Igor durante a noite sentiu a porta abrir, e mesmo na completa escuridão pode sentir alguém se aproximar da cama dele.
- Eu sei que não está dormindo senhor Guerra.
- Luiza? -pergunta achando estranho.
- Sim, acha que não percebi a forma que me olha. Eu também te desejo.
Luiza avançou sobre ele, e o beijou. Igor correspondeu ao beijo dela, podia tocar a pele. Sentir o cheiro dela, as mãos e a boca dela no seu peito.
Mas, aquele cheiro mudou repentinamente.
- O que foi querido, não está gostando?
Aquela voz, e o cheiro forte do perfume, que o embriagava. Ele empurrou a mulher com força, mas não conseguiu tirar ela.
- Não fique tão agitado, eu sei que ainda me ama, vamos relembrar o nosso passado.
A mulher some.
Ele escuta a voz do irmão. Está sentado na sala,a casa era como antes, e ele vê aquela cena repetidamente. Não podendo sair daquele lugar. Ele quebra todas as coisas, e aos poucos tudo fica escuro, muito escuro e ele volta.
Está no escritório, bebendo o seu Whiskey, mas não era apenas uma dose, foram vários copos. Até que tudo para, e ele vê a filha. Com o vestido preto, acusando ele.
- Foi tudo culpa sua papai. Sua culpa, sua culpa, sua culpa.
A menina gritava, e a voz permaneceu na cabeça dele. Aquela mulher rindo atrás da Helena, e aquele cheiro forte.
Igor despertou, estava suando, respiração ofegante, o coração acelerado.
Ele procurou acalmar-se. Levantou e foi para o banho. Ao ligar o chuveiro uma água gelada cai, ele desliga e confere, tenta outra vez. Ainda estava frio. Pegou a toalha, e foi para o outro banheiro.
Enquanto a água corria pelo corpo dele, ficou pensando no sonho.
Luiza, teve uma noite mais tranquila. Acordou cedo, foi ao banheiro, e ao levar a mão na maçaneta, ela sente a porta abrir.
Ela deu de cara com o Igor, apenas enrolado na toalha. Ela olha para ele um pouco assustada.
- Bom dia senhor Guerra. - disse ela, ao desviar o olhar.
- Bom dia! Parece que viu um fantasma. - falou ele, olhando para ela.
- Só me assustei, não esperava encontrar o senhor acordado a essa hora, e muito menos no banheiro. - ela voltou a olhar para ele.
- O meu chuveiro queimou. Mas, não está cedo demais para você levantar? - indaga ele.
- Eu vou preparar o lanche da Helena e o café.
- A Ina pode fazer isso.
- Não custa nada. - disse ela, tentando não desviar o olhar.
- Dormiu bem? - pergunta ele ao ver que ela está com uma aparência melhor.
- Sim, tive uma boa noite de sono. O senhor já terminou, eu preciso usar o banheiro. - disse ela, querendo acabar com a conversa.
- Sim, pode passar. - disse ele, saindo do banheiro.
- Obrigada.
Luiza entrou no banheiro, e fechou a porta. Igor voltou para o quarto dele.
Se arrumou, e foi até a cozinha.
Luiza saiu do banheiro, deixou as coisas dela no quarto e foi para a cozinha.
Ina, ainda não havia chegado. Era apenas ela, e as panelas.
Quando Igor entrou, ela já estava com o café passado. E o lanche da Helena pronto.
- Quer um pouco de café, senhor Guerra? - pergunta, já colocando café na xícara.
- Depende, vai me acompanhar? - todo café era acompanhado de uma conversa. Pensou ele.
- Claro, acho que dá tempo enquanto o bolo assa. - disse ela, servindo outra xícara de café.
- Está gostando do seu trabalho? - pergunta ele para iniciar a conversa.
- Sim, teria como não gostar? A Helena é uma criança maravilhosa. E eu já sou apaixonada naquele sorriso banguela. - diz ela, rindo.
- Você já havia trabalhado com crianças antes? - indaga ele.
- Não, na verdade o meu trabalho não tem nada a ver com crianças. Mas, a conexão que senti com a Helena, foi algo diferente. Não sei explicar. - disse ela um pouco emocionada.
