capítulo 4

Luiza acordou cedo, queria poder conversar com a Sônia antes dela sair para a boutique. Ela preparou o café, e colocou as coisas sobre a mesa.

Bom dia! Não vi você chegar ontem. - Sonia pergunta, já com uma certa curiosidade.

A Helena me convidou para jantar, depois contei uma história para ela, e a coloquei na cama. - Luiza ainda estava preocupada com o que viu.

Por que me parece tão preocupada? - indagou ela.

Eu não sei o que aconteceu na vida desse homem. Mas, ele vai acabar com a infância da Helena. Eu ainda não superei o que vi ontem. Eu me senti sufocada, pois tinha vontade de falar muitas coisas que estavam entaladas. Só não fiz isso, pois quero poder sair com a Helena novamente. - Luiza falava enquanto andava de um lado a outro da cozinha.

Luiza minha querida, precisa ficar calma. O que você viu de tão ruim assim? - perguntou Sonia já assustada com a reação da Luiza.

Esse homem não tem um quarto adequado para a filha. A menina dorme num lugar que parece aqueles quartos bem antigos de pessoas de idade. É tudo muito escuro, são cores pesadas. Não tem brinquedos, ela só tem roupas pretas. É horrível, o lugar é limpinho, sem falar na mulher que nos atendeu quando chegamos, o modo com que ela tratou a Helena, eu juro a você, eu ainda pego ela. - Luiza estava vermelha, realmente aquilo tudo havia afetado ela.

Luiza não pode deixar esse tipo de coisa tirar a sua paz. Precisa entender que você não é nada dessa menina, e que o senhor Guerra não vai gostar de ter você se envolvendo na família dele. - Sonia apenas queria alertá-la.

Eu sei, mas isso me deixa enlouquecida. - Luiza falou, e sentou-se para tomar o café.

Sabe o que vai acalmar você? As flores, mais tarde leve elas para o sol, e depois aproveite para caminhar no parque. O dia está lindíssimo. - Aquilo iria acalma-la de alguma forma. Isso era o que Sonia pensava.

Após o café, Sonia abraçou-lhe fortemente, e foi para o trabalho. Luiza, fez o que a Sonia aconselhou. Precisa ficar tranquila, calma, e tentar não se envolver naquilo que não era chamada.

Helena, foi para o colégio acompanhada do pai. Igor, foi para o trabalho como de costume. Nada fora da sua rotina.

A primeira candidata iria apresentar-se naquele dia. Mas, ele sabia que nenhuma delas era qualificada para cuidar da filha, da forma que ele queria. Ainda mais, depois de saber como ela havia sido tratada pela Luiza.

Após olhar o caderno, e a agenda com a assinatura dela. Era a primeira vez que alguém assinava no lugar dele.

Ele ficou o dia todo no escritório, e o motorista foi pegar a Helena. Já levou a mulher que estava em experiência.

Aquela semana passou, e no sábado Helena já esperava por ela. Toda vez que escutava a campainha ela ia até lá, para ver se era a Luiza. Ela passou o sábado esperando.

Luiza, não pode ir no sábado. Precisou ajudar a Sonia na boutique. Mas, no domingo iria bem cedo pegar a Helena.

Luiza, já havia preparado um lindo presente para Helena. Mas, que só seria entregue na casa da Sônia.

Luiza pegou o carro da Sonia, e foi até a casa do senhor Guerra. Como de costume ele já estava acordado. Luiza tocou a campainha, e a mesma empregada atendeu.

Bom dia, como posso ajudá-la? - perguntou insatisfeita com a presença da Luiza ali.

Bom dia! O senhor Guerra está?

Sim, o que gostaria?

Falar com ele.

Assunto? - indaga a mulher.

Não é da sua conta. - retruca Luiza.

Então não poderei ajuda-la. - A mulher feche a porta na cara da Luiza.

Luiza toca a campainha novamente. Mas, a mulher desliga. Ela fica por um tempo ali na porta, até que o motorista aparece.

Bom dia, posso ajudá-la?

Bom dia, espero que sim. Preciso falar com o senhor Guerra, mas a empregada da casa não quis passar o meu recado, e acredito que ela também tenha desligado a campainha, pois estou a um bom tempo aqui.

Não se preocupe, eu aviso ao doutor Guerra, que a senhorita está aqui.

