Sely passou a dia pensando, nas palavras de Deny.
E no quanto a bebida, a mudava.
Ela tirava suas fotos, e sempre quando lembrava que ele disse que beija-la era o que sempre quis, ela sorria atrás da câmera.
- Esse sorriso, eu já vi uma vez esse tipo de sorriso.
- E onde foi, S.Selson?
- Em minha falecida esposa, quando eu disse que a amava.
- Ela então retribuiu, com esse mesmo tipo de sorriso.
- Que dizia, que também me amava.
- S.Selson o senhor, é um apaixonado nato.
- Sely sorri, e continua a tirar suas fotos.
O dia foi cansativo, mas Sely ao chegar tomou banho e convidou Livi para o mercado.
As duas acompanhadas por Pet foram, e na volta passaram na sorveteria para agradar o menino com o calor que estava.
Deny havia passado o dia pensando, em suas palavras a Sely.
Ele não via a hora de encontrá-la, sua vontade era de tomá-la em seus braços e dizer que estava na hora de assumirem seus sentimentos.
Era noite, e ele estava terminando de preparar a janta favorita do tio.
Deny arruma a mesa, e coloca a comida em um refratário.
Ele havia feito carne assada, com batatas dorê.
Deny vai até o quarto do tio.
- Tio!
- Vamos levantar, está preguiçoso de mais.
- Fiz sua janta preferida, e quero lhe dizer que resolvi falar com Sely e...
Deny encosta em Raul, e o sente frio.
Deny se apavora, mas vê que ao tocar em seu pulso seu coração aínda batia bem fraco.
Ele então pega o aparelho, e vê sua pressão que estava muito baixa.
Deny entra em desespero e liga para Morin, que chega rapidamente com ajuda de paramédicos para levá-lo em maca.
Deny em pouco tempo ficou diferente, aquela aparência de felicidade se virou com a triste visão de seu tio passando mal.
Ele ficou tão pálido, que ficou como se ele também estivesse doente.
Ao descer as escadas, atrás de Morim e os paramédicos com seu tio Raul, Deny já havia se vestido descentemente.
E com ele carregava uma bolsa, com documentos seu e do tio.
De longe Livi e Sely avistam Deny, entrando no carro de Morin seguindo a ambulância.
Sely se assusta, e aperta o braço de Livi que a tranquiliza.
- Vou ligar para Henrique, ele saberá o que fazer.
Após Livi ligar Para Henrique, ele vai imediatamente para o hospital para vê Deny e saber o que aconteceu.
Ao chegar encontra Deny sentado, com a cabeça baixa e as mãos ao rosto.
- Deny como está?
- Como está tio Raul?
Deny levanta o rosto, e saindo da cadeira abraça o amigo aos prantos.
- Estou perdendo meu tio, ele está morrendo Henrique!
Henrique abraça o amigo, e os dois se sentam.
Deny relata a sena, que presenciou ao ir acordar o tio.
Henrique a todo momento, segurava o ombro do amigo.
Morin aparece ao corredor.
- Deny seu tio quer vê-lo, já digo que faça o possível para não deixá-lo falar muito.
- Lhe resta pouco, e quanto menos esforço é melhor.
Deny levanta, e vai ao quarto.
Henrique liga para Livi, que deixa Pet com Laurinha e vai em companhia de Sely ao hospital.
Deny entra no quarto, e vê aquele tio que se parecia tão forte quanto um touro, agora estava debilitado.
Raul estava pálido, e no oxigênio mal conseguia se mexer.
Ao ver Deny, levantou sua mão em sua direção e sorriu.
Deny foi em sua direção como uma criança, se ajoelhando aos seu lado segurou sua mão e fechando os olhos chorou.
Com muita dificuldade, Raul falou e o olhava com carinho acariciando seus cabelos.
- Meu filho, meu menino... Não fique assim!
- Esse dia chega, a todos e não quero lhe ver triste.
- Você foi como um filho para mim, isso foi o que mais me trouxe felicidade.
Deny limpa suas lagrimas, e sorri ao tio retribuindo o carinho beijando-lhe a mão.
- E o senhor sempre foi meu pai, e eu o amo e o admiro por isso.
- Por mais que eu tenha o chamado de tio, sempre foi meu pai.
- Meu verdadeiro pai!
Raul sorriu, apertando a mão de Deny.
- Eu o amo!
Deny o olhou, e levantando-se do chão sorri e o beija ao rosto.
- Eu também o amo muito, meu pai!
Raul sorriu, e devagar foi fechando seus olhos até partir lentamente segurando a mão daquele que sempre foi seu filho.
Deny chora segurando sua mão, ele a coloca sobre a cama devagar e se aproximando bem vaí rosto do tio o beija a testa com carinho.
Ele olha ao canto e vê uma cadeira, a pega e coloca ao lado da cama e se senta.
Ele aperta a campainha, e Morin aparece rapidamente.
