Conversas, planejamento, destino.

Quando dirijo ao salão do hotel, avisto o Diretor Marques à distância. Ele estava vestindo um terno azul marinho e tinha cabelos grisalhos. Um sorriso estava estampado em seu rosto. Assim que ele me viu, o Presidente Marques caminhou em minha direção. Ele tinha uma postura confiante e transmitia uma aura de liderança. Seus olhos transmitiam determinação e sua voz era firme ao cumprimentá-lo. Ele apertou sua mão com um aperto de mão firme e caloroso, transmitindo um senso de proximidade e interesse genuíno. Ele perguntou como eu estava e se mostrou disposto a iniciar uma conversa. Sua presença era cativante e transmitia a sensação de estar na presença de uma figura importante e carismática.

- Quando recebi a ligação do seu secretário fiquei muito surpreso, você sabe que te acho uma mulher incrível. – Disse animado

- Vejo que andou praticando seus elogios. – Digo em tom de deboche – Quero saber se você está disposto a vender sua parte na ação.

- Senhorita Rosales, sabes minha opinião sobre isto.

- E você sabe que eu não desisto Marques.

- O que você me pede é impossível de eu aceitar

- Marques, você já está na idade de aposentar, tem que apreciar este momento, deixe de implicância e me vende a sua parte.

Marques ficou em silencio por alguns segundos e respondeu:

- Sei que gosta de apostas, então vamos apostar algo. – Estava desafiador. – Mês que vem vai ter um evento internacional, várias empresas vai estar presente neste evento, mostre que você é uma boa líder e faça três negociações, uma com a França, outra com a Inglaterra e outra com a Coreia do Sul, se conseguir, vendo minha parte e a parte da minha esposa, mas se não conseguir não me procure mais. – Disse se levantando. – Senhorita Rosales, vejo que você está igualzinha ao seu pai.

Eu refletia sobre as palavras de Marques, uma enxurrada de memórias e emoções invadiu sua mente. Meu pai, o fundador da empresa, sempre foi um exemplo de determinação e persistência. Ele construiu o negócio do zero, enfrentando inúmeras adversidades ao longo do caminho. Recordo os momentos em que acompanhava meu pai em reuniões, observando-o negociar com confiança e sabedoria. Desde que assumi a liderança, sempre levei a sério o juramento que fiz ao meu pai, em honrar tudo o que ele havia realizado, tomando decisões estratégicas com base nos valores e na visão que ele havia incutido em mim desde jovem. Enfrentei inúmeros desafios ao longo do caminho. Encontrei resistência, céticos e obstáculos em meu caminho. Agora, diante da oportunidade de adquirir a parte de Marques e sua esposa na empresa, senti um senso de dever ainda maior. Era uma chance de consolidar sua posição como líder e garantir que a visão e os valores de seu pai continuassem a guiar a empresa. Estou determinada a honrar o legado de meu pai, não apenas pelo sucesso financeiro da empresa, mas também pela manutenção de uma cultura corporativa baseada na ética, no respeito aos funcionários e no impacto positivo na comunidade.

Depois da conversa desafiadora com Marques, senti uma urgência em agir. Não podia mais ficar parada. Com determinação em meus olhos, cruzei a porta do hotel e encontrei Roger, meu parceiro de confiança, esperando do lado de fora com o carro. Roger abriu a porta do carro para mim, dando-me um sorriso encorajador. Agradeci com um aceno de cabeça e entrei no veículo. Voltamos para a empresa, onde eu estava determinada a tomar medidas imediatas para alcançar os objetivos estabelecidos por Marques.

Ao chegar à empresa, mergulhei em uma série de reuniões intensas. Encontrei-me com os principais membros da minha equipe, bem como com outros departamentos estratégicos. Nosso objetivo era discutir e implementar as estratégias necessárias para realizar negociações com as empresas da França, Inglaterra e Coreia do Sul. Nas reuniões, liderei com confiança, compartilhando as informações que havia coletado no evento internacional e definindo metas claras para cada negociação. Envolvi minha equipe, delegando tarefas e atribuindo responsabilidades específicas para garantir que estivéssemos em sincronia. Durante todo o dia, minha agenda estava repleta de discussões, análises de mercado, revisões de propostas e tomadas de decisão importantes. Aproveitei cada momento para extrair o máximo de cada reunião, buscando insights valiosos e oportunidades para garantir o sucesso das negociações futuras.

