Capítulo 16

Subo as escadas e chego no meu quarto, logo tomo um banho junto com o Dani, troco a fralda dele e o coloco sentadinho na minha cama.

- Olha filhão, nós somos um time, certo? Então é o seguinte, você quer a sua mamãe, lembra?

- Mama... - ele diz, sorrindo.

- Isso, meu garoto! - comemoro. - Então nós vamos trazer a mamãe até nós, porque na casa dela não vai dar certo, lá tem aquele seu tio feio, e a sua outra avó é muito brava, e o papai falou umas coisas feias para a mamãe, então o meu filme está meio queimado. - faço careta. - E eu preciso de privacidade para colocar a ideia do vovô em prática, mas naquela casa não vai dar certo. - torço a boca e olho o meu pequeno, que parece realmente atento a tudo.

- Nós vamos ligar para a mamãe, por chamada de vídeo, e você é uma parte importante do plano, então faça uma carinha bem fofa, assim ela se derrete toda e não consegue resistir a nós...bem, a você! E daí ela vai aceitar o meu... quer dizer, o nosso convite, e vai vir até nós, certo? - vejo o Dani tombar o rostinho de lado, me olhando com carinha de quem não entendeu nada. - Bom, não precisa entender, só seja fofo e faça carinha de quem está com saudades, o resto o amor de mãe, que sempre fala mais alto, resolve por nós!

Peguei o telefone e, antes de ligar, sentei na cama e suspirei pensativo...

Diana é uma mulher linda, atraente e capaz de deixar qualquer homem babando por ela sem o mínimo esforço. Também parece ser independente e decidida, além de ser uma mulher de pavio bem curto, pelo que percebi. Mas também é muito sábia e compreensiva, já que mesmo eu tendo falado aquelas coisas ela não me enxotou da casa dela a pontapés, e ainda disse que me compreendia.

Eu estou solteiro há mais de um ano, e não me relacionei com ninguém desde o meu divórcio, e ela também parece estar solteira, temos dois filhos e isso será um laço que nos unirá para o resto de nossas vidas, então para não termos que separar nossos filhos e criá-los em casas diferentes, porque não tentar conquistá-la e tornar isso tudo mais simples, formando uma família?!

Certo que não nos conhecíamos e não sentimos amor um pelo outro, mas posso afirmar que senti uma grande atração por ela, e creio que ela não seja indiferente à minha presença, porque fala sério, eu sou um homem bonito, charmoso, cheiroso, bem-apessoado, além de ser um CEO, e as mulheres amam um CEO poderoso para protegê-las, não é mesmo?! ... sorrio com esse pensamento.

Dei uma olhada no espelho, um jeito no cabelo, e disquei o número dela, na chamada de vídeo é claro.

《••••》

Diana

Pensem num dia exaustivo, cheio de surpresas e que terminou do jeito mais inusitado... foi o dia de hoje!

Acordei sendo mãe de um bebê que amo mais que a mim mesma, sofrendo por vê-lo num leito de hospital sem que eu nada pudesse fazer. E agora vou dormir sabendo que gerei e dei a luz à dois bebês, ao invés de um, que o cordão umbilical do meu pequeno Daniel pode salvar a vida do irmão dele, e que agora tenho duas pessoinhas que são meu motivo para seguir lutando em busca de algo melhor.

Entro no meu quarto, tomo um banho demorado, relaxo sentindo a água quente do chuveiro tirar todo o cansaço e aliviar os nós das minhas costas. Depois me seco e ponho um pijama mais leve, pois hoje a noite está fresquinha, com uma ventinho gostoso.

Sento na minha cama e pego meus óculos, que uso para ler. Abro o aplicativo de leituras no celular e quando estou viajando por Roma, na companhia de Ângelo e Catalina, meu telefone toca e interrompe minha leitura, me fazendo despertar de meus devaneios...

Franzo a testa ao ver que se trata de uma chamada de vídeo, mas o número não está registrado no meu celular.

Atendo meio desconfiada, mas assim que vejo o rostinho do meu bebê na tela, meu coração salta, pula e dá cambalhotas, antes de se derreter todo com a carinha fofa que ele faz.

- Oi bebê da mamãe! - digo, toda babona.

- Mama... - ouço ele dizer, tentando pegar o telefone, e meus olhos marejam de emoção... ele disse mamãe?!

Só então vejo o Davi aparecer ao lado dele, o aconchegando em seu colo.

- Desculpa te ligar tão tarde, Diana. Mas o Dani não para de chamar você desde que saímos daí, então eu tive que ligar.

- Tudo bem, não tem problema... - sorrio. - Você ouviu? Ele disse mama, ele me reconhece como mãe, Davi... - digo, chorando e sorrindo ao mesmo tempo. - Ah, meu bebê, a mamãe te ama viu?

- Papa.... Mama....

- Eu sei meu filho,você quer a mamãe né? - Davi olha para o nosso pequeno. - Está vendo Diana, está assim com essa carinha e te chamando, mas já está tarde sabe, e não acho que seria uma boa ideia sair com ele agora.

Suspiro, pensativa, pois realmente é bom evitar deixar ele no vento, ainda mais a noite.

- Então eu pensei, claro se não for problema para você... talvez você pudesse ver até aqui, quem sabe dormir com ele, para ver se ele fica mais tranquilo e para de te chamar a cada cinco minutos.

- Não sei se é uma boa ideia. - penso.

- Diana, amanhã cedo iremos ao hospital para conversar com a Dra. Villar sobre a transferência e o caso do nosso filho, e minha casa fica mais próxima, podemos ir direto daqui. - pondera.

Respiro fundo e analiso a situação.

- E para que fique mais tranquila, eu não moro sozinho, meus pais moram aqui e minha irmã está passando uns dias conosco, junto com a família, então se o fato de estarmos sozinhos te preocupa..

- Não, não me preocupa. - respondo, séria.

- Não?! - ele me olha, confuso.

- Davi, eu sei bem o que quero e o que não quero, e nesse momento, não quero confundir a cabecinha do nosso filho, e nem futuramente confundir o Leon, que nunca me viu com nenhum homem. Somos os pais deles, teremos esse vínculo para sempre, mas hoje, somos apenas isso!

Ele parece decepcionado com minha resposta, mas sorri fraco.

- Tudo bem, não tem problema. Então, posso ir te buscar? Deixo o Daniel com meus pais.

- Não precisa, eu prefiro ir até vocês, afinal não quero que meu irmão tire conclusões precipitadas sobre nós. - suspiro. - Me mande a localização, vou arrumar umas coisas e já saio. Posso falar com o Dani? - ele assente e vira mais o celular, mostrando meu pequeno todo amuadinho. - Oi amor, não faz essa carinha... - que dó em vê-lo desse jeito. - A mamãe já está indo dar muito beijinho e dormir agarradinha com você, tá bom? - ele me olha, como se entendesse.

Encerro a ligação e levanto.... Preciso ir ver meu bebê... E deixar umas coisinhas bem claras com um certo senhor Blake!

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