Capítulo 9 - Será que ele é mesmo um mafioso?

O que estou fazendo ao ter aceitado esse acordo?

Durante toda a reunião tive que me conter com a sua aproximação, seu perfume me embriagando, mexendo comigo, me deixando nervosa em toda a minha apresentação e pelo que percebi, eu mexo com ele da mesma forma.

Eu quase deixe ele tirar as minhas roupas e me foder ali mesmo na sala de reuniões!

Assim que chego em casa, vejo os meus irmãos sentados no sofá jogando vídeo game e adivinhem, qual é jogo? Envolve armas e muitas mortes.

— Hei cachinhos, como foi lá com o CEO? — Yak me pergunta sem ao menos se virar para mim e tirar a sua atenção das telas da tevê.

— Decidi aceitar o acordo dele, mas antes disso preciso que vocês investiguem tudo sobre ele — digo indo direto para cozinha pegando uma garrafinha de água e tomando um pouco. Vasily apenas empurra um pacote de papel pardo em cima da mesa em minha direção — O que é isso? — pergunto me aproximando da mesa de centro da minha sala.

— Eu mesmo tomei a iniciativa de investigar ele, você aceitando o acordo ou não — ele me responde ainda jogando.

— É por isso que os dois estão aqui? — pergunto me revoltando.

— Claro que não, vim pelo nosso aniversário, só aproveitei a minha curta estadia para saber mais sobre ele.

— Você ainda acha que ele pode ser um mafioso? Nem todo mundo que se aproxima de mim, pertence à máfia Vas.

— Nunca se sabe — Yakov diz — Temos que olhar para todos os lados, por motivos de segurança. Você vem de uma família de mafiosos, querendo ou não, e está vivendo em país novo e sozinha, sem ninguém para protegê-la, caso entremos em guerra e eles descubram quem você é.

Abro a boca pronta para debater com eles, mas Vas fala primeiro.

— Você sabe lutar, mas é apenas uma, Darya. Sabe que nesta guerra, você sozinha não daria conta, mesmo sendo filha de quem é, e sendo foda para caralho — reviro os olhos para eles.

— Investigou ele e todo mundo do meu trabalho, meus vizinhos, a cidade inteira da qual estamos? — pergunto, bufando. Eles não respondem, mas sei que provavelmente ambos fizeram isso, e talvez até antes de eu me mudar para cá.

Deixo a água de lado e pego o malote com os arquivos sobre Laquintinie. A ficha sobre a vida dele, até que é bem pesada, para uma pessoa comum que não tem nada de mais para esconder.

Ai, caralho, será que ele é mesmo um mafioso.

— Ele não é um mafioso, mas acho que seria bom você dar uma olhada sobre ele, antes de entrar de cabeça neste acordo — Vas lê meu pensamento, quando me responde.

Merda. Isso quer dizer que possa ter algo de errado. Fecho os olhos não querendo pensar no pior.

— Vou levar isso para o meu quarto — digo a eles deixando os dois sozinhos se divertindo no jogo deles e vou direto para o meu quarto, deixo os arquivos em cima da cama indo um tomar um banho primeiro.

...👠...

Porra. Tudo o que li no seu arquivo me deixou nauseada, tive que correr para o banheiro antes que eu vomitasse em cima da minha cama, duas vezes, até os meus irmãos me obrigarem a parar de ler.

Seu primeiro nome é Lysander, e não Alain, assim como o meu é Darya e não Elizabeth, ele usa para fugir do seu passado sombrio. Ler seu arquivo me fez ver um lado dele que eu não imaginava existir. Talvez ele seja mais do que ele aparenta ser ou se deixa mostrar.

1,86 de altura

Lysander Alain Laquintinie

Órfão. Filho único.

Dono de mais de dez lojas de grifes e marcas famosas da França como: Louis Vuitton, Chanel, Hermès, L’Oréal Paris, Orange, Lancôme, Cartier, SFR, AXA Seguros, Garnier. Uma delas com o seu sócio Antoine Cartier o dono da Alta joalheria, relógios, anéis para noivado e casamento, acessórios, perfumes e demais itens com o mais sofisticado design. O mesmo cara que flertou comigo no bar que fui com as minhas irmãs.

Alain não chega ser exatamente o dono integral, como desta empresa que carrega o seu sobrenome, mais ele tem 54% da maioria dessas lojas por ser o empreendedor e ter investido nos seus negócios. Sendo um sócio majoritário é aquele sócio que detém a maior parcela de ações ou cotas de uma empresa. Dessa forma, podemos dizer que ele detém o poder de controle sobre as decisões estratégicas e operacionais da organização.

O cara é mais rico que o dono da Apple. Meu queixo cai, quando vejo o valor em patrimônio líquido que ele possui. Uau… Cogitei que ele pudesse ser bilionário, tão rico quanto a minha família, mas não um triclinário, com muitos mais zeros na conta do que a minha.

Seus últimos relacionamentos não passaram de apenas casos de poucos meses e é ou era sempre visto com uma modelo, uma mais linda que a outra. Todas elas morenas, nenhuma loira. Estranho. Será este motivo dele querer tanto ficar comigo?

— Depois de tudo o que você leu, ainda vai ir adiante com o acordo dele? — Yak me pergunta. Estamos os três na sala, assistindo a um filme de comédia, comendo pipoca.

Poderíamos estar no bar, bebendo e nos divertindo, mais depois de tudo o que li, não tenho mais estômago para beber, sem falar que estou virada desde ontem, já que eu mal dormir ainda.

— O passado dele não qualifica ele como um psicopata e nem nada e se ele não é um mafioso, além do problema dele ser o chefe do meu chefe — o que é mais uma brincadeira, já tenho apenas um chefe e ele é o próprio —, não vejo o porquê eu retroceder agora.

— O passado dele não é muito pesado para você? — Vas me pergunta — Uma bagagem emocional.

— Não é como seu eu fosse me casar com ele ou coisa assim, é apenas um sexo casual com contrato de exclusividade. — Ambos me olham sem acreditar em mim — O que foi? — me ajeito no sofá, pegando um pouco de pipoca e colocando na boca.

— Só toma cuidado — Yak me diz, colocando uma mão em meu joelho — Sabemos que você veio procurar emprego aqui, devido ao Stephan e o quanto ele conseguiu magoar você.

— Socar a cara daquele desgraçado foi pouco, eu dev… — Vas começa dizendo.

— Vou me deitar, não durmo desde ontem, e amanhã tenho que acordar cedo para ir trabalhar — me levanto, o interrompendo, deixando o pote de pipoca com o Yak. Dou um beijo no rosto de cada um deles, antes de sair da sala.

Vou para o banheiro, lavo o rosto e escovo os dentes e me preparo para dormir, é quando escuto o som de mensagem no meu celular de um número desconhecido:

📱✉️ \= +33 1 8890-6578:

Laquintinie Boutique de Vemênts

Todo o final de semana.

Sábado de 8H até segunda.

📱✉️ \= +33 1 8890-6578

Podemos ler o contrato já impresso juntos no sábado. 😉

Clico em responder:

Parece que você conseguiu o meu número.

📱✉️ \= +33 1 8890-6578:

😄

Eu:

Não acha que passar o final de semana não seria muito tempo juntos?