No meio da noite, Helena acordou. Precisava ir ao banheiro. Saiu do meio, entre a Luiza, e o pai. Quando voltou, deitou pertinho da Luiza, ao se encaixar na Luiza, fez com que ela se aproximasse do Igor.
Chovia muito durante a noite. Helena demorou a dormir novamente.
Igor acomodou-se na cama, e aproximou-se da Luiza, abraçando-a. Ao se aproximar para beijar a cabeça da filha, sentiu um cheiro diferente. Ao encostar o corpo percebeu que realmente não era a filha. Levou a mão para frente, e percebeu que a filha estava do outro lado.
Ele sentiu o coração acelerar. Abraçou as duas, e cheirou o cabelo da Luiza.
Igor se perguntava: O que estou fazendo?
Quando pensou em retirar o braço, sentiu a mão dela sobre a dele.
Agora mesmo é que ele não sairia. Igor já não dormiu o restante da noite. Acariciou os cabelos dela, e ficou o mais próximo possível.
Quando a Luiza acordou, estava abraçada na Helena. Ela beijou a cabeça dela. Sentou-se na cama e ficou pensando se ela havia deitado daquele lado. Notou que o Igor não estava na cama. Ela levantou, e foi até o quarto dela. Tentou ligar a luz, mas não deu.
Pegou uma roupa e vestiu. Foi ao banheiro e desceu.
Foi até a sala de jantar, e arrumou as coisas que havia deixado ali na noite passada. Luiza levou tudo para o quarto e depois foi até a cozinha. Igor estava passando café.
- Bom dia! - disse Luiza ao entrar na cozinha.
- Bom dia! Café? - perguntou ele.
- Desde quando sabe fazer café? - perguntou ela.
- Não é difícil, é só por água. - disse ele entregando a xícara de café para ela.
- Vamos descobrir se realmente sabe fazer café. - Luiza experimentou e olhou para ele.
- Então? Admite que está bom. - diz ele sorrindo.
- De fato, está bom. Estaria melhor se tivesse colocado açúcar. - disse ela fazendo uma careta.
- Aqui, desculpa. Pão com geleia? - ele coloca o prato sobre a mesa.
- Obrigada, mas precisamos guardar espaço para o nosso café com a Helena.
- Mas, um café antes, não faz mal. Hoje não irei ao escritório, poderia ajudar você com alguma coisa. - diz ele ao sentar-se.
- Vai trabalhar em casa?
- Não, vou aproveitar a chuva para não fazer nada.
- Tudo bem, depois vejo no que pode me ajudar. Não vamos conseguir imprimir aqueles papéis aqui. Preciso ir na gráfica, talvez possa fazer isso por mim, quando for levar a Helena. - ela pediu enquanto passava o dedo na borda da xícara.
- Eu faço isso sim, só precisa enviar para o meu celular.
- Enviarei, obrigada.
- Eu queria saber uma coisa sobre você. E gostaria que fosse sincera comigo. - disse ele, sabendo que perguntar qualquer coisa a ela, era o mesmo que andar sobre vidros. Em algum momento ele corta.
- Não gosto de falar sobre a minha vida. Certamente a sua pergunta é pessoal. - disse ela, já sabendo que era.
- Podemos fazer assim, você me conta algo sobre você, e eu mudo algo na casa. - talvez esse fosse o caminho. Já que, ela queria muito que ele mudasse algumas coisas.
- Deveria fazer isso pela Helena! - afirmou ela.
- Pensa, que dessa forma você estará me ajudando, e ao mesmo tempo ajudando ela. - disse ele, tentando convencê-la.
- Vamos fazer o seguinte, eu conto a você algo sobre mim, e você muda algo na casa. Mas, no final desse jogo, vai me contar a sua história. Eu escolho o que vai ser mudado, conforme a pergunta, será a mudança. - ela não poderia controlar as perguntas dele, mas poderia mudar muita coisa.
- Combinado, mas quero que me fale a verdade. Essa será a regra principal. - disse ele, estendendo a mão para ela.
- Combinado. - ela concordou ao apertar a mão dele.
- Bom dia! - disse Ina entrando na cozinha.
- Bom dia! - responderam os dois.
- Eu vou subir, e ver se a minha princesa acordou. - disse Luiza.
- Vou com você. Não sei se a Helena vai querer ir ao colégio.
Eles terminaram o café, colocaram as xícaras na pia, e saíram. No caminho cruzaram com a governanta, e o motorista.
