Não demorou muito para o garoto acordar com os raios solares em seu rosto, em seguida, viu o sorriso do fantasma ao abrir os olhos, ele sorriu de volta.
— Até que enfim acordou, pensei que você tinha morrido de susto.
Uma voz desconhecida quebrou os seus pensamentos de uma só vez, ao olhar para frente ele viu aquela garota de antes.
— Quem é você? — o garoto se sentou.
— Meu nome é Lena, e o seu?
Ele efetuou uma pequena pausa e olhou para o lado.
— Sou Stein — ele se levantou — como me achou aqui?
— Eu te segui — ela se levantou — como sobreviveu daquela criatura?
Antes de responder, ele olhou para o fantasma e depois para Lena novamente.
— Não sei… eu desmaiei.
Ela não consegue ver essa coisa flutuando? Pensou o garoto.
— Entendi, bom, como viajantes do tempo — ela apontou para o símbolo atrás da própria mão esquerda — sugiro juntarmos forças, o que me diz?
O garoto levantou sua mão e olhou para o símbolo atrás dela, era o mesmo símbolo.
— Podemos nos ajudar, mas antes, o que é isso?
— Parece que todo viajante do tempo tem esse símbolo em uma das mãos, não sei por quê.
— Não confia nela assim não! Você está louco? — gritou o fantasma.
Ele desviou o olhar do fantasma, em seguida, pensou em qual seria a melhor pergunta para provar que ela viajou mesmo no tempo, em segundos ele pensou em uma pergunta óbvia.
— Então, como era o mundo antes de você viajar no tempo?
Lena respirou fundo antes de contar para ele, como tudo aconteceu em sua perspectiva, ela estava com sua tia e sua amiga Lilith, quando viram as notícias na TV de um hospital…
Quando ela terminou de dizer tudo, ele concluiu que ela era confiável, minutos depois, era a vez do garoto compartilhar os acontecimentos daquele dia em sua visão, o que Lena ouviu, não era o que ela esperava, a história do garoto já começava depois do acidente nuclear, mas ela não se incomodou tanto com isso, pois, o garoto mencionou o tal portal que a mesma havia entrado. Ela comentou isso com ele.
Depois de conhecerem o passado um do outro, Lena pôs sua mão no próprio queixo, além de estar pensando, também estava sempre de olho no cabelo do garoto, antes de saírem do terraço, a curiosidade dela a obrigou a perguntar.
— Que estranho, por que o seu cabelo é branco?
— Meu cabelo sempre foi assim, tem algo de errado?
— Não, mas é a primeira vez que vejo alguém da sua idade com um cabelo natural assim — ela apoiou os braços em cima da parede e apreciou a vista, em seguida, ela suspirou baixo — Precisamos de algum lugar para ficar, você tem algum acampamento por aqui?
O garoto se aproximou perto dela.
— Tem uma casa, não é grande coisa, mas a encanação funciona.
— Que ótimo — ela se virou para ele — vamos para lá então.
O garoto respondeu com um gesto de cabeça, após ter aberto a porta do terraço, eles seguiram para aquela casa abandonada, era um lugar temporário, porém, era melhor do que dormir na rua, no frio e sozinho.
Não demorou muito para eles chegarem na casa, o estômago do garoto roncou o caminho todo, uma vez na frente da casa, o garoto ficou feliz, até porque, a ideia de saciar a sua fome com água da torneira não parecia uma ideia ruim.
— Essa casa… é segura mesmo?
Antes do garoto responder, ele abriu a porta e disse para ela não se preocupar, Lena entrou na casa em seguida, estava escuro a princípio, era um lugar limpo apesar de abandonado, a pessoa que morava aqui antes, provavelmente não gostava de sujeira.
— Pode se sentar na mesa.
Ele apontou para a cadeira perto da mesa, em seguida, foi direto para a pia ao lado da geladeira e saboreou a água sem gosto, quanto a Lena, ela arrastou a cadeira e se juntou à mesa. O menino apenas se virou e ficou encostado na pia.
— É uma pena que a energia não funciona — o garoto suspirou e olhou para o chão de madeira — se pelo menos eu tivesse um fusível.
Lena se levantou e pôs a mão no bolso do moletom azul.
— Está falando disso aqui? — ela retirou do bolso, dois fusíveis em formato de cilindro.
O garoto esboçou um leve sorriso, em seguida, disse que podia fazer a energia funcionar, ela entregou-lhe os fusíveis, ele seguiu para o porão, Lena se sentou na cadeira e esperou o garoto voltar.
Um tempo depois, as duas únicas luzes que ainda funcionavam ligaram de uma vez, após alguns segundos, o menino voltou à cozinha.
— Como consertou? — perguntou ela.
— Pode não parecer, mas — ele pôs uma das mãos na própria cintura, levantou levemente o joelho direito e pôs a outra mão na testa jogando o cabelo para frente — sou um gênio.
A expressão de surpresa rapidamente saiu do rosto de Lena, ela havia parado de sorrir e com seu olhar, olhou no fundo da alma do garoto.
— Sério. Não enrola.
O garoto pediu desculpas e disse a ela que, algumas das fitas que ele assistia, eram gravados pela sua mãe na época que ele ainda era apenas um bebê, ela estava registrando os momentos em família para servirem de lembranças algum dia, viagens com a família, momentos engraçados ou até mesmo marcantes, mas entre todas essas fitas, se destacava a fita mais principal que seu pai havia gravado, onde o garoto aprendeu coisas novas, eram mais de 150 horas de alguns conteúdos específicos, dentre eles estavam a eletricidade.
— Então você aprendeu sobre isso com as fitas?
— Para resumir é isso mesmo.
— Muito bem — ela se levantou — vou pegar minhas coisas no meu acampamento improvisado e um pouco de comida, já que está com fome.
— Certo, vou esperar você voltar.
Lena saiu da casa, o garoto apenas a observou sair, em seguida, ele se sentou na cadeira e abaixou a cabeça sobre a mesa, minutos depois, ele conseguiu cochilar mesmo com sua barriga roncando.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 28
Comments