O Sétimo Viajante

O Sétimo Viajante

Ano do acidente

7 de agosto de 40089 um cientista que trabalha na fundação criou algo jamais visto pela humanidade, com os seus projetos em mãos, ele correu até os conselheiros e pediu para chamar, todos que estavam presentes na fundação se reuniram no hall, onde havia um projetor de imagem que ele usara para mostrar a sua nova invenção, enquanto ele preparava tudo para a sua apresentação, um dos conselheiros grita o seu nome.

— Ethan! O que você está planejando dessa vez?

— Conselheiro Ravi você está radiante como sempre, cortou o cabelo?

— Sem brincadeiras, moleque — Ravi vociferou cansados das brincadeiras de um cientista — Ouvi dizer que você está chamando todos para o saguão, qual é o seu projeto dessa vez?

— Minhas desculpas, Ravi, mas você terá de esperar, assim como todos os outros — Ele virou para o projetor — preciso de alguns minutos.

     No momento em que Ethan organiza os seus projetos, mais cientistas apareciam com teorias e dúvidas sobre o novo projeto que estava para ser apresentado.

— Espero que desta vez não seja um experimento parecido com o último — disse um dos colegas de trabalho.

— Concordo — disse outro — eu não vou ficar aqui e ser explodido por esse esquizofrênico favorito dos conselheiros.

Após esses comentários, de pouco em pouco os que se reuniram no hall foram voltando para as suas salas de trabalho, depois de um bom tempo, apenas alguns ficaram para ver o tal projeto que Ethan havia preparado para uma evolução jamais sonhada pela humanidade até então.

Fazia pouco tempo que a fundação considerou por mais uma cadeira no conselho, eles precisavam de alguém que não tinha medo de escolhas, além de uma boa liderança, era necessário que essa pessoa seguisse o seu ideal arisca, eles vasculharam todos os documentos com a ajuda de uma tecnologia diferente, eram chamados de scroll os dispositivos da cor branca feito de plástico sem muito detalhes, se esticavam por até cinco polegadas, revelando uma forma retangular que era possível segurar com a palma da mão, apresentavam um holograma parecido com uma fina camada de vidro, bastava uma simples pesquisa e qualquer um acharia o que quisesse, um dos conselheiros chamado Stan, fez uma inspeção de todas as identidades registradas na fundação e encontraram o Ravi, fazia 3 anos desde que ele passou a trabalhar na fundação como cientista. Ele não tinha muitas invenções próprias, mas com certeza, suas habilidades serviam mais para o conselho do que para ele mesmo.

O tempo passava e nada do Ethan começar a sua apresentação, impaciente, Ravi resolve pegar uma das folhas deixadas sobre a mesa.

— Mas o que poderia ser isso? — Disse Ravi com a folha que contém a última parte do experimento.

— Pronto — Anunciou Ethan — ouçam todos, obrigado por esperarem, vou apresentar agora para vocês o novo futuro da humanidade, a luz sólida.

Após passar as imagens no projetor, todos que estavam presentes no hall, puderam ver como a luz sólida funcionava e conforme a apresentação prosseguiu, mais pessoas apareciam para presenciar a nova era da tecnologia liderada pelo Ethan.

Todos aplaudiram no final, até mesmo aqueles que duvidaram da capacidade dele ficaram impressionados com tamanha invenção do favorito dos conselheiros.

Quando tudo acabou, Ethan começou a limpar a bagunça que havia feito, eram folhas espalhadas pelo chão e fios por toda parte e por último, quando ele estava para retirar o projetor de imagens, o conselheiro Ravi que estava nas escadas do segundo andar chama seu nome.

— Ethan! Uma vez que você terminar de limpar tudo, venha para a sala de reuniões do conselho, estamos esperando você.

    Ethan respondeu balançando a cabeça positivamente.

O conselheiro Ravi era uma pessoa bem vestida sempre de terno com sua gravata vermelha que combinavam com os seus óculos e cabelo amarelado, era um homem determinado com oque ele queria, mas sempre priorizava o seu ideal quando os assuntos tratados na sala de reunião dependessem de sua palavra final, ele não era o mais inteligente entre os conselheiros, mas com certeza era o mais lógico.

Logo após limpar o hall, Ethan foi direto para a sala de reunião passando pelo corredor que tinha um mural do melhor cientista do ano, ele ficou parado em frente ao mural por alguns minutos e percebeu que lá estava ele pela 4ª vez seguida com cartazes escrito seu nome e com uma foto que ele havia tirado no seu primeiro dia de trabalho.

— Faz pouco tempo e olha só como eu mudei -—Disse a si — olha a cara de pamonha que eu tinha, credo.

— Cara de pamonha, cabelo azul, penteado para trás, olhos cor lápis-lazúli, barba feita e um corte na sobrancelha e somado tudo isso e igual a você atualmente — a pessoa que estava do seu lado virou em sua direção com o olhar fixo — sério, você deveria se olhar no espelho.

— É bom te ver também conselheira katherine — uma mulher alta com seus cabelos longos e escuros. Ela é o tipo de pessoa que você chamaria de piadista, mas suas piadas são horríveis.

