Capítulo 13

O que a Diana falou me deixou balançado, mas meu lado racional me dizia que precisava de evidências concretas. Eu sempre fui assim, preciso de detalhes, coisas realmente consistentes, para acreditar em algo, acho que foi exatamente por isso que não acreditei que a Naomi fosse capaz de me trair, mas jamais duvidaria da palavra dos meus pais, e se eles dizem que o detetive descobriu a traição, então sim, nisso eu acredito.

E essa história da Diana, de ter dois filhos e um deles ter sido roubado da mãe no dia do parto, cada fragmento dessa história tem algo errado, duvidoso e até parece irreal.

- Se pensar com mais um pouquinho de força, toda a torcida do Knicks vai conseguir te ouvir. - Diana diz, com a sobrancelha erguida. - Te chamei três vezes, mas você parecia bem concentrado em seus pensamentos.

- Desculpa... - franzo a testa. - Knicks? Nunca imaginei que gostasse de basquete.

Ela sorri discretamente, meneando a cabeça.

- Meu ex noivo era jogador de basquete, então era meio difícil não me acostumar com o esporte. - suspira. - Mas gostar... acho que não é bem o termo. Eu me acostumei a acompanhá-lo em alguns jogos, então... - dá de ombros.

- Então você já foi noiva? - pergunto, interessado, mas esse fato não me agrada.

- Sim, há muitos anos, mas eu não quero falar sobre isso, se não se importar. - ela sai pelo corredor com o Daniel e eu os sigo, em direção às escadas, de volta ao restaurante.

- Rompimento difícil? - questiono, descendo os degraus, com as mãos nos bolsos, tentando parecer desinteressado, mas estou bem curioso na verdade, e nem sei bem o porque, mas essa mulher me intriga e aguça meu interesse.

- Para mim? Sim. Mas ambos superamos e seguimos em frente, isso é o que importa. - vejo uma certa tristeza em seu olhar, e isso me deixa pensativo... será que ela ainda gosta desse tal ex?!

Vamos em uma direção oposta ao local onde todos estão sentados, e logo percebo que estamos na cozinha do lugar, o que me deixa confuso.

- Pode segurar o Daniel um minuto? Vou preparar algo para ele comer, porque parece que esse rapazinho está com fome, não é bebê? - ela faz uma carinha fofa e o Dani se derrete todo... traidor! Já se bandeou para o lado dela assim, tão fácil. - Ele gosta de salada de frutas? - assinto. - O Leon ama, desde que não tenha morangos ou abacaxi, pois senão ele faz careta e cospe tudo. Seletivo e de gênio forte! - ela sorri.

- Pois então eles tem realmente gostos parecidos, porque o Daniel gosta da salada de frutas, mas não gosta de abacaxi. Morango só se for na vitamina.

- O Leon nem na vitamina, acredita?! - ela pega algumas frutas e começa a picar. - Se quiser pode ir lá para o restaurante com os outros, já já eu termino aqui e levo o lanchinho dele e uma torta de chocolate para vocês.

- Não se preocupe, nós não vamos demorar, afinal, precisamos todos descansar. Amanhã será um dia cheio.

Ela desvia o olhar do que estava fazendo e me encara.

- Mesmo que esteja tudo muito confuso e até inacreditável. - suspira. - Quero que saiba que agradeço de coração por ter se disponibilizado a fazer o teste de compatibilidade. Não imagina o quanto significa para mim... Obrigada!

Ela sorri levemente e volta a cortar as frutas, mas eu me aproximo e fico de pé ao seu lado, a poucos centímetros dela, e o Dani logo começa a mexer em seus cabelos, o que a faz sorrir... um sorriso sincero.

- Gostou do meu cabelo, é?! Seu irmão também gosta, sabia?! - ela beija a mãozinha dele, depois pega um pedaço de fruta e dá a ele, que come com gosto. - Que fome, mam... - ela para. - Desculpa, força do hábito.

