A semana passou voando, mas para mim, foi a mesmice de sempre.
Humberto ficava cada vez mais empolgado com o seu trabalho, me contando sobre os novos clientes, os
empreendimentos milionários, os lugares bacanas que almoçava para fechar negócio junto com o Leandro.
Leandro. Essa era a parte que eu não queria, mas que me interessava saber. Cada vez mais.
Ele não havia postado nada no Instagram, que eu como uma idiota insistia em vigiar, apesar de o meu bom senso
me dizer que era para eu esquecer esse homem.
Só havia desvantagens nessa fantasia descabida: eu era uma mulher casada, ele era o chefe do meu marido, vivia num mundo completamente diferente e distante do meu, da minha realidade, e fato, nem que eu estivesse solteira, a fila do fã-clube dele já acampava na porta do estádio e devia ser quilométrica.
Não. Essa situação ridícula tinha que acabar. Eu tinha que concentrar no meu casamento com o Beto, tentar
melhorar, afinal de contas ele até que era bom para mim, e era o meu desejo que, num futuro próximo, fosse também o pai dos meus filhos.
Então, num final de semana desses, eu tive uma ideia para sair do marasmo que andava o meu casamento.
Para mim, seria muito interessante se a iniciativa partisse dele, mas como eu conhecia o Beto, sei que se eu não tomasse uma atitude, o nosso dia ia passar batido.
Seria o nosso aniversário de casamento, e eu o convidei para jantar fora, celebrar mais um ano de união, um
lugarzinho gostoso, aconchegante, e que desse para namorar.
O restaurante italiano era super bem avaliado...
Pedimos uma entradinha, tomamos um vinho muito gostoso, um prato com camarão que eu adorava, e dividimos uma sobremesa com chocolate. Com tanto tempo de convivência, Humberto sabia tudo o que eu gostava.
Papo vai, papo vem, jogamos conversa fora, mas para a minha aflição o assunto desviou totalmente de nós
dois, e ele voltou a contar casos do trabalho. Desta vez, o sorriso brotava dos seus lábios porque tinha ganhado elogios do Leandro depois que fechou negócio com um grupo de empresários para a construção de um prédio na avenida mais cara de São Paulo.
E assim começou tudo de novo, e meu estômago deu um nó quando ele disse que o Leandro de tão atencioso, perguntava sempre por mim, sugerindo que fôssemos num jantar oferecido por ele.
Na hora eu não soube o que dizer, minhas mãos tremiam ao segurar a taça, e saiu a primeira desculpa esfarrapada
que me veio à cabeça.
- Mas Beto\, não acha muito cedo? Não completou nem dois meses...
- Não começa com suas cismas\, Manu. O Leandro adorou te conhecer. Desde aquele dia\, ele rasga elogios para mim sempre que tem uma oportunidade. Ele não te esquece\, é incrível.
Ai, Deus. Meu coração parecia que ia saltar pela boca. Meu corpo estremeceu todo e senti um latejar gostoso dentro da calcinha. Ele não me esquecia...
Mas por quê?
Será que era fantasia da minha cabeça pensar que aquele homem estava interessado em mim?
Óbvio, Manuela.
Ele só queria ser cordial, conversar amenidades com o meu marido para descontrair do ambiente muitas vezes
estressante.
- Beto\, vamos pedir a conta?
- O que foi Manu? Mudou de repente\, ficou séria...
- Não é isso. Eu só quero ir embora porque...
Ele me olhou com um semblante fechado.
Cheguei minha cadeira perto, mordisquei sua orelha fria, o cheiro da colônia que eu havia dado de presente me encheu de tesão. Cochichei.
- Eu quero você...
Ele sorriu, fazendo um carinho na minha mão.
- Nós já vamos.
Assim que entramos no táxi o motorista olhou para trás, e senti seu olhar descer para o meio das minhas
coxas abertas e desajeitadas. Humberto pigarreou e tentei abaixar a minissaia, me acomodando ao lado da janela.
O sujeito finalmente se tocou.
- Pode seguir o waze\, patrão?
- Fica à vontade\, colega. – Humberto riu e me deu um beijo no rosto.
Minha cabeça girava, e assim que o carro arrancou entrelacei meus dedos aos do meu marido, suspirei e olhei para fora da janela fechada. Os vidros eram escuros fazendo com que a madrugada fosse ainda mais negra.
Naquele momento eu comecei a viajar... não conseguia parar de imaginar o Leandro. Com um círculo social tão grande, uma vida que eu supunha ser de badalação, mulheres aos montes, ficar elogiando uma mulher casada, que ele mal conhecia. Só podia ser por educação mesmo.
Eu comecei a rir, envaidecida, de toda forma. Mesmo que o motivo fosse esse, era bom fantasiar. Ele mexia muito com a minha imaginação. E eu não tinha dúvidas de que a uma hora dessas, ele devia estar na cama com alguma beldade, fazendo-a gemer de tanto levar estocada.
Para a minha frustração Humberto me trouxe de volta ao planeta Terra.
Ele conhecia cada traço meu, cada expressão, e nesse momento viu que eu sorria mordendo o lábio inferior.
- Que cara é essa\, Manuela? – Mesmo depois de três taças de vinho\, ele sabia que essa era a minha cara de tesão.
