🦅 Capítulo 12 🦅
O mistério se aprofundava, e Apollo não conseguia ignorar a inquietação que crescia em seu peito.
Ele havia revisado os documentos inúmeras vezes, procurando um padrão, um erro, qualquer coisa que explicasse o comportamento inesperado de Hazana. O que ela estava fazendo? Por que visitava lugares que não faziam sentido? Em meio a uma investigação tão perigosa, como ela conseguia agir com tamanha despreocupação? Parecia até deliberado.
O pensamento o surpreendeu.
— Será de propósito?
A dúvida se alojou fundo, latejando como um alerta silencioso. Apollo franziu o cenho, sentindo uma inquietação que não conseguia nomear. Hazana era cuidadosa, metódica. E se, ela tivesse preparado tudo isso? Ou pior… e se quisesse que ele encontrasse?
Com essa possibilidade se queimando em sua mente, ele decidiu traçar os passos dela. Revisou cada local que ela havia visitado, procurando um padrão, uma intenção oculta. Mas nada fazia sentido. Os deslocamentos pareciam casuais, aleatórios.
Até que, ao analisar as rotas no GPS do carro, algo o fez parar. Seu peito se contraiu em um aperto sufocante. O cursor piscava na tela, indicando um destino específico.
Um lugar que Hazana nunca teria ido, se olhasse pelo fato da sua alergia a couro.
Além desse lugar desconhecido, onde ela jamais poderia estar, havia também o padrão estranho traçado pelo GPS. O que pareciam ser coordenadas aleatórias, na verdade, formavam um número.
Ele fechou os olhos e colocou a mão na testa, sentindo um arrepio subir pela espinha.
— Isso é um sinal?
Enquanto tentava processar essa descoberta, seu mundo se reduzia à própria mente, ocupado demais para perceber o perigo a sua volta.
Nas sombras, olhos atentos seguiam cada movimento seu. O ar parecia mais pesado, carregado por uma presença invisível, mas inegavelmente real. Um leve estalo soava no chão, a cada passo sorrateiro que dava, ao tentar aproximar-se do carro.
Assim que retomou o controle dos próprios pensamentos, o capitão ligou o carro sem hesitação e partiu em direção à base, disfarçada discretamente como uma oficina mecânica.
Nas sombras, a presença que quase conseguira abrir a porta recuou no último instante, surpreendida pelo súbito movimento. Não era a hora certa. Ainda não.
Mas o momento se aproximava. Em breve, estaria cara a cara com Apollo. E quando isso acontecesse, não haveria escapatória.
Assim que retornou à base, Apollo não perdeu tempo. Com a expressão carregada, reuniu o grupo e compartilhou suas descobertas, ordenando que investigassem o padrão do percurso do GPS. Cada segundo contava.
Depois, afastou-se dos demais e afundou-se em sua cadeira, isolado no canto da sala. Como se dissera aos demais que não o inpotunasse.
O peso da noite caía sobre seus ombros enquanto redigia o relatório, cada palavra pressionando-o ainda mais contra a realidade brutal do caso. Entre os dados frios e objetivos, um detalhe lhe queimava a mente: o suposto local onde Hazana jamais pisaria.
Aquela loja.
Ela nunca entraria ali. Mas por quê? O que naquele lugar a atraiu tanto ao ponto de fazer com que entrasse? Uma pista concreta ou apenas mais um ruído na investigação?
Apollo apertou os olhos, tentando afastar o sono. Estava sentado ali por horas, precisava de respostas. E rápido.
Não havia tempo para perder com enigmas silenciosos. Ele determinou que uma xícara de café quente poderia ser exatamente o que precisava para reacender a energia e manter o foco no trabalho. O aroma envolvente e o calor reconfortante talvez ajudassem a dissipar o cansaço que começava a se instalar, trazendo de volta a clareza e a determinação necessárias para continuar.