O motorista, entrou na cozinha, mexendo com a Ina.
- Bom dia Ina! Notou algo de diferente no patrão. - disse ele sorrindo.
- Bom dia! Me diz você, o que está achando? - perguntou ela.
- Vocês deveriam trabalhar, e não ficar cuidando a vida do patrão. -disse a governanta com a cara fechada.
Ina continuou com o serviço dela.
Luiza olhou no quarto da Helena para ver se ela estava ali.
Helena já estava vestida.
- Bom dia princesa. -disse Luiza ao beijar a testa dela.
- Bom dia!
- Pensei que você não ia querer ir a escola. - disse Igor.
- Eu preciso ir, tenho que entregar os convites da festa. - ela lembrou o pai.
- Se não tivesse os convites, você não iria, estou certo? - perguntou ele, olhando para a cara de sapeca da filha.
- Sabe que eu tenho medo, e não gosto de ir para o colégio quando está chovendo.
- Se tem medo, não precisa ir. O seu pai pode levar os convites até o colégio.
- Eu vou levar, esse é o meu dever.
- Bom então já que esse é o seu dever, o meu é prender o seu cabelo. Vamos fazer isso, e depois tomar café.
Luiza arrumou o cabelo da Helena. E foram tomar café. Após o café, Luiza enviou o documento para o celular do Igor.
Ele foi até o escritório e pegou a sacola com os convites e levou para Helena. Ela despediu-se da Luiza e saiu.
Luiza, foi falar com o motorista. Foi até a cozinha, e encontrou ele ainda lá.
- Bom dia! - disse ela.
- Bom dia, Luiza. - disse ele, soltando a xícara do café. - Precisa de algo?
- Vim agradecer você, por ter buscado aquelas coisas para mim ontem. Muito obrigada. - disse ela, enquanto escorava-se na bancada.
- Imagina, estou sempre às ordens. Só demorei um pouquinho na gráfica.
- Será que a Luz volta ainda hoje? - perguntou ela.
- Mais tarde, se não houver temporal.
- Eu preciso de mais um favor seu, mas será mais tarde.
- Estarei a disposição.
- Vocês dois são demais, a Ina eu vou incomodar depois.
- Do jeito que você incomoda, já estou quase pedindo demissão. - eles riram.
- Eu vou arrumar as coisas da Helena, e as minhas. Depois, voltarei as minhas tarefas. Vou estar nos quartos, depois na sala de jantar. - disse ela, já se direcionando a porta.
- Até mais. - diz Ina.
Luiza subiu, e foi direto para o quarto da Helena. Arrumou as coisas dela, e foi para o outro quarto. Era tanta coisa espalhada por ele, que ela nem sabia por onde começaria organizando. Para ter certeza de que comprou tudo, pegou a lista e conferiu por partes.
Igor deixou a filha no colégio, mas antes de ir embora a diretora chamou ele.
Ela conversou um pouco sobre a Helena, e depois perguntou sobre a Luiza. Comentou da ida dela até a escola. Igor confirmou que ela é a tutora da Helena, e responsável por todas atividades extracurriculares da mesma.
Igor saiu de lá, e foi até a empresa. Imprimiu o que ela havia pedido. E depois leu, queria saber o que era.
Ele acabou sorrindo. Talvez, essa fosse a doida mais certa que ele já conheceu.
Antes dele sair, O assistente entregou uma carta a ele. Igor leu, e como todas as outras ele colocou num envelope, pôs a data, e guardou no cofre.
Ele voltou para casa. Quando entrou, viu ela descendo a escada, com um monte de coisas.
- Espera eu ajudo você. - disse ele, ao apressar-se para pegar as coisas.
- Obrigada.
- Onde coloco? - perguntou ele.
- Na mesa, já levei as outras coisas para lá.
Igor largou tudo ali em cima, e olhou em volta. A primeira coisa que pensou, que bagunça. A segunda, o que ela vai fazer com tudo isso.
- Fez o que pedi a você? - perguntou ela, tirando ele dos seus pensamentos.
- Sim, e está tudo aqui. - disse ele, entregando a ela um envelope.
- Obrigada. Agora, eu preciso dessas coisas aqui, dessa sacola. - disse ela, ao rodar a mesa e pegar uma sacola de papel kraft. Luiza sentou-se, retirou os papéis do envelope, e dobrou todos. Pegou os envelopes da sacola, e começou a colocar os papéis dentro. Retirou uma folha com nomes, e cores do lado. Ela escreveu o nome de cada mãe que o envelope deveria ser entregue.
