A minha vontade no bar era de dizer que o Humberto devia ter trazido a esposinha deliciosa dele.
O feitiço daquela mulher ainda não tinha saído do meu corpo, e eu ia acabar beirando o ridículo, sem conseguir me
conter e voltar no assunto.
Foi difícil me concentrar na porrada de coisa que eu tinha para fazer o resto da tarde na empresa. Aos quarenta e cinco do segundo tempo eu dei a palavra final na reunião do Conselho para a aprovação de um projeto grande que envolvia muita grana, era de risco, mas esse era o Leandro Lopes, um cara jovem com ideias ousadas que deixavam aqueles dinossauros amigos de papai de cabelo em pé.
Desabotoei duas casas da camisa social e terminei a segunda caneca do chopp estupidamente gelado à minha frente, do jeito que eu gostava.
Pedi mais uma rodada na mesa; estávamos eu, o Humberto e o Cláudio - meu melhor corretor, e o Maurinho, diretor financeiro.
Eu brincava que agora tinha fechado, de trio passamos para o quarteto fantástico com a chegada do Humberto, ele já era dos meus mais próximos no meio dos milhares de funcionários, e naquele lugar cada deles tinha sua importância, cada um contribuía, fazendo a empresa do meu pai crescer de forma fenomenal ano após ano.
De nós quatro, os três eram casados, na faixa dos quarenta, eu era o mais novo e único solteiro, e aprendia muito
com eles. Fora da empresa era amizade, ríamos, zoávamos, falávamos sacanagem. Assunto de trabalho era proibido!
Tanto que depois da terceira caneca eu não me segurei e acabei comentando com o Humberto - minha falta de noção estava nas alturas.
O tesão fazia isso comigo.
- Ainda dá tempo de ligar pra Manu Beto\, por que não a chama para curtir com a gente\, tomar uma cervejinha... ela
bebe?
- Hã... Manu? Bebe\, e ainda faz bobagem!
Eu não aguentei o comentário e acabei rindo. Ele estava mais tonto do que eu.
- Sacanagem\, Humberto...
- Deixa ela lá Leandro\, é bom que faxina a casa e não dá despesa.
Meu sangue ferveu.
- Porra... Ei\, a mulher não é sua empregada não! Sacanagem\, cara.
- Enquanto ela não arruma emprego é isso aí\, tem que ajudar de algum jeito né\, cara?
- Escuta\, a Manu está precisando de emprego? Você não me falou nada...
- Está sim. Louca para trabalhar. Mas currículo ruim igual o dela\, difícil achar alguma coisa.
Olhei para os outros dois, estavam se segurando para não rir.
- Uhum.
Respirei fundo. De repente aquele assunto começou a me irritar. Venerava a mulher, mas quando se tratava da
independência dela, ele zoava.
Não consegui esconder minha cara de merda. Humberto me deu um cutucão.
- Ei\, chefe\, que papo aranhoso. Não vamos falar da Manu nada\, deixa ela quietinha lá debaixo das cobertas vendo a novela. Olha o tanto de gostosa em volta...
- Bom proveito\, Humberto. – Dei um tapa forte nas costas dele\, que começou a rir sem parar\, mas acho que foi de
nervoso, porque deve ter doído.
Tomei o resto do chopp e me levantei, de saco cheio. Peguei o celular e já ia para o banheiro fazer uma besteira, ia ligar de vídeo para ela pelo Instagram, vontade de conversar qualquer coisa, estava louco para ouvir aquela voz de novo, meu tesão acumulado.
Como que para me prevenir da cagada, o destino fez um garçom colocar a mão no meu ombro e me entregar um
papel. O assunto na mesa parou na mesma hora, até o Cláudio e o Maurinho calaram a boca para ver.
- Pediram para eu entregar para o engravatado bombado de tatuagem.
- O que é isso? – Virei para ele e perguntei\, surpreso.
- É da morena ali\, patrão.
Virei de costas para ver quem era. A poucas mesas da nossa, três gostosas sentadas. Passei o olho no bilhete, meu pau inchou na hora. O recado era descarado, ela queria ver onde terminavam minhas tatoos, me avisando que, se tivesse que abrir minha calça, ia chupar a cabecinha até deixar roxa.
A morena se levantou já sorrindo para mim, vestido curtinho, cabelo batendo na cintura, seios marcados.
Virei-me furioso, amassei o bilhete na mão e fui ao encontro dela. A gente foi chegando perto um do outro como se
já se conhecesse, como um casal morto de saudade. Ela veio me abraçando e eu busquei sua boca com uma fome absurda, meti a língua, chupando, comendo. Puxei seu cabelo e levantei seu queixo para que me encarasse, uma mão envolta na sua cintura, descendo para a bunda e apertando com vontade, massageando. Meu pau
latejou e esfreguei nela.
Boca gostosa, beijo gostoso, safada.
- O que é que você está querendo hein\, morena? – Rosnei na boca dela.
- Me dá seu telefone? – Pediu toda manhosa\, igual gata no cio.
Fui até uma mesa do lado e peguei uma caneta, cuspi a tampa, ela baixou as alças do vestido e mostrou o decote,
os seios quase à mostra.
- Pode anotar aqui. – Arrebitou as bolas deliciosas e eu escrevi meu telefone bem perto de uma aréola.
- Gostosa... – Apertei sua bunda e ela soltou um gritinho\, sorriu para mim.
- Eu te ligo\, delícia... – Alisou minha barba\, descendo as unhas pelo meu pescoço.
- A hora que der tesão\, me chama... – Pisquei para ela e me virei.
Quando voltei para a mesa, estava todo mundo me olhando com cara de bobo, Humberto faltava babar.
E eu, lógico, não ia perder a piada.
- Aprenderam?
- Tomar no cu\, Leandro! – Maurinho ralhou comigo e até o garçom começou a rir quando os três levantaram as canecas e fizeram um brinde.
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Atualizado até capítulo 24
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