Capítulo 18

Me despeço da minha mãe, que me dá sua benção e me pede para ter juízo, como se eu fosse uma garotinha de 5 anos de idade, prestes a entrar na toca do lobo!

Sorrio com esse pensamento. Pego as chaves do carro, desço até a garagem, jogo minha mochila no banco do carona e sigo em direção à casa da família Blake.

Quase trinta minutos depois, estaciono o meu carro em frente a uma grande casa... uma mansão, para falar a verdade.

Quando parei na portaria do condomínio, o porteiro pediu meu documento de identificação e logo me liberou, com certeza Davi deixou avisado que eu viria.

Saio do carro e olho para a casa grande, com altas colunas na imensa varanda. Um pequeno jardim muito bem cuidado na frente, com pequenos arbustos e dois canteiros com gerberas e crisântemos, que imediatamente chamam a minha atenção por sua variedade de cores.

Meu sangue mexicano não nega realmente suas origens. Amo cores vivas!

Caminho lentamente até a entrada da imponente casa, e vou subindo os degraus de mármore branco, até chegar em frente à uma enorme porta de madeira, com detalhes aparentemente talhados à mão... amo trabalhos manuais em madeira.

Como já é tarde, resolvo ligar para o Davi, ao invés de tocar a campainha e correr o risco de acordar os pais dele.

Mas assim que pego o telefone, sou surpreendida pela grande porta sendo aberta, e um homem alto, forte e com a voz rouca e grossa, me olhando atentamente.

- Boa noite, Diana!

Sorrio de lado, e não vou negar que dei uma conferida discreta no corpão do gato.

- Boa noite, Sr. Blake! Melhor fechar esse casaco, antes que pegue um resfriado. - encaro os olhos intensos.

Ele sorri de lado e se afasta, me dando passagem para entrar.

Quando passo por ele, sinto o perfume amadeirado e cítrico ao mesmo tempo, o que me faz aspirar o ar com uma certa intensidade maior que a necessária... O cheiro dele é bom.

Ouço o barulho da porta sendo fechada, e logo sinto sua presença ao meu lado, enquanto ele também puxa o ar com mais força, parecendo querer sentir meu perfume e guardá-lo em seus pulmões.

- Onde está o Daniel? - questiono, para quebrar esse clima de tensão e sedução que parece palpável entre nós.

- Nosso filho está no meu quarto, no berço. Vi pela janela quando você chegou, e imaginei que não tocaria a campainha por conta do horário, então vim te receber.

- Obrigada pelo cuidado. Podemos subir? Estou ansiosa para vê-lo. - sorrio, pois estou morrendo de saudades do meu bebê.

É incrível como só o conheço a poucas horas e meu coração já transborda de amor por ele. Deve ser essa ligação de mãe e filho que parece realmente forte.

- Vamos! - ouço a voz do Davi, que pega a minha mochila, todo cavalheiro. - Tão leve... trouxe tão pouca coisa assim? - franze a testa.

- Não preciso de tantas coisas para passar uma única noite, Davi. Então, o que tenho na mochila, é mais que suficiente.

Ele assente levemente, pressionando os lábios um no outro, formando uma linha fina, enquanto me olha de cima a baixo... O que tem de errado comigo? Será que estou feia ou mal arrumada?

- Você está linda!

Ok, por essa eu não esperava, então apenas sorrio e meneio a cabeça, em negação.

- O que foi? Eu disse algo errado?

- Não, e obrigada pelo elogio. Mas vamos concordar que um homem como você deve estar acostumado a ver mulheres muito mais bem vestidas do que eu, em uma calça jeans, camiseta e tênis, não é mesmo?!

Ele me encara, estreitando os olhos...

- Mas nenhuma delas ficaria tão linda numa roupa tão casual, isso eu garanto.

Sorrio discretamente, mordendo meu lábio inferior.

- Ok, senhor galanteador, vamos subir logo. Precisamos ver nosso filho, afinal eu vim por isso, esqueceu?

- Poxa, só veio pelo nosso filho? Essa doeu! - faz cara de triste.

