Como se mata um homem?

Matar Nicolas. Eu tenho que matar Nicolas, assinar meu nome no livro da besta e o demônio que segue os maldito Bloodmoon me deixa em paz. Fácil na teoria, mas na prática… Como se mata um homem?

Eu começo a andar de um lado a outro do aposento com chão preto de ônix que reluz. O lugar  onde tenho que cuidar do pirralho com febre, que é meu marido.

 Há duas bacias de alumínio  com água fresca e tiras de panos sobre a mesa de cabeceira, para trocar os e limpá-lo quando ele fica suado. 

Thomas ficou de cama depois do desmaio e eu tive que ficar com ele no nosso quarto de casal, depois que o jardineiro e o mordomo me ajudaram a trazê-lo para cá.

As cortinas pesadas e marrons estão abertas e a janela com vidro e madeira que parecem grades ficam evidentes e fazem o sol entrar. 

Há um tapete persa no chão. O guarda-roupa é preto com entalhes dourados e tem meus trajes e os dele.

Quando ele abriu os olhos,  começou a azucrinar minha mente: 

— O que o filho dos Slayter é para a senhora? Não é mais uma donzela, é? — O fedelho começou as acusações que já eram de certa forma esperadas por mim. ,— Ficou pálida quando o garoto de recados disse que ele estava no portão. 

Eu o estudei. Aparência de um homem feito, mas mente infantil.  Havia nele uma impetuosidade infantil e orgulhosa muito degradante a qualquer beleza aristocrática que vinha a possuir. Ele nem gosta de mim e acha que é meu dono só por que me comprou? Ele ter quitado minha dívida não o faz meu dono, faz? Talvez faça. Homens. Se bem que esse ainda é uma miniatura de um mentalmente. Não na forma, na parte física até que ele cresceu bem. Eu diria que muito bem.

— Sendo apenas seu bode expiatório… Isso faz diferença? — Respondi, mirando o sol iluminando a água na bacia de alumínio ainda distante.

Mas como diabos matarei Nicolas? Eu sou capaz disso?  Respirei fundo. Massageio as têmporas. 

Como matarei aquele que um dia amei? Será que foi amor? Em algum momento abuso se torna amor? Eu era muito nova. Eu nem sabia o que estava fazendo. Mas depois comecei a gostar. Mas gostar exclui que ele tirou proveito de mim?

Mas homens sempre tiram proveito das mulheres, mas o casamento é onde se atenua o abuso.

— O que diabos tanto pensa? No seu maldito amante?

Thomas  se levantou da cama ainda ardendo em febre e apenas de calça. O peitoral dele tinha suaves músculos, mas era surpreendentemente forte e havia uma fina camada de suor.   Me assustei porque por mais que seja mais novo ainda é mais forte e alto do que eu. 

Mas a sombra dele é normal, sem os chifres, e a sombra estar normal, bem, por mais estranho que pareça foi isso que mais me assustou. Ele é mais alto do que eu. Maldito seja. Ele me prendeu contra a parede e socou o espelho atrás da minha cabeça. Vi sua mão sangrando e os cacos no chão.

— Ele te teve? — Rosnou,homicida.

— Não. — Respondi, assustada. — Não me teve. 

Nicolas tentou quando era uma menina, mas eu fugi com medo.

— E por que ficou tão desesperada para ir ver o maldito padre Slayter? — Exigiu de mim.

— Eu fiquei com medo da bruxa e convoquei o padre que foi meu amigo de infância… — Inventei, rápido. 

Até que essa desculpa soa bem convincente. 

Ele se afastou, pareceu acreditar e apenas respirou fundo. 

— Saia agora!  — Pediu ele, passando a mão pelo cabelo,  sem me olhar. Estava visivelmente fraco, pálido, pela agitação. Acabou voltando a sentar na cama. —Diga para Elizabeth vir e…Ela pelo menos sabe cuidar de alguém doente. A senhora é péssima nisso.Suas mãos são calejadas, são pesadas e me tocam com ódio…

— Era eu que tinha que fazer os afazeres domésticos, não tínhamos empregadas. — Protestei.— Quanto a Elizabeth, a sua mãe a mandou para a casa dos pais. Terá que se contentar comigo e minhas mãos calejadas. — Respondi também me irritando.

— O que? — Vociferou muito perigoso. —  Isso foi coisa sua, aposto.— Me mirou homicida e rosnando.

