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Thomaz Castro

– que tipo de pai sente inveja do filho?.- ela pergunta sem me olhar.

O meu sempre foi um homem rígido na criação de seus dois filhos, mas ele sempre era um pai presente e amoroso vamos assim dizer.

Mas tudo mudou quando ele sofreu a merda do acidente, e eu tive que assumir tudo aquilo, na minha cabeça ele me trata dessa forma por que eu sou melhor que ele, é isso mexe no ego dele.

É um copo de vidro sendo jogado na minha direção não é nem o começo.

– ele já te bateu ou algo do tipo além de quase tentar te matar com um copo?.- ela pergunta e eu olho pra ela.

– ele já me deu um tapa no rosto quando eu faltei respeito com ele por suas várias falas comigo, mas a única vez que ele passou de mais do limite foi quando ele jogou uma faca em mim e acabou pegando.- falo lembrando do dia e da dor de ter uma faca enfiada pela metade no meu ombro.

– como é?.- ela me olha surpresa e fica na minha frente.

– o que eu posso fazer, ele é o meu pai.- falo dando de ombros.

– o fato dele ser o seu pai não significa nada se ele tem atitudes como essas, você o considera e o respeita como pai mas ele não considera e não te respeita como um filho.- ela diz e eu sei que ela está certa, mas saindo da boca dela parece ser mais claro que a minha própria mente.

– depois desse dia eu evitava ir na casa dele, evitava ver ele e só vejo ele em eventos importantes, como por exemplo, natal, reunião de família, aniversário das redes e aniversário da minha mãe e do meu irmão.- falo e ela me olha com uma cara estranha.

Mas por incrível que parece não é uma cara de pena.

– e ano novo?.- ela pergunta e eu meu olhar não sei por que caralhos desce pra boca dela e a cena do beijo dentro da sala de limpeza volta na minha mente.

– eu fico em casa, não gosto de passar em família, por que ele vai estar lá, e eu não aguento passar ano novo ao lado dele.- digo por que da última vez que fui passar ano novo foi o dia que ele jogou a faca.

– você era noivo, onde ela passava?.- ela pergunta.

– com a família dela.- falo e ela me olha estranho.

– sua noiva te deixava passar ano novo em casa sozinho?.- ela pergunta e parece que só ela falando as coisas ficam claras. – por que tá me olhando desse jeito?.- ela pergunta e eu paro de olhar pra boca dela.

– que jeito?.- falo me ajeitando.

– você tá estranho, anda me leva pra casa.- ela diz batendo no meu ombro e entra no carro.

– gostei de ter conversado com você, acho que deveria fazer isso mais vezes.- falo assim que entro no carro.

– é você deveria, talvez eu coloque um pouco de juízo e senso nessa sua cabecinha.- ela diz apertando minha perna e logo tira a mão pra colocar o cinto de segurança.

Levo ela pra casa e antes que ela saia do quarto ela tira o cinto de segurança e me olha.

– até segunda, senhor Castro.- ela fala e sinto raiva só de ouvir ela me chamando dessa forma.

Nunca odiei tanto que alguém me chamasse de senhor Castro como odeio que ela me chame.

– para de me chamar assim.- falo e ela ri.

– para de me chamar de Maria.- ela diz e eu nego.

– impossível.- falo e ela da de ombros.

– tudo bem então, senhor Castro.- ela diz sorrindo e olho pra boca dela e  uma vontade enorme de beijar ela passar pela minha cabeça.

Ela se aproxima de mim e me abraça, eu devolvo o abraço e fico com o rosto perto do dela, mas ela parecia não entender ou ver a vontade que eu estava de beijar ela daquela mesma forma de novo.

– tchau.- ela diz e sai do carro.

Vejo ela abrir o portão da casa dela e ficar me esperando da a volta no carro, assim que vou embora ela entra.

Mas que porra de vontade é essa Thomaz ?

Claro que não nego que eu comecei a sentir uma puta atração por ele depois daquele fodido beijo.

Ela tem o melhor beijo do mundo, até as mãos dela na minha nuca fez todos os cantos do meu corpo tremer em excitação.

Ela é muito linda, arrisco dizer que é bem mais bonita que a liz. O corpo que parece ter sido desenhado pelos deuses...

Para com essa merda Thomaz, ela só te beijou aquele dia por que você beijou ela, e por conta da sua ex.

Não acho que ela se interessaria dessa forma por mim.

Eu acho...

***

– não vou pra balada nenhuma.- falo pela décima vez pro Vitor.

– claro que vai, é uma balada nova e você ainda está solteiro.- o Vitor fala. – aliás por que não quer falar sobre ela pra gente ?.- ele diz.

– por que não é da conta de vocês, já disse.- falo dando de ombros.

– você terminou com sua ex noiva que dizia amar tanto faz uma semana, em dias já estava conhecendo outra ao ponto de apresentar ela pro seu pai, acho que isso nos interessa por que você nunca falou dela.- ele diz.

– se você continuar falando eu não vou pra lugar nenhum.- falo e só assim ele fica quieto.

– vai se arrumar, o Giovanni vem nos buscar.- ele diz e eu me levanto e vou me arrumar .

***

De fato a balada é grande e bastante animada, e muita mulher bonita pra cada lugar que eu olho.

Mas assim que olho pra pista de dança uma única mulher me chama a atenção.

Maria!

O que ela tá fazendo aqui?

– aquela ali não é a garota misteriosa?.- o meu irmão fala e eu concordo. – agora entendi o por que você apresentou ela pro nosso pai, ela é incrível.- ele diz e eu olho pra ele fechando a cara.

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