- Isso é estranho, pois quando vi você com a minha filha, senti que seria a pessoa perfeita para cuidar dela. Confesso que fiquei esperando o seu currículo aquele dia. Mas, você não enviou. - disse ele, tentando manter o assunto.
- Havia deixado bem claro que eu estava atrasada. - disse ela ao provar o café.
- Bom não vem ao caso, você está aqui, e a minha filha está muito feliz. E isso é o que importa.
- Mesmo o senhor detestando, admita essas mudanças fizeram bem para ela. Viu, nós dois cedemos, e tudo ok. - Luiza acabou rindo pois sabia que não havia sido bem daquela forma.
- Você ri, porque sabe que não foi bem assim. - ele acabou rindo da situação.
Luiza, não tinha visto ele sorrir ainda. Ina entrou bem na hora, e olhou disfarçadamente. Mas, acabou sorrindo para ela.
- Bom dia! - disse Ina entrando.
- Bom dia Ina. - responderam juntos.
Mesmo que ele não quisesse, acabou sorrindo.
- Voltando ao nosso assunto, foi um trabalho em equipe. Claro, eu busquei a equipe. - ela para de rir assim que a governanta entra na cozinha.
- Bom dia! - disse a governanta ao entrar.
- Bom dia! - disse Igor, já olhando para a Luiza, que mudou a expressão por completo.
- Ina, vou deixar o bolo na bancada para esfriar. Poderia por favor aquecer o leite da Helena. Vou até o quarto, arrumar ela. - Luiza falou, e levantou.
- Claro,se quiser já corto em fatias e coloco na mesa.
- Muito obrigada. - Luiza disse e saiu.
Igor olhou para a Ina, e para a governanta. Levantou e foi para o escritório.
- Que pessoa mais abusada, nem ao menos deu bom dia. Mas os dias dela estão contados. - disse a governanta.
- Bom dia! Quem está com os dias contados. - pergunta o motorista ao entrar.
- Ninguém que interesse a você. Não tem nada para fazer? - disse ela irritada ao sair.
- Não de importância, ela não gosta da Luiza, e vai fazer de tudo para mandar ela embora. Essa mulher é uma vibora. - disse Ina, enquanto cortava o bolo.
- Acha que ela vai fazer alguma coisa mesmo? - pergunta ele.
- Lógico que vai, ontem o senhor Guerra veio falar comigo. Tenho certeza que ela contou a história de uma forma diferente, revertendo a favor dela lógico. - disse Ina.
- Ontem notei a senhorita Luiza um pouco perdida. Como se não soubesse o que fazer.
- Eu senti isso também, talvez estivesse chateada.
Ina começou a levar as coisas para mesa.
Luiza arrumou a Helena, e fez outro penteado nela. Elas saíram do quarto, e foram direto para a mesa.
Igor estava sentado à espera delas. Todos tomaram café, e se prepararam para sair.
- Poderia me dar uma carona? - perguntou Luiza.
- Claro que sim, onde deixo você? - ele perguntou aquilo, mas na verdade queria saber onde ela iria.
- Poderia me deixar na boutique, se não for sair da sua rota.
- Deixo sim, largamos a Helena no colégio e depois deixo você lá. - o que ela iria fazer na boutique, se perguntava ele.
- Só vou pegar a minha bolsa. - Luiza foi até o quarto, pegou a bolsa e saiu.
Eles foram para o carro. Igor deixou a Helena no colégio e depois levou a Luiza para a boutique.
- Vai ajudar a senhora Stevens hoje? - perguntou ele curioso.
- Não, vou encomendar o vestido da Helena para a festa. Mas volto para casa ainda pela manhã, só vou comprar algumas coisa. - responde ela sem muita demora.
- Deveria pedir ao motorista para comprar o que precisa. Assim, não precisa vir até aqui. - disse ele, mas na intenção de saber tudo.
- Eu não posso sair, é isso que quer dizer? - perguntou ela, já um pouco aborrecida.
- De forma alguma, você não está presa naquela casa. Apenas quis dizer para não se cansar muito. Você pode sair a hora que quiser, ainda mais quando a Helena não estiver. - apressou-se ele em responder. - Se precisar de ajuda para levar algo, liga para o motorista, ou deixe as suas coisas na senhora Stevens, posso levar para você, quando voltar para casa.
