A ascensão de um sol preguiçoso era essencial para a neblina ficar em volta de toda a casa naquela manhã. Katherine estava cantarolando e andando pelos corredores do segundo andar segurando uma bandeja com as duas mãos, ela bateu na porta do quarto em que estava a sua convidada usando os pés, ela empurrou a maçaneta para baixo usando o cotovelo e entrou no quarto sem esperar uma resposta.
— Levante-se e brilhe dorminhoca, o café está pronto — disse ela toda animada.
Lena apenas se sentou na cama e colocou a bandeja de plástico sobre seu colo, ela ainda estava processando o que ouviu Katherine falar antes de ter saído do quarto. Quando terminou de comer a torrada que estava um pouco queimada, ela vestiu a roupa que a conselheira havia deixado na cama, era sua roupa que já estava limpa e cheirosa, em seguida, após ter se retirado do quarto, Lena passou pelo corredor e esperou por Katherine no sofá após ter descido as escadas, aparentemente a sala virou um lugar de espera tranquilo, um lugar perfeito para alinhar os pensamentos que estavam fora de ordem.
— Ei! Não me ouviu te chamar? — Katherine alterou o tom de voz apenas naquele momento.
— Ah, desculpa, eu estava pensando em algumas coisas.
— Entendo, mas agora não é hora para isso, vamos logo, eu preciso entregar um relatório para a fundação.
Ela abriu a porta da frente, Lena se levantou e foi direto para o carro passando pelo portão que estava aberto, Katherine fechou o portão e logo em seguida entrou no carro e deu partida após ter colocado o cinto.
As ruas estavam muito movimentadas naquele dia, parecia que todos estavam atrasados e com pressa para chegar no trabalho, Lena por sua vez estava imersa em seus próprios pensamentos, ela ainda estava pensando em como interromper o grande desastre e o que mais ajudaria ela nesse momento, era a ajuda da conselheira.
— Senhora Katherine, eu preciso te contar uma coisa.
— Fique à vontade criança.
— Uma grande tragédia está para acontecer, uma explosão terrível matará todos nós.
— O quê? — ela parou no sinal verde e olhou para Lena — e como sabe disso?
— É complicado de explicar, no ano de 40093 eu achei um diário de um cientista da fundação — ela explicou tudo que sabia sobre o diário de uma forma resumida.
— No ano de 40093, isso quer dizer que você veio do futuro? — Lena confirmou com um gesto de cabeça — isso é loucura, como alguém consegue viajar no tempo?
A conselheira avançou o sinal vermelho e quando se deu conta, pisou no freio. O pára-brisa do carro foi a última coisa que Lena viu ao olhar para o lado, seguido de luz e barulho, a violência veio em seguida e a morte, uma consequência.
Se passou uma hora desde o acidente e enquanto isso na fundação, Ravi não sabia mais o que fazer em relação ao atraso da Katherine. O relatório que ela estava para entregar era de extrema importância para a próxima reunião deles, ele estava de olho no relógio quando Ethan chegou na fundação, ele mostrou sua identidade que estava no scroll para o segurança e cumprimentou seu amigo depois de ter passado pela portaria.
— Ravi como vai?
— Nada bem, meu amigo, a conselheira Katherine ainda não chegou.
— O que aconteceu?
— Não faço ideia, liga para ela e pergunta se ela está chegando — ele se levantou — preciso supervisionar a construção da nova usina subterrânea, até outra hora.
Após ter pegado o scroll, Ethan fez o que lhe foi pedido e quando foi atendido, ouviu uma voz desconhecida.
— Olá, posso ajudar?
— Sim, a Katherine esta?
— Ela tá bem, se quiser vê-la venha para o hospital geral de Oxton — ele desligou.
Ethan deu meia volta e seguiu andando para o hospital que ficava perto da fundação, seu único pensamento no momento foi se preocupar com o que poderia ter acontecido e num piscar de olhos, ele estava parado em frente ao hospital, ele olhou para os cinco andares e ao chegar na recepção, perguntou por Katherine, ela estava no quarto 8 no segundo andar. Uma vez em frente ao quarto 8 ele deu duas batidas na porta, depois de ouvir a voz da enfermeira ele entrou no quarto.
— Bom dia, como ela está?.
— Ela não corre risco de vida — a enfermeira deixou a prancheta sobre a estante e cruzou as pernas — Ethan, certo? Ela falou de você quando estava acordada.
— Sou eu, enfim, apenas vim ver se ela estava bem, já estou de saída.
— Espere — ordenou — não quer ver a outra menina?
— A Lena? — ele olhou para cima por um tempo — pode ser.
Ela pegou a prancheta e caminhou até o quarto ao lado, Ethan seguiu ela com os passos de tartaruga, ele entrou no quarto e viu Lena com partes do corpo enfaixadas, a enfermeira ficou perto da porta.
— Pelo que indica todos os exames, é provável que ela não volte a andar.
— Entendo, tem algo que eu possa fazer?
— Tem uma coisa, venha comigo.
Eles saíram da sala em que Lena estava e foram conversar no corredor vazio.
— Um garoto veio aqui antes de você, ele disse conhecer a Lena, no entanto, ele me pediu para fazer um exame de sangue nela, isso não é estranho?
— Um pouco, tem mais alguma coisa?
— Sim, quando estava fazendo o exame, o scroll do hospital não conseguiu analisar o DNA dela, você sabe de alguma coisa?
Ethan ficou em silêncio por um tempo e pensou que isso poderia ter alguma relação com a viagem no tempo, mas ele não queria considerar essa possibilidade.
— Talvez seja algum erro com o servidor.
Ele se despediu da enfermeira e deu uma última olhada para Katherine que ainda estava descansando, em seguida foi em direção às escadas e eventualmente a saída do hospital, o silêncio dos corredores, faziam com que Ethan pensasse cada vez mais em como dizer a Ravi o que ocorreu com a conselheira, além dela estar em uma cama de hospital com um grande hematoma na cabeça, os relatórios que a própria havia preparado haviam desaparecido, uma vez que avistou a saída, ele cumprimentou o androide da recepção e do lado de fora, olhou para o sol e depois de quase ter ficado debilitado, ele o tampou com a mão.
— Ethan, bom te ver — um garoto de cabelos brancos se aproximou.
— Essa voz… foi você que atendeu a ligação.
— Isso mesmo — ele sorriu e em seguida, estendeu a mão com um envelope — vim entregar o relatório da Katheryne para você.
Depois do garoto ter entregue o envelope, Ethan o abriu e leu os documentos e quando foi agradecer, o garoto já tinha sumido.
Enquanto isso na fundação, as coisas estavam fluindo como o esperado, Ravi estava corrigindo um mapa subterrâneo para a nova construção da usina, eles pretendiam abrir um espaço do lado da usina que já estava funcionando, quando terminou, chamou um dos funcionários e explicou para ele o seu plano de ação, ele compartilhou com os colegas após ter entendido esse projeto, todos pareciam concordar com isso e quando começaram a escavar um novo corredor, eles foram surpreendidos com uma fina parede de cobre que dava acesso a uma sala toda escura, sem saberem o que fazer, eles notificaram o conselheiro Ravi para novas instruções.
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Atualizado até capítulo 28
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