capítulo 12

Luiza acordou cedo, e preparou apenas coisas para o café da Helena. Deixou o lanche na lancheira, e subiu para acordar ela.

Helena já havia levantado, estava no banheiro.

- Bom dia princesa.

- Bom dia Lu.

- Deixe-me ver esse sorriso lindo.

- O meu dente está saindo você viu? - disse ela sorrindo.

- Que dente mais lindinho. Olha aqui para mim, nós vamos fazer a sua festa do pijama. Não será aqui, mas vamos fazer, e eu prometo que vai ser muito divertida. Não quero que fique triste por nada nesse mundo. - disse Luiza olhando nos olhos dela, e beijando a testa da pequena.

- Você e o meu pai brigaram? - pergunta ela, com uma carinha preocupada.

- Imagina, apenas conversamos. E hoje mesmo, farei os convites da sua festinha. Agora vamos arrumar esse cabelo, num lindo penteado.

Luiza arrumou o cabelo dela, e acomodou o uniforme. Desceram com a mochila, e ela sentou-se a mesa. Luiza foi até a cozinha pegar a bandeja com o café da Helena, e levou.

Ina, já havia preparado a mesa para o senhor Guerra.

- Bom dia! - disse ele ao aproximar-se da mesa.

- Bom dia! -responderam elas.

Igor aproximou-se da Helena e beijou a cabeça dela. Ao sentar notou que a mesa não havia sido posta pela Luiza. Mas, a Helena tinha coisas diferentes dele.

- Helena, essa era a última fatia de Bolo? - pergunta ele intrigado.

- Não, mas essa é da Helena. Assim como as frutas picadas, e o suco. - Luiza falou olhando para ele com cara de poucos amigos.

- Entendi, as coisas da Helena são da Helena. É esse tipo de educação que quer dar para ela? A ser egoísta. - disse ele, olhando-a com aquela cara que ela já estava acostumada.

- Não é isso que ensino a ela. Mas, se quiser bolo peça para alguém trazer, a minha prioridade, e responsabilidade aqui dentro é a Helena. Isso significa que não vou servir o senhor. - disse Luiza, ao encará-lo.

- Tudo bem! Eu não queria bolo mesmo. - disse ele ao pegar a bolacha.

- Eu convido o senhor de bolo. - disse Helena, entregando o prato a ele.

- Não meu amor, pode comer o seu bolo. Eu adoro bolacha com geleia. - ele comeu e olhou para Luiza.

Luiza, não deu a mínima para o que ele falou.

Após o café, Helena saiu com o pai. Luiza, levou a bandeja para a cozinha. Depois subiu para arrumar os quartos. Assim que terminou foi até o escritório. Ela procurou qualquer bebida alcoólica que pudesse haver por ali e encontrou algumas coisas. Juntou tudo e colocou sobre a mesa do escritório. Chamou o motorista.

- Tenho uma tarefa para você. - disse ela, assim que ele chegou.

- O que precisa? - perguntou ele, pensando que era para fazer algo interessante.

- Preciso de uma caixa, e depois vamos colocar todas as bebidas que encontrei no escritório do senhor Guerra, dentro dela. Você vai colocar elas no lixo. - disse ela com muita tranquilidade.

- Eu não posso fazer isso...

- Pode, e vai. Prefere ver ele destruir a vida da filha? Hoje é um pouquinho e gradativamente aquele pouquinho não vai mais satisfazer as necessidades dele. E ele vai se tornar um alcoólatra. Não vai mais conseguir trabalhar, e nem cuidar da filha. Isso levará ele a falência, e a sua demissão de alguma forma ou outra. Ele pode se tornar agressivo, você quer ver a Helena machucada?

- Não, mas...

- Ótimo, então me ajuda. Você estará ajudando a Helena agora, depois já não terá mais volta. - dizia Luiza, tentando convence-lo de que aquilo era o certo.

- Ele vai ficar muito bravo, e eu não quero ver ele novamente assim. - disse ele sem querer.

- Assim como? -indaga ela.

- Se fizer isso, ele não vai gostar. O senhor Guerra gosta das coisas da forma dele. Já não percebeu isso?