- Não se preocupe, eu posso levar. Obrigada, precisa de algo aqui do centro? - pergunta ela, já tirando o cinto.
- Não, aqui está o número do motorista, liga para ele, e ele pega você. - Igor, entregou a ela, o número que ele havia retirado da carteira.
- Obrigada! Bom trabalho senhor Guerra. - despediu-se ela.
- É Igor, não precisa me chamar de senhor Guerra. - disse ele, esperando que ela parasse de chamá-lo de senhor Guerra.
Luiza, apenas sorriu para ele. Fechou a porta, e entrou na boutique. Sonia estava organizando a vitrina. Observou tudo o que aconteceu.
- Bom dia Sonia! - disse ela ao entrar.
- Bom dia minha flor. E aquele sorriso maravilhoso, foi para o senhor Guerra, ou era outro alguém dirigindo aquele carro? - indaga ela, ao provocar a Luiza.
- Apenas sorri da situação, não crie expectativas falsas. - disse ela ao beijar a amiga.
- Ok, então o que você minha jovem e bela amiga veio fazer aqui? - pergunta ela,enquanto alinha a saia do manequim.
- Vim fazer uma encomenda muito especial. - disse Luiza, com um belo sorriso no rosto.
- Não me diga, o seu vestido de noiva! - exclama Sonia, com um sorriso divertido.
- Não zombe dessa forma. - sorri ela. - A Helena tem uma festa a fantasia, e quer ir vestida de Cinderela. Gostaria de saber se tem a possibilidade, de você fazer esse vestido? A festa será daqui à vinte dias. - Luiza a olha, procurando a resposta.
- Eu faço, depois entrarei de férias. Já avise ao senhor Guerra. - disse ela, juntando as coisas que havia deixado espalhadas.
- Vai fazer aquela viagem? -pergunta Luiza toda animada.
- Eu vou, pena que não poderá ir comigo. Nossa, ia ser muito bom, beberiamos todas,dançariamos com aqueles corpos bronzeados, cheios de músculos. Já estou contando os dias, faltam dez. Parece uma eternidade, uma tortura. - disse ela, enquanto a sua imaginação fluía.
- Dessa vez não poderei, mas, quem sabe em outra oportunidade. - sorri Luiza enquanto fala. Imaginando as loucuras que a Sonia fará.
Elas conversaram sobre algumas coisas. E sobre o ocorrido na casa do Guerra. Depois, saiu para comprar o que precisava.
Igor foi para o escritório. Entrou na sala dele, sentou-se e ligou o computador. Enquanto retirava os papéis da pasta, ele se pegou pensando nela. Repreendeu-se no mesmo instante.
Luiza, comprou as tintas que precisava, e por último foi a farmácia.
Luiza voltava para casa, quando um carro parou perto dela.
- Senhorita Luiza, gostaria de uma carona? - pergunta o motorista da família Guerra.
- Eu gosto de caminhar, mas vou aceitar. - disse ela sorrindo.
- Me dê suas sacolas, e entre por favor. - ele pega as sacolas, e abre a porta para ela.
- Obrigada. - disse ao entrar.
- Vim pegar algumas coisas no mercado, segundo a Ina, já está faltando comida. - ele sorri depois da fala.
- A Ina é um amor, eu gosto dela. Mas, aquela governanta, eu não a suporto. - disse ela fechando o punho.
- A senhorita já trabalhou com crianças antes? - muda de assunto, tentando não deixa-la aborrecida.
- Dessa forma não. A Helena é a primeira criança que eu cuido dessa forma. - disse ela.
- Ela gosta muito da senhorita, e está muito feliz também. - disse ele, esperando arrancar algo dela.
- Eu também gosto muito dela, é adorável, inteligente, foi muito bem educada, é inquestionável essa parte. - disse ao olhar para o motorista.
- A senhorita é daqui? Digo dessa cidade. - indaga ele.
- Não, mas me sinto em casa aqui. É uma cidade encantadora, não acha? - pergunta ela.
- Acho sim, eu também não sou daqui, mas aprendi a gostar desse lugar. - disse ele, tentando manter a conversa. - Tem família aqui?
- Somente uma amiga, a Sonia, da boutique. Nos conhecemos a algum tempo, e vim a convite pela primeira vez na festa anual, e agora estou aqui.