Ficando triste ao ver a sena, de Deny acariciando a mão de seu amigo de anos que havia partido.
- Ele partiu, tranquilo Morin.
- Eu sinto muito garoto, Raul era como um irmão.
Deny suspirou e saiu do quarto, ele olhou Henrique que o esperava sentado , e então se sentou junto.
- Meu pai Raul, se foi Henrique.
- O que acalma meu coração, é que se foi tranquilo.
Morin sai do quarto, e se aproxima entregando a Deny uma chave.
- Raul a me deu, dentro de seu roupeiro no fundo atrás dos blazers tem uma caixa, e está é a chave que a abre.
- Tem documentos os quais são seus, os leia com atenção e também tem por escrito por ele mesmo tudo o que deves fazer apartir de agora, caso decida aceitar, sua proposta.
Deny a pegou com tristeza, e a a pertou em sua mão.
- Obrigado!
- Deny vou ao banheiro, e pegarei um café no restaurante do Hospital.
- Você aceita?
- Não!
- Obrigado Henrique.
Sely e Livi chegam ao hospital, Sely estaciona o carro e vê Luzia chegando.
Ela apenas respira fundo, mas Livi percebe o encômodo.
- Amiga por favor, esqueça essa mulher Deny precisa de todos nós.
Sely deu um sorrisinho triste, e afirmou com a cabeça.
Luzia entra ao hospital, Sely e Livi sairam do carro e seguem o mesmo caminho.
Ao entrarem viram Luzia de costas pegando informações no balcão, iam fazer o mesmo mas avistaram Henrique e foram a seu encontro.
Henrique abraça Sely , e Livi a abraça forte a beijando suave.
- Como está Raul?
- Sely ele acabou de falecer, Deny está de um jeito que nunca vi.
- Onde o encontro?
- No segundo andar, próximo a sala de espera no corredor.
Sely sai apressada, Livi ia ir mas Henrique a segura no braço.
- Amor nesse momento, ele precisa de Sely.
- Vamos ao restaurante, e tome um café comigo.
Livi segurou sua mão, e os dois vão ao restaurante.
Luzia não as viu mais ao se virar, e foi ao banheiro para depois seguir a procurar Deny no andar indicado.
.Sely sai do elevador rapidamente, e seguindo o corredor avista Deny ao celular sentado.
Sua aparência estava pálida, Deny levanta o olhar com os olhos vermelhos e ao ver Sely desliga o celular sem dizer nada a pessoa do outro lado da linha.
Sely se aproxima devagar, e para em sua frente, Deny segura suas mãos a ela se coloca entre suas pernas.
Deny a solta e a abraça pela cintura, a puxando bem perto, fecha os olhos e chora feito uma criança.
Sely se emociona, ela acaricia seus cabelos e apenas fica em silêncio, sentindo as lágrimas caírem pelo falecimento de Raul e a tristeza de Deny.
Luzia aparece, e fica a olhar de longe.
Por mais que ame Deny, e detesta o fato de Sely está a seu lado ela decide voltar e ir embora.
Sely fica ali por minutos, e Deny desabafando toda sua tristeza .
Quando ele parou, ela continuou acariciando seus cabelos e o deixou se sentir melhor.
- Como está agora?
- Me sinto envergonhado, por agir feito criança em seus braços.
Sely tira os braços de Deny de sua cintura, e ajoela-se em sua frente.
Ela segura seu rosto com carinho, e o beija a testa.
Com seus dedos, limpa suas lágrimas deixando Deny em silêncio apenas aceitando seu carinho.
- Todos agimos feito criança, ao perder quem amamos.
Sely levanta e oferece a mão a Deny, que a segura e levanta devagar em sua frente.
Então ele a abraça, e fica ali em seus braços.
Henrique e Livi chegam, mas decidem voltar e sentar na sala de espera.
- Obrigada!
- Deny eu jamais o deixaria nesse momento, eu perdi meu pai ainda pequena e meu tio que cuidou de mim.
- E eu o amo tanto, como se fosse meu pai e na verdade é o que ele é.
- Eu entendo, a relação de você e Raul.
Morin aparece e chama Deny, para os dois conversarem sobre o documento da liberação e o que deveria fazer .
Morin o levou, para sua sala onde os dois se sentaram para conversar.
- Aqui está a documentação, para a liberação do corpo e este aqui você assina que é sobre a baixa.
- Raul já havia se programado, com tudo.
- Já avisei a Funerária, onde ele mesmo já havia escolhido o caixão, roupa e a forma do enterro.
Deny respira fundo , e passa as mãos ao rosto.
- Ele já imaginava tudo, como eu ficaria após sua ida.
- Ele sabia que eu não teria forças, para fazer tudo.
- Sim!
- Ele será colocado ao jazigo da família, o qual ficará ao lado de sua mãe.
- Eu já avisei o cemitério, tudo já está sendo preparado para seu enterro amanhã às onze e meia.