O corredor da base estava silencioso, apenas o som ritmado dos passos de um agente ecoava pelo piso polido. Ele segurava cuidadosamente uma pequena bandeja repleta de doces recém-saídos da cozinha, um brilho satisfeito nos olhos ao admirar sua conquista. O aroma de açúcar e baunilha ainda pairava no ar, tornando sua caminhada quase sagrada.
Ele estava absorto demais em seu próprio contentamento para notar a presença imponente que surgia na curva do corredor.
O impacto foi inevitável.
O choque veio como uma parede de aço. Marco colidiu de frente com um corpo firme, e em um segundo que se arrastou como uma eternidade, sentiu a bandeja escorregar de seus dedos. Ele tentou desesperadamente recuperar o equilíbrio, mas já era tarde demais.
Doces voaram pelo ar em câmera lenta antes de se chocarem contra a vestimenta impecável do Capitão Apollo.
O tempo pareceu congelar.
Marco ficou estático, os olhos arregalados enquanto observava a cena diante de si. O Capitão estava ali, imóvel, o rosto inexpressivo, mas agora coberto por uma fina camada de glacê e pedaços de bolo. O contraste entre sua postura rígida e a bagunça doce que o cobria era quase cômico, se não fosse pelo fato de que Marco estava prestes a entrar em pânico.
A coragem que ele tivera ao enfrentar os outros Argentes evaporou. Seu coração disparou como um tambor descontrolado.
— E-eu… – ele gaguejou, as palavras presas na garganta.
O olhar frio de Apollo pousou sobre ele, sem demonstrar qualquer emoção. Nenhuma irritação aparente, nenhuma surpresa. Apenas aquele olhar penetrante que fazia o rapaz se sentir como se estivesse sendo analisado minuciosamente.
— Desculpa! – Marco quase gritou, curvando-se em um pedido de perdão instintivo.
Num impulso, ele pegou um dos doces sobreviventes da tragédia, e que estava no chão, o oferecendo como se aquilo pudesse de alguma forma reparar o desastre.
Apollo permaneceu impassível, sem nem mover a mão para aceitar.
O silêncio entre os dois se alongou de forma agonizante. E o Argente começou a suar frio.
O que ele estava pensando? Oferecer um doce para o Capitão como se fosse um suborno? E se Apollo estivesse furioso por dentro? Ele não sabia o que esperar daquele homem de expressão pétrea.
O desespero tomou conta.
Antes que pudesse se conter, o rapaz tomou a decisão mais absurda de sua vida. Ele enfiou o doce diretamente na boca de Apollo.
O Capitão não teve tempo de reagir.
Os olhos de Marco se arregalaram ainda mais quando percebeu o que acabara de fazer. O doce estava ali, na boca de Apollo, cuja expressão não se alterara nem um milímetro. Ele não mastigou, não cuspiu, não demonstrou nenhuma reação. Apenas ficou ali, imóvel, encarando-o
O garoto sentiu um calafrio subir pela espinha.
— Eu… eu vou indo! – ele soltou rapidamente antes de girar seus pés e disparar corredor afora como se sua vida dependesse disso.
Apollo permaneceu parado, observando ele desaparecer ao se virar na esquina.
Por um longo momento, ele não se moveu. Então, lentamente, retirou o doce da boca, olhando para ele com uma expressão indecifrável.
O glacê ainda escorria por sua roupa, a cena um contraste perfeito entre sua rigidez militar e o absurdo do momento.
Soltando um suspiro quase imperceptível, ele olhou novamente para o corredor vazio, causador do desastre já não estava. deixou para trás apenas o rastro do doce.
passando a mão pelo tecido da camisa suja de glacê. O cheiro adocicado ainda impregnava sua roupa, mas, em vez de conforto, era enjoativo. Ele balançou a cabeça, tentando afastar a irritação. Ele sempre fora assim—uma força magnética da natureza que bagunçava tudo por onde passava.
Deu um passo em direção à mesa, mas algo o fez hesitar. Uma sensação estranha se instalou em seu peito, como um peso a mais, pressionando sua respiração. Não era cansaço. Não era irritação. Era outra coisa.
