Ethan teve pouco tempo para refletir sobre os imprevistos que poderiam acontecer ao longo deste novo projeto, seja por falta de materiais ou até mesmo colaboração dos colegas de trabalho.
No momento, Ethan se encontra dormindo em cima das folhas de rascunho que ele usou para desenhar a sua obra de arte, ele quase perdeu uma reunião importante, os conselheiros estavam reunindo todos da fundação para anunciar o novo projeto que precisaria da ajuda de todos.
Para a sorte de Ethan, o conselheiro Hazel estava o procurando e foi na sala dele que Hazel foi procurar primeiro. Obviamente.
— Ethan? — Hazel bateu duas vezes na porta que estava aberta — ele está dormindo. Ethan não é hora de dormir! — gritou fortemente.
Se Hazel tivesse chegado perto do Ethan e tivesse gritado dessa mesma forma, com certeza teria estourado seus tímpanos, ainda assim, ele acordou com um susto.
— Que bom que você acordou, vamos apresentar a proposta que lhe oferecemos para toda a fundação, você vai querer falar algo para eles?
— Apenas que sigam as instruções — Ethan se levantou e começou a olhar as gavetas à procura de algo que ele tinha esquecido.
— Muito bem, começaremos em 2 minutos, não se atrase.
Ethan respondeu balançando a cabeça e sorriu quando achou o que estava procurando, era a foto da sua mãe que estava junto do jaleco que ele não havia achado antes, ele deixou a foto em cima da mesa, vestiu o jaleco e lavou as mãos na pia que nem mesmo ele lembra quando foi a última vez que usou, ele secou as mãos em uma toalha que estava no balção do lado da pia e voltou para a mesa, onde começou a analisar os vários rascunhos que ele havia feito até começar a ouvir alguns barulhos vindo de fora da sua sala, com toda a paciência do mundo, ele caminhou até a porta e olhou o corredor que não tinha ninguém.
— Talvez a reunião já começou - falou para si.
Ele andou pelo corredor enquanto olhava as outras salas, viu que estavam vazias e decidiu ir para o hall onde os conselheiros estavam apresentando a primeira etapa da barreira sólida que Ethan havia escrito nos papéis que ele entregou para Katherine, eles ainda estavam explicando o passo a passo de como obter a luz solida.
O hall inteiro estava escuro exceto por um refletor que iluminava onde estavam os conselheiros, era como uma palestra, Ethan esgueirou-se em um dos cantos a fim de não ser visto e ficou surpreendido por Katherine ter aparecido na sua frente como se ela soubesse que ele passaria por ali.
— Ka…
— Fique quieto, preciso que você venha comigo — ela sussurrou — me siga.
Ethan não respondeu, mas ele a seguiu até a sala de segurança onde estava vazio.
— Venha aqui — ela olhou as telas — olha a câmera 8.
— Tá, então essa pessoa que foi gravado na câmera 8, o que tem ela?
— São imagens ao vivo, ela continua lá e eu acho que ela pode ser um perigo para a fundação.
— E o que você quer que eu faça? — ele olhou para ela.
— Vamos prendê-la e interrogá-la — Katherine respondeu sem hesitar.
Ela saiu rapidamente da sala de segurança e Ethan a seguiu novamente, eles passaram pela portaria da fundação onde não tinha ninguém, a luz intensa do lado de fora deixou Ethan debilitado por um momento.
Eles foram para o lado direito em direção à área que a câmera 8 grava, foram só alguns passos até encontrarem a pessoa que estava lá, ele estava agachado e de costas com o capuz do seu casaco azul levantado, Ethan ficou parado quando notou um comportamento diferente da conselheira, ela estava com uma postura de policial, rapidamente se aproximou da pessoa com os dedos indicadores e do meio esticados para frente e cobriu seu punho com a outra mão.
— Ei! Você aí do casaco azul, levante-se e coloque as mãos na parede! Estou armada, então não me desobedeça — A pessoa obedeceu às ordens e olhou para baixo — fique parado.
Não acredito que deu certo. Pensou Ethan.
Katherine, em um movimento rápido, juntou as mãos da pessoa e o algemou.
— Muito bem, agora vire-se.
A pessoa se virou, ela ainda estava olhando para baixo e sem nenhuma paciência, Katherine tirou o capuz dela.
— Você é aquela menina de antes, não é?
— Conhece ela? — Questionou Ethan.
— Na verdade, não, ela estava à procura de alguém e veio me perguntar, isso foi ontem na frente da sua casa logo após eu ter pegado o meu scroll — respondeu Katherine enquanto olhava para a menina.
— E por que você não me falou nada?
— Não achei necessário — Katherine olhou para Ethan e depois para a menina novamente — agora, qual é o seu nome mocinha?
— O meu nome é Lena — sua voz falhou por um tempo.
— Muito bem, Lena, aqui é uma área restrita, eu e o Ethan vamos te levar para outro lugar onde você poderá ligar para seus pais após responder algumas perguntas.
Lena não mostrou nenhum sinal de resistência, Ethan voltou para a fundação primeiro e Katherine conduziu a menina para a sala de segurança, com um passo bem lento, elas passaram pela portaria onde ainda não tinha ninguém.
