capítulo 13

Luiza, desceu com algumas sacolas, e as colocou sobre a mesa de jantar.

Separou todas as sacolinhas que estavam desmontadas, e começou a montar uma por uma. Separou as lixinhas de unha, os palitos, os frascos, as embalagens que colocaria as bolas de algodão, os esmaltes, separador de dedos.

Ela colocou acetona nos frascos pequenos. Secou um por um, e os deixou separados. Depois, preencheu os outros frascos, com um creme para as mãos.

Igor, saiu do escritório, e viu a Luz acesa. Caminhou até a sala de jantar, e viu ela ali.

- O que está fazendo acordada, a essa hora? - perguntou ele.

- Preparando algumas caixinhas, para a festa do pijama da Helena. - respondeu ela, sem olhar.

- Vai descansar, amanhã você continua. - diz ele, observando ela colar os adesivos nas embalagens.

- Tenho muitas coisas para fazer, então vou terminar isso aqui, e depois eu vou deitar. Deveria ir dormir. - Diz ela ao olhar para ele.

- Luiza, obrigado. - disse ele, saindo.

Obrigado, pelo que? Se perguntou ela.

Igor passou no quarto da filha, e a observou dormindo. Foi para o quarto dele, trocou de roupa, e deitou.

As sacolinhas, com os kits de unha já estavam prontos.

Luiza, organizou eles dentro de uma caixa organizadora, e deixou separado.

Separou os pincéis, e tintas. Montou algumas caixinhas, e colocou xícaras dentro delas. Cada caixinha, contem duas xícaras, dois pincéis, e três cores de tinta. Cada caixinha tinha uma cor diferente. Ela amarrou todas com um laço. Acomodou elas sobre a mesa, e as deixou separadas.

Luiza juntou tudo o que havia sobrado, e guardou. Subiu para o quarto com as coisas. Depois que organizou tudo sobre a cômoda, ela vestiu o pijama, e foi deitar.

Na manhã seguinte, rotina. Depois que todos saíram, ela continuou fazendo preparativos. Pediu ao motorista para pegar os convites, que haviam ficado prontos. Além dos convites havia mais algumas coisas que ele precisava pegar. Luiza entregou a ele uma lista, e ele foi.

Igor, parou um segundo para pensar, e percebeu que a Luiza estava pagando tudo. Ela, não havia pedido dinheiro a ele. E isso era o mínimo da parte dele. Pagar pelas coisas da filha.

Ele saiu mais cedo do trabalho, passou na ótica para pegar os óculos que já haviam ficado prontos, e depois foi pegar a Helena. Avisou ao motorista, que não precisava ir até o colégio. O mesmo adorou ouvir aquelas palavras. Estava esperando a entrega dos copos personalizados.

Luiza, já havia deixado o café do Igor no escritório. E a mesa estava preparada para a Helena lanchar quando chegasse.

Eles chegaram, e ela foi procurar a Luiza na cozinha.

- Ina, cade a Lu? -perguntou a menina, quando não viu a Luiza na cozinha.

- Ela deve estar no seu quarto, ou no dela.

- Obrigada. Eu vou subir e achar ela.

Helena foi até o quarto. Não encontrou a Luiza. Foi no quarto da Luiza, e não a encontrou.

- Luiza onde voce está? - gritou a Helena no corredor.

- Helena não grite. O que foi? - perguntou Igor,após pedir para ela não gritar.

- Eu não acho a Luiza, será que ela foi embora? - perguntou ela, quase chorando.

- Não meu amor, ela deve estar no banho. - disse ele, tentando tranquilizar ela.

- Mas ela sempre me espera.

- Eu sei meu amor, mas hoje chegamos um pouquinho mais cedo. O que acha de fazer o tema, e assim que ela sair do banho, você já vai ter feito tudo, e estará livre para andar com ela. - Igor sabia que ela não tinha ido embora.

Eles foram até o quarto, e ele esperou a filha fazer o tema e olhou para saber se estava tudo em ordem.

- Está certinho, vai para o banho. A Luiza já vem ficar com você. - disse Igor, tentando não preocupar a filha. Ele estava achando muita demora nesse banho.

- Ela já saiu do banho? - perguntou ela olhando para a porta.

- Já meu amor...

- Lu. - a menina não deixou o pai terminar de falar, e foi abraçar ela.

- Meu amorzinho, me perdoa, eu demorei muito no banho. Queria estar cheirosa para esperar você. - Luiza abraçou ela muito forte.

- Eu pensei, que você tinha ido embora sem falar nada.

- Nunca pensa isso, eu jamais vou embora sem me despedir de você. Nunquinha, o dia que eu precisar ir, você será a primeira pessoa a saber. Você entendeu? - perguntou, olhando para a menina.

