Lado sombrio

Quando chegamos, me despi do traje da festa e coloquei uma camisola branca de algodão. Eu escovava meu cabelo em frente a penteadeira do quarto de hóspedes. Minhas jóias foram depositadas na caixinha elegante de madeira, onde também guardei o livro de minha mãe e respirei fundo mirando meu reflexo. 

Esse banho realmente funciona. Não é crendice. Eu sinto uma atmosfera de poder à minha volta.

Há mordidas por todo o meu pescoço. Eu analiso as marcas dele e passo meus dedos por cima. Por que eu gosto de ser marcada como uma fêmea do mundo animal? Elizabeth nos analisou com horror puro quando voltamos da festa no carro. 

Thomas. 

Ele surge atrás de mim, toma a escova dourada de cerdas brancas das minhas mãos e escova o meu longo cabelo desajeitado, mas firme. Está sem camisa. Deixo minha mão tocar a linda e pálida  dele a meia luz de uma lamparina no nosso novo e temporário quarto que é o de hóspedes. Cujas paredes são de um tom de areia.

— Os Montegomery são mais ricos do que nós. — Sussurrou Thomas sombrio. — Ele te devorava com os olhos. Eu quase arranquei os olhos dele. Teria arrancado se não tivesse me dito " te amo.".

— Eu sinto mui…

— A culpa de ser linda não é sua. — Falou ele, passando a escova pelos meus fios escuros e os cheirando. 

Ele largou a escova e enroscou os meus fios em seu braço e mão. Assim, Thomas… hm… hm… 

— Mas só eu posso te ter. Só eu posso te ver nua. Só eu posso estar dentro de você…

— Sim, só você.

Ele vai me soltar como se estivesse com medo de ter me assustado…mas eu o beijo e ele me corresponde ainda puxando meu cabelo. Mordo seu ombro. Eu quero o sangue dele. Eu lambi sua pele mordida. E ele tremeu. Eu quero ele dentro de mim. É como ópio, só fica mais nocivo, mas é impossível parar.

— Por que tinha leite e pétalas de rosa dentro da banheira, esposa?

Corei. Se eu contar que é uma espécie de feitiço… o que ele dirá?

— Ouvi dizer que deixa a pele mais macia e bonita. Você reclama das minhas mãos serem calejadas e…

— Mentirosa. — Falou perigoso, rindo  e roçando a boca na minha. — Mas eu gosto das suas mentiras, nos deixa iguais, dois monstros fingindo ser sociáveis. A bruxa não te matou por que você também é uma bruxa? O livro de feitiços no seu porta-joias…

— Vai dizer ao padre? — Perguntei. 

— Que se foda o maldito padre. Isso só diz respeito a mim e a você. E eu sempre gostei mais das bruxas do que das irritantes princesas. Bruxas sabem o que querem. Princesas sempre esperam um príncipe. Bruxas fazem acontecer. Você é minha bruxa linda. Não precisa mentir… eu gosto.

Quero sentir o gosto dele.

Me ajoelhei, excitada. Ele me analisou, curioso. Desabotoei sua calça e deixei que minha boca tocasse seu lugar sensível querendo sentir o gosto dele mesmo que eu tivesse trauma.

Ele caminhou para trás, alcançando a nossa cama, desesperado. Sentou-se nela, puxando meu cabelo e me guiando num vaivém . E eu passei a língua na ponta vermelha de seu falo, e o chupei como o nojento do Nicolas me ensinou. Mas Thomas mesmo sendo mais novo é tão maior. Engasguei com seu membro. Tem um gosto salgado, mas a excitação me cega. Sou mesmo uma vadia.

— Hm .. porra! Hm… inferno… hm…minha bruxa gostosa…. como diabos sabe fazer isso? Eu vou matar quem te ensinou. Vou matar… hm… assim, linda… — Rosnou ele..

Ele me puxou pelo cabelo e enfiou-se mais na minha garganta, mas eu sei o que fazer . Quase vomitei. Masturbei a parte dele que não cabia na minha boca  e massageei seus testículos para acalmar seu furor. 

— Vou gozar. Tire a sua boca…

Quando ele veio, ele ia tirar seu pênis… mas eu o fiz ficar, apertando seus joelhos  e engoli sua explosão de sêmen junto ao meu cuspe. Isso eu nunca fiz por Nicolas. Engolir. 

Ele tirou o membro mole da minha boca, puxou meu cabelo e me beijou sem nojo.

— quem? — rosnou ele. — Eu vou matar…

— Ninguém…

— Não minta, linda. Não tem como fazer isso tão bem de primeira… Alguém te ensinou. Quem? 

— Nicolas Slayter… — Respondi, sem forças.

— Ah, o maldito padre que eu quis trucidar por vir até nossa casa … o que mais ele te ensinou? — Exigiu Thomas. 

Neguei com a cabeça. É doloroso falar nisso. Eu só percebi que chorava quando Thomas me abraçou forte e me consolou com beijos no meu rosto e lambendo minhas lágrimas como o demônio faz. Estudo sua sombra. Não tem chifres.

— Eu só queria agradar você. Sei que homens gostam disso. Desculpa. — Pedi. 

Ele parece muito irritado.

Thomas me afastou dele. Ele catou uma das suas camisas no guarda-roupa e fechou a calça. Analisei-o. 

— Aonde vai? 

— Eu vou sair. — me notificou. 

— Está com nojo? 

— Sim, estou. Não espere por mim.

Me sentei na cama inconsolável. 

…

Thomas não voltou pro nosso quarto ontem. Ele ficou tão enojado assim? Eu sou um erro. Eu nunca deveria ter feito aquilo. Eu me levanto e me arrumo para o desjejum que é sempre as 7:00 apesar da mesa ficar posta até às 10:00.  Eu me sinto horrível. Eu só queria agradá-lo. Será que ele me achou nojenta por chupá-lo? É tão abominável assim? 

— Leu as notícias, querida? — Grace me perguntou. — É por isso que está nesse estado?

— que notícia…

— O padre que veio visitá-la e Thomas expulsou… Ele foi encontrado morto e capado ontem no cais. O coração dele foi arrancado do peito. Horrível, não é?

Foi Thomas? Não. Coincidência. Nicolas deve ter abusado de outra menina como eu, o pai dela descobriu e… Deus! E agora quem eu vou matar como oferta ao demônio? 

— Esposa… tenho um presente para você no nosso quarto. — Me notificou Thomas. 

Ele  surgiu deu um beijo na bochecha de Grace, veio até mim e pegou minha mão. 

Me guiou escada acima até nosso quarto original. Ele me puxou e fechou, trancou a porta. Havia uma caixa com um laço sobre a cama com colcha vermelha..

— É para mim? — Perguntei. 

Ele assentiu. Não consigo ler a expressão dele. 

Eu vou até a caixa bonita e vermelha e desfaço o laço e a destampo.

Encontro o coração branco por não ter mais sangue. E vejo o testículos e o falo do homem que abusou de mim. 

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