- A festa é linda, não acha? - disse ele, tentando deixar a conversa leve, e finalmente conseguir todas as informações.
- Concordo, é belíssima. Muitas pessoas, a diversidade das cores, acho fantástico. - concorda ela.
- Conheci minha noiva na festa, isso a três anos atrás. Talvez, a senhorita, encontre um amor na festa desse ano. - disse ele, tentando invadir a vida pessoal dela.
- Fico feliz por você, mas, meu objetivo não é encontrar o amor. Só quero aproveitar a paz que esse lugar traz. - disse ela, olhando para a fachada da casa.
- Foi iludida por alguém, e agora pensa que não será possível amar outra vez? -pergunta ele, num tom mais sério.
- Tenho os meus motivos pessoais. Ilusões, todos nós passamos por elas com muita frequência. Impossível encontrar alguém, que em algum momento da vida, não tenha sofrido uma ilusão. Como escreveu Voltaire " A ilusão é o primeiro de todos os prazeres." - disse ela, enquanto retirava o cinto. - Obrigada pela carona, quer ajuda?
- Não senhorita, obrigado.
Luiza, entrou com as suas sacolas. Foi direto ao quarto da Helena, que já estava arrumado. Foi até o dela, e guardou as coisas que havia comprado na farmácia. As outras coisas deixou sobre a cômoda.
Ela passou uma parte do dia no quarto da Helena, e outra na cozinha. Conversando assuntos aleatórios, com a Ina, que nem viu o tempo passar. Quando percebeu, estava sendo abraçada pela Helena. Que havia chegado com o motorista.
Elas subiram, e foram fazer o tema. Depois Luiza já levou ela para o banho, e só depois foram tomar café. Após o café, Luiza foi tomar banho, enquanto a Helena pegava o material para estudar. Assim que saiu do banheiro, foi direto ao quarto da Helena. Repassaram a matéria, e depois ficaram brincando.
Igor chegou, e foi direto ao escritório. Largou as coisas dele, serviu a sua dose de sempre, e ficou por ali. Mais tarde, antes de ir jantar ele tomou banho. Quando chegou a mesa, Helena, e Luiza só estavam a espera dele.
Igor beijou a cabeça da filha, e sentou-se. Eles serviram-se, e jantaram em silêncio. Após o jantar, Luiza ia subir com a Helena, mas ela foi impedida por alguns minutos.
- Luiza hoje eu coloco a Helena na cama, você pode ir descansar. - disse ele, olhando fixamente para ela.
- Tudo bem, só vou levar ela para escovar os dentes, e vestir o pijama. Assim posso dar o meu beijinho de boa noite.- Luiza apertou levemente as bochechas dela.
- Tudo bem, agora já subo.
Elas subiram. Igor foi no quarto dele primeiro e depois para O da filha. Luiza e Helena estavam deitadas na cama. Ele entrou, e ela despediu-se da Helena.
Antes de sair na porta, a menina chama ela.
- Lu, mais um beijo? - pergunta ela sorrindo.
- Todos minha banguelinha. - ela volta, enche a Helena de beijos.
- Deixa a Luiza ir minha filha, ela precisa descansar.
- Boa noite senhor Guerra, boa noite princesa. - Luiza foi para o quarto, pegou as coisas dela, e foi ao banheiro.
Luiza foi para o quarto, acomodou a cama e deitou.
Igor conversou com a filha. Deu o livro para ela ler uma história. Queria saber como ela estava indo na leitura. Após a leitura, ele guardou o livro, e acomodou a Helena na cama. Igor ficou abraçado na filha, até ela adormecer. Deu-lhe um beijo e
ficou por mais alguns minutos, até notar alguns rabiscos na parede do quarto.
Ele foi tentar adivinhar o que era, mas não queria acordar a filha, ao acender a luz. Igor foi para o quarto dele, esperava ter uma noite muito melhor que a anterior.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 46
Comments
Maria de Fatima Chaves
Dois cabeça dura não se abre kkk estou roendo as unhas pra saber kkk
2025-04-04
0
Marinandes Amaral
o que fez dois sofrerem tanto né 🤔🤔
2024-12-10
1
Mary Lima
O que.a fez sofrer tanto autora ,estou ansiosa /Bye-Bye//Bye-Bye//Bye-Bye//Bye-Bye/
2024-07-14
4