Cheguei perto do seu ouvido e falei baixinho.
- Estou pensando em sacanagem... – meus olhos brilharam de encontro aos dele.
- Hum\, e que sacanagem seria essa? – Perguntou\, meio incrédulo\, parecendo não ter sido afetado pela minha fala.
- Beto... você tem alguma fantasia? – Cochichei\, alisando sua coxa bem perto da virilha.
- Fantasia... tenho... tenho sim.
- Me fala qual é\, então...
Ele virou o rosto para a rua ao me responder. Meu marido era travado. E era engraçado que, mesmo depois de tanto tempo, ele ainda tinha pudor de muita coisa comigo. Principalmente se o assunto era sexo.
- Tenho medo de você não gostar...
- Não tem nada a ver isso. Você sabe que pode falar tudo comigo\, Beto...
Ele se virou para mim novamente.
- Será que posso mesmo\, Manuela? Ciumenta do jeito que você é?
Eu ri. Era verdade, mas eu estava disposta a ouvir, porque o que eu tinha para dizer era pesado.
- Vai. Diga logo... - Olhei para o retrovisor e vi que o motorista nos observava. Lógico que estava ouvindo\, e
muito interessado.
- Não.
- OK\, Beto. Então é a minha vez. Bom\, a minha fantasia é transar com dois homens.
Ele soltou a mão da minha e olhou para o retrovisor central, preocupado com o motorista. Seu semblante se
transformou.
- Como assim\, Manuela?
- Dois homens. Ao mesmo tempo. Eu\, você\, e outro. Nós três na cama.
- Porra...
- O que foi?
- Nada. Em casa nós conversaremos sobre isso.
- Beto...
- Chega. Em casa a gente fala desse assunto\, Manuela. Aqui não.
- Mas...
- Puta que pariu. Não vê que ele está ouvindo tudo?
- Ai Deus... Ficou chateado\, Beto?
- Não.
Sua expressão era dura. Peguei sua mão novamente e a beijei antes de entrelaçar nossos dedos. Ele estava bravo, mas tinha uma coisa que ele não conseguia disfarçar nem que quisesse: estava com um volume enorme dentro da calça.
Beto tentou tampar para que eu não visse. Mas a camisa de botão para dentro da calça social clara e fina o
denunciaram.
Naquele momento, eu tinha duas opções: dar corda e continuar o assunto até ver onde aquilo daria. Ou encerrar
e permanecer em silêncio, fingir que não tinha visto sua ereção que gritava por alívio.
Preferi a segunda alternativa. Eu ainda teria muitas oportunidades para conversar sobre isso, e tenho certeza de
que quando estivéssemos a sós e depois de uns bons beijos de língua, ele falaria comigo.
Chegamos em casa e eu decidi que não tocaria mais neste assunto.
Humberto calou-se de repente. Vestiu seu pijama, escovou os dentes e aos bocejos foi para a cama com o celular na mão. Eu fiz o mesmo, mas quando desbloqueei o aparelho, meu coração disparou.
Havia uma notificação nova. Dele. Do homem que não saía da minha cabeça por mais que eu tentasse.
Fiz cara de espanto e levei uma mão ao peito justamente no momento em que Humberto me olhava.
- O que foi\, Manu? O que você viu aí?
- Ah..
Afobada, abri a mensagem para ler o que estava escrito. Depois de me saudar com um “Oi, Manu”, havia um convite virtual de aniversário.
Oh Deus, era o aniversário dele.
- Nossa\, pensei que fosse algo sério\, mas você acredita que é um convite do Leandro?
- Meu Deus\, você fez uma cara...
- É que vindo do seu chefe\, pensei que fosse algo... ainda mais num sábado à noite.
Humberto começou a rir da desculpa idiota.
- E você acha que se fosse algo sério ele mandaria uma mensagem logo pra você?!
Eu ri também, meu coração estava aos pulos.
- Tem razão. Acho que bebi demais...
- É o convite de aniversário dele?
- É. Está escrito “Pool Party em Ibiza”. Não faço ideia do que seja isso.
Humberto riu.
- Ele comentou conosco um dia no bar de um restaurante foda em que fomos. A festa vai ser na área externa da
mansão dele. Piscina, DJ e tudo mais. Vai ser top, Manu.
Eu estava paralisada, ainda olhando o convite colorido com uma observação ao final em letras miúdas, para que
levássemos trajes de banho. Um arrepio gelado percorreu minha espinha. Tentei disfarçar.
- Que honra\, ele me mandou pessoalmente.
- Eu lhe falo... cara gente fina igual a esse não tem. Ele é a própria educação em pessoa.
- Você já sabia da festa?
- Já sabia sim. Eu esqueci de comentar com você. Então\, prepara o biquíni\, sábado que vem estaremos lá.
Meu estômago se contorceu.
- Combinado.
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Atualizado até capítulo 24
Comments
Rita Benedicto
Esse Humberto gosta do chefe também heinkkkkk .Vai ser um rival da esposa dele kkkkkk
2023-12-05
2
Elaine Morari
e nessa festa,que fogo aí pegar
2023-10-31
3
ealeleti_1507
mano socorroooooo😲,tá MT bommm😍
2023-10-09
3