Capítulo 15

Chegamos na casa dos meus pais e o Dani acordou, olhando tudo, como se procurasse por algo... ou alguém!

- A mamãe não está aqui, campeão. - afago suas costas e ele me olha, triste.

- Mama... - diz, com a cabecinha escostada em meu ombro.

No mesmo instante, tanto eu quantos os meus pais olhamos admirados. Afasto meu filho um pouco e vejo os seus olhinhos cheios de lágrimas, enquanto ele repete, com a voz triste...

- Mama...

Isso me corta o coração.

- Mãe, como pode?! Ele conheceu a Diana hoje...

- Meu filho, há coisas nessa vida que não tem muita explicação, e na verdade nem é preciso, porque o meu neto já sentiu a ligação única entre mãe e filho, e acredito que a Diana também, pude ver nitidamente o amor nos olhos dela quando segurou o Daniel nos braços. E nosso pequeno arteiro agora está sentindo falta do colinho da mamãe, não é meu pequeno? - com carinho ela afaga os cabelinhos do meu filho. - Sabe Davi, eu estive pensando sobre aqueles seus sentimentos de angústia durante a madrugada, a inquietação do Dani e até a febre que ele teve, que veio e foi embora sem maiores explicações... - ela suspira e me encara. - Já pensou que tudo isso pode estar ligado ao meu outro neto?

- Ao Leon? - franzo a testa, confuso. - A senhora acha que pode ter a ver com essa ligação que dizem que os gêmeos tem?

- Sim, meu filho. - ela assente. - Mas não é só isso. Pense comigo, porque você sentiria essa angústia, esse aperto no peito? - ergo os ombros em sinal de que não sei. - Porque o Leon precisa de você, meu filho! - ela sorri, e se emociona. - Meu neto está naquele hospital, e o sangue que corre nas veias dele também corre nas suas, então o sofrimento dele foi sentido por você, em forma de angústia e inquietação. E no Dani, não foi só isso, foi também a febre emocional, que mostra o quanto esses dois tem uma ligação forte e intensa, como irmãos verdadeiros tem.

Olho para a minha mãe, que como sempre, tem razão.

- Você pode até achar que foi coincidência você e seu pai irem justamente para aquele hospital, dentre tantos outros que existem nesse país, mas acredite meu filho, não existe coincidência aí, o que existe é o agir de Deus, que permitiu você e Diana se encontrarem no momento certo. Agora você vai poder ajudar o filho de vocês, salvar a vida do meu neto que eu nem conheço, e dar uma mãe de verdade à esse pequeno da vovó. - ela olha para o Dani e sorri. - Seja inteligente, meu filho... não deixe que tudo de ruim que a Naomi fez, e o medo de sofrer, te impeçam de conhecer uma mulher forte, decidida e batalhadora como a Diana...

- Mas mãe... eu não...

- Davi Blake! - ela me olha, com um semblante severo. - Quem te gerou e te criou, menino?!

- Foi a senhora, mãe. - digo, bufando.

- Então pronto! - estreita os olhos. - Pensa que sou cega, que não vi seus olhares para a Diana? Ela é bonita, linda para falar a verdade, e devem ter muitos homens atrás de uma mulher como ela, mas você tem seus atrativos, é claro que eles praticamente somem quando você abre essa sua boca de saco e começa a falar asneiras, como fez quando insinuou que a Diana tinha roubado o Leon...- respira fundo, e eu a olho, indignado.

- Mãe?! A senhora está tentando me animar ou me derrubar?

- Estou dizendo a verdade, menino! - meneia a cabeça. - Seja racional, mas com as coisas certas. Olha, seu pai quando me reencontrou e conheceu sua irmã, disse para a sua avó que iria apenas assumir a Maria Isis e dar assistência. E também que queria um teste de DNA. Mas graças a Deus, quando ele nos viu, parece que tudo mudou, e ele foi um bom homem, que ficou no meu pé, se achando "o marido", mas isso a gente releva. - ela olha de relance e meu pai, sentado no sofá, ergue a sobrancelha.