Obrigada. - Luiza queria matar a empregada a essa altura.

O motorista pegou o celular e ligou para o senhor Guerra.

Doutor, tem uma moça querendo falar com o senhor, mas estamos trancados do lado de fora da casa. Parece que aconteceu algo com a campainha... Ok. - ele apenas olhou para ela, e com um sorriso amarelo, lhe disse: - O doutor já virá atendê-la.

Muito obrigada. - Luiza respirou mais aliviada.

Igor foi até a porta e lhe atendeu.

Bom dia! Estou surpreso com a sua visita a essa hora. - ele estava surpreso, mas sabia que ela iria lá no fim de semana. Foi o que ela havia prometido para a Helena.

Bom dia! Eu quero saber se posso passar o dia com a Helena? - Luiza não fez muitos rodeios, foi direta ao ponto.

Direta ao ponto, ok. Mas, quero que responda uma pergunta antes.

Eu não sei. - disse ela sem tirar os olhos dele.

Não sabe o que?

O motivo por gostar da Helena, apenas gosto dela. Eu não sei explicar. - a resposta deixou ele sem saber o que falar.

Porque saiu do meu carro daquele jeito, e nem ao menos me deixou acompanha-la até em casa.

Ah, é isso. Bom, eu tinha algumas verdades para lhe falar. Mas, achei melhor não falar nada, pois gostaria muito de poder pegar a Helena para passear comigo.

Verdades, vou achar muito interessante se me falar as suas verdades. - Igor estava com muita vontade de saber o que ela tinha para falar.

Olha senhor Guerra, eu gosto muito da Helena, para entrar numa discussão que não vai nos levar a nenhum lugar. Eu tenho a minha opinião, e o senhor tem a sua. Eu só quero pegar a Helena e sair com ela. De preferência para bem longe dessa casa. Não me faça mais perguntas. - Luiza não queria entrar numa guerra, com o Guerra.

Você fala como se eu maltratasse a minha filha. - Igor achou inconveniente as palavras usadas por ela.

Não disse que ela é maltratada, mas convenhamos que a forma adequada para uma criança viver bem não é essa.

Tem filhos Luiza?

Não senhor.

Um dia entenderá, até lá, não me julgue sem saber. Você pode sair com a Helena, mas antes quero o número do seu celular, e já sabe as 19h em casa com a minha filha.

Ok. - Luiza entrou e foi para o quarto da Helena.

Igor chamou a empregada, e avisou que a Luiza tinha passe livre na casa. E se descobrisse, que ela havia feito mais alguma coisa, ela seria demitida.

Ele voltou para a mesa.

Luiza entrou no quarto da menina, que estava no banheiro. Assim que saiu, e a viu ali. Correu para os seus braços, e a abraçou.

Pensei que não me quisesse mais. - fala a menina, com lágrimas nos olhos.

Como não iria querer você? Esqueceu que é a minha princesa? - diz ela beijando aquele rosto angelical.

Você não veio ontem, esperei o dia todo, e você não veio. - choraminga a menina, ainda agarrada ao pescoço dela.

Eu sinto muito, queria ter vindo, mas, não foi possível. Não tinha como avisar você.

Tudo bem, eu senti saudades de você.

Duvido muito, você tem uma tutora para cuidar de você. - diz Luiza querendo colher informações sobre a mulher.

Ela é igual a senhora Maccal, não quero que ela fique aqui. Eu quero você. - Luiza queria muito estar ali com ela diariamente, mas havia perdido a oportunidade.

Bom, você pode dizer ao seu pai que não gostou dela.

-Amanhã virá outra, meu pai está testando elas. Essa não é tão boa no francês como você.

Vamos esperar que essa outra seja boazinha com você. Agora precisa vestir uma roupa, e arrumar o cabelo. Seu pai, deixou você passar o dia todo comigo. - A menina se desprende do pescoço dela, e a Olha nos olhos. Seus olhos brilharam, mesmo em meio às lágrimas.

É sério?

Claro que sim.

Helena, beija o rosto da Luiza, e já se apressa para ver uma roupa.

Luiza ajuda ela a se vestir, e acomoda o cabelo dela. Elas descem para que Helena possa tomar café, e despedir-se do pai.

Bom dia pai. - Helena lhe da um beijo no rosto.