- O que foi? - perguntou ela, ao ver que estava sendo observada.
- Por que os nomes estão de cores diferentes? - perguntou ele sem entender.
- Faz parte da festa. Cada um terá uma cor. Na hora das brincadeiras vai ficar mais fácil.
- Entendi, eu li o que dizia nos papéis, e achei algo bem bonito da sua parte. Reunir mães, e filhas para se divertirem juntas. - Igor pensou em falar, mas deixou para trás, a final Helena tinha ela.
- Eu sei que todas elas devem ser bem ocupadas, mas seria interessante se todas pudessem ir. Seria um momento importante para as meninas. - diz ela já levantando.
Luiza levou a sacola com os envelopes, e entregou ao motorista. Junto com uma lista de endereços. Pediu a ele para entregar.
Ele foi de imediato. Luiza agradeceu, e voltou para a sala de jantar.
- Então, vamos começar? Ou já se arrependeu. - perguntou ela ao ve-lo parado sem reação.
- Eu não consigo trabalhar no meio de toda essa bagunça. - disse ele, ainda olhando para todas aquelas coisas.
- Não está bagunçado, está organizado.
Luiza começou a falar e explicar o que era cada coisa. Ele ainda achou bagunçado, mas na cabeça dela estava Tudo em ordem.
Ela entregou a ele, as sacolas com as caixas a serem montadas. De fato aquele não era um trabalho para ele.
Luiza preparou os Laços, e os deixou separados. Ela foi separar os prêmios das brincadeiras.
- Pode me falar sobre a sua infância? - perguntou ele.
- O que quer saber? - Perguntou ela.
- Como os seus pais eram com você?
- Minha mãe, era muito tranquila, compreensiva. Meu pai, ele nao era ruim, mas tambem nao era bom. Ele brigava muito com a minha mãe, por coisas que na época eu não entendia. A minha mãe era muito carinhosa comigo, meu pai quase não se aproximava. Ele não gostava de mim, somente do meu irmão. - Luiza falou aquilo, e começou a lembrar de coisas que já havia esquecido.
- Por que seu pai gostava mais do seu irmão? - indagou ele.
- Por ser um menino, e o primogênito. O fato da minha mãe ter dado a ele uma filha era vergonhoso. A minha mãe sempre fez de tudo para me manter segura. Assim, como a Helena, eu estudei num colégio com turno integral. Sempre fazia várias atividades extracurriculares. O meu tempo em casa era muito pouco. Talvez isso tenha sido a melhor coisa que aconteceu.
- Você tinha amigos? - pergunta ele.
- Sim! No colégio, fiz algumas amizades.
- Deveria ser bem popular, daquelas bem patricinhas. - disse ele, sorrindo.
- Não era a mais popular. Minhas atividades eram mais físicas. Não fui líder de torcida, mas peguei o capitão do time de futebol. - ela ri ao lembrar. Ele a olha um pouco sério.
- Sei bem como é. - disse ele.
- Ja pegou o capitao tambem? - disse ela rindo.
-Só a lider do clube de ciências. Musculos não faziam o meu estilo, gostava de nerds. Preferia cérebro. - diz ele com uma cara de deboche.
- E quem disse para você, que por trás de musculos não tem cérebro. - ela fala e olha para ele.
- Normalmente esses caras são uns babacas, só pensam em outra coisa. - disse ele, esperando que ela concordasse.
- Alguns sao assim, mas outros nao. Oliver era diferente, namoramos por três anos. Era muito inteligente, educado, simpático. Minha mãe gostava dele. Mas, ele seguiu a vida dele, hoje é dono de uma empresa, e tem uma familia linda. - ela falou com uma certa tristeza. E isso deu a entender que ela ainda gostava dele.
- Você teve contato com ele depois que se separaram. - perguntou ele, com um pouquinho de ciúmes, e curiosidade.
- Sim, dois anos depois que ele foi embora. E três anos depois, numa exposição. - disse ela de uma forma mais natural.
- Nunca tentaram voltar? - pergunta ele curioso.
- Não, foi um namoro de adolescente, mas o nosso reencontro se deu de uma forma abrupta. Não imaginei que veria ele outra vez. - Igor tentava entender, de que forma deveria avaliar aquela situação. Não entendia se ela ainda o amava, ou se não mais.
- Você ama ele ainda? - ele perguntou, precisava daquela resposta.
