Quero Que Me Diga - Jinx E Caitlyn

Quero Que Me Diga - Jinx E Caitlyn

Parte 1

Itálico - Pensamentos de Jinx

Itálico e negrito - Pensamentos de Caitlyn

Para Jinx o pior que poderia ter acontecido em sua tarefa de explodir a universidade de Piltover era ficar trancada com a xerife entre os escombros de sua gigantesca obra de destruição, mas para Caitlyn era uma vitória finalmente ter conseguido prender a criminosa mais procurada de ambas as nações vizinhas.

Aproveitando-se de um bloco de concreto que caíra sobre o tornozelo da garota, rapidamente a comandante da força policial a algemou em uma barra de ferro da estrutura.

O espaço em que estavam era pequeno e mal cabia a oficial de pé em um dos pontos, cheio de poeira e nenhuma ventilação, era provável que logo o ar ficasse escasso, mas tinha certeza de que seus homens trabalhariam incansavelmente até tirá-las do subterrâneo do prédio despedaçado.

Para a mais velha era um alívio que a garota presa não estivesse sangrando tanto, então tinha uma chance de que seus ferimentos não fossem graves.

— Pare de andar de um lado a outro, eu não quero ter que ficar sem ar por sua causa, chapeleira estúpida — a voz irritante e aguda se fez presente muito tempo depois.

Caitlyn apenas direcionou um olhar sério para a garota de cabelo azul claro, mas não achou que valeria alguma resposta.

— Até posso ver porque a minha irmã me trocou por você, daqui posso sentir o cheiro perfumado da burguesia imunda que enriquece à custa dos ratos de Zaun, você realmente cheira bem — sem obter resposta, mas ainda destinada a irritar a sua única companhia, Jinx continuou — E analisando bem é compreensível que ela queira uma garota mimada com aparência de uma boneca de estante para foder incansavelmente com gemidos agudos, a cena não me parece tão ruim agora.

Recebeu um olhar de reprovação da policial dessa vez, que deu um sinal claro de que estava começando a se irritar travando sua mandíbula, fazendo a outra até arriscar que logo diria algo.

— Quem diria que a xerife teria um fetiche por ser humilhada na cama por mãos enormes — a mais nova abriu um sorriso, se divertindo ao ver que a mulher estava prestes a perder o controle.

Não demorou até que recebesse um olhar mais sério da outra, assim como o seu tom de voz grave.

— E o que a faz pensar que eu, que comando os homens da força policial de toda Piltover, sou quem recebe as ordens em um quarto?

— Ah, não? Tem cara de quem gosta de ser espancada.

Caitlyn fechou o punho por um momento, contendo sua irritação ao ver que não valia a pena e que Jinx fazia de propósito, mas a garota de Zaun continuou.

— Não? É, talvez você seja certinha demais pra isso mesmo, tem razão.

— Por que parece tão interessada na forma como faço sexo?

Dessa vez Jinx gargalhou, fazendo o som abafado de sua risada ecoar pelo pequeno ambiente vazio.

— Como você deve ter notado, xerife, eu não tenho muito o que fazer porque você me algemou! Além disso, estou completamente certa — a criminosa tentou imitar o tom de voz mais grosso e sério da outra mulher — "Por que parece tão interessada na forma como faço sexo" Quem fala assim? Parece que estou lendo um livro de biologia daqueles de quando as crianças estão prestes a entrar na puberdade e precisam aprender sobre isso com termos científicos. Olhe só onde Vi se "meteu" se é que me entende! Que piada!

A policial mordeu o lábio por dentro e desviou o olhar, voltando a andar devagar com a única intenção de esconder seu rubor, enquanto refletia o fato de que tivera uma educação mais requintada, mas que as realidades eram outras na periferia e agora se sentia de certa forma humilhada por uma garota mais jovem, que parecia muito mais descolada no assunto que tratavam.

— E por acaso importa o jeito como falo? Pensei que as ações pesassem mais nessa questão — finalmente deixou escapar a de cabelos azul escuro, mas sem perder o tom sério para não demonstrar que aquilo a atingira de alguma forma.

Por outro lado, Jinx se divertia muito e exibia o mesmo sorriso doentio, enquanto encarava a outra de uma forma quase sádica.

— Vocês não dizem nada? Sério? Fazem isso em silêncio? Minha nossa! É pior do que eu imaginava. Deve ser mais interessante a diversão com uma porta!

