Meu Deus, que desconforto!
A festa já estava rolando na área da piscina, numa decoração fantástica e colorida de encher os olhos. Mas independentemente disto, eu nunca havia visto um ambiente tão bem projetado como aquele. Churrasqueira coberta, espaço verde, e um muro baixinho, de onde caíamos direto na areia branquinha de uma praia exclusiva, a vista para o mar era deslumbrante!
Humberto logo avistou um homem sentado a uma mesa quase à beira da piscina, estava com uma mulher que parecia esposa dele, e me falou que era o Cláudio.
- Vamos até lá! – Me puxou.
Eu olhava para todos os lados, sentia meu coração bater forte, minhas faces estavam quentes. Mulheres circulavam em biquínis minúsculos, algumas tomavam sol nas espreguiçadeiras banhadas pela parte rasa da piscina, o som animava um grupo que dançava com taças coloridas agitando o ar. Fiquei à procura dele, mas nem sinal.
Bem discretamente num canto, achei curioso... havia uma mesa com um casal de idosos e dois homens lindos servidos por um garçom, todos muito bem-vestidos. No mesmo momento eu reconheci: aquela era a família dele. O seu Instagram era recheado de fotos, e não restava a menor dúvida de que eram muito unidos.
Segurei firme na mão do Humberto quando chegamos à mesa do seu amigo e ele me apresentou.
- Fala Cláudio\, beleza\, cara?
O colega do Beto usava uma camisa de botões florida e saboreava um drinque gelado com canudinho de sombrinha.
- Humberto\, bom te ver! Achei que nem iam vir mais!
- Ah\, sabe como é mulher né? Duas horas para se vestir. Essa é a Manuela\, minha esposa.
Eu levei a mão para cumprimentá-lo e ele nos apresentou a Marina, mulher dele. Ela fora bem mais corajosa do que eu - usava um sutiã de biquíni fluorescente e uma minissaia jeans, os cabelos caídos sobre os ombros pareciam de comercial de xampu.
- Prazer.
- Senta aí. – Cláudio arrastou duas cadeiras para perto da mesa.
Eu sentei ao lado da Marina e os maridos já começaram a conversar. Ela parecia tão tímida quanto eu e nós duas
ficamos caladas. Eu observava o assunto deles e tentava me ambientar, enquanto a Marina olhava para os lados observando a circulação das pessoas na festa.
- Não animou a nadar? – Ela me perguntou\, olhando para o meu vestido. Eu era das poucas que usava roupa ali. Talvez só eu e a mãe do aniversariante estivéssemos vestidas.
- Ah\, não... estou bem assim... estou naqueles dias\, sabe... – Inventei.
- Eu já fui\, mas não mergulhei\, só refresquei o corpo um pouquinho...
- Cara\, cadê o Leandro?
Voltamos nossos olhares para a conversa dos maridos.
- Ah\, ele estava aqui agorinha Beto\, está passando de mesa em mesa conversando.
- Ele gosta de uma farra né?
- Ah\, ele é demais... acho que o
Leandro é a pessoa mais feliz que eu conheço, sério cara. Nunca vi aquele homem de cara amarrada!
Os dois começaram a rir e eu e a Marina também. Meu coração deu um aperto gostoso. Eu estava ansiosa para ver aquele homem de novo.
Quando o DJ começou a tocar uma música eletrônica famosinha a turma começou a gritar e levantar os copos. Eu aproveitei que um garçom passava na hora e peguei um drinque que estava sendo servido. Tomei um gole torcendo para que a bebida me relaxasse quando eu o visse.
A pista de dança estava montada numa tenda aberta, a decoração colorida e jovial, e eu que não conhecia o Leandro direito já sabia que aquilo tudo tinha a cara dele, eu sentia o toque dele em cada detalhe. Ele era um cara alto-astral, amante da natureza e de um estilo de vida saudável, do tipo que acorda de manhãzinha para ver o nascer do sol, sentado na beira da praia com uma xícara de café. Beto contava que o Leandro amava sair com seus “doguinhos” para dar um passeio, depois treinava pesado, e em seguida vestia o terno e saía para comandar uma das maiores construtoras da América Latina.
Assim que passou um garçom eu peguei outro drinque; meu pensamento divagava para longe enquanto ouvia as vozes do Humberto e do Cláudio ao fundo, fazendo fofoca sobre os colegas de trabalho.
Abri minha bolsa e peguei o celular para ver se tinha algo de mais interessante do que ver mulheres rebolando de fio-dental na piscina quando escutei o Humberto falando.
- Aaahhh... Finalmente! Olha o aniversariante aqui\, Manu!
Meu coração gelou e coloquei o celular de volta na bolsa. Devagar, suspendi os olhos e virei de costas - o Humberto o cumprimentava com um abraço, a cabeça deitada no ombro dele.
Meu Deus. O homem estava um absurdo de lindo. A bermuda clara e os pés descalços realçavam ainda mais o frescor que ele tinha, e a camisa aberta mostrando seu tronco largo e o abdômen liso atraíam meus olhares como um ímã, fazendo meu coração bater mais forte. As mangas ficaram justas e cobriam uma parte das tatuagens dos bíceps, atiçando minha curiosidade.
Ele era um convite para o pecado.
Fiz menção em levantar para dar um abraço, mas logo fiquei paralisada. Atrás dele chegou uma loira de cabelo até a cintura, que eu reconheci na hora que era a secretária dele. Estava de topless, e uma saída de praia comprida amarrada na cintura fininha, uma pedra de swarovski brilhando acima do umbigo, e mais nada.