- Não, como disse a você, foi um namoro adolescente.
Por que terminaram? - a curiosidade habitava naquele corpo.
- Acho que ja foram perguntas demais. Agora precisa cumprir a sua parte do trato. - Luiza nao sabia se havia feito a coisa certa. Mas foi bom falar um pouco.
- Uma ultima pergunta, por favor. Qual o nome mesmo desse seu ex namorado? - pergunta ele, talvez acabe descobrindo muito mais.
- Oliver Ito. - respondeu, ao levantar-se.
- Ito, da empresa Tamaya. - perguntou ele, já sabendo quem era.
- Sim. Eu vou ao banheiro e já volto. - Luiza saiu, e ele não acreditou. Seria fácil descobrir tudo sobre ela, a final ele o conhecia.
Depois que a Luiza voltou, eles continuaram fazendo as coisas. Passaram a manhã toda ali.
Após o almoço, ele ajudou ela a carregar as caixas para o quarto. Parecia que havia passado um furacão. Mas, era a organização dela.
- Agora é a sua vez de cumprir com a parte do nosso acordo. - disse ela, colocando as mãos na cintura.
- Essa parte não é muito boa. - disse ele, já imaginando que ela iria trocar a cor da casa.
- Eu vou pegar leve, mesmo depois de todas aquelas perguntas.
- Fala logo, já estou imaginando o que é. - disse ele, passando a mão no cabelo.
- Vamos lá para sala, começaremos por lá. - Luiza pegou a mão dele, e puxou para irem logo. Ela soltou no corredor. - O que eu quero que você faça é o seguinte. Quero que retire tudo o que for velho e sem nenhum significado positivo, ou afetivo.
- É isso? - pergunta ele desconfiado.
- Sim, essa é a primeira parte.
- Eu sabia que tinha algo mais, já conta tudo. Vai, eu aceitarei com o coração sangrando.
- Dramático. Anda, não enrola.
- Não vai contar? - pergunta ele curioso.
- Já fez a primeira parte?
- Não...
- Sabe que vai fazer isso em toda casa. Não podemos demorar muito.
Eles chegaram na sala. Ela olhou para ele, e piscou o olho.
- Vou pegar uma caixa, e você já vai vendo o que vai retirar daqui.
Luiza foi até a cozinha para conseguir uma caixa.
Igor olhou em volta, e começou a retirar tudo que ele achava que deveria retirar. Ele acabou gostando da ideia, já que tinha o hábito de quebrar as coisas, talvez livrar-se delas era a melhor opção. Luiza chegou com uma caixa, um saco e uma fita.
- Voltei... - ela observou que ele já havia retirado muitas coisas, coisas que ela não tinha visto ali por cima. - De onde tirou tudo isso?
- Estavam por aí, vai colocar tudo na caixa?
-Essa é a próxima fase. Separamos o que vai para o lixo, e o que podemos doar, ou podemos deixar num bazar, e eles vendem.
- Ok, você separa o que vai doar, e o que vai para o lixo.
- Tudo bem.
Luiza, foi pegar jornal para enrolar as coisas de vidro. Igor encontrou uma pasta, e abriu para ver o que tinha. Eram as fotos que ele havia guardado. Ele jogou a pasta longe.
Luiza estava voltando na hora. Só viu a pasta voando, e se chocando contra a parede.
- Igor, o que foi? - disse ela ao se aproximar.
- Eu não vou fazer isso. Não quero mais. - Ele deu as costas para ela, e socou a parede.
Luiza pegou a pasta do chão, e olhou as fotos.
- Quem é ela? - perguntou ela, após ver algumas fotos. - É a mãe da Helena? Essa era a sua esposa? - ela esperava uma resposta.
- Eu não quero falar sobre isso. Me deixa sozinho. - ele não olhou mais para ela.
- Igor, olha para mim. É ela? Responde droga. - disse Luiza já gritando.
- Eu não quero falar disso, eu não quero mais fazer isso. Já chega, sai daqui. - gritou ele, ao virar-se para ela.
- Eu respondo a sua pergunta de hoje mais cedo, e nós vamos falar sobre isso agora. Lá no escritório. E não grita mais comigo. - Ela pegou ele pela mão. Mas, foi parada por ele.
- Eu não vou falar disso com você.
- Vamos, e de hoje não passa. Eu conto a pior fase da minha vida, e você vai falar sobre isso comigo. Você estava tranquilo, até ver isso. Se esse é o problema, nós vamos resolver. - disse ela olhando para ele.
