capítulo 5

Mais uma semana de rotina.

Igor e Helena com a rotina deles.

Sonia, e Luiza com a delas.

Luiza, já contava as horas para poder sair com a Helena. Elas iriam fazer um piquenique no domingo, e no sábado iriam até a boutique na parte da manhã, a tarde sairiam para passear. Luiza já fazia planos.

Na sexta-feira, Igor ligou para a Luiza.

- Luiza, é o Igor. Tudo bem?

- Oi senhor Guerra, tudo bem. E com vocês?

- Bem, apenas liguei para informar, que a Helena não poderá ficar com você no fim de semana.

- O senhor está brincando, porque ela não pode ficar?

- Você é bem estressadinha. Eu preciso fazer uma viagem, e ela vai ficar em casa, com a mulher que está em experiência.

- Ela não precisa passar o fim de semana com alguém que não conhece. Pode ficar comigo o fim de semana todo.

- Eu prefiro que a minha filha fique em casa.

- Senhor Guerra, isso não é justo.

- Quem decide o que é justo ou não sou eu.

- Não sei o que a pobrezinha da Helena vai ficar fazendo naquela casa. O senhor vai destruir a infância dela. A sua casa é muito pesada, não é um ambiente agradável para uma criança. Esta destruindo a sua filha com essa mania obsessiva por preto. Só se usa preto quando se está de luto, e até onde sei não morreu nenhum familiar seu. E mesmo que isso tivesse acontecido, não pode estender essa loucura a sua filha. Isso se realmente importa-se com ela. Coisa que duvido muito. Quer saber o senhor é um monstro.

Luiza desligou o celular, estava com muita raiva dele.

Igor ficou sem reação às acusações dela. Não conhecia ele, o que estava pensando. Ele levantou, e foi atrás dela na boutique.

Depois de ficar um tempo irritada, ela vestiu uma roupa, um tênis e saiu para caminhar. Luiza caminhou até o parque, precisava ficar calma.

Igor chegou na boutique, e Sonia estava atendendo uma cliente.

- Boa tarde, senhora Stevens. A Luiza está aqui?

- Boa tarde, não, ela não veio aqui hoje, estava em casa fazendo algumas coisas.

- Poderia me passar o endereço da sua casa?

- Aconteceu algo?

- Preciso falar com ela.

- Pode ligar para ela.

- Preciso falar pessoalmente.

- Eu vou ligar, e ter certeza de que está em casa.

- Não é necessário, só preciso do endereço.

- Mesmo assim vou ligar. - Sonia desconfiou da atitude dele. Não iria dar o endereço de casa, sem ao menos saber, se havia acontecido algo.

Ela terminou de atender a cliente, e saiu para fazer a ligação. Após conversar com a Luiza, ela voltou.

- Senhor Guerra, a Luiza não está em casa no momento. Mas, disse que vai até a sua casa e vocês conversam lá.

- Na minha casa? Essa garota pensa que é o que? Ela fala o que quer, mas na hora de ouvir ela não gosta. - Igor estava nervoso. - Diz a ela que não se aproxime novamente da minha filha, ou as coisas vão ficar bem ruins para o lado dela.

- Senhor Guerra... - Sonia tentou começar uma defesa, mas não foi possível.

- Só avise isso a ela. - Igor saiu muito irritado da boutique.

Sonia pegou o celular, e avisou a Luiza que não fosse a casa dele.

Luiza achou um desaforo da parte dele. Chegou em casa, tomou banho e foi até a casa do senhor Guerra.

A empregada não sabia de nada, deixou ela entrar. Luiza foi direto ao escritório. Entrou, e nem bateu à porta.

Igor olhou assim que viu a porta ser aberta.

- Pronto senhor Guerra, estou aqui. - falou ela, num tom desafiador.

- Sai da minha casa agora. - disse ele ja irritado.

- Não, e eu vou falar tudo o que está intalado aqui. O senhor é um monstro, que tem seus problemas, e vive num conflito interno constante. Se quer destruir a sua vida, vá em frente. Mas não vou permitir que destrua a vida de uma criança inocente. A sua casa, é o tipo de lugar que não dá para chamar de lar, não é um lugar adequado para criar uma criança. Está destruindo o psicológico e a infância da Helena. Nunca me senti tão mal, como me senti ao entrar num quarto como o dela. É uma criança de cinco anos, que não tem brinquedos, não tem objetos de menina, é uma criança muito inteligente, mas que não sabe a sua cor preferida pois veste somente roupas pretas, o quarto é uma completa escuridão, cheio de móveis velhos, antigos. Que não condizem em nada com a idade da mesma. Se a sua infância foi assim, tenha o bom senso e a dignidade de não destruir a vida da sua filha. Aliás, eu acho que não merece o título de pai. Não passa de um arrogante, prepotente que apenas pensa em si próprio.

Igor avançou sobre ela. A encostou contra a porta do escritório, e segurou o seu braço.