- Fiz mesmo, não nego. - dá de ombros. - Era a MINHA mulher, a MINHA filha, então pra quê ficar fazendo doce?! Vocês jovem fazem muita firula, se fosse eu, já aproveitava esse gancho do Dani ter caído de amores pela mãe dele e arrumava uma desculpa para sondar o terreno e ir minando as barreiras da Diana. - ele conclui e minha mãe sorri, meneando a cabeça. - Que foi, morena?! É sério... - ele sorri de lado. - Filho, conselho bom, escuta e aprende. - ele abraça a minha mãe de lado. - Chega de mansinho, como quem não quer nada, mas querendo tudo é óbvio. Já deixa uma mala pronta no carro, vai para a casa dela, diz que precisa tomar um banho, pede para usar o banheiro, daí já vai estar tarde, ela com certeza vai querer fazer algo para você jantar, então não esquece de dar a deixa e dizer que não teve tempo de comer nada, isso é importante.

- Uhum, para a Diana achar que estou indo até lá só pela comida.? - ergo a sobrancelha e ele faz uma careta.

- Moleque, escuta o conselho, a parte da comida é importante! - bufa. - Continuando... vai lá, toma seu banho, veste uma calça, mas não põe a camisa, essa parte é essencial, tem que mostrar os músculos para fazer a propaganda do produto! Aí você chega de mansinho, pega a colher das mãos dela, e prova o tempero... pronto! Depois é só dar uma de João bobo e fingir que não se empolgou com os olhares dela em você e no seu tanquinho, dar um cheiro no cangote da gata, e é só correr para o abraço, meu garoto! - conclui, satisfeito.

Olho para a minha mãe, que encara o meu pai, com uma sobrancelha erguida e cara de incredulidade.

- E funcionou para você, essa tática pai? - seguro a risada.

- Claro que funcionou! Olha a sua mãe aqui, e ela me deu três filhos, quer prova maior de que a tática funcionou?! - ele abraça a minha mãe, que sorri e se aninha no peito dele, mas logo fica séria.

- Não pense que eu esqueci do que o senhor aprontou, escondendo de mim seu mal estar e indo no médico as escondidas, senhor Blake! - ela diz, preocupada. - Não esconda nada de mim, Nicollas... eu não sei o que seria de mim se algo te acontecesse. - diz, com os olhos marejados.

- Oh, minha morena, não faz essa carinha. - meu pai a aperta em seus braços, e ele continua grande e forte, então engole minha mãe no abraço. - Eu vou ficar bem, não se preocupe. - dá um selinho nela. - Vou seguir as recomendações do médico, e agora que você já sabe de tudo, vamos consultar o Guilherme e continuar o tratamento com ele, e quero você comigo, tudo bem? - minha mãe só assente, agarrada ao meu pai.

Anos depois, e a Mariana Blake forte e determinada, ainda mostra sua fragilidade nos braços do meu pai, pois é ali que ela encontra o abrigo e carinho que precisa.

Cresci vendo esse carinho entre eles, e acredite, é muito bom ter eles como exemplo!

Me levanto, com o Dani amuadinho no meu colo.

- Onde vai meu filho? - minha mãe questiona.

Sorrio de lado e subo as escadas...

Mais populares

Comments

Sílvia Apóstolo

Sílvia Apóstolo

Se eu fosse ele faria diferente,dizia que Dani sentiu falta dela começou a chorar muito e ele teve que vim pra ele parar de chorar

2023-10-15

166

Marlon Monteiro

Marlon Monteiro

vcs lembram do Nicolas e a Mariana ele foi conhecer a Maria Isis e levou a mala com roupas e deixou no cantinho do AP fez exatamente como ele ensinou pro Davi

2024-05-04

0

Princesa Barbie

Princesa Barbie

🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣

2024-04-25

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!