À medida que o tempo passava rapidamente, mal percebia que já era tarde da tarde. A intensidade das reuniões e a concentração necessária para tomar decisões estratégicas absorviam toda a minha atenção. No entanto, permaneci resiliente e comprometida com meu objetivo de cumprir a aposta proposta por Marques. Enquanto o dia chegava ao fim, reservei um momento para fazer um balanço. Estava satisfeita com o progresso feito durante o dia, mas também reconhecia que ainda havia muito trabalho pela frente. Sentindo-me cansada, mas determinada, comecei a planejar minhas próximas etapas. Sabia que a chave para o sucesso era uma preparação meticulosa e uma abordagem estratégica. Revisitei minha lista de tarefas, identifiquei as prioridades e comecei a definir um cronograma claro para o próximo dia. Estava dando sete da noite quando recebo uma ligação. O toque do telefone interrompeu minha concentração no trabalho. Ao atender, reconheci imediatamente a voz do outro lado da linha: era minha querida irmã mais velha, Beatriz.

A frase inicial de Beatriz revelou seu descontentamento. Ela parecia chateada e acusava-me de ter esquecido seu aniversário. Era verdade, o tempo tinha passado tão rápido que acabei deixando a data importante escapar da minha mente ocupada. Como irmã mais nova, sempre me esforçava para manter um relacionamento próximo com Beatriz, mas às vezes as responsabilidades profissionais assumiam grande parte do meu tempo.

Beatriz havia optado por seguir um caminho diferente na vida. Enquanto eu assumi o comando da empresa, ela escolheu dedicar-se à família. Meu pai, fundador da empresa, tomou a decisão de me nomear como sua sucessora, confiando-me a responsabilidade de conduzir os negócios da família.

Ao ouvir a decepção na voz de Beatriz, senti uma pontada de culpa. Eu a tranquilizei, garantindo-lhe que estava indo ao encontro dela imediatamente. Levantei-me rapidamente da minha mesa, deixando para trás a pilha de documentos e projetos que me mantinham ocupada.

Eu sabia que Beatriz esperava que eu estivesse no escritório naquele momento. Ela não compreendia totalmente as demandas e desafios que vinham com a posição que meu pai me concedeu. Mas apesar das diferenças entre nós, nossa relação familiar sempre foi importante.

Saindo da minha sala, fiz um sinal para Roger, e ele estava sempre pronto para me acompanhar em qualquer momento. Eu sabia que ele entenderia a urgência do momento e faria o possível para me levar até Beatriz o mais rápido possível.

Enquanto seguia em direção ao carro, eu refletia sobre as escolhas que havíamos feito. Beatriz optou por uma vida dedicada à família, enquanto eu mergulhei de cabeça nos negócios. Ambas as escolhas eram válidas, mas exigiam sacrifícios diferentes. No caminho para encontrar Beatriz, uma mistura de sentimentos tomou conta de mim. Eu sentia culpa por não ter lembrado do seu aniversário, mas também havia orgulho em meu coração pelo trabalho que estávamos realizando na empresa e pela confiança que meu pai depositou em mim.

Ao chegar à casa de Beatriz, respirei fundo antes de sair do carro. Sabia que a conversa com minha irmã seria importante. Era hora de lembrar a ela que, embora nossos caminhos fossem diferentes, nosso amor e apoio mútuo nunca mudariam.

Com o coração cheio de determinação, abri a porta e adentrei a casa, pronta para enfrentar a conversa com Beatriz. Nossa ligação familiar seria testada, mas estava disposta a fazer o que fosse necessário para fortalecê-la e encontrar um equilíbrio entre minha carreira e minha família.

- Desculpe a demora querida. – Disse abraçando.

- Achei que tinha esquecido Ellen.

A eu não havia me apresentado né?

Meu nome é Ellen Rosales, a filha mais nova de Raul Rosales e Maria Rosales. Nasci em uma família empreendedora, onde o espírito empresarial sempre esteve presente. Meu pai, Raul, fundou a empresa há décadas com muito amor e dedicação, e desde então, tem sido o alicerce do nosso negócio.

Além de mim, tenho uma irmã mais velha chamada Beatriz Rosales. Beatriz é casada com Tomas Rariel, um profissional experiente e talentoso que atua como diretor de Marketing na nossa empresa. Ele traz uma visão estratégica e criativa para impulsionar nosso crescimento. Beatriz e Tomas têm dois filhos adoráveis, Malu e Matheus, que são gêmeos. Malu é uma menina encantadora, cheia de criatividade e talento para o desenho. Matheus, por outro lado, é um garoto enérgico e aventureiro, sempre em busca de novas experiências esportivas. Eles são a alegria da família e trazem vida para cada reunião e encontro. Falei tanto de negócios que esqueci de apresentar.

-Cadê de os meninos? – Olhei ao redor e vi que a casa estava vazia, silenciosa como nunca antes.

