Capítulo 4

Depois de um banho de sol gostoso, eu e meu filhão brincamos no quarto dele, com a infinidade de brinquedos que meus pais e eu compramos.

Daniel é o único bebê da casa, pelo menos por enquanto, até o meu sobrinho nascer.

Então imagina o tanto que mimos que esse pequeno recebe?!

Já era quase hora do almoço quando eu decidi dar uma volta e almoçar fora.

Conheço um restaurante próximo à um parque onde costumo ir com o Daniel desde que ele era bem novinho.

O lugar é bem tranquilo e a comida do restaurante é maravilhosa.

- Quer passear com o papai? Quer? - meu pequeno só me olha e sorri, parecendo já entender que vai sair, porque é só falar em passear que esse bebê já abre um sorrisão. - Você gosta de rua, não é?! Andar de bibi?

- Bi...

- É isso, bibi. - sorrio. - Muito bem, meu campeão! - beijo seu rostinho.

Conversei várias vezes com a pediatra sobre a fala do Daniel, mas ela disse que estou muito apressado, e que bebês da idade dele, falam poucas palavras, às vezes só "papa" ou "mama" e que cada criança tem seu tempo. Ele desenvolveu em outras coisas primeiro, como andar, nascimento dos dentinhos, coordenação, e agora eu tento estimular, repetir a mesma palavra várias vezes, falar devagar usando a técnica de olho no olho, mas sem forçar.

Meu filho é muito esperto e ativo, parece ligado no 220 desde o momento que acorda. As profissionais que cuidam das crianças no berçário da empresa tem que se desdobrar para cuidar dele, porque o menino é rápido, e inteligente, o que acaba deixando as moças de cabelos em pé.

Claro que nenhuma delas reclama, mas eu conheço o filho que tenho, e sei que o Daniel dá o dobro de trabalho, então sempre pego ele e deixo comigo na minha sala, porque comigo ele fica mais comportado... um pouco.

Tomamos um banho, porque estávamos muito suados, e nos arrumamos para o nosso passeio de pai e filho.

Assim que abri a porta do carro, meu pequeno já sorri, todo feliz porque vai passear. Pensa numa criança que gosta de Carro? Daniel Donartti Blake!

Coloquei ele na cadeirinha, fechei o cinto e tranquei a porta. Dei a volta, entrei e o olhei pelo retrovisor, e a carinha de felicidade dele era demais.

Saímos de casa, e eu como um bom tio coruja que sou, botei "The masquerades" para tocar.

E você deve estar se perguntando, quem são "As mascaradas"? E eu respondo... Judy e Maressa, a dupla de DJs mais badalada e famosas do momento. E que se apresentam usando as mais variadas máscaras, para manterem um pouco de privacidade, por isso quase ninguém conhece a real identidade das " Mascaradas"!

O que começou como uma brincadeira no quarto da Maressa, onde elas gravavam vídeos fazendo algumas batidas e usando máscaras, viralizou, virou sucesso entre os jovens, caiu no gosto de todo mundo, e o meu cunhado Yuri, que é músico, DJ e produtor musical, foi escolhido pelas meninas para cuidar da carreira delas.

Yuri gostou da ideia e agora viaja com as meninas, mas vai parar por um tempo, pelo menos até o bebê dele e da Lary nascer, e durante esse período, o Sr. Brandon Carter vai fazer as turnês junto das meninas... coitadas delas! Meu cunhado é ciumento que dói.

Olho novamente pelo retrovisor e meu pequeno está lá, mexendo as mãozinhas e sorrindo... esse sabe o que é música boa!

《••••》

Almoçamos no restaurante de costume, eu pedi uma salada de frutas de sobremesa, assim o Dani pode comer também.

Quando a garçonete veio trazer a conta, se inclinou além do normal, mostrando bem o decote, e eu já fiquei sério.

Detesto essas mulheres oferecidas, que acham que podem conquistar um homem só por mostrar o corpo.

Hoje eu penso diferente, e acho que a verdadeira beleza deve ser encontrada e não exposta e quase esfregava na minha cara!

Pago a conta, o tempo todo sério, e nem o Dani riu para a moça... isso aí, filhão!

Quando estava saindo do restaurante, vi meu filho sorrir abertamente. Olhei na direção em que ele olhava e vi uma moça de costas, pegando algo no balcão da lanchonete.

O lugar onde estamos tem uma pequena lanchonete na entrada, e o restaurante fica nos fundos. É um lugar simples, mas muito aconchegante e bonito, e a comida caseira é deliciosa.

Fiquei observando, até que a moça colocou as bandejas de doces e foi para a cozinha, mas não consegui ver seu rosto.

- Você gostou da moça, filho? - meu pequeno olhava fixamente para a porta onde a moça entrou, e senti algo estranho, como uma sensação de que já vi essa moça antes, mas eu só a vi agora, e de costas... que estranho.

Dei de ombros e levei meu filho até o parque, e meu pequeno resmungou, olhando sempre em direção à lanchonete. Que coisa mais esquisita!

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