Capítulo 14

Então quer dizer que essa tal Naomi agiu realmente de caso pensado e me usou como uma espécie de barriga de aluguel, é isso? - Diana fala, incrédula. - Mas, se eu não tivesse engravidado de gêmeos... ela roubaria o meu bebê?! E fariam o que? Diriam que o meu filho morreu no parto?! - ela parece assustada e com muita raiva. - Eu quero saber, onde essa mulher está? Me falem! Eu mesma vou resolver essa história!

Olho para o meu pai, que sorri discretamente... ela é realmente uma mulher de sangue quente!

- Ela sumiu assim que recebeu o dinheiro que paguei para deixar a mim e ao Daniel em paz. - digo, olhando para o meu filho, sorrindo ao vê-lo todo feliz em receber o carinho da Diana. - Sei que o que ela fez é imperdoável, além de ser um crime... - respiro fundo. - Mas, para ser sincero, meu coração está muito mais sossegado agora, pois o meu filho não carrega o DNA daquela mulher.

Diana me olha, confusa, mas eu só continuo...

- Eu disse coisas que não deveria, e te peço desculpas Diana. Observei o cuidado que você teve com o Daniel, o carinho, e a conexão incrível que ele teve com você. - suspiro. - Eu posso ainda estar um pouco reticente quanto a toda essa história, que parece cada vez mais confusa e chocante, para dizer o mínimo, mas com tudo o que você mostrou, as fotos, exames, a ligação entre você e o meu...- sorrio fraco. - O nosso filho... é inegável quem é a mãe dele de verdade.

Olho para os meus pais, que assentem em concordância, e logo que olho novamente para a Diana, é emocionante ver como os olhos dela brilham de felicidade, marejados de emoção, enquanto ela abraça e enche o Dani de beijos.

- Meu filho... mais um bebê... eu já te amo muito, meu pedacinho. - é emocionante ver um encontro que parecia estar escrito.

O amor de uma verdadeira mãe, o carinho e o cuidado, não tem como comparar. Vejo o brilho nos olhos da Diana e o fascínio com que o Daniel olha para ela... nunca vi os olhinhos do meu filho brilharem com tanta intensidade, é um amor tão puro, tão inocente, tão verdadeiro.

- E sobre o teste de compatibilidade, acho que podemos ter uma solução bem simples... - todos me encaram. - Pai, o que o senhor manda fazer com o cordão umbilical de todos os netos?

Meu pai parece entender, e sorri largamente.

- Mas é claro! - diz, e minha mãe parece se lembrar também.

- Diana, o meu pai manda preservar e manter armazenado por congelamento, em um laboratório, o cordão umbilical de todos os netos, exatamente para caso ocorra algum problema de saúde, ele poder ser usado, entende? - ela assente. - Então, a Naomi provavelmente não deu a luz no mesmo dia que você, porque algumas semanas antes eu e ela tivemos uma discussão bem séria sobre a forma que ela levava a gravidez, pouco se importando com o bem estar do bebê, então ela saiu dizendo que iria ficar na casa de uma amiga para evitar mais brigas, e ficou sem manter contato, com o telefone desligado, por semanas, até que a tal doutora Lindsay me ligou e disse que a Naomi tinha dado entrada na emergência da clínica, em trabalho de parto e estava muito mal, por isso teriam que fazer uma cirurgia de emergência e eu não poderia acompanhar o parto. - respiro fundo. - Eu fiquei me sentindo culpado e realmente temeroso de que algo ruim acontecesse ao meu filho, mas agora, entendo que ela deve ter dado a luz nessas semanas em que ficou sumida, e no dia em que você deu luz, o cordão umbilical que meu pai mandou preservar, é dos nossos filhos.

Ela acompanha o meu raciocínio, atentamente.

- Eu estranhei o bebê ter nascido um pouco menor que o normal para o tempo de gestação, mas a médica justificou isso pelo fato da Naomi não tomar os devidos cuidados na gravidez. - minha mãe se lembra.

- Eu entrei em trabalho de parto antes da data prevista... na verdade bem antes, e explicaram a minha mãe que era normal, pois a minha gravidez foi bem complicada, e também era por isso que passei mal e precisei se sedada durante o parto. - Diana se lembra. - Por Deus! - ela respira fundo. - A ganância dessa mulher não teve limites! Ela poderia ter prejudicado meus filhos, ou até ter causado nossa morte! - fica horrorizada.

- Eu realmente sinto muito, Diana. - tensiono o maxilar. - Não quero nem imaginar o que você passou, e o que poderia ter acontecido a você e aos nossos filhos.

Ela me olha e respira fundo.

- Não adianta pensar em nada disso agora, Davi. - diz,séria. - O que importa é que podemos usar esse cordão umbilical para retirar o material necessário para a cirurgia! - os olhos dela brilham. - E o Dani não vai precisar passar pelo procedimento.

- Isso mesmo, minha querida. - minha mãe segura a mão da Diana. - Vamos logo, logo ver meus dois netinhos brincando e crescendo juntos, como deve ser. - sorri.

- Não vejo a hora de ver meu pequeno longe daquele hospital e livre de todos aqueles fios e aparelhos. - Diana suspira.

Olho em seus olhos, e digo, firme.

- Nosso filho vai voltar para os seus braços, Diana. Pode ficar tranquila.

Ela só assente, esperançosa.

- Eu não me aguento mais de saudade de mi nieto! - dona Lourdes se emociona. - Amo tanto aquele pequeno.

- E eu quero pegar meu sobrinho no colo novamente, brincar de cavalinho, lembra Di? Ele amava ficar nas minhas costas. - Agustín sorri. - Será que esse rapazinho aí vai gostar de bagunça feito o irmão? - aponta para o Daniel, que olha todos com atenção.

- Acredite, falou em bagunça, esse pequeno é o rei. - minha mãe sorri, divertida. - Ele faz o avô de cavalinho!

- Eu sou avô, mulher! Tenho mais é que aproveitar e estragar os meus netos! Depois os pais que lutem para consertar...- meu pai dá de ombros e vejo a Diana o encarar, sorrindo discretamente. - Não sorria, Diana. Porque pretendo estragar muito o Leon!

- Ele vai amar ter um vovô bagunceiro e mais uma vovó para mima-lo.

- Então se prepare, Diana... - encaro ela, que estava ainda sorrindo, e que sorriso lindo essa mulher tem. - Pois a minha família é bem grande, barulhenta e todos gostam de mimar as crianças!

《••••》

Saímos da casa da Diana e foi muito triste vê-la se despedindo do Daniel, que chorou muito ao ser afastado dela.

- Filho, nós precisamos sentar e resolver essa situação em família, pois não vai ser fácil para a Diana ficar longe do Daniel, e ele chorou muito quando você o tirou do colo dela.

- Eu sei mãe... - suspiro.

Vai ser bem difícil resolver essa situação. A não ser que...

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