Era uma porta pobre de detalhes, mas sua cor era totalmente diferente dos móveis que viu até então, ele se levantou e caminhou sem pressa até a porta, respirou fundo e a abriu, em sua frente havia uma estante vazia, do lado esquerdo, estava as escadas de mais um porão, ele desceu sem nem pensar duas vezes, ele pressionou um interruptor a fim de acender alguma luz do porão, nada aconteceu, após ter olhado todo o porão, percebeu-se que havia uma figura misteriosa, parecia uma pessoa, mas tinha algo de diferente, ela estava brilhando.
— Quem está aí? — perguntou o garoto. A tal figura se virou para ele, revelando um rosto parecido com o seu.
— Não acredito que já se esqueceu de mim — a figura flutuou para perto dele — eu que te guiei até essa casa, não lembra?
— Não, você parece mais com um fantasma do que humana, tem nome?
O fantasma se virou, ela estava frustrada, fazia pouco tempo que eles se conheceram e ele já se esqueceu dela.
— Não tenho nome, mas você disse que eu era como uma expansão da sua mente — ela se virou e olhou para ele — lembra? Eu apareci depois que você voltou no tempo.
Então é isso que acontece quando alguém volta no tempo? Ou é algo parecido? Por que não lembro disso? Pensou.
— Lembrei agora — o garoto confortou o fantasma — mas enfim, sabe dizer porque essa casa não tem energia?
— Lá vem você de novo com essas perguntas, não, eu não sei.
— Se é assim — ele abriu uma caixa metálica na parede do outro lado — você não é uma “expansão” da minha mente, eu sei exatamente o que está faltando aqui.
— Ei, precisa jogar na cara? — ela cruzou os braços.
— Veja bem, falta um fusível aqui.
Se eu encontrar um fusível por aqui seria ótimo. Pensou.
Após ter fechado a caixa, seu estômago roncou novamente, ele se virou e subiu as escadas, o fantasma o seguiu, eles saíram da casa abandonada e foram para o bar, não houve muita conversa entre eles.
O garoto percebeu que as pessoas que caminhavam pela rua, não conseguiam ver o fantasma que o seguia, mas agora o seu foco estava em se alimentar, ele poderia pensar sobre isso depois, para sua surpresa, o restaurante estava fechado, sua única opção era esperar abrirem, quando se virou para voltar a sua casa temporária, uma pessoa que estava com muita pressa esbarrou nele e os dois caíram no chão.
— Mas o que aconteceu? — Ele colocou uma mão na testa e a outra sobre o chão, olhou a pessoa que estava apressada, era uma garota de cabelos escuros, liso e curto.
A garota que esbarrou nele pediu desculpas em outro idioma, em seguida ela pegou sua máscara que havia caído e continuou a correr com um desespero estampado no rosto, ele avistou a máscara e a pergunta mais óbvia latejou em sua mente, mas para ter certeza, ele deveria perguntar a ela. O menino apenas a observou correr, ele estava um pouco debilitado para levantar em um único pulo, em sua mente ficou registrado o rosto dela.
— Ei… olha aquilo — o fantasma chamou-lhe a atenção com a voz trêmula.
Ele olhou para o fantasma e depois para a rua onde ela estava apontando, sua visão estava embaçada, pelo menos, foi o que pensou, na parede do restaurante, surgiu algo parecido com uma fumaça escura junto de faíscas, até ganha a forma de uma criatura grande que andava por quatro patas, se pareciam com cachorros, mas sua única função era caçar, ele estava farejando o ar em busca de algo, talvez os seus olhos não funcionam da maneira que deveria, ele olhou diretamente para o garoto que havia levantado e começou a rosnar.
— Eliminar… ameaça — a criatura começou a andar em sua direção.
O menino correu na direção oposta, o fantasma o seguiu flutuando, eles correram até o final da rua e viraram à esquerda, não havia nenhum sinal da garota de antes, ele olhou para a rua de onde veio, a criatura continuava a correr em sua direção, ele olhou para o alto e viu uma torre bem alta.
— Vamos subir aquela torre — disse ele para o fantasma.
Assim eles seguiram para aquela torre que continha um grande relógio no topo, uma vez na torre, eles subiram as escadas em espiral que estavam nos quatro cantos do lugar, conforme eles subiam as escadas, o menino ficava olhando para baixo a procura da criatura que ele havia perdido de vista, ele pensou que aquela coisa não os seguiram para esse lugar, mas ele estava enganado, no topo da torre, eles encontraram a porta que dava acesso ao terraço, o garoto rapidamente abriu a porta e fechou em seguida.
— Parece que chegamos no topo — disse o fantasma enquanto olhava os arredores do terraço
— Preciso descansar — disse o garoto ofegante.
— Eu contei 32 andares, até que chegamos rápido aqui.
Segundos depois, eles ouviram um barulho alto seguido de um ruído estranho, olhando para a porta era possível ver aquela coisa se manifestando novamente, desta vez tinha algo de diferente, mas seu cansaço o impediu de perceber.
A criatura estava em sua forma final, era o seu fim, o garoto estava caído no chão com suas costas apoiadas na parede, ele apenas observou a criatura se aproximar devagar, suas mãos estavam tremendo, a respiração estava mais pesada, ele estava sentindo o próprio batimento cardíaco cada vez mais forte, sua mente estava em branco e além do cansaço, ele não conseguiu ouvir mais nada, a última coisa que viu foi o fantasma tentando chamar sua atenção, a voz dela parecia não alcançar seus ouvidos.
— Não feche os olhos, essa coisa vai te matar, fuja — ela estava desesperada.
O fantasma sem saber o que fazer flutuou para a frente do garoto e se virou para a criatura, ela gritou, gritou o mais forte que podia.
— Deixe-o em paz, sua criatura! — ela esticou os braços tentando impedir a passagem da criatura.
A criatura parou, e por mais que fosse difícil de se comunicar, começou a falar sozinha.
— Tempo… esgotado, a forma humana que… viajar no tempo sobreviveu — seus olhos brilharam por um tempo e em seguida ficaram escuros — forma humana se assemelha com… Azhdaha, registrar, o sétimo viajante.
A criatura ficou parada por um tempo e depois, aquela fumaça apareceu novamente e dessa vez, a criatura sumiu sem deixar rastros.
O fantasma suspirou de alívio e esperou o despertar do garoto.
Um tempo se passou e a porta do terraço abriu, o fantasma ficou observando, quem apareceu era a menina de antes, ela se aproximou após ter fechado a porta, ela se ajoelhou perto do garoto que ainda estava inconsciente.
— Então você também é um viajante do tempo, tem sorte de ainda estar vivo.
— Ei — disse o fantasma — não percebeu que ele está desacordado?
Ela pegou o braço dele e olhou para atrás da sua mão.
— Você tem o mesmo símbolo atrás da mão direita, acho que isso comprova.
A garota se afastou um pouco dele e se sentou no chão, ela esperou ele acordar.
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Atualizado até capítulo 28
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