— Não. — Garanti, perdendo a minha tão estimada, mas curta paciência. — Eu quero mais é que a seduza e me esqueça. Quero distância de alguém como você. Eu só me casei porque precisava do dinheiro, já disse. Eu não vejo nada de interessante em um pirralho….

— Pirralho… Pirralho?! — Repetiu ele, ensandecido. 

Ele veio até mim. Me deu um tapa no rosto, subiu a saia do meu vestido, rasgou  meus trajes debaixo sinistramente… a sombra dele, ainda era dele e isso era mais horrível ainda. 

— Vou te mostrar quem é o pirralho. — Gritou. 

Ele é mais forte. Tento me soltar, mas… em algum momento, ele ganha. E comigo cansada, sou jogada  nua da cintura para baixo na cama e ele desfaz os botões da calça e entra em mim. 

O grito ecoa e o sangue escorre da penetração abusiva. 

— Donzela ainda … Inferno!  — Rosnou ele sinistro. A descoberta não criou piedade nele, ele se enfia mais em mim descontrolado, mas goza rápido por ainda não saber segurar e só pensar em si. — Eu sou seu marido. Eu sou seu primeiro…

 

Ele se forçou mais em mim. Quando se deu por satisfeito saiu de cima de mim. As lágrimas desciam de meu rosto. Por que? Ah, o reflexo do meu passado.  Eu as enxuguei. As odiei. Ah, já aconteceu pior que isso. Isso não é nada.

— Satisfeito? — Perguntei friamente. 

Não é a primeira vez que alguém continua depois do meu "não". Mesmo que Nicolas nunca tenha me penetrado, ele fez coisas ainda mais nojentas comigo.

Thomas  respirou fundo.  Notei que esse menino cruel ainda estava duro lá. O fogo juvenil. Patético.  Ele parecia angustiado. Eu quis rir, mas me contive.Fiquei com pena do meu abusador por alguma razão. E o centro pulsante dele era bem maior que Nicolas e eu estava curiosa. E eu o toquei e o ajudei como o maldito Nicolas ensinou. 

O garoto aceitou minha mão como um bálsamo e deixou que eu movesse o seu membro duro em vaivém e gozou no que restou do meu vestido mordendo meu ombro e grunhindo . Isso… Isso me deixou quente.  Ele me cheirou primitivo e pecador como eu.

Ao contrário do que Nicolas fazia que era me dizer para rezar e pedir perdão a Deus por ser suja e gostar. 

Thomas roçou seu rosto no meu trêmulo e tentou me beijar, não deixei, como não deixava Nicolas.  Tentou me beijar de novo, mas desviei o rosto. Ele engoliu em seco e ainda estava quente e havia suado a febre. O senti duro de novo. 

— É a sua primeira vez com uma mulher? — Sondei, surpresa. 

Ele está muito descontrolado. É a febre ou a inexperiência? Ambos? A puberdade? O desejo juvenil? Sou considerada velha. 

— Não. Eu estive com mulheres da vida antes… Eu só… A senhora não faz como a igreja diz e eu…Eu quero minha esposa. Fui seu primeiro.  — Respondeu orgulhoso e ainda febril. 

Entendo! Acho que ser o primeiro de uma mulher mexe profundamente com o ego de um homem. Não quis dizer a ele que… ele não era meu primeiro mentalmente falando. Não era necessário.

Ele respirou fundo e cheirou minha pele. Thomas desfez os nós do espartilho,  abrindo o que restou do meu vestido, descobrindo meus seios. E quando chegou a camisola usada por baixo, a rasgou, impaciente e bruto. Expôs meus seios sem a camisola matrimonial que a igreja ordenava.

E os chupou faminto como os de uma meretriz Eu tremi. Assim, bom menino!  O recebi nas carícias e deixando que brincasse com eles  menos irritada porque era bom. Não me senti suja dessa vez. Agora eu quero também e ele não me enche de culpa. 

— São pequenos, mas cabem na palma das minhas mãos. — Falou isso e eu corei. _  A senhora é mais velha, mas ainda tem corpo de menina. 

Talvez por isso o nojento do Nicolas me quis. 

A boca de Thomas encontrou a minha desajeitada e faminta, mas virei o rosto e ele rosnou , frustrado. 

Ele é jovem, mas é fogoso. Não consigo ser frigida, mesmo que tenha no início me tomado à força. Devo perdoar aquilo e tomar como inexperiência? Talvez pensasse que eu não era mais virgem. 

Ele me abraçou tremendo e sôfrego. E eu consolei sua angústia adolescente, o masturbando novamente. De novo, ele veio na minha mão e fez sons que me fizeram perder o foco.