- Tudo bem... acho que te entendo. Sei que faria o mesmo. - suspiro. - Acho que eu que te devo desculpas, pelo modo como duvidei de você ser a mãe biológica dos meninos. É que essa história é muito...

- Confusa e sem sentido? - questiona e eu assinto, levemente. - Eu te entendo, e acredite, não te julgo por pensar dessa maneira. - respira fundo. - Sabe, Davi... nenhum de nós pediu para passar por essa situação, menos ainda para ver dois pequenos que amamos e por quem lutamos, envolvidos no meio disso tudo. Mas para o bem deles, nós que somos os adultos, temos que tentar ser racionais e resolver tudo da melhor forma possível. Admiro sua atitude de se dispor a ajudar o meu pequeno Leon, porque sei que talvez, se fosse outro homem, não se importaria. E quero que saiba que, depois que o resultado dos exames saírem e ficar comprovado que eu sou mãe dos meninos, eu gostaria de participar da vida do Daniel, assim como, se você permitir, gostaria muito que o Leon e o Dani convivessem, e crescessem como irmãos, pois é o que eles são.

- Eu não vou me opor a eles conviverem, mas também quero poder fazer parte da vida do Leon, porque tenho certeza que sou pai deles. - afirmo.

Ela assente e diz algo que me faz ter uma lembrança...

- Engraçado que, eu fiz tantos testes antes da inseminação, até teste de fertilidade eu fiz, mas nunca imaginei que engravidaria de gêmeos, porque a Dra. Lindsay me disse que minha taxa de fertilidade não era tão alta, e na primeira tentativa, eu já engravidei de dois, imagina se....

- Espera... - fico pensativo. - Já sei como você foi inseminada com o meu material. - digo, com um sorriso no rosto. - Não é loucura, Diana. Eu e você realmente tivemos nossos filhos!

Ela me encara, confusa, mas eu apenas seguro em sua mão e saio puxando ela para onde estão os outros.

Quando chegamos, percebo minha mãe nos olhar e sorrir discretamente ao me ver segurando a mão da Diana, que quando percebo, está me olhando, confusa.

- Acho que eu sei como a médica conseguiu meu material para inseminar a Diana! - meu pai me olha atentamente, e minha mãe tomba o rosto de lado. - Pai, o senhor lembra que, pouco antes de me casar, a Naomi fez questão que fizéssemos uma série de exames? - ele assente. - Então, dentre esses exames, eu fiz um espermograma, aquele teste de fertilidade masculino, e o material ficou na clínica...

- E assim a Naomi teria seu material para inseminar nela própria, já que você não pretendia ter filhos tão cedo... claro! - meu pai deduz. - Mas porque inseminar na Diana? Não faz sentido.

- Na verdade faz. - minha mãe diz, e todos olhamos para ela. - Se a Naomi tinha um caso, e por descuido, acabou engravidando do amante antes de ser inseminada, ela precisaria de um bebê legítimo pois você usava preservativos, como nos contou quando ela engravidou. E ao fazer o teste de DNA, que ela mesma fez questão de propor, para afastar suas dúvidas em relação à uma suposta traição, ela agiu junto com a médica, inseminaram a Diana, e usaram o bebê para o tal teste de DNA, já que o bebê era seu filho, com 100% de certeza.

- Então o tal exame de emergência que eu fiz durante a gestação, era na verdade para colher material para esse teste de paternidade?! - Diana arregala os olhos.

- Exatamente! - minha mãe conclui.

Enfim as peças desse quebra cabeças começam a se encaixar...

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Comments

Jeanne Christine Bispo

Jeanne Christine Bispo

Exatamente,que imaginação é essa ,hora tudo parece bagunçado e depois,tudo se encaixa perfeitamente..... Tô abismada com essa leitura 😂😂😂😂😂😂😂🤭

2023-10-21

165

Elisabeth Freitas

Elisabeth Freitas

Que história mais maluca dessa ex do Daniel

2024-05-13

0

Princesa Barbie

Princesa Barbie

🐍 foi bem astuta e maquinou tudo bem direitinho p nada dá errado.....
Vagabunda

2024-04-25

0

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