Capítulo 9

Entramos novamente no hospital, seguidos pela tal Diana, que agora estava menos arredia, pelo menos com o meu pai.

Olhei discretamente e a vi tocando o pulso, e isso me fez sentir um completo idiota por tê-la machucado sem nem dar a ela chance de se explicar... se é que ela sabe o que explicar.

- Você foi muito impulsivo, para dizer o mínimo. - meu pai me repreende, em voz baixa. - Não foi isso o que eu e sua mãe te ensinamos, Davi. - suspira.

- Eu sei pai. Eu só fiquei nervoso. - me explico.

- E ficar nervoso te dá o direito de machucar a moça?! Não, não dá! - fala, rígido. - Espero que ela te desculpe, pois eu estou muito chateado com a sua atitude, meu filho.

O elevador para no mesmo andar onde vimos a Diana conversando com o tal médico, e eu limpo a garganta, assim que encontramos o mesmo Dr. Patrick no corredor, e ele abre um sorriso para a Diana.

- Pensei que tivesse ido descansar, Diana. - o médico sorri.

Estreito os olhos e penso, para quê mostrar tanto os dentes?

- Eu ia, mas encontrei esses senhores lá embaixo e... Dr. Patrick, nós precisamos que nos ajude. - ela diz e o médico nos olha, desconfiado, e logo seu olhar desvia para o braço da Diana, e ele ergue seu pulso.

- Diana, o que aconteceu com seu pulso? - ele logo nos olha, parecendo irritado.

- Não é nada, Dr. Patrick. Eu realmente preciso que nos ajude, porque eu não sei como explicar, mas parece que esse senhor. - ela aponta para mim. - É o pai do Leon, isso significa que ele pode ser doador, não pode? - ela parece aflita e esperançosa ao mesmo tempo.

- O que?! O... pai do Leon? Mas você não fez uma inseminação? - o médico diz, me encarando.

- Doutor, não importa como ou em que circunstâncias aconteceu, o importante aqui é sabermos se eu sou compatível com o meu.... com o Leon. - encaro a Diana. - Se importa se eu quiser vê-lo? Só quero ter certeza.

- Se isso puder te convencer a fazer o teste de compatibilidade, eu não me importo. - diz, séria.

- Mesmo se não me permitisse, eu faria o teste Diana. - afirmo.

- Por favor, Dr. Patrick. Pode conseguir uma autorização? - ela pergunta e o médico não parece muito contente com o pedido.

- Conhecemos o diretor do hospital, então caso não seja possível, eu e meu pai podemos conversar diretamente com ele, para conseguir a permissão. - sim, é meio arrogante da minha parte usar nossa influência, mas algo me diz que foi necessário.

- Não será necessário ir ao diretor. - o médico responde, sério. - Se puder me acompanhar... mas somente a mãe e o suposto pai. - me encara.

Suposto? Vou te mostrar o suposto!

Meu pai me pede para manter a calma e diz que vai ficar nos aguardando na recepção do andar. Agradeço a ele e sigo, ao lado da Diana, até uma sala, onde colocamos as roupas especiais para entrar na UTI.

Minutos depois, estou diante de um pequeno berço, e a imagem de um bebê frágil e ligado a vários aparelhos e fios, me dói profundamente, e dilacera o meu coração.

Era como se estivesse vendo o meu Daniel ali, na minha frente, naquele leito.

Eles são exatamente iguais! Apesar do Leon estar mais magro que o Daniel, mas ainda assim, posso ver nitidamente a semelhança entre eles.

Olho para o lado, e vejo a Diana em lágrimas, com os dedos encostados no vidro, olhando atentamente para o meu filho... sim, meu!

Não tenho ideia de como toda essa história louca aconteceu, mas o que eu sei, é que esse bebê é meu filho, e ao que tudo indica, irmão gêmeo do Daniel.

- Não se preocupe. - digo, olhando para o bebê. - Eu vou fazer o possível para salvá-lo.

- O senhor vai mesmo fazer o teste? - me olha, chorando. - Vai mesmo salvar a vida do meu filho?!

Encaro os olhos amendoados, que não transmitiam nada além de esperança.

Respiro fundo, acenando levemente.

- Eu vou fazer tudo o que eu puder para vê-lo totalmente recuperado e fora desse hospital. Você tem a minha palavra!

Ela sorri, e acredite, mesmo usando máscara eu posso imaginar como o sorriso dela deve ser lindo.

- Diana, temos que ir. - o médico aparece, me olhando atentamente, enquanto toca o ombro dela.