-Eles já estão chegando... – Beatriz respondeu, mas pude notar uma sombra de tristeza em seus olhos. Ela refletiu por alguns segundos, como se estivesse revivendo memórias dolorosas. - Achei que você ia dar outra desculpa, como das últimas vezes.

-Eu precisava de tempo, você sabe o quanto eu me machuquei. - Suspirei, lembrando das cicatrizes emocionais que ainda não haviam sarado completamente.

-Eu sei, e sinto um pouco de culpa nisso. - Beatriz abaixou o olhar, parecendo carregar um fardo de arrependimento.

-Eu já disse que é para esquecer essa história. - Minhas palavras foram mais duras do que eu pretendia, mas a dor ainda estava presente.

-Se eu não tivesse te apresentado ele, talvez não teria afastado você tanto de mim. - Ela continuou, sua voz carregada de remorso e tristeza.

-Já disse que isso é passado. - Tentei abafar a mágoa que ainda existia em minha voz, mas não pude evitar uma pontada de ressentimento.

O silêncio pairou entre nós por um momento, as palavras não ditas ecoando em nossos pensamentos. A verdade era que nossa relação havia sido abalada por eventos passados, por escolhas e consequências que ainda reverberavam em nossas vidas. O caminho para a cura era longo, mas estávamos dispostas a tentar. Enquanto aguardávamos a chegada dos meninos, percebi que a casa estava preenchida com lembranças felizes da infância compartilhada. Fotografias nas paredes capturavam momentos de alegria, risos e abraços apertados. Embora o tempo e as circunstâncias tivessem causado feridas, o amor de família ainda pulsava em nossos corações. Respirei fundo, buscando a compaixão e o perdão em meu interior. Era hora de deixar o passado para trás e nutrir as relações que eram tão importantes para nós. A chegada dos meninos seria uma oportunidade para reconstruir laços e criar novas memórias que fortaleceriam nossa conexão familiar.

Enquanto Beatriz e eu aguardávamos, decidi abrir meu coração e compartilhar minhas vulnerabilidades. Não seria fácil, mas era necessário para quebrar as barreiras que havíamos construído ao longo do tempo. Aprendi que guardar ressentimentos e culpas só perpetuava a distância entre nós.

-Beatriz, eu entendo que você estava tentando ajudar. Sei que suas intenções eram boas. Mas, no fim das contas, cada um de nós precisa assumir responsabilidade por nossas próprias escolhas e encontrar o caminho para a cura. Eu não quero mais carregar essa dor e mágoa entre nós. Precisamos seguir em frente juntas, como irmãs, como família.

Beatriz levantou o olhar e seus olhos se encheram de lágrimas. Percebi que ela também estava pronta para deixar o passado para tras e reconstruir nosso relacionamento.

Beatriz parecia prestes a revelar algo importante quando, de repente, a porta se abriu e as crianças entraram correndo, seguidas por Tomas. Mas o que mais chamou minha atenção foi a figura de Vicenzo Conti parado ali, como se o tempo tivesse congelado. Vicenzo era alguém que eu não esperava ver novamente. A última vez que o vi foi há muito tempo, e sua aparência havia mudado significativamente. Seus cabelos estavam mais longos e um pouco desalinhados, uma mudança em relação ao homem bem-apessoado que eu me lembrava. Ele não estava vestindo terno, o que contrastava com a imagem sofisticada que eu tinha dele. Quando nossos olhos se encontraram, pude sentir uma mistura de emoções surgindo em mim. Uma onda de lembranças e sentimentos há muito tempo adormecidos veio à tona. Vicenzo parecia tão perplexo quanto eu, provavelmente surpreso por me ver ali. Beatriz, percebendo a tensão no ar, rapidamente correu até Tomas, puxando-o para outro cômodo, deixando-nos sozinhos. O silêncio pairava entre nós, carregado de significados não ditos. Eu não sabia o que fazer ou dizer naquele momento. As lembranças de nosso passado, os momentos compartilhados e as histórias interrompidas começaram a surgir em minha mente. Eu me perguntava o que ele estaria pensando e se ainda havia alguma conexão entre nós após todo esse tempo. A presença de Vicenzo ali, tão inesperada, abria um turbilhão de questões e possibilidades. Eu me sentia dividida entre o passado e o presente, entre o que poderia ter sido e o que era agora. Enquanto eu lutava para encontrar as palavras certas, Vicenzo permanecia em silêncio, observando-me com uma expressão indescritível em seu rosto. Eu sabia que precisávamos conversar, enfrentar o que ficou no passado e entender se ainda havia espaço para nós dois. Mas por enquanto, naquele momento cheio de incertezas, apenas o silêncio e a presença marcante de Vicenzo dominavam o ambiente.

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