Nada fez a xerife além de cruzar os braços e revirar os olhos, transparecendo seu tédio ao ter decidido que não continuaria com aquela discussão sem sentido. Mentalmente, tinha que admitir pra si mesma que era melhor que Jinx falasse qualquer coisa, já que não tinha qualquer sinal de que estavam tentando resgatá-las no silêncio absoluto que aparentava ter o lado de fora.

— Diga você então, não quero morrer de tédio nesse lugar — bufou a de cabelo mais claro.

— Bom, tenho certeza de que a Vi não está do meu lado por esse motivo, embora o sexo seja incrível também — Caitlyn respondeu com um sorriso malicioso dessa vez, afirmando que não se deixaria levar pela conversa de um criminoso e mostrando destreza mesmo na situação em que estava.

A jovem arqueou uma sobrancelha, mostrando que havia sido também tomada pelo tédio com o que acabava de ouvir. Respirou fundo e desviou o olhar, mantendo o silêncio por algum tempo.

— Você é chata — confessou por fim.

— Ah, é mesmo, Jinx? Que coincidência, penso o mesmo! Acho que vou arrumar alguma coisa para tampar sua boca enquanto estamos aqui — assim que terminou, a xerife já fez alguns movimentos procurando algo em si mesma.

— Não, não, não... Está bem, eu vou me comportar! Prometo não falar mais sobre como minha irmã a trata como a cadelinha obediente que você é na cama! Eu juro!

Jinx fechou os lábios e os pressionou, com uma expressão que parecia pedir desculpas pelo que fizera, mas ainda com um olhar travesso de quem queria rir.

A policial avançou na direção da mais nova, segurando seu pescoço com uma das mãos de forma que lhe faltasse o ar e pela primeira vez mostrou os dentes, realmente com raiva.

— E eu juro que se disser mais uma palavra, a cadelinha acorrentada aqui será você! Ninguém vai ligar de conferir a sua integridade física depois de todas as vidas que você tirou, eu posso garantir isso!

O sorriso divertido voltou aos lábios de Jinx, acompanhando seu olhar doentio e assustador.

— É mesmo? Então a xerife agora tem desejos por mim também? O que diria seu pessoal, hum? E sua família que a criou tão bem, se eles existissem? O que diriam de sua filhinha tão comportada agora — questionou e em seguida fez um tom de voz ainda mais fino, beirando uma inocência encenada — Com você assim querendo se aproveitar de uma garotinha algemada e indefesa, que nem tem ideia se já atingiu a maioridade ou não — brincou com outro sorriso nos lábios.

— Você me parece bem madura ao cometer todos esses crimes por anos, não tem nada de indefesa.

— Poxa, agora você me pegou, mas ainda continuo algemada e portanto não poderia me mover, se você resolvesse agir contra a lei que tanto defende tocando nesse corpinho.

Caitlyn já não a encarava e permaneceu em silêncio, a última coisa que queria era alimentar a mente lunática a sua frente.

— Sabe esse ferimento que tenho na altura da costela bem aqui — a garota apontou com o queixo para o local, tendo por um instante a atenção da mulher mais velha — Eu consigo sentir o sangue escorrer lentamente e já frio, isso tá me enlouquecendo, sério — Caitlyn já pegava em seu traje um lenço que trazia, quando a fala da outra a interrompeu — Adoraria ver você passar sua língua quente nele, limpando tudo e deixando um rastro brilhante de saliva bem devagar, é uma ótima visão.

Uma respiração pesada escapou de Caitlyn, enquanto desviava o olhar, confundindo Jinx com uma possível expressão de tédio novamente, ou apenas desconforto, mas sua pele estava visivelmente arrepiada, de repente.

— Hmmmmm, parece que a xerife também aprova a ideia. Viu? Eu sabia que você adorava bancar a submissa também.

— Eu prefiro sufocar até a morte aqui mesmo.

— Você perde a linha tão fácil — a voz de Jinx mudou, tornou-se séria, até parecendo normal, enquanto falava com os olhos violeta fixos na mais alta — Consigo tirar você do sério com tão pouco! É verdade que você é reservada, apesar do gosto que tem por mulheres, tão ridiculamente discreta e respeitável, que ninguém nunca ousaria questionar sua autoridade, ou profissionalismo, mas agora sei que seus desejos estão guardados aí dentro dessa carcaça de prudência e raciocínio, mesmo que bem fundo. Você é um ser desprezível e nojento!