- Não vamos, você não conhece a minha dor.
- E você conhece a minha? Não, não conhece. Se colocar essa porcaria toda aqui na balança, não chega nem perto da dor que eu passei. Então não venha me dizer que isso aqui é um problema. Pior seria se você me dissesse que foi por causa disso que ia destruir a vida da sua filha.
- Me fala senhorita Luiza, o que te faz sofrer? Sua dor deve ser boba. Já sei, sofre de amor pelo senhor Oliver Ito. É aquele amor mal resolvido, não se preocupa isso se resolve com o tempo.
- Quer saber, vai se ferrar. Você não quer ser ajudado. Agora faz a sua parte do acordo, e não me pergunta mais nada sobre a minha vida. - Luiza, jogou em cima dele aquelas fotos. Desprendeu-se da mão dele e subiu.
Igor voltou a quebrar tudo. Quando ficou mais calmo, se odiou por ter gritado com ela.
A empregada foi limpar, assim que os barulhos pararam.
Igor foi para o escritório. Sentou-se e passou a mão pelos cabelos.
- Que inferno, essa mulher vai continuar atrapalhando a minha vida. Maldito o dia em que conheci ela. Inferno, inferno.
Igor levantou, e saiu.
Luiza foi focar em outra coisa. Mas, não conseguia. Só lembrava das fotos.
A governanta, estava na cozinha, quando ouviu toda a discussão entre os dois.
- É hoje que essa mulherzinha vai embora. - disse ela, em voz alta.
- Não seja tão amarga. A Luiza está tentando ajudar o senhor Guerra. Você sempre gostou daquela cobra, viu tudo o que ela fez, e a apoiou. Lembra como ele era antes de tudo isso? Não se faça de surda. Sabe bem tudo o que ele passou, e o quanto isso transformou a vida dele. - disse Ina, olhando para ela. Que fingia não ser com ela.
- A hora dela está chegando. Mal posso esperar para assistir de camarote tudo isso.
- Você é uma cobra mesmo. Cuidado para não morrer com o próprio veneno. - Ina já não suportava mais ela.
Igor foi até a empresa. Chamou o assistente dele.
- Preciso que me consiga o numero do senhor Oliver Ito.
- Sim senhor. - disse ele saindo.
- Vamos descobrir mais sobre você Luiza. Eu preciso saber.
Igor esperou por algum tempo, e o assistente entrou.
- Senhor, aqui esta o número.
- Obrigado.
Igor ligou, e esperou ser atendido.
- Empresa Tamaya, boa tarde.
- Boa tarde, aqui é o Igor Guerra. Preciso falar com o senhor Oliver Ito.
- O senhor Ito não se encontra no momento. Gostaria de deixar recado?
- Por favor, realmente é muito importante.
- Senhor, o senhor Ito saiu pela manhã, estava numa reunião, ainda não retornou para a empresa.
- Poderia anotar meu número, peça a ele para ligar é urgente.
- Claro senhor, poderia dizer o seu número?
- xxxxxxxxxxxx
- Assim que ele retornar avisarei.
- Obrigado.
Igor desligou, ainda precisaria esperar.
- Se essa empresa fosse aqui, eu iria até lá. Espero que ele não demore muito.
Igor ficou pensando no que havia feito com a Luiza. Ela não merecia aquilo, apesar de discordarem às vezes, ela era uma boa pessoa.
Ele pensou em mandar uma mensagem. Mas, não seria o suficiente. Ficou lembrando do cheiro do cabelo dela, de poder estar abraçado nela, e o melhor é que ela nem imagina.
Igor ouviu o celular tocar. Atendeu rapidamente.
- Alô.
- Senhor Guerra, aqui é a secretária do senhor Ito. Vou transferir a sua chamada para a sala dele.
- Obrigado.
- Senhor Guerra, boa tarde.
- Boa tarde senhor Ito, teria um tempo para conversarmos.
- Eu tenho 15min. Preciso ir para casa, é aniversário da minha filha, e quero fazer uma surpresa para ela.
- Vou ser direto, quero saber se conhece a senhorita Luiza?
- Conheço algumas Luizas, poderia ser mais específico?
- Ela foi a sua namorada, me parece que namoraram por três anos.
- Aconteceu algo com ela?
- Então a conhece?
- Por que quer saber da Luiza?
- Eu preciso que me fale sobre ela.