- Eu não quero que você vá. - Helena agarrou-se nela, a abraçando bem forte. Naquele momento, Igor, percebeu que a filha sabia muito mais sobre aquela estranha do que ele mesmo.

- Você sabe que jamais deixaria você, mas, sabe que as vezes é preciso, não queremos, mas é preciso. Agora vamos esquecer essa conversa, tem tema? - Luiza queria mudar de assunto. Pensamentos negativos, atraem coisas negativas.

- Sim, já fiz, e o meu pai já olhou. Fiz tudo certinho. - disse a menina, com a voz baixinha, e ainda agarrada nela.

- Muito bem, você é uma mocinha muito inteligente e aplicada. Agora precisa tomar banho, e depois tenho uma surpresa para você. Então pode espantar a tristeza, e ir para o banho. - disse ela, agachando-se para soltar ela no chão.

- Eu te amo Lu, e não vou deixar ninguém machucar você. - ela beijou a Luiza e foi para o banho.

- Obrigada por ficar com ela enquanto...

- Quem quer machucar você? - perguntou ele, olhando para ela, esperando uma resposta.

- A Helena só ficou com medo. Não se preocupe, eu converso com ela depois. - Luiza procurou não deixá-lo preocupado.

- Eu quero conversar com você depois, pode ir no meu escritório? -pergunta ele, mudando de assunto. Mas, sem esquecer o outro.

- Depois do jantar, eu deixo a Helena dormindo e vou até lá.

- Eu pensei em dormir cedo hoje, podia deixar ela fazendo alguma coisa de menina, e ir até lá depois. - disse ele ao olhar em volta.

- Que preconceito, senhor Guerra.

- Por que não me chama de Igor? - pergunta ele.

- Senhor Guerra é mais conveniente, já que estamos sempre em guerra. - disse ela sorrindo.

- Você trava pequenas batalhas, e acaba ganhando todas elas. - sorriu ele ao perceber que até agora ou ela ganhava na conversa, ou conquistava a força.

-Viu só, o senhor sorriu. Admite, mesmo eu passando raiva, o senhor gosta de mim. Bem lá no fundo, tá bom, lá no fundo mesmo. - Luiza riu.

- Você fica tão linda quando sorri. - ele falou sem pensar. Luiza ficou corada, e percebeu que ele havia ficado sem graça.

- Eu tive um bom dentista. - disse ela, para não deixá-lo constrangido.

- Eu vou esperar você no escritório, não demora. - disse ele, saindo do quarto.

Luiza, viu a roupa da Helena, e levou para ela no banheiro. Assim que Helena terminou de se vestir, Luiza arrumou o cabelo dela, e foram tomar café.

Igor já havia tomado o dele, estava vendo algumas coisas.

O motorista chegou com tudo o que ela havia pedido, levou tudo para o quarto como combinado.

- Meu amor você pode me esperar aqui, ou no seu quarto. Eu preciso falar com o seu pai. Prometo que será rapidinho. Depois, você precisa me ajudar a fazer uma coisa. Você me ajuda? - perguntou ela.

- Ajudo sim, mas você e o meu pai não vão brigar, não é? - pergunta a menina desconfiada.

- Imagina, eu e o seu pai brigar, nós apenas conversamos. Às vezes em tons alterados, mas nada além disso. - disse Luiza, sorrindo para a menina.

- Vou estar no meu quarto, mas não demore. - Helena beijou ela, e saiu.

Luiza foi até o escritório. Abriu a porta, e olhou para ele.

- Que sexy de óculos. - disse ela, olhando fixamente para ele. - O salão de Genebra, de Bollyvier, te lembra alguma coisa?

- Sim, uma exposição. Por que? - pergunta ele curioso.

- Eu me lembro de você. Agora que vi o senhor de óculos.

- Eu não lembro de tê-la visto. Isso tem três anos? - pergunta ele, agora ainda mais curioso.

- Sim, foi! O que fazia lá? - pergunta ela.

- Estava atrás de uma obra de arte. Eu vi as obras pelo site da artista. Fui apenas por uma obra, O Vazio. Mas já havia sido vendida. - disse ele, lembrando da tela.

- Ela não foi vendida, está em exposição na galeria da Francesca Collalto. Mas, vamos mudar de assunto. O que queria falar comigo?

- Não sabia que gostava de obras de arte. - na verdade não sabia nada sobre ela.

- O que queria falar comigo? - pergunta ela novamente, tentando desviar o assunto.

- É sobre os gastos que está tendo com a Helena. Gostaria que me passasse o valor de tudo, eu quero devolver esse dinheiro a você. - disse ele, enquanto observou ela sentar-se na cadeira a sua frente.

- Senhor Guerra...

- Igor, já pedi para me chamar pelo meu nome.

- Tudo bem, Igor, não estou pedindo que me reembolse. A felicidade da Helena não se trata de cédulas. Acho que deixei isso bem claro ao senhor quando entrei aqui. Não tem nada a ser pago. - disse ela enquanto olhava para ele.