Era do conhecimento da xerife que a garota faria de tudo para a atingir enquanto estivesse presa e em desvantagem, mas sua mente era altamente treinada para a ignorar também, então suas palavras não tinham efeito em sua mente, mesmo que seu corpo a traisse em alguns momentos.

A mais nova tinha cessado com as provocações por um tempo e cantava algo muito baixo e incompreensível, quando outra placa de concreto desabou, derrubando Caitlyn, que teve a coxa perfurada quase completamente por outra fina barra de ferro da estrutura. Com um gemido alto de dor, a mulher agora se via no chão, pressionando o membro atingido com força e tentando movê-lo.

Assim que passou pela surpresa da cena, Jinx se colocou a rir do que via descontroladamente. Não demorou mais do que alguns segundos para deixar as algemas que já havia conseguido abrir de lado e se aproximar para ver melhor a criatura irritada e ferida com quem dividia o confinamento forçado.

— Você... Você escapou! Estava com o tornozelo e os pulsos livres todo esse tempo — reclamou a xerife com indignação e cansaço, ao ver Jinx se aproximar mancando.

— Não pretendia estragar a surpresa tão cedo, apenas quando estivéssemos livres pra que eu pudesse fugir, mas... Tan daaaan — abriu os braços com um sorriso, mas logo sua expressão trocou para nojo e desprezo — Arrgh, isso parece horrível! Está sangrando como uma vaca no abatedouro.

Caitlyn constatou que realmente sangrava ao tencionar o músculo e rapidamente tirou o cinto, prendendo sua coxa com o máximo de força que conseguia para impedir o sangue de circular.

— Legal, talvez você morra mais cedo e vou ficar sozinha nesse inferno de lugar! Ótimo — Jinx bufou mais uma vez.

Estavam sentadas relativamente perto agora e a criminosa encarava a outra mulher, que suava e parecia cada vez mais fraca. Era divertido ver como parecia que sua alma tinha deixado o corpo, ou seu cérebro não mais funcionava, mas de repente, a cabeça pendeu de forma que a policial parecia perder os sentidos aos poucos.

— Não, não, não!! Não morra ainda, sua imbecil! Se tivesse ficado perto da coluna onde eu estava, teria escapado. Foi assim que conseguimos nos manter vivas, mas seu traseiro rico e desprezível não quis se aproximar de mim e olha onde está agora!

Com uma das mãos, a mais nova tentava segurar o queixo de Caitlyn e mantê-la acordada, mas só recebia alguns olhares perdidos.

— Como eu vou sair daqui sem a sua ajuda, han? Sua viada de elite com essa bunda branca rica — logo depois de xingar, os olhos violeta aguardaram atentos, mas a outra já não tinha mais consciência — NÃO!!! GRRRR... Tá bem, eu vou deixar só o viada de elite, até porque sua bunda deve ser menos branca do que a minha! Olha, eu nem me importo em que traseiro você enfia esse maldito rosto bonito, só... — dessa vez a voz saiu histérica, do fundo da garganta e entre os dentes pontiagudos de Jinx — ME TIRE DESSA MERDA DE LUGAR SUA XERIFE INÚTIL!

A garota sacudiu o corpo inerte sem qualquer resposta e só então passou a encarar a barra de ferro que atravessava a coxa da policial.

— Use a droga de um desses seus aparelhos para pedir ajuda, ou grite com algum imbecil sem cérebro lá fora, mas tire a gente daqui!!!

Sem perder tempo, a criminosa vasculhou os pertences da xerife, encontrando nada além de sua pistola pessoal. Apontou a arma para o rosto sereno desacordado, ouvindo vozes que diziam para matá-la ali mesmo.

"Essa infeliz inútil atrapalhou seus planos por tempo demais! Ela tem uma mira realmente boa e um rosto muito perfeito, mas nada daria mais prazer do que matá-la agora!"

"Não, não... Matá-la enquanto consciente seria melhor, vendo seus olhos amedrontados diante da morte e sabendo que eu seria a responsável, mas se é só isso o que temos, melhor aproveitar."

"Claro que seria muito melhor atirar em sua cabeça com uma das minhas armas, elas esperaram por isso tanto quanto eu, merecem isso... Grrr..."

Com os olhos fechados em meio aos braços, Jinx se contorceu e golpeou a própria cabeça algumas vezes, tentando afastar os pensamentos atraentes de Caitlyn com um buraco bem no meio da testa.