- Isso só pode ser brincadeira. Por que não pergunta para ela. O senhor acha que não tenho nada para fazer...
- Ela está na minha casa, e tudo que eu sei sobre ela, é que foi sua namorada. Eu tenho uma filha, ela é muito apegada na Luiza, e ela não me fala nada sobre ela.
- Senhor Guerra, eu não sei quais são as suas intenções com ela, e nem mesmo tenho certeza de que realmente é o senhor Guerra que conheci. Mas se for a minha Luiza, tenha toda certeza do mundo que a sua filha vai estar em boas mãos. E se de fato for o senhor, me procure amanhã, e conversamos sobre ela. Esse é um assunto que não posso falar por telefone. Passar bem.
- Amanhã na primeira hora estarei aí. Obrigado pela sua atenção, e parabéns pelo aniversário da sua filha.
- Obrigado.
Igor desligou, e chamou o assistente. Mandou ele conseguir uma passagem, o mais rápido possível para Meirit. Ele já começou a ligar para o aeroporto.
Igor levantou e foi em casa. Precisava preparar uma mala pequena.
Helena já havia chegado da escola. Estava tomando banho de bacia. Luiza ajudou ela com o banho. Quando terminaram, e Luiza foi secar ela, a Luz voltou.
- Viu só Helena, era só para você tomar banho de bacia.
- Bom agora tem luz, já podemos fazer o tema.
- Eu vou fazer o seguinte. Você faz o tema sozinha, e eu vou tomar banho, se falar luz novamente já terei tomado o meu banho.
- Mas, se faltar luz eu vou ficar no escuro sozinha?
- Pode ficar com o meu celular. Prometo que não vou demorar.
- Tudo bem, não demora.
Luiza deixou ela terminar de se arrumar, e foi no quarto pegar uma roupa para tomar banho.
Igor foi até o quarto da filha.
- Oi meu amor.
- Oi papai.
- Como foi a aula?
- Foi boa.
- Cadê a Luiza?
- Ela foi tomar banho, pois se faltar luz novamente ela terá tomado banho.
- Ok, escuta, o papai vai precisar viajar, mas vai ser bem rapidinho. Se comporte.
- Tá bem papai.
- Eu amo você.
- Também te amo papai.
Igor beijou ela, e foi até o quarto preparar a mala.
Quando saiu do quarto, e estava indo na direção do corredor, ele viu a Luiza saindo do banheiro. Apressou o passo.
- Luiza espera.
- Posso ajuda-lo em algo?
- Eu preciso viajar, mas vai ser bem rapidinho, amanhã estarei de volta.
- Ok. Mais alguma coisa?
- Sim, eu quero pedir desculpas, por ter gritado com você. Eu fiquei transtornado, e me deixei levar pelos meus impulsos. Sinto muito.
- Já deu?
- Sim.
-Boa viagem.
- Espera. - ele pegou a mão dela. Você está muito chateada comigo?
- Estou, eu só quero te ajudar, mas você não se permite ser ajudado. Eu vou ficar por aqui mais alguns dias, até encontrar alguém que possa cuidar direitinho da Helena. Depois vou embora. Meu tempo por aqui já deu.
- Luiza se foi pelo o que fiz, ou disse me perdoa. A minha filha ama você, ela não tem culpa de nada.
- Eu sei, e a Helena sabe os motivos pelos quais preciso ir. Também sabe que não tem nada a ver com ela. Agora eu preciso cuidar dela.
- Eu posso te ajudar em alguma coisa?
- Não, obrigada.
Igor puxou ela para perto dele, e a abraçou.
- Desculpa, quando voltar vamos conversar. Se cuida. - ele beijou a testa dela. Pegou a mala e saiu.
Helena já estava terminando o dever de casa. Ela conferiu se tudo estava correto e guardaram o material.
Igor conseguiu um voo noturno. Chegaria às 3h, já havia conseguido um hotel para poder descansar. Mas não sabia se iria conseguir dormir.
Luiza e Helena aproveitaram para brincar bastante, correram pela casa, brincaram de esconde, e pularam na cama. Elas dormiram um pouquinho mais tarde, e Helena foi para a cama da Luiza.
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Atualizado até capítulo 46
Comments
Mary Lima
Mistériooooooop
2024-07-14
3
Imaculada Abreu
suspense
2023-10-28
3
Ana Lúcia Souza Rocha
deve der algo muito Seri o tomar a quer eles se acerta logo
2023-10-08
1