- Mas você pode precisar desse dinheiro, e não quero que gaste sem necessidade.

- Pega esse dinheiro...

- Cuidado com o que vai falar.

- Pega esse dinheiro, e invista na sua casa, no bem estar da sua filha. - ela escorou-se na mesa, e apoiou o rosto com uma das mãos. - Sabia que as obras dela eram lembranças? - disse enquanto olhava ele de perto.

- Dela quem? - pergunta ele sem entender nada.

- Era só isso? - diz ela saindo do transi.

- Luiza, por que não me fala nada sobre você? - perguntou ele, enquanto observava ela levantando.

- Se precisar de mim, estarei com a Helena ali na sala de jantar. Vamos colocar os convites, nos envelopes. Depois posso usar a sua impressora? - ela aponta para o objeto, sem nenhuma expressão. Deixando ele confuso.

- Pode, sem problemas.

Luiza saiu, e deixou ele ali, sem entender nada.

Ela foi até o quarto, e a Helena estava pintando.

- Princesa, vamos até o meu quarto? - disse ela, ao abrir a porta.

- Sim.

Luiza abriu todas as sacolas, e pegou as da gráfica.

- O que tem ai? - perguntou a menina curiosa.

- Algumas coisas para a sua festa do pijama. Mas, não pode falar nada para as suas amiguinhas.

- Eu prometo que não vou contar nada. - disse ela fazendo um juramento.

- Me ajuda a colocar os convites nos envelopes, e amanhã você ficará responsável pela entrega.

- Tá bom.

Elas desceram com a sacola. Sentaram a mesa, e Luiza deu a ela todos os convites. Helena colocou todos no envelope, Luiza escreveu o nome das coleguinhas dela, com uma caneta em gel com gliter. Cada nome tinha uma cor diferente. Ela fez um desenho no envelope, para que ficasse bonito. Depois colocaram dentro da embalagem.

- Não pode esquecer de levar eles amanhã.

- Obrigada, ficou muito bonito.

- Agora nós precisamos ir no escritório do seu pai, preciso usar a impressora.

- Então vamos, eu posso mostrar os convites para ele? - perguntou, olhando para ela com aqueles olhinhos brilhantes.

- Pode sim meu amor.

Helena, pegou a sacola com os convites, e levou com muito cuidado. Elas entraram no escritório. Helena fez a volta, sentou no colo do pai.

- Eu trouxe uma coisa. - disse ela, colocando a sacola sobre a mesa.

- E o que tem aí?

- Precisa ter cuidado, a Lu acabou de arrumar eles. Não pode sujar, a sua mão está limpa? - disse ela, conferindo as mãos do pai.

- É algo de comer?

- Não pai, são os convites da minha festa do pijama.

- Então vamos ver. - Igor abriu a sacola, e tirou um. O envelope parecia ser trabalhado com renda. Tinha a forma de um travesseiro. Olhou o desenho atrás, e a delicadeza com que cada letra daquele nome foi escrito. A única coisa, que ele pensou naquele momento foi na sorte que teve de encontrar ela. Abriu e olhou o convite. Viu onde seria o local.

- Então papai, o que achou? - perguntou ela animada.

- Ficou muito lindo meu amor. Agora sei porque todo esse cuidado.

- Viu a letra da Lu, é linda. - disse a menina olhando encantada.

- Você estava falando da neta ou da avó? - perguntou ele ao lembrar do que ela falou anteriormente.

- Da avó, Francesca Collalto, pintava lembranças. Era uma forma de não esquecer momentos que foram inesquecíveis para ela. - disse Luiza, tentando enviar para a impressora, o documento que queria.

- E a neta? Aquela pintura era dela. - perguntou ele, tentando lembrar da assinatura na obra.

- Por que não consigo enviar esse arquivo para a impressora? - pergunta ela, tentando novamente.

- Eu vejo para você. - ele levantou e colocou a filha na cadeira. Aproximou-se dela, e pediu o celular.

- Lu eu vou na cozinha tomar água.

- Vai meu amor, e depois volte aqui.

- Acho que vai precisar me enviar esse arquivo pelo e-mail. Depois eu tento enviar para a impressora. - diz ele ao entregar o celular dela. - O seu celular não é compatível com a impressora.

- Não está atrapalhado?

- Só estou olhando algumas coisas, mas depois eu faço isso.

- Eu preciso enviar isso amanhã, promete que vai fazer?

- Claro que sim. Agora poderia responder o que perguntei a você? - ele queria saber, e principalmente como ela sabia daquilo.

- Deveria dar uma olhada no site, tem trabalhos muito mais vividos que uma tela escura.

