Capítulo 10

Diana

Marcamos o procedimento para amanhã a tarde.

Sinceramente ainda estou muito confusa com toda essa história. Como eu, que desde o primeiro ultrassom fui informada estar grávida de um bebê, posso ter dois bebês idênticos?

Então eu tive gêmeos?! Mas como? E quem levou meu outro bebê de mim? Como fizeram isso? E como esse homem, o tal Davi, pode ser o pai dos meus filhos, se ele afirma que nunca foi doador do banco de reprodução independente?

Minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento, enquanto eu dirigia em direção ao restaurante, seguida pelos dois senhores que conheci no hospital.

Sentia meu peito apertar a cada segundo... eu tenho outro filho?! Só pode ser! Essa é a única explicação, pois dois estranhos, ou até mesmo dois irmãos filhos do mesmo pai, mas gerados por mães diferentes, não poderiam ser idênticos...

Estaciono meu carro em frente ao restaurante, e assim que desço, vejo o carro deles estacionar também.

Assim que estamos todos na calçada, eu respiro fundo, tentando acalmar meus pensamentos e me preparando mentalmente para essa conversa.

- Bom, eu prefiro que a gente tenha essa conversa aqui, no meu restaurante, tudo bem?

- Seu restaurante? - o tal Davi franze a testa.

- É, esse restaurante é da minha família, porque?

- Nada! É que eu sou cliente daqui, quer dizer, venho as vezes e ontem mesmo estive aqui, com o meu filho.

- Então foi aqui que o Daniel ficou encantado com uma moça? - o Sr. Blake pergunta ao filho, que assente.

- Meu filho viu você, Diana. - diz, e eu fico surpresa. - Ontem você estava colocando algumas coisas na vitrine quando saímos daqui, e ele viu você, e ficou sorrindo de longe, mas você não o viu.

- Com certeza não vi, pois teria notado a semelhança... - suspiro. - Eu gostaria de conhecê-lo. - digo e vejo o Davi ficar visivelmente desconfortável. - Mas não quero parecer invasiva... é só que... essa história é muito difícil.

- Sim, ela é. - o Sr. Blake suspira. - Mas nós vamos unir as pontas e tentar entender o que aconteceu, e quanto a conhecer o Daniel, não se preocupe... - ele olha para algo atrás de mim. - Eis sua oportunidade!

Vejo o Davi olhar assustado e quando me viro, levo as mãos à boca, e as lágrimas rolam descontroladamente pelo meu rosto.

Sinto uma emoção imensa me invadir, uma sensação linda, forte... um amor, o mesmo amor que senti quando acordei da anestesia do parto e vi o meu pequeno Leon ao meu lado.

Uma mulher morena, muito bonita e bem vestida, me olha atentamente, enquanto para na minha frente, com o pequeno bebê nos braços.

Fico ainda mais emocionada quando ele estende os bracinhos em minha direção, como se pedisse o meu colo.

A senhora me olha e abre um sorriso carinhoso, antes de dizer.

- Se quiser, pode segurá-lo.

Olho para o pai, que respira fundo e assente levemente, e quando finalmente tenho o pequeno em meus braços, eu o aperto com cuidado, e ele se aninha em mim, exatamente como o meu Leon faz.

Cheiro seus cabelinhos, seu pescocinho... que saudades do cheirinho de bebê! Beijo seus cabelinhos sua testa, seu rostinho... como ele é lindo!

Olho em seus olhinhos, tão curiosos quanto os do meu Leon, e não consigo parar de chorar, tamanha a emoção desse momento, desse encontro! Meu filho... não tenho dúvidas de que esse bebê é meu filho!

《••••》

Sentados no restaurante, que minha mãe fez questão de fechar assim que cheguei e ela me viu com o pequeno Daniel nos braços e expliquei por alto a história, nós iniciamos uma das conversas mais difíceis que já tive.

Mariana: Diana, querida, pelas fotos que você nos mostrou, é inegável a semelhança entre o Daniel e o Leon...

Davi: Mãe, eu vi o Leon, e acredite, ele é idêntico ao Dani! Mas como é possível?!

Lourdes: Quando minha filha estava grávida, todos diziam que era uma barriga muito grande para um único bebê, e até brincávamos que ela tinha que comprar tudo em dobro porque iam nascer dois.

Agustín: Eu lembro bem disso, e lembro também que nunca gostei da médica que fez o pré natal da Diana, aquela mulher sempre te dava muitos remédios irmã, e você vivia passando mal.

Diana: Mas ela dizia que a minha gestação era de risco, então por isso tantos remédios, exames e até aquele exame que precisei ser sedada para fazer.

Davi: Sedada?! - questiono, desconfiado.

Diana: Sim. Eu sentia muitas dores e minha pressão estava muito, muito baixa. Até desmaiei algumas vezes na cozinha do restaurante. Então a doutora Lindsay....

Davi: Espera, você disse Lindsay?! - fico surpreso.

Diana: Sim! Lindsay Morgan, a médica que fez todo o processo de inseminação, testes antes do procedimento, acompanhamento durante a gestação e também fez o meu parto. Porquê? - pergunto, confusa.

Nicollas: Lindsay Morgan, era a médica obstetra da ex mulher do Davi, e a médica que fez todo o acompanhamento pré natal da Naomi.

Mariana: Então nós já sabemos quem estava envolvida no esquema de pegar um dos bebês da Diana, e fazê-la acreditar que estava grávida de um bebê, quando na verdade, ela gerava dois bebês, o Daniel e o Leon.

Diana: Meu... meu filho... - acaricio o rostinho do Daniel, que dormia tranquilo nos meus braços. - Como alguém poderia tirar ele de mim? E porquê?! - sinto meu peito apertar.

Lourdes: Pelo que entendi, essa mulher, a tal Naomi, deveria ter algum interesse por trás disso, mas qual?

Davi: Dinheiro! - respiro fundo, sentindo a raiva crescer dentro de mim. - Naomi abriu mão da maternidade, me dando a guarda total do Daniel e abrindo mão de qualquer direito sobre ele, em troca de uma quantia milionária.

Diana: Ela... ela vendeu o meu filho?! - não consigo acreditar no que escuto.

Mariana: Acredite, Diana.... - suspira. - A melhor coisa que aconteceu na vida do Daniel e do Davi, foi se afastar da Naomi. Aquela mulher é destrutiva e acaba com tudo à sua volta!

Respiro fundo. São muitas informações para assimilar, muitas coisas para entender...

Recadinho importante!!!!!

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