O ar, antes impregnado pelo açúcar do doce, pareceu carregar um gosto amargo, seco, como se um vestígio de ferrugem pairasse ali sem explicação. Apollo franziu a testa e olhou ao redor. Nada parecia diferente. Os agentes conversavam como sempre, papéis se acumulavam sobre as mesas, telefones tocavam. Tudo estava normal.
Então por que sentia que algo terrível estava prestes a acontecer?
Seu olhar caiu sobre os respingos brancos grudados na manga. Ele esfregou o tecido, mas, por um instante, sua mente traiu seus sentidos—o glacê macio se transformou em algo viscoso, pegajoso.
Um telefone tocou do outro lado da sala, um som cortante em meio a toda a movimentação do grupo. A voz de um agente se ergueu, chamando seu nome.
— Apollo! Encontraram outro corpo. No rio.
O estômago dele revirou. O cheiro doce do glacê ficou insuportável.
O horror continuava.
Outro corpo emergiu das águas escuras do rio, um espectro de terror congelado no tempo. O rosto da vítima, marcado pelo apodrecimento lento e impiedoso, ainda carregava a expressão de puro pavor. Seus punhos, cruelmente amarrados atrás das costas, e o tendão acima do calcanhar, meticulosamente seccionado, denunciavam a brutalidade de seu algoz.
Era um jovem de apenas vinte anos. Torturado sem piedade. Violado. Lançado ao rio ainda vivo, condenado a uma morte agonizante. A cena era sufocante, um retrato do horror absoluto.
A cidade estava em choque. A polícia, acuada. A população exigia respostas—e não aceitariam mais silêncio.
— Quando isso vai parar?!
A voz da mãe rasgou o vento com um lamento irreparável. Seus joelhos vacilaram, e o peso do luto a esmagava sem piedade. Lágrimas desciam por seu rosto, misturando-se ao tremor de sua respiração entrecortada. Diante dela, jazia seu filho—um jovem de alma generosa, amante dos animais, voluntário incansável, um sonhador que almejava salvar vidas como um médico.
Agora, seus sonhos haviam sido tomados, arrancados por mãos impiedosa. O futuro que ele tanto ansiava foi apagado em um instante cruel, deixando apenas o eco de uma promessa que jamais será cumprida.
Apollo caminhava pensativo até a sala, com um jornal em mãos, refletindo sobre a brutalidade daquele crime. O sofrimento da vítima o afetava mais do que gostaria de admitir.
Seus olhos percorreram o grupo de detetives, examinando cada um com um misto de desdém e incredulidade. Espalhados pelo sofá e poltronas, riam entre si, absorvidos por uma conversa trivial enquanto a luz azulada da televisão piscava em seus rostos. O filme em exibição era irrelevante—tanto quanto aquelas pessoas, que trocavam comentários empolgados sobre assuntos fúteis, completamente alheios ao peso da investigação que carregavam nas mãos.
Era isso? Esses eram os "talentos" que o major havia mencionado? Para Apollo, eles não passavam de garotos medíocres, espectadores de um caso que exigia muito mais do que aquela indiferença displicente. Um nó apertou sua garganta, sufocando sua paciência.
Por que eles parecem não levar nada a sério?
Seus punhos se cerraram.
Será que acham que isso é uma colônia de férias?
A sala era um túmulo de madeira e sombras, impregnada pelo cheiro úmido de mofo e pelo peso dos anos. A lâmpada fraca tremeluzia no teto, sua luz amarelada incapaz de afastar completamente a escuridão que se acumulava nos cantos. O ar era espesso, como se guardasse segredos antigos.
Ele se jogou na poltrona gasta, o estofado rangendo sob seu peso. Mas então—algo estranho. Um relevo inesperado sob seu corpo. Rígido. Fora do lugar.
Seu peito se contraiu. O silêncio da sala pareceu engolir cada batida do seu coração.
Havia alguém ali.
