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Maria Fernanda

– responde, achou mesmo que eu não iria descobrir?.- falo e ele não me olha. – eu nunca roubei nada de ninguém, não fui criada de forma errada, eu posso ser pobre e até estar passando fome, mas nunca roubaria algo de alguém, então se você não confia em mim ao ponto de achar que eu vou roubar o seu dinheiro, pode avisar ao Rh, amanhã eu passo lá e assino a minha demissão.- falo e ele para em um sinal.

– Ok, assumo, de fato eu fiz isso mas eu também fiz isso com a minha antiga secretária, até por que várias vezes ela vai ter dinheiro meu em mãos.- ele diz e eu dou uma risadinha.

– eu não sou sua antiga secretária, se você confia em mim pra uma coisa sendo que você só tinha me visto 3 dias na sua vida, por que não confiou em mim nisso?.- pergunto e ele revira os olhos.

– por que você pode apenas falar sobre isso pra todos, eu não vou perder nada além de passar vergonha, já dinheiro é diferente, eu não confio em ninguém o suficiente, eu mal te conheço.- ele fala e eu dou uma risadinha de nervosa.

– mal me conhece mas sempre faz questão de me levar em casa, mal me conhece mas já me falou da sua vida pessoal, mal me conhece mas já me beijou pra fazer ciúmes pra outra pessoa.- falo ironizando.

Ele da partida no carro e não me responde.

– para o carro, eu vou a pé.- falo mas ele nega. – Thomaz, eu quero descer.- falo e ele continua dirigindo.

Vejo a rua que dá direto na minha casa passar e eu olho confusa pra ele.

– pra onde tá me levando?.- falo e ele continua sem me responder.

Olho pra trás vendo que não tem nenhum carro perto e puxo e freio de mão mesmo sem saber como de fato funciona.

– você tá ficando maluca?.- ele fala mexendo no negócio de novo.

– eu mandei você parar a merda do carro.- falo e ele me olha.

– mas eu não vou parar, eu sou o seu chefe.- ele diz a minha raiva só aumenta.

– não seja por isso, tô pedindo demissão.- falo e ele sorri.

– não aceito o seu pedido.- ele fala olhando pra estrada. – se acalma, eu não vou fazer mal a você, vamos conversar sobre essa história direito sem ser na droga de um carro, ok?.- ele diz e eu bufo e me sento direito.

***

– eu nunca tive confiança em alguém, e pra que eu consiga confiar em alguém ela precisa me provar que merece a minha confiança, por isso eu faço isso, você não foi a única.- ele explica e eu reviro os olhos.

– eu não preciso provar nada pra ninguém, ou você confia ou você confia, eu não gostei nada de ter o meu caráter sendo duvidado, se você não confia em mim, trate de confiar, confiança não tem que ser provada e sim conquistada.- falo e ele fica me olhando fixamente.

Tomo a minha água e me encosto no carro, tiro os cabelos que ficam na minha cara por conta do vento e volto a olhar pra ele.

– eu confiei em você pra falar a minha vida íntima por que desde a primeira vez que eu te vi, até a sua voz me deixou calmo depois de uma discussão feia com a liz, certo que eu me aproximei mais de você por conta da liz, mas eu nunca teria feito isso com outra pessoa, eu te conhecia pouco, aliás eu não te conheço, não sei nada além do seu endereço.- ele explica. – e você está certa, eu errei e peço desculpas, não deveria colocar o seu caráter em dúvida sendo que você me ajudou aquele dia e não contou pra ninguém.- ele fala.

E realmente não contei mesmo, por que nem a Livia sabe disso.

– perdoado.- falo e ele respira aliviado. – por que passou dois dias me tratando diferente?.- pergunto e ele abaixa a cabeça.

– eu passei dos limites com você, fiquei envergonhado e achei que você também então te dei espaço.- ele explica e eu apenas aceno com a cabeça.

Ele vira de lado e eu consigo ver um arranhão no pescoço dele e outro no braço.

– um gato te arranhou?.- falo bebendo mais água.

– discuti com meu pai, e ele jogou um copo de vidro na minha direção.- ele fala como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

– e você fala isso com tranquilidade?.- falo e ele me olha.

– isso é mais frequente que o normal.- ele diz e eu olho pra duas crianças sairem da posto de convivência com pipocas nas mãos e os pais indo atrás.

– você tá normalizando agressão, isso não é normal.- falo e ele fica me olhando fixamente. – posso perguntar por que não se dá bem com ele?.- falo e ele encosta no carro ao meu lado.

– por que você tem que ter uma voz tão calma, eu fico querendo contar o que se passa até na minha alma pra você, coisa estranha.- ele diz rindo.

– eu tenho o dom.- falo brincando.

– tudo começou quando o meu pai sofreu um acidente e não podia mais trabalhar, eu como filho mais velho tive que assumir cedo o negócio da família. - ele fala desmanchando o sorriso. – ele só tinha uma rede em apenas dois estados, Rio de Janeiro e São Paulo, e eu consegui colocar em todos os estados brasileiros, acho que isso mexeu com o ego dele por que com vários anos ele não conseguiu fazer nada perto do que eu fiz e poucos anos.- ele diz dando um sorriso sem graça.

– ele briga com você e te trata dessa forma por ter inveja de você ter conseguido ser melhor que você?.- pergunto e ele da de ombros.

– ele sempre passa na minha cara quando não consigo algo, sempre me bota pra baixo quando me ver, e o término de noivado com a liz foi uma droga, por que ele não para de falar sobre.

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Comments

Fatima Vieira

Fatima Vieira

esse pai dele é um babaca

2024-05-05

0

Giulia Pereira

Giulia Pereira

concordo. mesmo sendo ambiente de trabalho é antiético o que ele fez. se não confia que não dê dinheiro. agora testá-la e ainda fazer ser com a Liz pra ela ser humilhada?
foi feio mesmo

2024-03-24

8

Jeanette Ferrarezi Zanoni

Jeanette Ferrarezi Zanoni

ser melhor que ele

2024-03-23

0

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