A proposta ideal

As reuniões intensificaram-se à medida que nos aproximávamos do prazo final. Meu grupo trabalhava incansavelmente para desenvolver uma proposta que fosse digna do interesse da Coreia do Sul. Saber o que eles realmente buscavam era essencial, então decidi observar de perto suas interações e interesses durante as discussões.

Enquanto observava a distância, percebi que a Coreia do Sul era fascinada pela tecnologia avançada e pela preservação de sua rica cultura. Era evidente que precisávamos apresentar algo que valorizasse esses aspectos. Dividi as responsabilidades entre minha equipe: Pietro, Paula e Miguel ficaram encarregados da parte tecnológica, enquanto eu, Roger e Ariel, meu designer de confiança, nos concentramos na parte cultural.

Pietro e Paula mergulharam de cabeça na pesquisa e no desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras, levando em consideração as tendências do mercado e as necessidades específicas da Coreia do Sul. Eles trabalhavam em estreita colaboração com Miguel, que trazia sua esperteza e conhecimento técnico para garantir que nossas propostas fossem sólidas e viáveis.

Enquanto isso, eu, Roger e Ariel mergulhamos na rica cultura coreana, explorando suas tradições, arte, música e arquitetura. Ariel, em particular, era um especialista no assunto e trouxe percepções valiosos sobre como podemos apresentar uma proposta culturalmente relevante. Juntos, pesquisamos formas de integrar tecnologia e cultura, encontrando maneiras inovadoras de preservar e promover as tradições coreanas usando recursos tecnológicos avançados.

-Pronto! – Disse Ariel estendendo um tablet para mim.

-O que é isso? – Perguntei, examinando a imagem na tela.

-A senhora não sabe o que é? – Ele respondeu com um tom irônico.

-Bem, eu acho que sei. Pela imagem, parece ser uma flor, mas essa flor é um pouco diferente.

-Essa flor, minha presidente, é a flor de Hibisco da Síria, também conhecida como rosa de Saron. Ela é a flor nacional da Coreia.

-Interessante, Ariel. - Eu sorri, apreciando a informação.

A revelação de Ariel despertou meu interesse. Eu estava determinada a incluir a rosa de Saron em nossa proposta, como um símbolo da cultura coreana e uma conexão com a tradição e a identidade do país. Combinar essa bela flor com os avanços tecnológicos que minha equipe havia desenvolvido poderia ser a chave para conquistar a Coreia do Sul.

-Isso pode ser uma vantagem enorme, Ariel. Podemos utilizar essa flor como um símbolo em nossa proposta. Vamos destacar a importância da preservação cultural da Coreia e como a tecnologia pode ser uma aliada nesse processo, promovendo a rica herança do país através de experiências interativas e inovadoras. - Comentei animada.

- Exatamente, presidente. Podemos integrar a imagem da flor de Hibisco da Síria em nossas soluções tecnológicas, como uma espécie de marca registrada, que remete à cultura coreana. Além disso, poderíamos criar aplicativos ou conteúdos interativos que apresentem a história e significado da flor, conectando assim o passado ao futuro. - Sugeriu Ariel entusiasmado

Juntos, começamos a traçar planos para incorporar a rosa de Saron em nossa apresentação. Ariel propôs criar uma animação em 3D da flor, destacando sua beleza e importância cultural. Pietro e Paula sugeriram a implementação de tecnologias de realidade aumentada, permitindo que os espectadores interagissem com a flor virtualmente, aprendendo mais sobre sua história e significado.

Enquanto nossa equipe trabalhava arduamente para finalizar os detalhes da apresentação, a emoção e a expectativa cresciam. A rosa de Saron se tornou um elemento central em nossa proposta, simbolizando nossa apreciação pela cultura coreana e nosso compromisso em preservar suas tradições.

