MANUELA

No dia seguinte o Humberto amanheceu zerado, nem parecia que tinha bebido. Ele estava meio envergonhado pelo que aconteceu e também não se lembrava direito, e eu não quis tocar no assunto, o comportamento dele era o de menos perto do que eu tinha vivido e presenciado. Minha cabeça estava a mil!

Como sempre, tomamos nosso café-da-manhã juntos, calados, ele pegou a pasta dele e me deu um tchauzinho,

saiu para trabalhar.

Levantei da mesa e recolhi a louça, lavei tudo, já tinha colocado feijão de molho para o almoço, carne

descongelando.

Fui para o quarto trocar de roupa, Leandro não saía da minha cabeça, e eu já pensando em esquecê-lo enquanto ainda dava tempo, graças a Deus nada tinha rolado, decidi o excluir do Instagram e do WhatsApp, não ter nada dele mais, não ver nada, e pedir ao Humberto para que não ficasse me contando mais os casos daquele pervertido.

 Mas foi só enquanto peguei no aparelho vi uma mensagem do dito cujo, meu coração disparou na hora.

Que ódio daquele safado! Agora me chamava para almoçar com ele, terminar a nossa conversa!

Calma, Manuela...

Eu tinha duas opções: ou mandar uma mensagem de volta pedindo para que ele me esquecesse e o convencer de que eu estava bêbada e não me lembrava de nada do ocorrido, ou aceitar o almoço e continuar o jogo proibido, ver qual era a dele.

Adivinha o que eu escolhi?

Terminei de arrumar a casa num pulo, fui para a minha sessão de beleza.

Deixei que ele visse que eu li a mensagem, mas só quando passou bastante tempo foi que eu lhe respondi, dizendo que iria ao lugar combinado para o almoço. Ele visualizou no mesmo instante, e só escreveu um OK e mais nada, talvez estivesse ocupado.

Lavei o cabelo e como de costume fiz uma escova lisa, renovei minhas unhas vermelhas, mais um vestido novo iria

para jogo (eu quase não saía mesmo, ficava mofando no guarda-roupa), dessa vez um pouco mais curtinho, decotado, de verão, e sandália baixa de salto fino.

Eu não estava acostumada a me vestir desse jeito, me sentia quase nua, e os homens mexiam muito.

Nunca gostei de chamar a atenção, mas assim foi até minha chegada no restaurante.

De qualquer forma eu queria estar bonita, por mais que pusesse na cabeça que seria só uma conversa, e que eu não queria e nem teria nada com aquele homem.

Humberto uma vez falou que me levaria no lugar, mas não era para o nosso bolso, e eu já estava preparada para

pedir só uma água e o couvert.

Desci do Uber, sol a pino, avenida movimentada e barulho de pessoas passando no calçadão largo, dois casais dando os nomes para a “recepcionista”, fiquei apertada, como iria fazer?

- Me desculpe senhora\, seu nome por favor?

- É Manuela\, Manuela Diniz\, mas não fiz reserva.

- Tudo bem. Deixe-me ver aqui... Leandro Lopes e Manuela Diniz\, a senhora está acompanhada do senhor Leandro?

Meu rosto corou.

- Isso mesmo.

- Por favor\, pode vir comigo.

O danado já havia feito a reserva mais cedo, e até meu sobrenome de solteira ele havia descoberto, ou seja, já sabia qual seria a minha resposta ao telefone.

Gostoso... convencido...

 O restaurante era maravilhoso, deslumbrante, ali dentro o ar-condicionado, o silêncio quebrado por uma música

suave de fundo e a luz baixa me fizeram logo sentir que estávamos à noite num salão de festas.

Ainda faltavam alguns minutos para o meio-dia e eu imaginei que ele não havia chegado, mas estava redondamente enganada quando a mulher me levou para outra sala mais privativa e me apontou uma mesa bem discreta no canto. Sentado à vontade com a gravata afrouxada, o paletó do terno jogado numa cadeira e um copo de uísque pela metade, Leandro me deu um sorriso tão malicioso que me desestabilizou.

- Fique à vontade\, o garçom já virá receber os pedidos.

- Obrigada.

Respirei fundo e o encarei quando a mulher saiu e nos deixou sozinhos. Em vez de me dar um oi de onde ele estava, se levantou e veio na minha direção, passou o braço ao redor da minha cintura, se abaixou e beijou o canto da minha boca daquele jeito gostoso, esbarrando a língua. Uma onda de tesão me percorreu como um choque, latejando dentro da calcinha. Suspirei, tentando disfarçar o quanto estava excitada só de senti-lo perto, com aquela colônia deliciosa e o ar de executivo poderoso que ele tinha.