Sua mente trabalhou rápido, quando olhou ao redor, calculando as possibilidades. Até tentou cerrar a barra de ferro com uma pedra, mas gastar o metal levaria muito tempo e energia, então começou a gastar o concreto, que já não era muito firme e se esfarelava, conforme raspava a pedra nele. Logo conseguiu soltar o concreto da barra de ferro, mas não sabia ao certo quanto tempo tinha se passado.

Demorou muito até que Caitlyn finalmente acordasse, a mais nova chegou a pensar que estava morta, mas ouviu um sussurro baixo.

— Obrigada...

— Hã? Isso não fui eu. O concreto quebrou com a queda. Essa biblioteca subterrânea já é bem velha, sabe lá quanto tempo tem.

Era notável o esforço da de cabelo azul claro em tirar as pistas do que havia feito, mas a policial encarava os dedos empoeirados de um cinza claro da garota com seu esmalte gasto. Era fato que as unhas compridas e mal pintadas estavam também tomadas pelo pó do concreto e Jinx percebeu o olhar em si.

— É que preciso usar você pra sair daqui viva, seu cadáver ambulante!

Uma completa escuridão tomou conta do lugar quanto a lanterna de Caitlyn apagou.

— Ah, mas... Não! Que droga! Você não recarregou essa coisa antes de trazer?

— Sim, estava carregada. O que significa que devemos estar aqui por mais de 8 horas.

— Eu estava pensando em usar ela pra fritar seu corpo, quando estivesse com fome, agora vou ter que devorar você assim mesmo.

— Tem um isqueiro e algumas barras de cereais em algum compartimento na lanterna, usava quando ia caçar. Você pode comer, ou usar o isqueiro pra me fritar, tanto faz — a voz da xerife era desanimada, como se tivesse desistido.

— Hmmmm, não! Prefiro destruir esse rostinho perfeito com um monte de balas que vou enfiar na sua cara quando sairmos daqui! Vi vai ter outros buracos disponíveis pra brincar.

— Rostinho perfeito, é?

Caitlyn respondia enquanto tentava manter sua mente acordada depois da exaustão do seu corpo submetido à dor intensa por tanto tempo e por isso preferia conversar, mesmo que coisas sem sentido.

— Você escondeu analgésicos, comida e isqueiro dentro de uma lanterna? Sério? Como? Que tipo de bestas você caçava?

Jinx estava admirada, mas agradeceu mentalmente pelo que encontrou.

— Como sabe que são analgésicos?

— E o que seria? Remédio pra doidos? Eu já tentei, não funcionaram.

— Pode ser veneno, eu não recomendo ingerir.

— Diz isso porque os quer. Deve estar se contorcendo de dor com essa coisa na perna.

— Na verdade não sinto nada, mas estou começando a ficar com fome.

— Quem disse que vou dividir os chocolates? Eu peguei primeiro.

— Não, tudo bem. Posso morder alguma parte sua. Você mesma disse o quanto era saborosa horas atrás, lembro bem.

— Sua pervertida maluca! Não encosta em mim, toma o seu chocolate!

Sem hesitar, a mais nova jogou uma das barrinhas de cereal na policial, que embora não tivesse emitido nenhum som, tinha certeza de que estava se contendo para não rir.

— E só fiz isso porque tive muito trabalho para tirar você desse bloco de concreto, não quero que vire uma múmia aqui embaixo depois de tanto esforço da minha parte, então coma.

— Aham!

Não demorou muito para que a policial perdesse a consciência de novo. Tantos dias de trabalho exaustivo e noites sem dormir investigando um caso difícil cobravam seu preço, ao Caitlyn levar seu corpo ao limite.

Estar sozinha fez com que Jinx perdesse o controle. A garota esguia sentou sobre o corpo deitado no chão, segurando entre suas mãos o rosto frio da mais velha.

— Você não pode morrer, eu mesma vou matar você. Como posso fazer isso se estiver morta, hum?

Uma das unhas deslizou pela carne da detetive, deixando um rastro de sangue conforme a maluca afundava em sua pele pela extensão da bochecha.

Sem qualquer um de seus planos em vista de funcionar, a de cabelos claros se colocou a agir por outros meios. Rapidamente tirou as roupas de Caitlyn e as vestiu, deixando a policial com suas próprias vestes bem mais apertadas, já que Jinx era mais magra.