As novas apresentações estavam agendadas para a tarde, então decidi permitir que a equipe descansasse um pouco. Enquanto eles optaram por dar uma volta pela cidade, decidi explorar a vista de uma maneira diferente. Consegui permissão para ir até o terraço e apreciar a vista panorâmica lá de cima. O vento soprava suavemente, bagunçando meus cabelos e trazendo à tona lembranças da minha infância. Recordações de quando eu acompanhava meu pai em algumas reuniões e fugia para o terraço, enquanto Roger ficava louco correndo atrás de mim. Ri dessas lembranças enquanto observava a cidade lá embaixo.

-A senhora por aqui? – Disse Miguel, surpreendendo-me com sua presença.

-Que susto, senhor Lewis! – Respondi, me afastando um pouco dele.

-Correndo do movimento lá embaixo? – Ele se sentou no chão. – Vai ficar em pé?

-Não acho apropriado.

Você pode sentar em cima do meu suéter, não vai sujar sua roupa... – Disse ele, estendendo seu suéter de linho no chão. – Vem fazer companhia.

Por alguns segundos, considerei sair dali, mas Miguel, com seu olhar insistente, me convenceu a ficar. Sentamos em silêncio, observando o céu. Estava incrivelmente azul, com poucas nuvens. Olhei para o lado e percebi que Miguel tinha os olhos fechados. Seus cabelos lisos dançavam ao vento. De repente, ele abriu os olhos e me encarou. Senti uma explosão de sentimentos e desviei o olhar, tentando disfarçar o impacto que aquilo causou em mim.

-Por que a senhora se isola de todos? – perguntou Miguel, quebrando o silêncio.

-Pergunto o mesmo para você. - Respondi, curiosa sobre suas motivações.

Havia algo em Miguel que me intrigava. Seus questionamentos revelavam uma curiosidade genuína sobre minha postura reservada. Era como se ele estivesse buscando entender os motivos por trás das minhas atitudes. No entanto, eu estava hesitante em compartilhar meus pensamentos mais profundos e minhas preocupações. Afinal, havia uma linha tênue entre confiança e vulnerabilidade em um ambiente empresarial. Enquanto avaliava se deveria abrir-me com Miguel, uma parte de mim reconhecia que talvez ele pudesse ser uma pessoa em quem eu poderia confiar. Afinal, ele demonstrava uma compreensão além das aparências e uma capacidade de observação aguçada. No entanto, a cautela me lembrava dos riscos de me envolver emocionalmente no meio dos desafios profissionais que enfrentávamos. Diante dessa encruzilhada, decidi manter uma postura equilibrada. Resolvi responder a Miguel, mas de forma cautelosa, sem revelar muito.

-Há momentos em que é necessário ter um espaço para refletir e se concentrar, para tomar decisões importantes e enfrentar os desafios que se apresentam - respondi,

- Mas vejo que a senhora fica muito sozinha, nem seu secretário está aqui.

Miguel parecia genuinamente interessado em entender o motivo da minha solidão, e sua observação sobre Roger não estar presente reforçou ainda mais sua percepção. No entanto, eu não queria revelar muito sobre minha vida pessoal e as razões por trás das minhas escolhas.

-Ele também precisa descansar - respondi, desviando o assunto.

Miguel pareceu um pouco desapontado com minha resposta, talvez esperando que eu compartilhasse mais sobre minha situação. Ele reconheceu que estava se intrometendo demais e pediu desculpas.

-Eu estou intrometendo muito, né? - ele perguntou.

-Sim, está - respondi com firmeza. - Desculpe-me, mas certas coisas não podem ser compreendidas facilmente.

-Havia uma sensação de frustração em Miguel, pois ele desejava entender, mas eu não estava disposta a revelar os detalhes mais íntimos da minha vida. Era uma barreira que eu mantinha, protegendo-me de possíveis julgamentos ou manipulações.

-Não tente - acrescentei, com um tom de aviso. - Será inútil.

Eu não queria parecer rude, mas também precisava estabelecer limites. Era importante que Miguel entendesse que havia assuntos que eu preferia manter em sigilo.

Após a tensa conversa e o momento de introspecção no terraço, decidi que era hora de retomar o foco e me preparar para as apresentações. Ao tentar me levantar, percebi que estava com dificuldade devido ao salto alto que estava usando. Antes que eu pudesse reagir, Miguel se levantou gentilmente para me ajudar. Senti um pequeno alívio ao receber sua assistência.