- É assim que você cumprimenta toda mulher quando a encontra? – Não aguentei e falei\, lembrei da Marina.

- Só as que eu desejo\, mas não posso beijar na boca.

- Safado...

Ele deu uma risadinha e correu para pegar minha bolsa e estender a cadeira para eu me sentar.

- Obrigada. – Respondi sem graça.

O garçom chegou logo e nos entregou os menus, perguntou o que eu iria tomar, e antes que eu respondesse Leandro segurou na minha mão e pediu uma taça de champanhe.

- Eu não quero\, Leandro. Vou tomar água. Vim sem dinheiro. – Senti meu rosto arder\, mas tive que falar.

Ele me ignorou.

- Só o champanhe por enquanto mesmo. Ah\, e dois couverts.

- Sim\, senhor.

Respirei fundo.

- Ei\, você é minha convidada Manu\, não precisava ter falado isso.

- Ah\, me desculpa Leandro\, mas é que eu não estou acostumada com isso. Tive que pegar dinheiro do Humberto escondido na gaveta dele.

Leandro gargalhou.

- Só você\, Manuela... gostou daqui?

- Adorei... lindo... mas vamos logo ao assunto\, estou ficando agoniada.

Ele virou o resto do uísque e bateu com o copo na mesa, seu semblante mudou por completo e ele se aproximou de mim.

- Você é quem tem que me falar\, Manu. Ontem saiu correndo que nem uma louca e me largou lá\, falando para as

paredes.

- Quer saber\, Leandro? Eu fiquei de cabeça quente\, mas olha\, eu já repensei tudo e...

O garçom surgiu com os couverts e a minha taça de champanhe. Cestas de pães variados e quentinhos, alguns tipos de manteigas, patês e terrines.

- Já decidiram o que vão querer?

- As duas especialidades da casa\, por favor.

- Sim\, senhor. Com licença.

Depois que ele saiu eu voltei a falar.

- Leandro\, vim mesmo em consideração a você que é tão bom para o Humberto\, ele ama este emprego e eu

não quero que ele seja prejudicado, por favor.

- De jeito nenhum\, Manu. Eu não faria isso.

- Eu só queria que ficasse tudo bem entre nós e que a gente apagasse o dia de ontem\, fingisse que não aconteceu.

- Mas eu não consigo fingir. Não tem como.

Ele aproximou do meu rosto, fez um carinho na minha mão, e foi como um toque de seda.

- Ai meu Deus... Leandro\, eu estou lhe pedindo desculpa\, quero esquecer tudo\, por favor\, vamos parar com isso.

- Então me fala. Me explica por que você falou ontem pra mim\, que queria sexo.

- Ai meu Deus...

- Manu. Ei\, somos adultos. Não tem ninguém brincando aqui\, e o que você falou foi sério\, para de fingir e de

negar.

- Droga...

- Eu só quero que você me explique\, só isso.

- Mas eu já lhe falei que já esqueci desse assunto\, que não vi nada\, que não vou falar nada pra ninguém...

- Só falou o que não me interessa. Ainda não me disse a verdade.

- Que verdade?

- Que você me quer.

Enrolei meu cabelo num coque e virei o resto do champanhe, mesmo com o ar-condicionado gelado eu estava pegando fogo. Ele chegou mais perto e me deu um beijo delicioso na nuca, no pescoço, subiu a boca para o meu rosto, me segurou pelo queixo e me deu um selinho demorado, safado.

Perguntou bem baixo, a voz grossa insuportável de tão sensual:

- Você me quer\, Manu? Está com vontade?

- Ai meu Deus... – Gemi\, balançando a cabeça em negação. Senti minha calcinha melada\, meu coração estava disparado.

Maldita hora em que inventei de encontrar com ele. Continuou a falar...

- Promete que vai ser uma vez só\, que não vai contar nada pro Humberto? – Sua mão envolveu meu rosto e me puxou\, sua boca encontrou a minha num beijo de língua delicioso que fez minhas pernas amolecerem\, eu gemi baixinho\, meus olhos se encheram de lágrimas de tanto tesão\, a boca dele era uma delícia\, o beijo mais gostoso que eu já tinha experimentado\, sua língua brincando com a minha\, mordia meu lábio\, sentia sua respiração quente\, tornava a invadir minha boca de novo\, com fome\, me sugando com vontade.