— Como eu vou tirar esse animal estúpido daqui? Grrr... Não! Não me agrada nem um pouco que outra pessoa tenha tido essa vitória. Nem foi uma pessoa, foi a porra de um bloco de concreto — a jovem falava consigo mesma, uma forma simples de não se deixar levar pela situação e funcionava muito bem.

De forma ágil, tirou a pólvora de cada uma das balas que Caitlyn trazia e logo fez um pequeno explosivo com o que tinha restado da lanterna, tudo sem enxergar, mas seus olhos viam apesar de tudo em sua mente criativa, que despertara uma genialidade incomum que a fizera escapar de situações até mais difíceis no passado. O explosivo funcionou perfeitamente com o isqueiro, que só lembrou de ter em sua posse depois.

— Você é mesmo um jegue, ainda bem que essa outra imbecil não viu nada! Fez a porra toda no escuro podendo iluminar tudo! Bom, eu não teria mãos suficientes pra tudo mesmo assim — sorriu vitoriosa.

Ao detonar a pequena bomba no canto vazio do espaço em que estavam, mais escombros caíram, revelando uma pequena entrada de ar. Encarando a abertura, Jinx conseguiu ver parte das escadas que certamente dariam acesso ao andar de cima, que se tivessem sorte, estaria menos destruído.

Demorou para retirar toda a pilha de concreto, mas conseguiu se libertar e até respirar melhor. Jinx já estava subindo os primeiros degraus quando olhou para trás e viu as botas da xerife com seu corpo ainda imóvel.

— Arrrrgh... E como você pensa que conseguiria subir as escadas carregando um hipopótamo desse tamanho, gênio?

Falava com sua própria voz em sua cabeça ao se ver voltando para onde Caitlyn estava ridiculamente vestida com suas roupas apertadas, mas mantendo ainda as botas que usava cobrindo acima do joelho com grandes fivelas de bronze.

Foi com uma dor latente e insuportável em sua perna que a xerife acordou, se sentindo ainda tonta e enjoada pela sensação do ferimento, mas demorou muito a conseguir abrir os olhos. A visão turva não reconhecia o teto cheio de vigas de metal, mas mais parecia uma fábrica abandonada e cheia de ferrugem. Seus olhos não conseguiam se manter abertos, mas encarou a própria coxa desnuda com o ferimento aparentemente fechado, antes de adormecer completamente mais uma vez.

Da segunda vez que acordou, Caitlyn já estava um pouco mais desperta, embora parecesse sob o efeito de alguma medicação que a deixava mole e sonolenta. Conseguiu se sentar devagar e constatou que estava nua e sozinha. Nas linhas costuradas em sua pele, responsáveis por fechar a ferida podia-se ler "HA HA HA HA" com o cordão preto formando letras. Lembrou-se vagamente do desabamento onde ficou presa com Jinx e por um momento constatou que deveria ser a responsável também por tirá-la de lá.

— Você tinha que ver a sua cara — o jeito irritante e estridente de falar foi reconhecido pela morena que levantou seu olhar para as vigas novamente, encontrando a figura pálida com deboche — Foi uma ótima ideia deixar você pelada, mesmo não precisando. A cara de alguém vulnerável, confusa e assustadinha foi impagável.

Caitlyn tentou puxar seus braços, mas dessa vez era ela quem se encontrava algemada em um cano de metal que fazia parte do sistema de água ou gás do antigo prédio.

— Você me salvou — disse a xerife com voz fraca, quase inaudível.

— Salvar você? Não — Jinx riu — Uns caras salvaram você e depois roubei você deles pra me divertir — mentiu — Já viu quanto você pesa, girafa peituda?

Travando a mandíbula outra vez, a policial tentava não pensar tanto no quanto sentia sua coxa doer, mesmo que a aparência do local estivesse horrível, arroxeada e visivelmente inflamada.

— Ah sim, eu ia roubar morfina pra trazer também e deixar você viciada em algo que te fizesse dormir pelo resto da vida, mas suas expressões de dor são UMA DELÍCIA!

Mais populares

Comments

Marcella Eduarda

Marcella Eduarda

Jinx é uma lunática, mas foi legal ver ela salvando a Catelyn, cada coisa que ela diz eu fico 🥵😂🛐

2023-10-09

1

Adriana Gomes

Adriana Gomes

esse primeiro capítulo já é o suficiente
para acompanhar essa belíssima obra com com a expectativa de coisas muito interessantes pela frente

2023-09-12

1

Jinxed

Jinxed

Pensa numa história que prende a gente pra saber o que vem depois

2023-09-07

2

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!