- Seu corpo chegará às oito ao cemitério, então vá para casa e descanse.
- Está bem!
Deny saiu da sala, era como se toda sua força havia sumido.
Ele se sentia triste, fraco e incapaz de entender tudo.
Mesmo se fosse explicado de várias formas, ele não aceitava tudo aquilo.
- E então Deny?
- Ele deixou tudo pronto, desde seu preparo até o caixão e seu tempo de velório antes do enterro.
- Sabia que eu não seria capaz, e nem conseguiria fazer.
- E agora?
- Podemos ir, não a mais nada para se fazer por aqui Henrique.
- Você quer que eu vá, para seu apartamento e passe a noite lá com você amigo?
Deny olhou para Sely.
- Não! Obrigado meu amigo.
Eles saíram do hospital, nenhum disse uma palavra se quer até chegarem a rua.
- Sely eu irei até o bar com Henrique, ele irá fechar o bar já que deixou um dos seguranças cuidando.
- Você levaria Deny, não se preocupa?
Sely olha para Deny, ele estava parado encostado ao carro com uma expressão de profunda tristeza.
Seus olhos apenas olhavam, sem piscar um minuto para o nada.
- Levo sim!
Henrique beija Sely ao rosto, e vai até Deny o tirando do transe e o abraça.
- Me mande tudo certo por mensagem, e se precisar me chame o momento que for não hesite.
Deny se emociona, e aperta forte o amigo.
- Obrigado!
- Nunca esquecerei o que está fazendo, por mim meu amigo.
- Sely o levará, irei fechar o bar e Livi irá comigo.
- Está certo, muito obrigado Henrique.
Sely e Deny entram em seu carro, Livi e Henrique seguem para o bar no carro de Henrique.
Por todo caminho Deny não disse uma palavra, Sely resolveu respeitar seu silêncio.
Ao chegarem Deny ficou olhando o prédio, e lembrando sua infância ao lado de sua mãe e Raul ali.
Sely ficou olhando com pena, Deny estava muito cansado.
Ao saírem do carro, Sely o fechou e se aproximou de Deny acariciando seu rosto.
- Vou levá-lo ao seu apartamento, e...
- Por favor Sely, não estou preparado fique comigo hoje!
Sely respirou fundo, mordendo o lábio inferior ficou a pensar.
- Vamos ao meu apartamento, lá eu decido o que farei.
Sely e Deny subiram as escadas, seguindo o caminho em silêncio.
- Deny pode sentar em meu sofá, e me dê sua chave que eu irei ao seu apartamento para lhe buscar algo.
- Só me diz o que deseja, eu trago tudo para você.
Deny lhe disse o que trazer, Sely foi e voltou rapidamente.
Entrando aliviada no seu apartamento, ao olhar Deny Sely sorri.
- Eu lhe trouxe tudo, está aqui nessa sacola.
- Sua escova de dentes, calça de pijama, camiseta, Boxer, seu perfume e desodorante.
- Obrigada Sely!
- Pode tomar banho primeiro, após você eu tomarei.
- Enquanto isso preparo algo, para poder comer.
Deny dá um sorriso amarelo, e vai para o banho enquanto Sely prepara algo.
Ao terminar Deny vai para sala, seu cabelo estava esvuraçado, usava sua calça e camiseta.
E como sempre, estava descalço.
Ele sentou-se ao sofá, e ficou parado em silêncio.
Sely preparou o lanche, e o levou para Deny o colocando na mesa de centro.
- Coma Deny fiz algo leve, suco de laranja, e torrada de queijo e presunto.
- Sei que a vontade de comer some, mas amanhã tens que ter força para de despedir.
- Vou tomar banho, logo volto.
Deny olhou o lanche, e pensou no trabalho de Sely fazer para agradá-lo e resolveu comer.
Sely quando voltou usava um robe vermelho de cetim, que estava amarrado com seu cinto,por baixo usava uma a camisola de conjunto.
Sely prendeu seu cabelo no alto, para não molhar deixando os cachos soltinhos a cima.
- Que bonito, comeu tudo!
- Você vai comer?
- Apenas tomar um chá.
Sely foi a cozinha, Deny apenas a olhava que apesar da situação mesmo estando com tristeza ao coração ele batia forte ao lado dela.
Sely pegou a xícara de chá, e sentou- se ao lado de Deny.
- Sely... Não irá fazer seu ritual hj, dançar?
Sely bebeu o chá, e o olhou.
- Não!
- Danço para me sentir feliz, ou para comemorar que estou feliz.
- A tristeza de hoje é imensa, não a nada que a faça ir embora.
- Vou trazer um lençol e travesseiro, para você dormir.
- Precisa descansar!
Sely vai ao quarto, e traz as coisas para Deny.
- Vou dormir, pode usar o banheiro e pegar o que quiser na cozinha se tiver fome durante a madrugada.
- Obrigada!
Sely sorriu a Deny, e foi deitar.
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Atualizado até capítulo 32
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