- Nunca mais repita essas palavras, quem voce pensa que é? Você não é nada da minha filha, e não tem direito de opinar na vida dela. O fato de ter permitido que se aproximasse dela, foi apenas porque pensei que pudesse cuidar dela. Mas separe bem as coisas, bondade tem limite. Não tem o direito de entrar na minha casa e me atacar com palavras ofensivas, você não me conhece, não sabe a minha história, e nem imagina do que eu seria capaz para manter a minha filha bem. Agora escuta bem o que eu vou dizer a você garota, não se aproxime novamente da Helena. Eu juro a você, que se fizer qualquer coisa com ela. Eu acabo com você, coloco você atrás das grades e ninguém vai tirar você de lá. - Igor falou olhando fixamente nos olhos dela, e com um tom ameaçador.

- Tenta senhor Guerra, não fiz nada de errado, apenas quero proteger a Helena das suas maluquices. E não me subestime, eu sou nova, não burra. Se quiser comprar guerra comigo, compre, mas, prepare-se pois não vou baixar a guarda. - Luiza falou, sem nem ao menos piscar. Seu tom de voz era firme, e imponente.

- Não me testa, ou vai se arrepender. - Disse Igor, num tom ameaçador.

- Veremos senhor Guerra quem tem mais a perder. Aliás, preto lhe cai muito bem, essa é a cor da sua alma. - Luiza falou, e soltou o seu braço, da mão dele.

- Não volte mais aqui. - disse ele, enquanto via ela se afastar e sentar na cadeira frente a sua mesa.

- Deu, já disse o que tinha vontade. Aqui está o quê me pediu. - Luiza colocou sobre a mesa um envelope. - foi tão natural, como se não tivesse acabado de confronta-lo.

- O que é isso? - perguntou ele sem entender nada. A raiva dele ainda não havia passado, não passaria em poucos minutos. O calor do momento ainda dominavam suas emoções.

- O meu currículo, você pediu e ele está aqui. Eu quero disputar a vaga para cuidar da Helena. - disse ela naturalmente.

- Você é louca garota? Vem na minha casa, me desafia, me fala um monte de besteiras e ainda com toda cara de pau e naturalidade me pede para disputar a vaga para cuidar da minha filha? - Ele estava indignado com a audácia dela. Após uma discussão agir naturalmente, e pior pedir a vaga para cuidar da filha.

- Foi o senhor mesmo que me disse uma vez, que gostaria de saber o que de fato penso ao seu respeito. Agora falei tudo o que estava entalado aqui. Pensou o quê, que o desafio de me enfrentar não iria acontecer. O senhor estava a minha procura, e eu vim até aqui. Já discutimos e já falamos o que era para ser dito. Eu sustento a minha opinião, até me provar o contrário. Agora senta e olha o meu currículo, eu cumpro todas as exigências que vi no anúncio. - Luiza olhava para ele, que ainda queimava de raiva. Não escondendo a insatisfação de ouvir ela falar aquilo.

- Você pensa que sou criança? Invade a minha casa, grita feito uma maluca descontrolada, e agora senta como se nada tivesse acontecido, e ainda me dá ordens. Você vive em que mundo garota? - Igor procurou segurar a raiva.

- No mesmo seu, você acha que pode tudo, e que ninguém vai enfrentá-lo? Se deu mal doutor Guerra. Esse é o meu mundo também, quer brigar? Se prepare para bater de frente com alguém como você. Já disse que não baixo a guarda, ainda mais quando meu inimigo é um homem. - Luiza manteve-se sentada, e sem desviar o olhar.

- Inimigo, estranho, você pede trabalho justamente para o seu inimigo. - nesse momento Igor voltou a ficar com uma certa curiosidade.

- Não preciso de trabalho, só quero cuidar da Helena e nada mais. Não preciso do salário que pretende pagar. Eu só preciso ver ela feliz, e dar aquele sorriso banguela que eu amo tanto. Não se trará de dinheiro senhor Guerra, e sim de amor, de carinho, afeto. Acha que o seu dinheiro compra isso? - Luiza olhou para ele, e levantou a sobrancelha.

- O dinheiro pode comprar tudo, não acha? - Igor esperava uma resposta complexa da parte dela.

- Pode, tudo o que for de mentira. O que é verdadeiro não se compra. - Luiza sentia aquele olhar sobre ela. As vezes acusador, outras vezes intrigado, e no fundo ele ainda sentia um pouco de raiva.

- Me da esse envelope. - Igor pegou o envelope e sentou-se para olhar o curriculo dela.

Ele começou a ler e olhou para ela.

- Por que está incompleto? - Igor pensou que ela estava de brincadeira.

- O senhor exigiu algumas coisas, não precisava completar espaços sem importância. Não acha?

- Você apresenta esse tipo de currículo para um trabalho? Está de brincadeira? - nesse momento ele entendeu o que ela queria.

- Eu sou poliglota, o senhor exigiu dois idiomas. Tenho disponibilidade de horário, até mesmo no fim de semana, posso tranquilamente ficar no trabalho, não tem nenhum compromisso que possa atrapalhar minha rotina. Tenho certeza que comigo, a sua filha irá receber muito mais que o senhor pede. Ou acha que essas senhoras que vem para o trabalho estão preocupadas de verdade com o bem estar da Helena. Estão interessadas no salário que está sendo ofertado. - ela estava segura do que falava.