Se afastou de mim de repente sem tirar as mãos do meu rosto, sorriu com o canto da boca e me deu um abraço tão gostoso, aconchegante, seu corpo era quente e os músculos duros, seu cheiro me desnorteava. Colou a boca no meu ouvido, começou a murmurar:

- Quero saber sua resposta\, Manu... Vamos fazer um trato? Eu vou te comer bem gostoso.. do jeito que eu acho que você merece... quero fazer você gozar\, gozar no meu pau\, na minha boca... mas vamos manter isso só para a gente\, e vai ser só essa vez\, só pra matar essa fome que a gente está um do outro\, que não está dando mais para segurar\, para disfarçar... depois vamos seguir nossa vida... o que acha?

Mantive meus olhos fechados, meu clitóris pulsava e eu tentava me acalmar, respirando devagar, um maldito sorriso ameaçando escapar da minha boca.

- Leandro... não podemos fazer isso... tem certeza\, Leandro? Ai\, Deus...

Ele mordeu o lóbulo da minha orelha, apertou minha coxa perto da virilha, ficou massageando.

- Absoluta. Você me deixa louco\, Manuela. Não consigo tirar você da cabeça. Depois de ontem então\, eu tive a

certeza de que eu quero esquecer todas as regras que possam existir. Eu quero você, de qualquer maneira.

Puta que pariu.

Antes que eu pudesse responder, nosso almoço chegou. Pedi uma água para o garçom enquanto o Leandro cortava um pedaço do camarão e juntava com o macarrão ao molho branco, trazendo na minha boca para que eu experimentasse.

- Hummm.... maravilhoso... – Tapei a boca para dizer. Estava divino.

- Bom\, né?

- Obrigada pelo convite. – Dei uma risadinha boba.

- Foi um prazer te ver\, Manu. Linda... vamos almoçar primeiro antes de você me responder\, se não é capaz de termos uma indigestão\, né?

Nós dois começamos a rir e eu concordei com a cabeça, sentindo o rosto arder, me sentindo a mulher mais

pecadora do Universo.

 Depois da nossa refeição, Leandro pediu uma sobremesa. Falou que escolheria uma especial em minha homenagem. O garçom trouxe um Tiramisú, e o Leandro falou que era o único doce que ele não resistia, que melhor que aquele era só o da sua mãe.

- Manu... – Ele aproximou\, quase me beijando na boca.

- Hum? – Perguntei\, inocente.

- Estou com tanta vontade de chupar sua buceta....

- Leandro... – Olhei para ele sem acreditar no que estava ouvindo. Não havia ninguém na saleta\, parece que ele

tinha reservado todas as mesas para ficar sozinho comigo.

Meu corpo já estava em sofrimento, pedindo por alívio, querendo senti-lo dentro de mim. Mais, muito mais que

antes. Eu tentei negar, tentei fugir, mas estava obcecada por ele.

- Vou cair de boca... – Continuou a falar\, enquanto lambia a colher\, seu olhar pesava sobre mim\, guloso. - Vou lamber seu grelinho\, deixar inchadinho\, vermelhinho de tanto tesão\, vai gozar na minha boca\, não vou deixar escapar uma gota do seu melzinho\, vou sugar tudo...

Suspirei, friccionando uma coxa contra a outra.

- Você nem sabe a minha resposta... – Minha voz quase não saiu. Fingi que aquilo não tinha me afetado em nada\, mas eu estava fraca\, zonza de tanto desejo. Lembrei de como a Marina gemia enlouquecida por ele\, de como ele fazia gostoso.

Ele não comentou mais nada diante do que eu disse. Comemos a sobremesa em silêncio, mas o ar estava pesado, tesão irradiava pelos nossos poros, e a minha vontade era acabar logo com isso, sair dali e entrar no carro dele, ir direto para um motel, mas ele ainda tinha que voltar para o trabalho e eu não podia deixar vestígio para o Humberto, eu nem havia avisado que sairia de casa para o almoço, e muito menos quem seria a minha companhia.

Leandro pediu a conta e um espresso. Assim que tomou, me avisou que o motorista dele ia me levar em casa, que eu não precisava me preocupar, ele já estava até estacionado me esperando.

- Manu\, tenho uma reunião importante agora\, se não ficaria mais com você\, nem que fosse só pra ficar beijando

essa boca gostosa.

Já na calçada, ele vestiu o paletó e colocou os óculos-escuros, e por Deus, não tinha uma mulher que passava e não olhava para ele.

- Obrigada. Obrigada pelo almoço.

- E então? Hoje à noite te mando mensagem combinando o nosso encontro. – Me deu um beijo no rosto\, apontando para o carro preto luxuosíssimo reluzindo no estacionamento aberto.

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