Alguém estava ali, sentado, e Apollo, sem perceber, se lançou sobre ele, como se o peso do mundo tivesse sido repentinamente jogado sobre aquele corpo. Era Xavier. A surpresa foi instantânea, e, embora Apollo não fosse pesado, o impacto foi o suficiente para arrancar uma expressão de irritação de Xavier. O toque foi leve, mas a intensidade do momento foi algo que os dois não puderam ignorar. Apollo congelou. O choque paralisou seus sentidos por um segundo, o mundo se estilhaçando ao seu redor. Lentamente, ele virou a cabeça, um impulso quase involuntário, como se quisesse se convencer de que não era ele—não poderia ser ele. E então, como uma lâmina gélida, um arrepio percorreu sua espinha.
—Xavier...
Foi como uma explosão silenciosa dentro de sua mente. O tempo parecia ter estagnado por um instante, tenso e carregado. O calor de seus corpos, tão próximos, transformava o momento em algo visceral, um espaço tão íntimo que ameaçava rasgar a distância entre eles. A respiração de Apollo era quente, quase incômoda, contra a pele de Xavier, mas foi rápido, um instante fugaz que deixou um gosto amargo na boca de ambos.
Um suspiro quase imperceptível escapou de Xavier enquanto ele se sentava rapidamente, tentando obter o controle da situação. Mas, antes que pudesse processar o que estava acontecendo, Apollo se afastou com um movimento brusco, como se o simples contato fosse um veneno que ele precisasse evitar. Ele se acomodou no grande sofá ao lado, mas o silêncio que ficou entre eles era denso, carregado de algo indefinido, como a eletricidade no ar antes de uma tempestade iminente.
E então, algo os pegou desprevenidos.
A televisão, até então um mero ruído de fundo, mudou de tom. As garotas da equipe ruborizaram, uma delas escondendo os rostos entre as mãos. Os garotos, por outro lado, estavam imóveis, os olhos cravados na tela, onde um dos personagens masculino tocava o outro com uma provocação perigosa. O silêncio na sala era cortante, preenchido apenas pelos sussurros ofegantes vindos da TV.
Os olhares então se voltaram para Apollo. Ele continuava lendo o jornal, como se estivesse alheio a tudo. Mas Xavier não.
Com aquele sorriso de quem gostava de testar limites, inclinou-se lentamente, os olhos brilhando de travessura. Seus dedos deslizaram pelo jornal, puxando-o com um gesto preguiçoso.
— Será que é verdade? — murmurou, a voz baixa e carregada de desafio.
A tensão na sala se condensou num segundo eterno.
O toque veio rápido, quente contra a pele fria. Antes que Apollo pudesse reagir, sentiu os dedos de Xavier deslizando sob sua camisa, percorrendo seu peito com uma ousadia calculada. O choque percorreu seu corpo como uma descarga elétrica, mas sua expressão endureceu, os olhos cinza se tornando gélidos e questionador.
— O que diabos você pensa que está fazendo? — Sua voz saiu baixa e afiada.
O silêncio que se seguiu era denso, sufocante, quebrado apenas pelos sons abafados da TV ao fundo—suspiros, gemidos que só tornavam a situação ainda mais carregada de tensão. O ar entre eles estava pesado demais para ser ignorado.
Mas Xavier não recuou. Ao contrário, um sorriso malicioso curvou seus lábios quando ele apertou a cintura de Apollo contra o sofá, os corpos agora perigosamente próximos. Seus movimentos não eram apenas provocação—eram um desafio, uma humilhação velada diante dos olhares direcionados para eles.
Só que Xavier cometeu um erro.
Apollo não era alguém que se deixava subjugar. Se Xavier queria jogar, então que se preparasse. Porque Apollo estava mais do que disposto a vencer.
Apollo segurou o rosto de Xavier com delicadeza programada, os dedos frios contrastando com o calor de sua pele. Seus lábios tocaram os dele por um instante—suave, quase etéreo, mas carregado de intenção. Não havia urgência, nem paixão genuína, apenas um gesto preciso, feito para confundir. O ar entre eles pareceu prender a respiração, tenso, esperando sua reação.