Bom dia filha.

Ela senta, e Luiza serve leite, e passa geleia no pão para ela. A empregada apenas observa.

Luiza toma café com a gente? - pergunta Igor, já imaginando a resposta.

Não, obrigada. - Luiza respondeu, e sentou ao lado da menina.

Após o café, Helena levanta para despedir-se do pai.

Você ainda não me deu o seu número. - Igor já alcançou o celular para ela. Luiza pegou e salvou o número dela. Devolveu o celular a ele.

Já podemos ir senhor Guerra? - Luiza perguntou, já pegando Helena pela mão.

Pode sim, não esqueça as 19h em casa. - Igor beijou a filha antes dela sair.

Luiza e Helena, foram para o carro. Ele acompanhou as duas até a porta. Esperou elas irem embora, e entrou. Terminou de ler o jornal, e foi para o escritório.

Sonia, já estava esperando por elas. Ela, e Luiza combinaram o que iriam fazer no domingo com a Helena. Assim que elas chegaram, ela foi abrir a porta.

Helena, ficou impressionada com a quantidade de flores que existia ali. Era uma mistura de cores.

Bom dia Helena, seja bem vinda. - Sonia já foi logo abraçando a menina.

Bom dia.

Vem, vamos entrar. Seja bem vinda a nossa casa.

Essas flores são de verdade? - perguntou a menina com curiosidade.

Claro que sim minha linda.

Nunca vi tantas flores juntas.

Bom, agora você está vendo. Vamos entrar, tenho uma surpresa para você.

Luiza levou ela até o quarto. Fechou os olhos dela com as mãos, e entraram.

Tenho um presente para você. Espero que você goste. - Luiza tirou as mãos que cobriam os olhos da menina. Helena abriu os olhos.

Sobre a cama, uma caixa rosa, toda florida.

Pode abrir, é tudo seu. Como não sabia a sua cor preferida, mandei fazer esse para você. - ela esperava que a garota gostasse do presente. Ela havia cuidado de cada detalhe.

Helena desatou o laço com cuidado, e abriu a caixa. Dentro havia alguns laços de cabelo, todos coloridos, um vestido rosa com estampa de flores, e uma sandália branca.

Isso é para mim? - perguntou a menina com os olhos brilhantes, e já com algumas lágrimas.

Sim meu anjo, eu comprei para você. - Luiza falou tentando segurar as lágrimas.

Obrigada Lu. - Helena a abraçou, com muita força.

Você gostou?

Sim, muito obrigada.

Vem, vamos vestir e depois vou arrumar o seu cabelo, e colocar um laço bem bonito.

Luiza, ficou feliz por saber que ela gostou do vestido. Mais feliz ainda, ficou a Helena quando se olhou no espelho.

Meu Deus, que moça mais linda. - Luiza, estava toda orgulhosa de ter finalmente tirado dela aquelas roupas pretas.

Elas saíram do quarto, para mostrar a Sonia como havia ficado o vestido que ela havia feito para a Helena.

Como ficou linda essa menina, quase não reconheci. E esse laço no cabelo, como você está linda. Está parecendo uma boneca de verdade. - Sonia, podia notar a diferença até mesmo no olhar da Helena. Parecia ter ganhado vida.

Agora é a minha vez, vou me arrumar, e você fica aí com a tia Sônia. - Luiza falou, já indo para o quarto.

Sonia mostrou a casa para a Helena, e algumas flores também.

Depois de alguns minutos Luiza sai do quarto, vestindo um vestido igual ao da Helena, e com uma sandália branca.

Então como estou? - pergunta ela, já notando a animação da menina.

Está muito bonita, acho que fiz um vestido igual.

Você está muito bonita, com esse vestido igual ao meu.

Então já podemos sair? - Sonia convidou elas para ir.

As três saíram de casa, e o primeiro lugar que foram, foi a uma loja de brinquedos. Luiza deixou ela escolher a boneca que quisesse.

Helena, escolheu uma pequena. Luiza pagou e saíram. Depois levou ela até uma loja, onde comprou algumas blusinhas,calças,shorts,tênis e chinelo. Aproveitou para pegar meias e calcinhas. Essas coisas ficariam na casa dela, toda vez que ela pegasse a Helena, ela teria roupas para usar.