— Vamos logo para a sala de reunião, temos uma proposta para você.

   Ethan seguiu Katherine até a sala de reunião onde todos os outros conselhos estavam esperando por eles.

A sala de reunião era toda escura, a única fonte de luz aponta para o meio onde o convidado ficará e responderá às ofertas, Ethan caminhou até o ponto de luz e em sua frente está o conselho Ravi, do lado direito do Ravi estavam a Katherine que havia acabado de se juntar a mesa, Stan que estava de olho em seu scroll, no lado esquerdo estava Otto que por sua vez, estava organizando algumas folhas e Hazel que estava a espera.

— Muito bem, vamos começar — Disse Hazel — Stan, poderia ler os documentos do nosso convidado.

— Certo, Ethan Blake tem 27 anos, tem 1,79 de altura e pesa 80 quilos, foi o melhor cientista 4 vezes em 2 anos, é só isso.

— Por que o documento informa o peso? — Perguntou Katherine. Stan sussurrou para Katherine o motivo disso, mas infelizmente não consegui ouvir.

— Ethan — continuou Otto — a sua nova invenção traz grandes…

— Vai direto ao ponto — interrompeu Ethan.

— Queremos a sua luz sólida para fazer uma barreira que possa cobrir esse país — Anunciou Ravi — e a melhor parte, você estará em todas as telas desse mundo sendo conhecido como o cientista que impediu uma guerra, o que você me diz?

 Ethan fica em silêncio por um tempo, pensando e analisando o que poderia fazer para cobrir um país inteiro com uma barreira de luz sólida.

— Eu recuso. Acredito que é impossível cobrir um país e eu não posso garantir que seja resistente o suficiente para parar um exército.

— Ethan — Hazel levantou — O conselho está disposto a fazer qualquer coisa para que isso funcione, pense em quantas vidas você pode salvar, mas por enquanto, você pode ir embora, tire o resto do dia de folga, aproveite o seu tempo para pensar nisso.

Saindo da sala de reunião do conselho, Ethan passou na sua sala de trabalho antes de ir para casa, ele foi em busca do projeto da luz sólida para garantir que não seria roubado, mas afinal, quem iria querer roubar 34 folhas que você não conseguiria ler? Mas deixando isso de lado, Ethan pegou seus projetos, depois, enquanto estava em frente a porta, olhou uma última vez para o seu local de trabalho e fechou a porta, olhando o corredor e suas paredes sem graça de cor branca, Ethan vê Katherine no fim do corredor acenando para ele, acredito que ela quer dizer algo para ele e quando ela se aproxima, Ethan percebeu algo estranho.

— Katherine, por que está com esse tapa-olho?

— Ah, isso não é nada, foi apenas o meu olho direito que ficou sensível à luz, mas enfim. Você já está indo embora?

— Sim, só passei na minha sala para pegar isso aqui.

— Vou com você. Afinal. Esse horário não tem transporte.

— Você tem carro certo?

— Claro que sim — ela sorriu gentilmente.

Seguindo Katherine até a saída da fundação, Ethan se encontra parado do lado de fora em frente as portas e aparentemente, olhando para o nada.

— Ethan! — gritou Katherine — esse é o meu carro, vamos.

— Desde quando existia esse campo de flores aqui do lado?

— Não consigo te ouvir, quer fazer o favor de vir logo!

   Ele deixou essa pergunta de lado e andou até o carro.

— O que você tinha me falado?

— Não era nada.

Os dois entram no carro e após ligá-lo, eles seguem viagem, são apenas alguns minutos de carro, mas Ethan ainda tinha uma dúvida na qual ele com toda a certeza não tem a resposta.

Por que será que apareceu aquele campo de flores? Hoje de manhã eu não tinha visto ele ali, será que é uma nova invenção de alguém?

— Sabe — Katherine quebra o silêncio — todos na fundação confiam em você, quero que saiba disso.

Naquele momento, o tempo parecia passar mais lento, Katherine sentia o desconforto em suas mãos ao segurar o volante, sem outros carros na pista, suas mãos começaram a suar de acordo com que a tensão subia no ar, quando ela olha para Ethan percebeu que esse incomodo todo foi causado pelo silêncio da parte dele.

Aparentemente ela estava esperando uma resposta.

Katherine tenta quebrar o silêncio que havia se instalado novamente, e para isso, ela liga o rádio ou pelo menos tentou.

O rádio que ela tinha em seu carro era considerado uma relíquia naquele tempo, uma raridade que todo tipo de colecionador deseja por simplesmente existir um.

 A única resposta do rádio, foi apenas alguns chiados seguidos de uma pequena fumaça.

— Porcaria de rádio — murmurou Katherine.

— Como você tem essa coisa velha?

— Chamo de herança de família, mas acho que não funciona mais.

— Você acha, é eu tenho certeza.

O silêncio desconcertante foi desinstalado e por sorte, dessa vez ficou agradável, sem o som e o barulho de nada, apenas o barulho do motor do carro pedindo marcha, mas nada com que se preocupar.

Ela trocou a marcha.

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Comments

miller suzano

miller suzano

bom o primeiro capítulo foi interessante de certa forma nota 8

2023-09-05

0

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