Ele ficava mais e mais febril, o corpo lindo suado, bonito e  lambeu os lábios me observando. Ele tocou meu rosto e seu polegar acariciou meus lábios. Meu corpo respondeu por mim e eu beijei o polegar dele e o chupei.

— Não posso mesmo beijar a senhora?  Eu paguei sua dívida e era bem alta e eu…

Esse bastardo me violentou e agora pergunta se pode me beijar sob a alegação de que me comprou?  Eu quero rir dessa lógica. Mas isso irritaria ele. E surpreendentemente, apesar do modo que se começou, está bom.

— Beijos são para quem se ama. — Expliquei.

— Eu quero beijar… Inferno! Para o raio que o parta amar ou não.  — Protestou ele e roçou a boca na minha. 

Essa juventude de hoje. 

O empurrei. 

— Eu preciso me lavar agora. E o senhor também… Vossa mãe…

— Somos recém-casados… Devemos mesmo fazer essas coisas. — Se estressou ele.

Para quem queria que a bruxa me levasse ontem, ele não está bem agitado e descontrolado para fazer amor com alguém que odeia?

— Não estamos fazendo do jeito que a igreja manda. — Expliquei temerosa. — O padre nos condenaria. Eu seria punida. 

— Sou seu marido, inferno… Protejo você  — Protestou ele novamente, angustiado. — A igreja também diz que meu desejo é ordem e deve se submeter a mim… me beije!

Me submeter… Nunca mais. Perdi a compostura. Puxei o cabelo macio dele e mordi seu lábio:

— Garoto… Aprenda a segurar seu maldito gozo primeiro para me satisfazer também e depois decido se te beijo ou não. 

— Não sou um garoto, sou seu marido. — Revidou.

Ele segurou meu queixo e doeu tanto. Com sua  mão macia que nunca conheceu trabalho prendeu meus pulsos acima da minha cabeça, mordeu meus lábios até arrancar sangue e eu abrir a boca. Doeu tanto, mas não era nojento e nem me senti mal e nem vontade de vomitar. E quando abri, enfiou a língua inexperiente, mas desbravadora na minha boca, soltando um som de alívio no beijo regado a sangue. E foi surpreendentemente bom .

 Ele me arrancou da cama, me  jogou na parede, soltou meus pulsos, acariciou minhas coxas me dando impulso  e me fez pular no colo dele. Minhas costas foram apoiadas na parede. Thomas continuou me beijando e mordendo minha boca e foi um beijo regado a muito sangue porque quando eu resistia, ele mordia.

Aceitei o maldito beijo e me desfiz do aperto de suas mãos em minhas coxas.  Ele parou, me confrontando,  assustado, quando me soltei. Mas foi quando eu o  toquei no rosto e aprofundei a carícia das línguas, acariciando o cabelo e o pescoço dele o ensinando a ser mais gentil. E ele tocou meu rosto também me imitando e puxou meu cabelo. Assim. Esse puxão de cabelo foi bom. .

Thomas tremeu, sorrindo vitorioso, movendo a língua, acompanhando a minha e me deixando conduzir. Parei antes que ele ficasse excitado de novo. 

 Parou para respirar e ofegamos juntos e ele sorria quando abriu os olhos azuis. Depois desse beijo, eu preciso me tocar 

— Eu vou sair agora. — O informei, muito surpresa de estar excitada por um beijo..— Preciso me lavar. Volto para cuidar do senhor

Eu vou me aliviar sozinha. Ele não sabe saciar uma mulher e só pensa nele. 

Ele me soltou. Assentiu com a cabeça parecendo atordoado. 

— É pra voltar. — Falou ele. 

— Certo. — Concordei.

— A bruxa… se ela aparecer, venha rápido para mim, esposa. — Deixou escapar mais empático e tocou meu rosto, tirando fios de cabelos grudados pelo suor da minha testa . Selou os lábios nos meus me confundindo. Seu polegar acariciou minha bochecha.— Não chame mais aquele maldito padre. Prometo que eu mesmo vou providenciar um para benzer essa casa.

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Comments

Inês

Inês

adorei

2024-03-08

3

Mônica Souza

Mônica Souza

Acho que ela deveria matar ele pro demônio ser apossar do corpo e ela fica com o demônio.

2023-12-11

1

Rosária 234 Fonseca

Rosária 234 Fonseca

hum interessante ele gosta dela e não gosta é possessivo hum vai surgir um amor ai só não gostei muito da forma que ele a tratou

2023-09-02

4

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