- Anda, seu manhoso! - saio empurrando ele escada acima, ambos rindo do drama desse homem.

Assim que chegamos na porta de um quarto grande e decorado com tons de cinza, preto e branco, vejo meu pequeno todo entretido assistindo a um desenho na televisão.

- Cadê o nenê da mamãe?! - digo, e assim que me vê, meu pequeno já abre um sorriso lindo, e levanta no berço, esticando os bracinhos.

- Mama... - diz, todo sorridente e dando gritinhos.

- Oi meu amor, que saudades! - olho para o Davi, que sorri com a cena. - Posso? - pergunto.

- Claro que pode, é nosso filho, lembra?!

Sorrio e pego meu pequeno Daniel, que envolve os bracinhos no meu pescoço, e esse com certeza é um dos melhores abraços do mundo!

Cheiro seu pescocinho, encho ele de beijinhos e carinho, apertando ele nos meus braços, enquanto meus olhos ficam cheios de lágrimas, por poder tê-lo assim, bem juntinho de mim.

- Meu bebê... A mamãe te ama tanto, tanto...

- Papa... Mama...

- É filhão, o papai está vendo. - Davi se aproxima e acaricia os cabelos do nosso pequeno, e logo seu olhar encontra o meu. - Obrigada por vir, ele realmente estava sentindo sua falta.

- Eu que agradeço por me permitir fazer parte da vida dele, me aproximar. Significa muito para mim, de verdade. - suspiro, emocionada. - E você, meu pinguinho, não dormiu ainda esperando a mamãe, foi? - beijo meu bebê. - A mamãe vai trocar sua fralda e te pôr na cama, porque já está tarde, ouviu rapazinho?! - ergo ele e beijo sua barriguinha, e ele dá uma risada gostosa... que bebê mais lindo!

- Ele está muito feliz com a mamãe aqui, né campeão?! - sinto o Davi se aproximar ainda mais, encostando o peitoral nas minhas costas, e passando a mão levemente na minha cintura, me deixando tensa e me fazendo arrepiar com essa aproximação... droga, esse corpo traidor!

Ouço a risada baixa do Davi, e logo ele encosta o queixo no topo da minha cabeça, e com a mão livre acaricia os cabelos do nosso filho, que agora está aninhado nos meus braços, com a cabecinha deitada no meu ombro.

Sinto Davi me virar lentamente, e vejo nosso reflexo no espelho, nós três tão próximos, parecendo realmente uma família, e isso me faz derramar uma lágrima, ao lembrar do meu Leon.

- Não se preocupe. - Davi beija minha cabeça. - Logo, logo estaremos juntos, nós quatro, e então sim, nós estaremos como uma família completa.

Olho para ele, pelo reflexo do espelho, e recebo um sorriso carinhoso de volta.

- Davi eu não quero criar nenhuma expectativa sobre...

- Shhhh.. - ele me interrompe, envolvendo eu e nosso pequeno Dani em seus braços. - Deixe as coisas acontecerem naturalmente, Diana. Não me afaste ou deixe que nosso passado de decepção nos prive de viver algo novo. - ele apoia novamente o queixo no topo da minha cabeça e suspiramos juntos. - É uma sensação muito boa ter vocês nos meus braços....

Tenho medo, insegurança e muitas ressalvas, mas confesso que me sinto muito bem nesse abraço.

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Comments

Roseane Nascimento

Roseane Nascimento

o que eu mais gosto nos livros da Ju, é que ela não enrola para acontecer as coisas, não coloca capítulos chatos para prender os leitores, a história é gostosa de acompanhar e emocionante e sem precisar apelar para hot sem contexto! ❤️

2023-09-15

289

Cirene Bandeira

Cirene Bandeira

eu estou amando parabéns autora 💝 💝 💝 💝 💝 💝 💝 💝 💝 💝 💝 💝 💝

2024-04-28

0

Princesa Barbie

Princesa Barbie

Isso msm rapaz tem que agir rápido msm só não preciona muito p ela não se sentir sufocada e querer pular fora

2024-04-25

0

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