- Claro, doutor. - ela responde. - Até breve meu amor. A mamãe te ama muito! - diz, encostando a mão no vidro, e eu fico olhando a cena.

Saímos da UTI e, depois de tirar as vestes de proteção, vamos ao encontro do meu pai.

- E então, meu filho? - ele me pergunta, ansioso.

- Primeiro, se acalme. O médico disse, sem emoções fortes, lembra? - digo, sério e ele revira os olhos.

- O médico disse isso pois não conhece a nossa família. Uma simples ida ao médico e eu descubro que tenho um neto que nem sequer imaginava! E esse é um dia comum da família Donartti! - diz, irônico.

Meneio a cabeça e sorrio levemente, realmente ele tem razão, nossa família é graduada em fornecer grandes emoções!

- Bom, eu preciso dizer, o Leon é realmente idêntico ao Daniel, e apesar de estar abatido e debilitado, a semelhança física é inegável. - digo, pensativo. - Eu vou fazer o teste, pai. Tenho certeza de que ele é meu filho.... embora eu não faça ideia de como isso aconteceu, ou talvez... - estreito os olhos.

- Pode parar! - meu pai fala. - Chega de tirar conclusões precipitadas. Vamos sentar e tentar entender. - meu pai olha para a Diana, que parecia perdida em seus próprios pensamentos. - Diana?!

- Ah, sim. Desculpe...

- Tudo bem. Você se importa de conversarmos?

- Não, claro que não! - ela me olha. - Mas antes, você poderia se informar sobre o teste? - me olha, aflita. - Eu não insistiria se a vida do meu bebê não dependesse disso.

Assinto e sorrio de lado. Entendo sua aflição, porque depois de ver um filho meu naquela situação, eu quero ajudá-lo o mais rápido possível.

- Então, doutor, como é o procedimento para o teste e quando posso realizá-lo? - pergunto ao médico, que me olha, sério.

- Bom, o procedimento para retirada é um pouco complexo, mas nosso hospital é bem equipado e nossa equipe bem preparada. Precisará ficar em repouso após o procedimento e o resultado sai entre 8 a 12 dias. Caso realmente seja comprovada a compatibilidade entre o suposto pai e a criança, faremos a cirurgia no pequeno Leon o quanto antes.

Encaro o médico atentamente, e meu pai parece ler os meus pensamentos.

- Doutor Patrick, o pequeno Leon teria condições de ser transferido? - questiono.

- Transferido? - Diana fala, preocupada. - Ele está debilitado, isso poderia agravar o estado dele.

- Calma Diana. - Seguro a mão dela. - Minha irmã é médica e trabalha em um hospital referência em cirurgias pediátricas. Não estou dizendo que aqui seja um hospital ruim, mas lá temos o que há de mais avançado em equipamentos e recursos. Eu conheço a chefe da UTI pediátrica, Doutora Dandara Villar, e vou pedir que ela pessoalmente faça os procedimentos para a transferência.

- O senhor conhece a doutora Villar? - o médico questiona, surpreso, e percebo que está duvidando.

- Sim, conheço! - afirmo, e volto a olhar para a Diana. - Garanto a você, que se ela disser que não é aconselhável a transferência, nós adiamos até fazermos a cirurgia, aqui mesmo, mas eu prefiro que a própria doutora Villar acompanhe todo o procedimento, se você não se importar, é claro.

Ela parece pensar por alguns instantes.

- Se for para o bem do meu filho, eu aceito. Só preciso que me passe os valores dessa nova médica, para eu poder me preparar e conseguir o valor. - diz, séria.

- Não se preocupe com isso. - digo, firme. - O que importa é o bem estar do Leon.

- Sem dúvidas, mas ainda assim, eu paguei por tudo até hoje, então prefiro estar a par dos custos.

Olho para o meu pai, que sorri, parecendo satisfeito.

Já vi que vou enfrentar uma batalha com essa teimosa!

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Comments

Sílvia Apóstolo

Sílvia Apóstolo

Eu acho que a ex dele não estava grávida ela deve ter roubado o bebê pra tirar dinheiro dele, ele disse que ela não deixava ele chegar perto dela quando estava grávida

2023-10-15

145

Princesa Barbie

Princesa Barbie

🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣

2024-04-24

0

Princesa Barbie

Princesa Barbie

Mais já tá com ciúmes Davizinho ☺️☺️☺️☺️☺️☺️☺️ que lindo

2024-04-24

0

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