Xavier arquejou contra a boca de Apollo, o corpo reagindo antes da mente. Suas mãos empurraram o peito do outro num reflexo tardio, mas Apollo o segurou firme, prolongando o momento apenas o suficiente para inverter o jogo, para que Xavier sentisse o mesmo desconforto.
Quando, enfim, o soltou, um sorriso torto e perigoso se formou em seus lábios. Ele observou Xavier com olhos intensos, absorvando o caos estampado em seu rosto. Sentindo como se tivesse recebido uma reparação pelos danos que aquele à sua frente causou.
— Agora você sabe como eu me senti.
O ar estava carregado de algo indescritível.
Xavier, por um breve momento, não soube como reagir. Mas uma coisa era certa: naquele jogo, Apollo não era alguém fácil de se vencer.
Ele cerrou os punhos com força, os nós dos dedos esbranquiçando, mas conteve a tempestade de fúria que ameaçava transbordar. Sem dizer uma palavra, afastou-se, sua expressão estava rígida como pedra.
Enquanto isso, a televisão continuava exibindo as cenas íntimas de um casal homossexual, um fluxo ininterrupto de imagens projetadas para todos na sala. As garotas assistiam sem demonstrar desconforto, mas entre os meninos, o impacto foi diferente.
Alguns franziram o cenho, outros desviaram o olhar com repulsa. A visão de dois homens se envolvendo daquela maneira – um assumindo uma posição tradicionalmente associada ao feminino – despertava neles uma reação visceral, um misto de estranheza e aversão difícil de esconder.
— Isso deve doer muito… — comentou alguém, com um misto de nojo e curiosidade.
— Mas parece que estão gostando. Observe. — Outro respondeu, com um sorriso torto nos lábios. Seus olhos brilhavam de diversão enquanto analisava a situação. — Se não estivessem, não estariam gemendo assim. — Ele riu baixo, a voz carregada de malícia.
O terceiro integrante do grupo torceu o nariz, enojado. Cruzou os braços e desviou o olhar, inquieto.
— Até parece que o prazer é tão bom assim… Ainda parece doloroso. Que nojo.
— Quer experimentar? — A pergunta veio carregada de provocação. O tom brincalhão não mascarava a intenção por trás dela.
O segundo rapaz sentiu o rosto esquentar, um calor desconfortável subindo pelo pescoço. Engoliu em seco antes de negar com firmeza, sua expressão rígida, mas os olhos denunciando o desconforto.
— Pare já com isso, seu idiota! — sua voz saiu mais alta do que pretendia.
Do outro lado do ambiente, o capitão Apollo observava a cena em silêncio. Sua paciência já estava desgastada, e o deboche daqueles tolos apenas o irritava ainda mais. Sem dizer uma palavra, virou-se e saiu, seus passos ecoando pelo corredor frio. Não valia a pena perder tempo com gente tão infantil.
Xavier acompanhou sua silhueta com os olhos, um brilho curioso em seu olhar. Enquanto o capitão se afastava, ele já começava a arquitetar uma maneira de fazer Apollo pagar.
Ao entrar no quarto, ele fechou a porta atrás de si com um suspiro pesado. O ambiente estava mergulhado em sombras, iluminado apenas pela fraca luz do poste do lado de fora, que atravessava as frestas da cortina. O ambiente também estava carregado pelo cheiro discreto de madeira velha misturado ao leve perfume dos lençóis recém-trocados.
Sentou-se na beira da cama, esfregando o rosto com as mãos, tentando afastar o peso do dia. Mas era impossível. A cena do assassinato de Hazana voltava à sua mente como um filme repetitivo, cada detalhe mais perturbador que o anterior. Fechou os olhos e balançou um pouco a cabeça,mas em vez de descanso, só encontrou mais perguntas sem resposta.
Uma pontada surgiu em sua têmpora, e ele levou a mão, massageando-a em um gesto automático. Será que conseguiria dormir em paz pelo menos por uma noite? A dúvida ecoava em sua mente enquanto se deitava, encarando o teto, esperando que o cansaço finalmente o vencesse.
Continua...
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Atualizado até capítulo 26
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