- Você não entendeu o quanto ele afeta a Helena agindo assim? Quer ver aquela menina que tem um belo futuro pela frente, ficar deprimida, se tornar uma pessoa com problemas, porque o pai acha que está fazendo o correto? Quer destruir a infância dela? - dizia Luiza tentando convence-lo de que aquilo era o certo.

- Eu não quero nada disso para ela. Mas não vou fazer o que me pede, eu sei como isso pode terminar. - alerta ele, imaginando o que irá acontecer quando ele souber.

- Então não me ajude, eu mesma vou fazer isso, e veremos o que acontece.

Luiza pegou as bebidas e levou para a cozinha.Ina olhou para ela.

- O que está fazendo? - perguntou espantada.

- Acabando com os vícios do senhor Guerra. - disse ela despejando a bebida na pia.

- Não faça isso, ele vai ficar furioso.

- Que fique, não me importo.

Ina não sabia o que fazer. Após despejar todas as bebidas, ela colocou as garrafas numa sacola e as levou para descartar no lixo.

Luiza voltou ao escritório e levou a bandeja com os copos que tinham ali.

- Ina, eu nao venho almoçar, mas estarei aqui antes da Helena voltar. - disse Luiza.

- Eu espero que tenha consciência do que fez, o senhor Guerra vai ficar muito bravo com isso. - alertou ela.

- Deixe ele que fique bravo. Já vou.

Luiza pediu ao motorista para leva-la até o colégio da Helena.

Assim que chegaram ela foi direcionada até a secretaria. Luiza apresentou-se e conversou com a diretora. Que chamou a professora responsável pela festa do pijama, e a Helena para confirmar se conhecia ela. Após alguns minutos de conversa, ela saiu com uma lista de lá.

Foi até a boutique, e conversou com a Sônia. Queria um espaço para poder fazer a festa do pijama da Helena. Luiza, precisou contar tudo o que havia acontecido.

Sonia achou que ela estava arrumando problemas. O senhor Guerra, não tinha cara de quem deixaria isso barato. Mas, avisa-la parecia não ter nenhum efeito.

Sonia, passou o contato de uma empresa que trabalha com aluguel de salão para festas. Luiza ligou no mesmo instante. Já combinando de ir até lá.

Sonia ficou preocupada Com ela. A queria como uma filha. Só não esperava que essa filha tivesse uma determinação dessas.

Luiza, olhou o lugar, e já acertou a locação. Pegaria a chave no domingo pela manhã.

Ela foi até uma loja de festas, e comprou algumas coisas. Foi até uma confeitaria, encomendou algumas coisas, deixou pago e saiu.

Luiza, percorreu mais algumas lojas, antes de voltar para casa.

O motorista queria falar, mas ao mesmo tempo não sabia se era o certo falar. Quando chegaram em casa, ele ajudou ela a levar as sacolas para o quarto. O que ela não esperava, era que o senhor Guerra estaria a espera dela.

- Eu quero falar com você. - gritou ele, quando ela chegou.

- Mas eu não quero, e não me venha com incomodações. - disse ela sem olhar para ele enquanto mexia no celular.

- Eu disse que quero falar com você. - ele tirou o celular das mãos dela.

- Você achou alguma bebida por aí perdida, ou enlouqueceu. Me devolve o celular. - disse ela finalmente olhando para ele.

- Quem deu permissão a você para jogar as minhas bebidas fora? - gritou ele.

- Como se eu precisasse de permissão para fazer algo. Deveria me agradecer, o vinho era bom, mas aquele seu Whiskey era horrível. Eu ajudei você a se livrar do que iria te matar. - disse ela com muita calma e naturalidade.

- Você só pode ter fugido de alguma clínica de reabilitação. Você tem o que nessa cabeça garota? Você já invadiu demais a minha privacidade. Eu quero você fora da minha casa. - Igor continuava aos gritos. Estava muito irritado e bravo.

