Eu estava decidida a acusar Marques. Durante semanas, me dediquei a procurar provas que pudessem incriminá-lo. Eu sabia que ele era responsável por pegar uma quantia enorme de dinheiro, e estava disposta a defender Miguel. Mas algo naquela tarde aconteceu e mudou tudo.
Era três e meia da tarde quando pedi aos seguranças que checassem as câmeras de segurança. Assistimos com atenção enquanto Marques adentrava a sala de Miguel. Meu coração acelerou ao testemunhar suas ações suspeitas.
Marques começou a vasculhar as coisas de Miguel, passando pelos documentos em sua mesa. Em seguida, ele se dirigiu ao computador de Miguel e começou a digitar freneticamente. O nervosismo tomou conta de mim enquanto observava suas ações. De repente, Marques retirou um papel do bolso e o estudou atentamente. Com habilidade, ele digitou algo no computador de Miguel, como se estivesse alterando informações importantes. Meus olhos se arregalaram com o que estava presenciando. Era evidente que Marques estava envolvido em atividades ilícitas, e seu alvo parecia ser Miguel.
A sensação de traição misturada com o desejo de fazer justiça tomou conta de mim. Eu não podia deixar que Marques destruísse a reputação de Miguel e escapasse impune. Era hora de agir, reunir todas as provas e confrontá-lo de uma vez por todas. Saí da sala de monitoramento decidida a enfrentar Marques. Sabia que estava lidando com uma pessoa perigosa e que precisava agir com cautela. Mas estava disposta a fazer tudo o que fosse necessário para proteger Miguel e limpar o nome de nossa empresa. O jogo havia mudado, e eu estava determinada a vencer essa batalha. Não permitiria que a injustiça prevalecesse e que pessoas corruptas como Marques saíssem impunes. Era hora de revelar a verdade e restaurar a integridade e o sucesso da nossa empresa.
Fiz um sinal para Roger, indicando que precisávamos sair da empresa o mais rápido possível. Enquanto caminhávamos apressadamente, peguei meu celular e liguei para meu pai, decidida a contar-lhe tudo o que havia descoberto. Ele ficou furioso do outro lado da linha ao ouvir as revelações, mas sua determinação em fazer justiça era clara. Meu pai afirmou que estava indo diretamente para a casa do senhor Marques. A residência de Marques não ficava muito longe, e meu pai não hesitou em agir imediatamente. Sentia uma mistura de alívio e apreensão, sabendo que a batalha estava longe de acabar. Chegamos à casa de Marques e encontramos meu pai já lá, expressando toda sua indignação. A tensão no ar era palpável, e sabíamos que enfrentaríamos uma batalha difícil e perigosa contra Marques.
Marques! - Meu pai gritava. - Marques.
Senhor presidente! - Ele descia tranquilamente as escadas. - Que surpresa boa.
Como ousa? - Meu pai segurou Marques pelo colarinho. - Como ousa me enganar, enganar seu melhor amigo?
-Do que o senhor está falando?
-Sabemos de tudo, sabemos que foi você quem roubou a empresa! - Digo irritada.
Marques olhava de mim para meu pai, desesperado em encontrar uma saída. Seu semblante antes arrogante estava agora repleto de medo e nervosismo. Era o fim do seu reinado de corrupção.
-Vocês não têm provas! - ele balbuciou, tentando se justificar.
-Temos sim, Marques! - afirmou meu pai, com uma convicção inabalável. - Descobrimos suas tramas, suas transações ilegais e suas tentativas de encobrir seus crimes. Você será responsabilizado por suas ações!
A sensação de justiça começava a tomar conta de mim. Não permitiríamos que Marques continuasse a destruir a empresa e a vida de tantas pessoas. Era hora de colocar um ponto final em suas maquinações e assegurar que a verdade prevalecesse.
-Você vai pagar por tudo o que fez, Marques - disse eu, com firmeza. - Vamos expor suas fraudes, seus esquemas e garantir que a justiça seja feita.
Marques se debateu, tentando se soltar do aperto do meu pai. Sabíamos que a batalha estava longe de terminar, mas estávamos dispostos a lutar até o fim para proteger a empresa, nossa integridade e a verdade.
De repente, ele me joga para longe e sai correndo. Eu ajudo meu pai a se levantar e começamos a correr atrás de Marques. Ele pega um carro e eu faço o mesmo, começamos uma perseguição frenética. Marques era ágil para alguém da sua idade, mas eu estava determinada a alcançá-lo. Quando atravessamos uma rua, pareceu que um caminhão estava nos esperando, vindo em alta velocidade em nossa direção.
Sinto meu coração acelerar enquanto o carro colide violentamente com o caminhão. Vidros estilhaçam e o veículo é sacudido pelo impacto. Tudo acontece em questão de segundos, e o som do metal retorcido ecoa ao meu redor. Sinto uma dor aguda e meu corpo é lançado para frente com a força da colisão.
Não sei quando o carro parou, mas eu escuto vozes entre algumas pessoas.
- Será que ela morreu? – Uma voz disse.
- Espero que sim, ela sabe demais. – Uma outra voz disse. - É melhor você sair do país, irei te dar grana para isso e nunca volte.
Depois das vozes sombrias e ameaçadoras, fui envolvida por uma cacofonia de sirenes e choros ao despertar do meu estado de inconsciência. Entre os sons caóticos, uma voz familiar chamava pelo meu nome, uma voz repleta de preocupação e alívio. Tentei abrir os olhos e me debati entre a névoa confusa que preenchia minha mente. Então, sucumbi novamente ao sono, apenas para ser levada a um mundo de sonhos e esperança.
No meu sonho, mergulhei em um caminho de cerejeiras que se estendia à minha frente, banhado por uma luz suave e dourada. Cada passo que eu dava era acompanhado por uma explosão de cor, enquanto as delicadas pétalas rosadas caíam ao meu redor, formando um tapete de beleza. O aroma doce das flores invadia meus sentidos, enchendo-me de uma sensação de encantamento.
O caminho parecia se desdobrar infinitamente, convidando-me a percorrê-lo com entusiasmo e alegria. Através das curvas e das reviravoltas, eu me movia com um sorriso radiante, sentindo a energia e a magia das cerejeiras pulsarem em meu coração. Cada passo era uma dança de liberdade e renovação, uma celebração da vida e de todas as possibilidades que se apresentavam diante de mim. E então, lá estava ele, o menino do pé de cerejeira, esperando por mim no final do caminho. Seus olhos brilhavam com a inocência e a sabedoria do universo. Em seu sorriso, eu enxergava a promessa de um futuro brilhante, cheio de esperança e possibilidades. Corri em sua direção, sentindo a euforia me envolver, os obstáculos e as preocupações desvanecendo-se naquela atmosfera mágica.
No entanto, assim que eu estava prestes a alcançar o final do caminho, a escuridão envolveu tudo ao meu redor. Um vazio se instalou, como se o mundo dos sonhos estivesse sendo arrancado de mim. Um sentimento de perda e confusão dominou meu ser, deixando-me ansiando por mais, querendo descobrir o desfecho daquela jornada emocionante. No instante em que a escuridão se intensificou, senti um nó se formando em minha garganta. A sensação de perda e confusão me envolvia, como se estivesse sendo privada da conclusão daquela jornada emocionante. Eu ansiava por mais, por descobrir o destino final do caminho das cerejeiras. Desesperada para encontrar respostas, explorei a escuridão que me cercava, tateando no vazio em busca de um lampejo de luz. Meus passos eram incertos, meu coração batia com força no peito, enquanto a incerteza se instalava em minha mente.
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Atualizado até capítulo 29
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