- Francamente você é o tipo de pessoa que eu jamais pensei em encontrar na minha frente. - ele falou, indignado com o que ela simplesmente falava.

- Obrigada, e não precisa ficar me olhando com essa cara. Realmente, não vai encontrar outra pessoa igual a mim. - a fala convencida dela foi o tipo de reação que ele também não esperava.

- Luiza, pode se retirar por favor. - Igor, precisava pensar no que faria. Iria esperar, até a última mulher ficar com a filha.

- Então, vai me deixar ficar com a Helena no fim de semana? - ela perguntou, mas já estava pronta para dar a resposta caso ouvisse um não.

- Você não pode tirar a Helena daqui, se quiser ficar com ela, vai precisar passar o fim de semana aqui. Caso contrário a Helena vai ficar com a senhora que está em experiência. - Igor pensou: se ela realmente quer passar o fim de semana com a Helena vai aceitar.

- Eu fiquei de ajudar a Sonia no sábado pela manhã. Já fiz um compromisso, e iria levar a Helena para a boutique. - ela fala calmamente, sabe que precisa da permissão dele para sair com ela.

- Então sinto muito, a Helena vai ficar aqui, com uma estranha. - ele fala para deixar ela um pouco nervosa.

- Quando o senhor viaja?

- Amanhã bem cedo.

- Estarei aqui, mas após o meio dia. E espero ter permissão para fazer tudo o que quiser com a Helena, desde que não saia do seu terreno. - Luiza, já deixa subentendido que fará qualquer coisa.

- Desde que isso não coloque a vida da minha filha em risco.

- Amanhã estarei aqui. Boa viagem, senhor Guerra.

- Leve o seu currículo, ele não está completo. - ele colocou no envelope e entregou a ela.

- Não precisa me acompanhar, eu conheço o caminho perfeitamente. - Ele nem precisou levantar, Luiza já foi saindo.

Igor não acreditou que cedeu tão facilmente, mas agora já sabia o sobrenome dela. Uma pesquisa iria cair bem agora.

Na saída, Luiza encontra a Helena, que vem chegando acompanhada do motorista.

- Lu, você veio me levar? - Helena já correu para um abraço.

- Oi princesa, senti a sua falta. Já estava com saudades. - Luiza abraça ela e a beija.

- Então, você veio me levar? - pergunta a menina já eufórica.

- Não vou poder levar você, mas amanhã virei aqui para sua casa. Vamos passar o sábado, e o domingo, nos divertindo muito. Mas, só posso vir depois do almoço. Prometi a Sonia que iria ajudar ela.

- Por que não posso ir hoje com você? - ela questiona com um olhar de tristeza.

- Seu pai vai precisar viajar, e ele quer ficar essa noite com você. Mas amanhã eu estarei aqui, e vamos ficar bem juntinhas. Eu prometo isso a você.

- Está bem, mas você virá mesmo?

- Claro que sim, acha mesmo que vou conseguir passar mais um dia sem você? - Luiza abraça ela bem forte e a enche de beijos. - Agora você mocinha, faz o seu tema, pois amanhã vamos nos divertir e muito.

- Estarei esperando você. - Helena lhe deu um último abraço.

Luiza soltou ela no chão, e Helena acenou a ela antes de entrar. O motorista olhou para ela, e sorriu.

- Se quiser eu levo a senhorita. - ofereceu a ela uma carona.

- Não é necessário, obrigada. Eu gosto de caminhar. - Luiza falou, e já saiu.

O motorista entrou e foi até o escritório. Bateu à porta, e esperou o Igor responder.

- Entre. - disse ele la de dentro.

- Doutor, a Helena já chegou. Ela encontrou a senhorita Luiza na porta.

- Ok, e o que elas conversaram?

- Ela disse que virá amanhã para cá, e que passará o fim de semana com a Helena.

- Tudo bem, certifique-se de que ela não tire a minha filha daqui.

- Sim senhor, a propósito, ela está voltando a pé para casa. Me ofereci para levá-la, mas ela não aceitou.

- Ok, obrigado. - Igor não havia encontrado nenhuma rede social dela. Aquilo era estranho, ela deveria ter algo.

Luiza foi refazendo os planos, já que não poderia sair da casa. Teriam que se divertir lá mesmo. Aquilo era desagradável, mas ela poderia deixar agradável.

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Comments

Maria de Fatima Chaves

Maria de Fatima Chaves

Kkk vai endoidar o sr Guerra kkk

2025-04-02

0

Imaculada Abreu

Imaculada Abreu

do jeito que é doida vai mexer nas coisas da menina

2023-10-27

8

Patrícia Franco

Patrícia Franco

Gostei dela dizer umas verdades pra esse homem de gelo🥶🥶🥶😉🤣🤣🤣

2023-10-01

1

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