- Ok, já posso subir ou vai continuar gritando feito uma criança mimada. Isso não combina com o pai de uma menina inteligente como a Helena. Aliás, não sei porque esta tão irritado, pensa mais na sua filha. Sabe como foi dificil fazer ela entender que você só quer o bem dela, e não está preparado para deixa-la conhecer as maldades humanas. Eu joguei todas aquelas porcarias foras, pelo seu bem e pelo bem dela. Não quero que se torne um alcoólatra, e destrua a sua vida, a dela, e talvez acabe destruindo a vida de outras pessoas. O senhor é inteligente o bastante para saber que a bebida não é o melhor caminho. Vai caminhar, vai correr, vai ver o mundo lá fora. Para de ver somente a sua dor. Aliás, quando for caminhar por aqui, dá uma olhada como está a sua casa pelo lado de fora. Dizem que a casa fala muito sobre o seu dono. Não gostaria que pensassem que o senhor é um velho feio. Agora vai tomar banho, relaxa e fica calmo, prometo que faço um café, e levo um pedaço de bolo no escritório. Mas, só se sair lá fora e parar de resmungar. Isso é meu. - Luiza falou cada palavra moderadamente, e no fim pegou o celular que estava na mão dele. Ela subiu as escadas.

Igor olhou para o motorista.

- Essa mulher não me respeita, como pode falar dessa forma comigo. - disse ele indignado.

- Senhor, por mais que não goste de ser contrariado, ela tem razão. A bebida não é a melhor solução. - disse o motorista.

- Até você, que foi te comprou com um café? - disse ele passando a mão pelo cabelo.

- Eu não tenho nada que me envolver nas discussões de vocês. Desculpa, eu vou largar as sacolas dela no quarto.

- Espera, o que tem aí? - pergunta ele já olhando a sacola.

- São coisas para a festa do pijama da sua filha. Não se preocupe, como o senhor queria, a festa não será realizada aqui. Mas, ela não vai desistir de fazer desse dia o melhor possível para a Helena. Deveria ser grato, pois num mundo com pessoas tão maldosas, o senhor esbarrou com uma moça de bom coração, e que ama a Helena. Licença.

O motorista subiu, e deixou as sacolas sobre a cama dela.

Luiza estava no banho. Tinha pouco tempo antes da chegada da Helena.

Igor socou a parede.

- Que inferno. - gritou ele, antes de quebrar um vaso e sair.

A empregada foi até lá limpar.

Igor foi caminhando até a área externa da casa. Totalmente esquecida, a piscina com a água suja, sem nenhum móvel. Ele acabou lembrando de quando aquilo tudo era diferente.

Já havia sido um bom lugar, já havia sido feliz ali. Teve muitos momentos, não só ele.

- Por que tudo tem que ser assim? O que eu fiz para ser castigado dessa forma. - gritou ele ao se sentar numa cadeira velha que havia por ali.

Igor, não entendia o porque de todas aquelas coisas terem acontecido daquela forma. Era um bom homem, mas não foi suficiente. Para ela nunca foi o suficiente. Nada estava bom,nada.

Os pensamentos perturbavam a mente dele.

Igor levantou e jogou a cadeira contra a parede. Destruindo a única coisa que havia ficado ali todo esse tempo.

Ele voltou para dentro de casa, subiu para o quarto, e foi direto para o banho.

Luiza estava na cozinha. Havia preparado uma térmica com café, e cortado uma fatia de bolo, colocou na bandeja junto com a xícara e o açúcar. Levou para o escritório, e deixou sobre a mesa.

Ela saiu, e foi preparar a mesa, e esperar a Helena para o café.

Helena demorou um pouquinho para chegar, e ela já estava ficando preocupada. Até o motorista entrar com ela. Ele trazia a mochila dela, enquanto ela trazia uma rosa para a Luiza.

- Por Deus, por que a demora? - diz ela preocupada.

- Paramos no caminho para pegar algo. - disse o motorista.

- Essa rosa é para você Lu. Tem todo meu amor. - disse a menina ao entregar, e beijar ela.

- Meu amor, muito obrigada. - Luiza abraçou ela, e a beijou.

• - Você sabe que eu amo você, e que também tem todo o meu amor. Meu coração é todinho seu, minha princesinha linda.

Igor, observou a cena enquanto descia as escadas.

- Oi filha, chegou agora? - disse ele indo na direção dela.