- Não é uma tela escura, ela retratou fantasmas na escuridão. Eu acredito que ela tenha retratado a dor. Vivemos num mundo escuro, cheio de fantasmas. E aquele pequeno ponto branco, pode ser a esperança. Talvez ela ainda tenha esperança, apesar da dor.

- Fala pelo quadro, ou por você mesmo? - perguntou, mesmo ele conseguindo expressar o verdadeiro sentido da obra.

- Talvez, tenha me identificado o suficiente com ela, para entender o que sente. - disse ele, um pouco pensativo.

- Obras de arte não sentem, transmitem algo as pessoas. Naquela noite, a obra que teve mais lances foi Pétalas ao vento. E a obra com um único lance da noite foi, O Vazio. De fato a obra retrata a dor, e os fantasmas são os causadores dessa dor. Cada um deles em uma etapa da vida. E o ponto branco, não é a esperança, e sim a única luz de sanidade, a vida insana da artista. Ela tinha um único ponto de apoio,era a avó. Esse é o ponto branco que você viu na obra. Ninguém percebeu isso, e você fez uma bela leitura do quadro. - Luiza falou tanto, que nem percebeu que havia falado demais.

- Você...

- Cheguei, a Ina disse que já vai por a mesa. Ela fez rocambole de carne, salada caprese, e macarrão com almôndegas.

- Bom, então vamos lavar as mãos, e ir jantar. - disse Luiza, pegando o celular das mãos do Igor, e levando a Helena.

Ele não teve tempo de nada. Apenas ficou com as perguntas para si.

Elas sentaram a mesa, e esperaram por ele. Ele sentou-se e olhou para elas. Luiza serviu a Helena. Após o jantar elas fizeram a rotina delas. Helena deitou e dormiu.

Luiza separou algumas coisas, e foi para a sala de jantar. Havia kits para as brincadeiras, que ela precisava montar.

Igor havia tomado banho, e estava deitando para dormir, quando a conversa que teve com a Luiza veio para tirar o sono dele. Igor se revirou na cama sem conseguir dormir. Até ele escutar um estrondo. Já sabia que teria companhia aquela noite. Ele escutou alguém correndo pelo corredor. Helena abriu a porta, e se enfiou nas cobertas.

- Achei que viria assim que escutasse o barulho. -disse ele, aconchegando a filha nos braços.

- Eu fui no quarto da Lu, mas ela não estava.

- Ela deve estar fazendo algo lá em baixo.

- Temos que chamar ela para dormir aqui. Não podemos deixar ela dormir sozinha.

- Filha a Luiza é grande.

- Vamos chamar ela pai. Eu quero dormir com vocês dois. - Helena insistiu.

- Filha você não vai dormir comigo?

- Sim, mas não podemos deixar a Lu sozinha, ela pode ficar com medo.

- Ok, vamos ver se ela quer vim dormir aqui.

Igor tentou ligar a luz do abajur e não conseguiu. Havia faltado luz.

Luiza estava completando uma caixa quando a luz apagou. Ela olhou em volta e tudo estava escuro demais. Ela pegou o celular, e foi até o quarto da Helena para ver se ela estava bem. Não encontrou ela ali. Foi até o do Igor para se certificar de que ela estava lá. Ela abriu a porta tentando clarear o quarto com a lanterna do celular.

- Senhor Guerra.

- O que foi?

- A Helena está aí?

- Sim, ela veio assim que ouviu o primeiro barulho.

- Tá bom, boa noite então.

- Lu vem dormir aqui. Eu não quero deixar você sozinha, e estou com medo.

- Mas, você está com o seu pai. Não precisa ficar com medo.

- Mas você precisa dormir aqui comigo também.

- Meu amor não posso.

- Por favor.

- Por mim não tem nenhum problema, a final já dormimos os três aqui da outra vez.

- É Lu, vem. Assim vou ficar bem protegida.

- Eu vou vestir o meu pijama e já venho.

Luiza foi até o quarto, vestiu o pijama e foi deitar com eles. Helena pegou a mão dela, e a do pai. Colocou as duas juntas sobre o peito dela.

- Agora sim estou protegida.

- Agora vai dormir, você precisa levantar cedo amanhã.

- Tá bom. Boa noite

- Boa noite.

Igor, estava com a mão dele,sobre a mão da Luiza. Acariciou a mão dela por alguns segundos.

Luiza não entendeu, ficou paradinha, e procurou dormi.

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Comments

Maria de Fatima Chaves

Maria de Fatima Chaves

Aff são tantos mistérios kkk

2025-04-04

0

Alisa TorYos

Alisa TorYos

hmm....
Ele percebeu que ela é a artista da obra que ele queria comprar porque se identificou.
Ficou sem palavras foi?......kkkkkk

2024-09-19

1

Mary Lima

Mary Lima

/Drool//Drool//Drool//Drool//Drool//Drool//Drool//Drool/

2024-07-14

1

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