No entanto, algo inesperado aconteceu. Enquanto Miguel me ajudava a me levantar, acabei perdendo o equilíbrio e caindo em seus braços. Meu coração começou a acelerar descontroladamente, como uma bomba relógio prestes a explodir. Nossas respirações ficaram intensas e rápidas, criando uma atmosfera carregada de tensão. Senti uma mistura de confusão e atração, mas ao mesmo tempo, a consciência da nossa situação profissional e da necessidade de manter a compostura voltou com força total. Com um movimento brusco, me afastei rapidamente de Miguel e deixei o local sem dizer uma palavra.

Caminhei apressadamente pelos corredores do hotel, tentando controlar minha respiração acelerada e acalmar meu coração pulsante. O encontro inesperado com Miguel e a proximidade momentânea entre nós haviam me deixado desnorteada. Eu precisava de um momento para me recompôr antes de enfrentar as próximas etapas. Encontrei um lugar tranquilo onde pude respirar fundo e recolocar minha máscara de líder confiante. Aquela breve interação com Miguel não poderia abalar meu objetivo principal, que era garantir o sucesso das negociações com a Coreia do Sul. Reuni minha determinação e coragem, deixando para trás os sentimentos confusos que aquela situação trouxe à tona. Agora, mais do que nunca, era necessário focar em minha missão e no trabalho em equipe.

Com determinação e confiança, subi ao palco para iniciar as apresentações. Olhei para a plateia lotada e senti uma mistura de empolgação e nervosismo. Respirei fundo, lembrando-me de todo o trabalho árduo que minha equipe e eu havíamos realizado para desenvolver uma proposta convincente. Com a voz firme e segura, comecei a expor os detalhes do nosso projeto, destacando os pontos-chave que tornavam nossa proposta única e vantajosa para a Coreia do Sul. Utilizei gráficos, dados e exemplos práticos para ilustrar a viabilidade e o potencial de sucesso da parceria entre nossas empresas. Enquanto eu falava, percebi que a plateia estava atenta, seus olhares focados em mim. O silêncio era interrompido apenas pelos aplausos ocasionais, indicando que minha mensagem estava sendo recebida com interesse e entusiasmo.

Durante a apresentação, também destaquei a importância de preservar a cultura coreana, respeitando suas tradições e valores. Mostrei como nosso projeto valorizava essa dimensão cultural, ao mesmo tempo em que oferecia inovação e tecnologia de ponta. À medida que a apresentação progredia, eu me sentia mais confiante e envolvida. Cada palavra pronunciada refletia não apenas meu comprometimento pessoal, mas também o empenho de toda a equipe em alcançar o sucesso dessa aliança estratégica. Ao concluir a apresentação, recebi aplausos calorosos da plateia. Sabia que ainda teríamos que aguardar a decisão final da Coreia do Sul, mas senti uma sensação de dever cumprido. Independentemente do resultado, eu sabia que havia dado o meu melhor e defendido com convicção nossa proposta.

Após a apresentação, cumprimentei os demais participantes e agradeci a presença de todos. Agora, era hora de aguardar ansiosamente pelo veredicto da Coreia do Sul, confiante de que tínhamos deixado uma impressão positiva e oferecido uma proposta promissora para essa parceria tão importante.

- Senhora? – Disse um rapaz. – Sou representante da coreia do sul, gostaríamos de fazer uma proposta a senhora.

- Diga estou todo ouvidos?

- A sua proposta é excelente, gostamos muito de vocês terem privilegiado nossa cultura, mas também recebemos uma outra proposta quase igual de vocês?

- Quase igual a minha?

- Não exatamente a mesma coisa, mas as propostas são parecidas.

- Eu posso saber qual empresa é? – perguntei coriosa.

- Não posso dar essa informação, mas queremos muito que a sua empresa esteja com a gente, vamos fazer um desafio, as duas empresas devem criar uma proposta é ir apresentar na coreia, o que acha?

Eu gosto de desafios, e mais um ou menos um não me importaria.

- Aceito o desafio. 

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