Ethan já estava na sala de segurança quando as duas chegaram, ele puxou uma cadeira para a menina, ela se sentou enquanto Katherine estava encostada na porta bloqueando a passagem, ela cruzou os braços, Ethan estava em outra cadeira perto da conselheira.
— E então — Lena começou a falar — o que querem saber?
— Primeiro, quantos anos você tem? — Katherine perguntou.
— Tenho 21 — ela respondeu sem hesitar.
— E onde você mora?
— Bem — Lena desviou o olhar — eu não tenho casa, vivo em uma abandonada.
— E seus pais? Onde eles estão?
— Minha mãe faleceu há alguns meses e não tenho ideia de onde está meu pai.
— Tá, e o que você estava fazendo lá no canto?
— Eu ah… não posso dizer, na verdade — Lena olhou para baixo — vocês não acreditariam em mim.
Katherine olhou para Ethan, tocou levemente em seu ombro e o chamou para conversar fora da sala.
Ele concordou balançando a cabeça e saiu da sala, Katherine fechou a porta.
— Isso é estranho — murmurou Ethan.
— Concordo, o que vamos fazer? Deixar ela ir embora?
— Sim, mas antes, precisamos saber a identidade dela.
Ethan abriu a porta e voltou para a sala. Lena estava olhando para cima como se fosse a primeira vez que ela tivesse visto um teto como aquele.
— Lena, preciso que você me empreste o seu scroll.
— E o que exatamente seria um scroll?
Ethan, com uma cara de surpresa, deu meia volta e foi falar com Katherine depois de ter fechado a porta.
— Conselheira Katherine, temos um problema aqui. Ela não faz ideia do que é um scroll — ele olhou para a menina através da janela.
— Não é possível! Um scroll é essencial para uma pessoa, a gente usa ele para se comunicar a distância e também, ele tem os nossos documentos.
— E melhor a gente deixar ela ir — concluiu Ethan e Katherine concordou.
Ela entrou na sala, Ethan ficou do lado de fora esperando as duas saírem.
Katherine tirou as algemas da menina e disse que ela estava livre para ir embora, seja lá onde for o espaço que ela chama de casa, elas conversaram um pouco e depois saíram da sala, Katherine estava segurando a mão dela.
— Ethan, ela pediu para ficar na minha casa, então, ela vai ficar comigo a partir de hoje — anunciou Katherine.
— Bom, é melhor assim do que deixar ela vagando por aí.
— Ela pode ficar no seu laboratório até chegar a hora de irmos embora?
— Claro — ele olhou para Lena — vamos, eu te levo até lá.
Katherine soltou a mão dela, e Ethan foi até o seu laboratório passando por outro caminho, evitando o saguão que ainda estava em reunião. Lena o seguiu.
Não demorou muito para chegar no laboratório, Ethan avisou ela para não tocar em nada, ele entrou no laboratório, puxou uma cadeira e deu as Boas-vindas a ela.
— Então — Lena começou a falar enquanto olhava todo o laboratório — você é um cientista?
— Sou um físico quântico para ser mais exato, mas para a fundação, somos todos cientistas.
Ethan começou a pensar em formas de passar o tempo enquanto a reunião não acabava, ele considerou isso como um tempo livre e Lena, por sua vez, estava olhando os papéis que estavam em cima da mesa, ela olhou os desenhos atentamente e leu as notas deixadas por ele, Ethan a viu lendo de relance, mas ele não se incomodou.
— Lena, vou sair por um instante, preciso pegar um chá — ele caminhou até a porta — você vai querer algo?
— Não, estou bem.
— Certo — Ethan saiu da sala.
Lena esperou ele sair, um tempo depois, ela se levantou e olhou os corredores, mais uma vez estava vazio, virou-se e começou a vasculhar as gavetas, ela olhou em todo lugar que poderia estar a luz sólida que estava escrito no papel como objeto principal.
Ela abriu e fechou todas as gavetas e armários possíveis e apenas se lembrou dos remédios que encontrou, ela se sentou na mesa novamente e viu a foto que estava em cima da mesa, pegou a foto e olhou de canto a canto, ela não conhecia a pessoa que estava lá, mas ficou olhando até ouvir pasos vindo do corredor, estava cada vez mais próximo até os corredores ficarem em silêncio novamente, Lena se levantou e foi olhar quem estava lá.
Era Ethan em frente ao mural com seu chá de camellia em mãos.
— Senhor Ethan? — ela caminhou até ele — o que o senhor está olhando?
— Esse é o mural de melhor cientista do ano, mas eles também colocam as invenções que se destacam aqui — ele tomou um gole do chá — estou procurando alguma invenção que acelere o crescimento das flores e plantas.
— Você é jardineiro nas horas vagas? — ela pegou um dos panfletos.
— Não, eu só quero confirmar uma coisa — ele voltou para a sala, Lena foi um pouco depois de ter tirado e levado um dos panfletos.
Ethan se sentou na mesa e ficou em silêncio, Lena andou pela sala enquanto lia o panfleto que ela tinha pegado.
— Senhor Ethan, você é o inventor da luz sólida?
— Isso mesmo.
— Então, vou te dizer algo que talvez você não acredite — fez uma pequena pausa — eu vim do futuro.
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Atualizado até capítulo 28
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