Prendi minha respiração ao ver a cena, ela segurando no ombro dele e o chamando, gemendo feito gata no cio. O
Humberto e o Cláudio pareciam que iam babar, que os queixos cairiam a qualquer momento, as bocas abertas, os olhos vidrados nos seios redondos da mulher.
Meus lábios travaram para não soltar um palavrão quando o Leandro a puxou para perto e escorreu seus dedos grandes pelo cabelo platinado, plantando um beijo no rosto dela.
- Eu já vou dançar com você meu bem\, só um minuto.
- Ah Lê\, vamos\, por favor... – Ela gemia como uma mimada\, sem olhar para o resto da mesa. Só enxergava seu chefe.
Ele mirou nos seios e cochichou para que ela se vestisse, mas ela só sorriu para ele e o puxou pela camisa, o que aumentou a minha ira. Era certeza que estavam transando.
Meu estado de paralisia era tal que o som da batida eletrônica ficou longe, abafado. Parecíamos uma pintura de um quadro, éramos meros personagens decorativos, parados feito estátua. Cada um mergulhado em seus próprios pensamentos e observações a respeito dela, dos dois. Ninguém na mesa teve coragem de falar nada, todo mundo abismado com a cena.
- Vocês me dão um minuto? Senhoritas?
Eu não acreditei. Ele não me cumprimentou, só acenou de longe. A mulher o puxou com tal força que eu tenho certeza, ele só cedeu para evitar um escândalo ainda maior.
Me senti uma tola, ele mal me notou. Quem era eu perto daquela Barbie escultural, e ainda totalmente disponível para ele?
- Ah\, Leandro\, espera! Onde fica o banheiro? – Marina se levantou e elevou a voz\, sua irritação era nítida\, seus olhos faiscavam enquanto via a secretária o puxar para longe.
- Do lado da churrasqueira tem um\, mas se estiver cheio pode usar o lá de dentro da casa\, fica perto da cozinha.
- Tá bom. Com licença\, pessoal.
Marina saiu pisando duro e nos deixou na mesa, Leandro desapareceu na pista de dança e eu achei que a melhor
saída para aquela festa que já estava fodida era pedir mais uma bebida a um garçom providencial.
Quando enfim tomei o primeiro gole e me virei para os dois que estavam sem reação, o Cláudio resolveu retomar a normalidade.
- Que coisa hein\, cara... – Ele suspirou\, mas não conseguiu se segurar\, e ele e o Humberto caíram na risada.
Que todos os homens do planeta Terra se fodessem!
- Eu também vou ao banheiro\, com licença.
Virei o drinque de uma vez e levantei, meio zonza. Percebi que estava atrapalhando a conversa dos dois babacas, loucos para comentar sobre a cena improvável que acabara de acontecer. E uma mansão linda daquela, cheia de área verde, era um desperdício não explorar. Era provável que eu não ia voltar ali nunca mais, então valia a pena conhecer.
Devagar, caminhei até a área da piscina. Mulheres e homens dançando, um clima de azaração como eu nunca tinha visto, todo mundo já alto, animado.
Meus olhos não paravam de buscar pelo Leandro, e meu coração já se preparava para vê-lo atracado em algum canto com alguma modelo de biquíni minúsculo. Numa dessas olhadas acabei achando foi a secretária conversando com um rapaz. Ela havia vestido um cropped, e os dois bebiam e riam. Respirei aliviada porque ao que tudo indicava, o chefe do meu marido não era o seu alvo exclusivo naquela comemoração.
Olhei para o rumo da mesa onde os pais dele estavam mais cedo, pareciam ter ido embora, o sol começava a se pôr e a brisa leve do mar estava mais acentuada.
Rodei tudo à procura dele, mas não o vi. Estava apertada e resolvi ir até o banheiro, a fila estava grande, então
decidi não ficar e procurar o outro banheiro dentro da mansão como ele havia dito.
- Com licença. – Abri a porta da casa falando para as paredes\, a sala de estar gigante estava completamente vazia e deu um eco\, meus olhos desceram para o piso todo de porcelanato branquinho\, combinavam com os móveis claros. Mesmo apertada\, não pude deixar de reparar que a casa dele era um espetáculo.
Caminhei direto para os fundos sem ver banheiro algum, até que varei na entrada da cozinha. Mas antes que eu
pudesse entrar nela, parei no mesmo minuto. Escutei um casal conversando, e a voz era dele.
- Você por acaso está me perseguindo? Está atrás de que\, hein?
Ele ralhou com a mulher, e sua voz alta ficou mais grossa. Poderia ser um xingamento, mas não era. A sensação que tive era de que ele estava desafiando-a a dizer. Parecia que queria escutá-la.
- Quero dar o seu presente de aniversário...
- Safada... Não contentou só com o beijo\, não é? Quer mais...
- Não mesmo... você me deixou foi com gosto de quero mais... vontade de te conhecer todinho Leandro\, conhecer uma parte de você que já ouvi falar que é uma delícia...
- É mesmo? – Perguntou de um jeito sacana\, a voz baixou\, rouca. – Quer conhecer? Só não vale apaixonar\, hein...
você é casada...
Os dois começaram a rir, e eu fiquei de orelha em pé. Ele era um safado mesmo.
- Ouvi dizer só coisas gostosas de você... sua secretária assanhada me contou aquele dia que busquei o Cláudio
pra almoçar... vocês transam pra caramba, né?
Ahn? Cláudio? Eu conhecia essa voz!
Jesus amado, era a Marina.
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Atualizado até capítulo 24
Comments
ealeleti_1507
MANO EU NAO TAVA ESPERANDO POR ISSO😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱
2023-10-09
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