Foram na praça, almoçaram num restaurante, caminharam na praia, e passearam de barco.

O motorista que estava seguindo elas, não contou ao Igor sobre a filha andar com outro tipo de roupa. Apenas manteve ele informado sobre alguns lugares que elas foram. As 18h, Luiza levou a Helena para casa. Ela tocou a campainha, a empregada abriu e elas entraram, sem nenhum inconveniente. Subiram para o quarto, Helena tomou banho, e depois se arrumou para encontrar o pai.

Elas foram até o escritório chamar ele. Igor estava tomando o seu velho e bom whiskey.

- Pai ja chegamos. - disse a menina ao entrar no escritório.

- Que bom, pelo menos estão chegando antes do horário. - ele falou olhando fixamente para Luiza.

- Eu preciso ir. - Luiza falou já beijando a cabeça da menina.

- Podia ficar para o jantar. - disse ele, ainda olhando para ela.

- Eu agradeço, mas preciso ir. Tenho um compromisso. Mas, se me permitir, gostaria de pedir para a Helena passar o próximo fim de semana comigo. - Luiza pediu, mas não sabia se ele permitiria.

- Vou pensar, eu ligo avisando. - Igor disse aquilo, mas certamente iria permitir.

- Então já vou, se cuida princesa. Boa noite. - Luiza já ia saindo.

- Espera eu vou acompanha-la até a saída. - Igor beijou a cabeça da filha. - Vá para a mesa e me espere por lá.

- Sim pai. - Helena antes de sair beijou a Luiza e a abraçou. saiu do escritório e foi direto a mesa.

Igor mostrou o caminho para ela, e foram até a porta.

- Por que não mandou o seu curriculo? - pergunta ele sem enrolação.

- Se bem me lembro, o senhor disse que eu estava atrasada. - Luiza responde com ar desafiador.

- Estava, talvez, tenha uma nova oportunidade. - Ele desviou o olhar por um instante enquanto falava.

- Mas, já não escolheu a tutora da Helena? - Luiza fala desconfiada.

- Tem mais duas, cada uma delas vai passar uma semana com a Helena, e no fim eu vou escolher uma, ou talvez não. - Ele escorou-se na porta, e a olhou.

- Se escolheu elas, significa que correspondem a todas as suas exigências. - Luiza, pensou por um instante, se seria bom ela levar o bendito currículo para ele.

- O pior de tudo, é que não estão a altura do emprego, mas, vamos ver o que acontece nesse mês. - Por algum motivo, ele queria que, ela pedisse para ficar com a Helena.

- Bom, talvez entre as outras duas consiga uma. Aliás, a Helena não gostou dessa primeira. - ressalta ela, ao relatar o que a Helena havia falado.

- Nesse caso devo esperar que as outras duas sejam melhores que essa.

- Eu preciso ir. Obrigada por deixar a Helena ficar comigo hoje. Se ela puder ficar no próximo fim de semana, eu serei grata.

- Vou pensar, mas teria que trazer ela para casa a noite.

- Mas ela pode dormir comigo, tem espaço para nós duas.

- Boa noite Luiza. - Igor nunca imaginou ficar longe da filha a noite. Durante o dia já estava acostumado.

- Boa noite. - Luiza, saiu e deixou ele na porta.

Igor, entrou assim que ela foi embora.

Luiza foi direto para o porto, iria encontrar a Sonia. Elas sairiam para beber.

Igor, fez algumas perguntas básicas a filha. Nada, que ela não pudesse responder.

Após, o jantar ele subiu com ela até o quarto. Esperou ela ir ao banheiro, vestir o pijama, e a colocou na cama. Deu-lhe um beijo de boa noite, e saiu.

Helena, ficou pensando no dia que teve, estava feliz.

Luiza, ficou pensando se nenhuma das mulheres fosse aceita, ela teria a oportunidade de largar o currículo na empresa.

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Comments

Maria Calaça

Maria Calaça

você poderia coloca fotos dos personagens por favor

2025-03-27

0

Hanah Oliveira

Hanah Oliveira

Que triste ter que usar somente preto!

2024-07-15

1

Mary Lima

Mary Lima

O lugar de tutora é seu e o de dona da casa tbm/Tongue//Tongue//Tongue//Tongue//Tongue/

2024-07-14

3

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