- Sim, demorei só um pouquinho. - disse a menina, indo abraçar ele.

- Por que demorou? - perguntou ele, enquanto abraçava, e pegava ela no colo.

- Eu vi uma rosa muito bonita, e quis trazer para a Lu. Então paramos na frente da casa, e esperamos alguém vir nos atender. Eu pedi a senhora da casa uma rosa. Ela queria saber para que eu queria. Disse que precisava para dar a alguém que eu amo muito. Então ela me deu. - disse a menina abraçada ao pai.

- Tudo bem, como foi a aula hoje? - perguntou ele, subindo os degraus da escada.

- Foi boa, e hoje eu não tenho tema. Só precisa assinar a minha agenda. - disse a menina.

- Vamos ver se tem alguma reclamação nessa agenda.

- Sabe que não, sou uma princesa bem comportada. - disse a menina sorrindo.

Luiza pegou a mochila da Helena e subiu para o quarto. Ela entrou e Igor estava soltando ela no chão.

- Vai tomar banho, e depois fazer o seu lanche. - disse ele depois de beijá-la.

- Eu te amo papai. - disse ela ao beijar o rosto do pai.

- Eu também amo muito você. Não sabe o quanto a amo. - ele abraçou ela bem forte, e a beijou.

Helena pegou uma roupa, e foi para o banho. Igor já ia sair, e Luiza pegou a mão dele.

- Deixei uma coisa no seu escritório. - ela falou, e piscou o olho para ele. Igor apenas olhou para ela, e sentiu quando ela o soltou.

Ele caminhou até a porta, e antes de sair do quarto da filha, a olhou novamente. Não entendia o motivo dela conseguir deixar ele sem reação. As vezes se pegava pensando o porquê não conseguiu responder. Como ela conseguia domina-lo de um certo modo.

Ele saiu, e foi até o escritório. Quando entrou viu sobre a mesa a bandeja.

Ele sentou, e ficou olhando para o bolo, e para a térmica. Não tinha o que fazer, serviu café e adoçou. Ele bebeu um pouco, e depois comeu o bolo.

-Aquela peste, perturba a minha mente. Mas, não deixa de ser uma boa pessoa. - disse ele enquanto comia sozinho.

Assim que Helena terminou o banho, ela vestiu-se. Luiza apenas penteou os cabelos dela, e colocou uma presilha, para que ela pudesse tomar café sem que o cabelo encostassem nos alimentos.

Elas foram para a mesa. Luiza serviu suco para ela, e cortou bolo. Após o lanche, Luiza levou a Helena para ir caminhar um pouco no lado de fora.

Igor, mexeu em alguns papéis, após o café.

Eles se encontraram apenas na hora do jantar. Após o jantar eles fizeram a mesma rotina. Assim que Helena dormiu, Luiza foi para o quarto dela.

Separou as coisas que já havia comprado, e fez uma lista do que precisava.

Igor, ficou no escritório resolvendo algumas coisas.

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Comments

Alisa TorYos

Alisa TorYos

Gente....
Vocês tem que entender, que mesmo ela sendo funcionária, ela tem razão.
Beber socialmente é uma coisa, mas beber o dia todo, mesmo que seja em poucas doses e principalmente antes de dirigir como ele faz é sandice. Principalmente que ele tem uma filha e ela só tem ele.
Para ela fazer tudo isso e agora assim o tempo inteiro, significa que ele não é primeiro que faz isso na frente dela e que o resultado foi horrível.....kkkkk

2024-09-19

2

Maria Aparecida Martins Martins

Maria Aparecida Martins Martins

Tudo que ela faz e para proteger a menina, acho louvável, mas se ela também visasse o bem dele tambem as vezes isto amoleceria o coração dele. Estou achando estranho que não há nem um sinal de possibilidade de um romance entre os dois adultos.

2024-08-15

2

Maria Aparecida Martins Martins

Maria Aparecida Martins Martins

Tudo que ela faz e para proteger a menina, acho louvável, mas se ela também visasse o bem dele tambem as vezes isto amoleceria o coração dele. Estou achando estranho que não há nem um sinal de possibilidade de um romance entre os dois adultos.

2024-08-15

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