda presos no alto da cabeça e vestindo uma de minhas camisas que ela deve ter pego no meu closet. Sorrio ao meu aproximar e parar atrás dela.
— O cheiro está bom — ela se assusta e sou atingido por uma cotovelada antes de ter uma faca muito próxima da minha jugular. Levanto os meus braços lentamente — Desculpe, eu não queria te assustar.
— Nunca mais faça mais isso, eu poderia ter machucado você — me diz mais relaxada. Deixa a faca em cima do balção e me olha apreensiva — Me desculpe por isso — continuo olhando para ela. Liza morde os lábios e se volta para o balcão focando no que estava preparando para nós dois.
— O que exatamente foi isso, Elizabeth? — pergunto. Devo me preocupar, pois, na verdade, eu não sei nada sobre ela, de onde ela veio ou sua família?
Ela demora a se virar de volta para mim e me responder, quando estou prestes a perguntar novamente, ela enfim me dá uma resposta.
— Tenho pais super protetores e cinco irmãos que são do mesmo jeito, então, aprendi a me defender com eles fazendo krav maga — é só isso que ela me diz antes de se virar de costas para mim novamente e voltar a fazer o que estava fazendo antes.
Talvez eu deva só por precaução pedir para o meu advogado e detetive particular investigar sobre a mulher que quero passar mais tempo aqui na minha casa, antes de assinarmos o contrato, como eu sempre fiz com todos os meus relacionamentos.
O que deu em você Alain por ser tão relapso assim?
— Assinei o contrato, aliás — ela me diz apontando para os papéis do outro lado da bancada — E adicionei as duas últimas cláusulas.
Saio de trás dela e pego os papéis, dando uma olhada no que ela escreveu ainda de caneta preta.
9º Não conseguirá despedir a Elizabeth caso o contrato seja quebrado ou a impedir de ir embora da empresa caso ela queira.
10º Senhor Alain se afastará de qualquer perigo iminente na qual a senhorita Elizabeth possa se envolver, sem tentar bancar o herói e tentará esquecer de tudo o que um dia já aconteceu entre eles. Se afastando assim de vez.
— O quê? — pergunto sem entender a última cláusula — Concordo com a nona mais o que quer dizer com a décima?
— Só assine, por favor! — ela me diz, sem olhar para mim.
— Elizabeth…
— Ou é isso, ou não teremos mais nada. Eu pego as minhas coisas e vou embora agora, Alain, e nunca mais falaremos do que aconteceu aqui. Essas são as minhas exigências — dessa vez ela me encara.
— Eu só quero entender, porque estou achando a última um pouco extrema demais.
— Sem passado, é uma exigência mútua, está na cláusula oito: proibido fazer perguntas sobre a vida particular e pessoal de ambos. Passado, família e ex-companheiros.
O que você esconde Elizabeth? Quero perguntar, mas não posso fazer isso quando eu também tenho um passado que não gostaria que ela soubesse.
— Tudo bem, têm algo a mais que gostaria de adicionar? — pergunto antes de assinar. Dou uma olhada na primeira onde ela adicionou o seu nome de caneta, dizendo que assim como eu, ela tem total posse sobre o meu corpo. Sorrio.
— Não. Mais nada.
— O.k. então — assino os papéis.
Queria ter ganhado mais tempo para fazer ela mudar de ideia sobre a impossibilidade de brincarmos um pouco dentro da minha sala ou na sua no fim do turno, quanto todos já tivessem ido embora ou não.
— Não é nada muito elaborado, já que eu não tenho o costume de cozinhar muito. — deixo o contrato de lado e olho para o que ela nos preparou: um croque-mousieur, ou melhor, dois sanduíches de presunto, queijo emmental, creme bechamel com pão de forma, fritas e saladas.
— Posso me acostumar com isso — pisco para ela e gosto de ver a sua reação com isso, trocando o peso de uma perna para a outra, seu rosto ficando mais corado — Vinho tinto ou suco de laranja?
— Vinho.
Abro a porta ao lado dos armários onde fica a minha pequena adega de vinhos e escolho o vinho Le Petit Haut Lafitte tinto 2020, ele é extremamente elegante, com taninos sedosos. Possui belos aromas e sabores de Cabernet Sauvignon. De corpo médio, apresenta notas de groselha preta, alcaçuz e chocolate preto. É muito delicado e possui boa estrutura. Além disso, tem enorme potencial de envelhecimento.
Espero que ela goste e aprecie os sabores dos melhores vinhos, assim como eu.
— Ou quem sabe podemos deixar o vinho para mais tarde e ficarmos com o suco, já que nosso almoço está mais para um lanche rápido do que realmente uma refeição.
— Não me importo, mas se quiser deixar o vinho para mais tarde, tudo bem para mim — guardo o vinho novamente na minha adega.
— Sinto muito por isso — ela me diz, antes de morder os seus lábios.
Me aproximo dela e solto seus lábios dos seus dentes, capturando-os com os meus. Ela suspira nos meus lábios.
— Suco está ótimo para mim — sussurro contra os seus, antes de beijá-la de vez e sentir o gosto do tomate-cereja que ela comeu um segundo antes de morde os lábios.
Não consigo parar de beijar ela. E jamais quero parar de beijá-la.
Estou para aprofundar o beijo e envolver a minha língua com a sua, quando o seu estômago acaba roncando. Rindo eu me afasto, vendo ela corada e sem graça.
— Vem — puxo a cadeira para ela — Vamos alimentar você primeiro.
Deixo ela se sentar, antes de ir atrás do suco para nós dois com um sorriso pleno em meu rosto.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 63
Comments
Marilene Cabral
💘💘💘
2025-02-13
0
corrinha
esse já está rendido e finge não saber😁😁
2024-08-24
2
Simone Sousa
Gostar de homem possessivo é errado? porque se for, minha nossaaaaa
2024-08-01
1