07

Thomaz Castro

Assim que entro no meu carro vejo pelo retrovisor a imagem da Maria, ela no ponto de ônibus e um cara bem atrás dela.

Ele tá assediando ela?

Saio do carro e vou caminhando até lá, não demora muito pra eu ver o homem tocar na cintura dela e ganhar um soco na cara de presente.

– Maria?.- falo e ela me olha.

– Thomaz?.- ela fala e antes que o homem ataque ela é a minha vez de dar um soco.

– encoste nela novamente, e você vai parar na cadeia.- falo entre dentes e o homem sai praticamente correndo. – se quiser prestar queixa vamos agora na delegacia.- falo e ela nega.

– não vai adiantar muita coisa, estamos no Brasil.- ela diz bufando e olha a própria mão.

– vem, te dou uma carona.- falo e antes que ela negue eu pego a bolsa dela e vou caminhando de volta pro meu carro.

Abro a porta do carro pra ela que entra e logo entro também e devolvo a bolsa dela.

Coloco o cinto de segurança e dou partida no carro.

– a minha casa fica um pouco longe e com certeza longe de onde você mora.- ela diz e eu nego.

– não moro tão longe.- deixo escapar e ela me olha com a sobrancelha erguida.

– como sabe onde eu moro?.- ela pergunta e eu penso numa resposta rápida.

– estava no seu currículo.-  minto e ela apenas concorda.

Como eu vou dizer pra ela que eu pesquisei sobre ela depois que eu tive a grande ideia de fazer ciúmes na liz.

Infantil?

Óbvio!

Mas ela tem que ver que ela não foi a única que seguiu em frente, e eu não estou sofrendo por ela.

Mas usar essa mulher do meu lado e machucar os sentimentos dela não é o que se passa na minha cabeça.

– eu tenho a leve impressão que você quer me contar alguma coisa.- ela diz e isso me chama atenção dela.

– na verdade tenho sim, mas tem que me prometer que não vai surtar ou me dar um tapa.- falo e ela concorda.

– estamos fora do ambiente de trabalho, eu posso te xingar.- ela diz e eu dou risada.

– eu não posso te demitir se fazer isso fora do trabalho.- falo sorrindo.

– não enrola, fala o que é.- ela diz e eu paro em um sinal.

– a minha noiva, quer dizer ex noiva.- falo olhando pra ela.

– eu escutei a conversa no bar e vi a mensagem no elevador.- ela fala o que eu já tinha um pouco de certeza.

– você é curiosa.- falo e ela ri. – enfim, eu sei que é infantil, mas se ela aparecer com ele, eu queria mostrar pra ela que não estou sofrendo por ela.- digo e ela apenas concorda e olha pra frente.

Dou partida no carro mas logo paro em outro sinal.

– e você está sofrendo por ela?.- ela pergunta .

– estou, mas isso fica entre nós.- falo fazendo piada.

– então você quer me usar pra fazer ciúmes numa mulher daquelas?.- ela diz e eu não entendi a fala.

– como assim uma mulher daquelas?.- pergunto e ela revira os olhos.

– olha pra mim.- ela diz.

– já estou olhando.- falo e vejo ela desviar o olhar de mim.

– eu sou bonita, mas aquela mulher é uma deusa.- ela diz e é a minha vez de revirar os olhos.

– com todo respeito, Maria.- falo e dou partida no carro. – mas se eu não fosse apaixonado por ela, eu daria em cima de você por que você é perfeita.- falo e ela olha pra frente.

Dou um sorrisinho ao perceber que deixei ela envergonhada.

Entro na rua que vai pra casa dela e ela vai me ensinando a chegar lá.

Até que chego em uma casa de cor cinza, simples mas muito bonita.

– obrigada pela carona.- ela diz tirando o cinto.

– não me respondeu a proposta.- falo e ela concorda.

– eu topo, caso ela apareça com esse outro, posso te ajudar, minha vida tá muito parada, é bom ter uma emoção diferente.- ela diz rindo e abre a porta do carro.

– até amanhã Maria.- falo ela da um tchauzinho com a mão.

Dou a volta no carro e vejo que tem um grupo de pessoas olhando pra mim, mas um olhar em espécial me deixa em alerta.

Um homem que olhava pra mim e pra Maria, que ainda estava no portão de sua casa, com puro ódio no olhar.

Será que ela namora e não me falou?

***

– oi, mãe.- falo assim que ela abre a porta.

– oi, filho.- ela me abraça. – o seu irmão já chegou, está lá dentro.- ela avisa.

Entro na casa preparado pra uma sessão de tortura.

– por favor, não discuta com o seu pai, deixe ele falando sozinho.- ela me pede e eu apenas concordo e vou em direção a sala de jantar.

Vejo o meu pai já sentado na sua cadeira e o meu irmão conversando com ele. Estava ali à família mais próxima, como sempre fazemos um dia antes de comemorar mais um ano da empresa.

– finalmente.- o meu pai diz assim que me vê.

– oi, pai.- falo e ele não me responde.

– pode servir o jantar.- ele diz e logo o jantar começa a ser servido. – não entendo por que sempre chega atrasado em eventos de família.- ele diz já implicando.

– eu tive um contra tempo.- falo e ele concorda.

– quais as novidades ?.- a minha tia Alice pergunta pra tirar aquele clima chato.

– o Thomaz, perdeu a noiva.- o meu pai diz e eu solto os talheres com certa força no prato e todos ficam em silêncio.

Em quanto o meu pai fica cortando um pedaço de carne na maior calma do mundo.

– eu mal cheguei e você já começa a ser inconveniente, não é uma novidade.- falo revirando os olhos.

– não fiz nada, apenas falei a verdade, sua noiva te deu um pé na bunda, nem isso consegue fazer, conquistar uma mulher. - ele fala e eu dou um sorrisinho.

– igual você conquistou a sua, ah é não consquistou.- falo e ele me olha com raiva.

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Comments

Fatima Vieira

Fatima Vieira

Maria Fernanda é ótima

2024-05-04

0

Andreia Gregorio

Andreia Gregorio

XIII isso não vai prestar!😬😬😬😬🤔🤔

2024-04-26

0

Ana Regina

Ana Regina

verdade kkkkkl parabéns autora história linda demais ❤️ estou adorando a Maria Fernanda é uma mulher forte não é cheia de frescura kkkkkl ❤️❤️❤️

2024-04-08

5

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