O verdadeiro começo

— Estamos no ano de 40095.

    Dia 27 de setembro, em uma casa longe dos acampamentos, um garoto que a dias atrás, presenciou a morte de seu pai pelo câncer, estava em sua casa verificando o conteúdo de outras fitas de vídeo em uma TV velha, ele apenas encontrou notícias sobre o acidente nuclear, como aquilo afetou a sociedade na época, mas nada sobre como aconteceu de fato, entediado, ele olhou o relógio quebrado, eram 15:49 da tarde, mas parecia que estava anoitecendo, as nuvens negras como carvão cobriam os céus, seu pai sempre lhe dizia haver uma pequena cidade por perto e que era um lugar seguro, ele sempre podia ir para essa cidade se precisasse, mas antes de chegar perto, ele precisava se comunicar com algum rádio e avisar de sua chegada, caso contrário, algo de ruim poderia acontecer.

Sua comida e água potável já estavam acabando, e como essa era uma emergência, decidiu ir em busca de um rádio em algum lugar, ou construir um com os conhecimentos que lhe foi passado, ele pegou um mapa que seu pai usava e o iluminou com o brilho da TV, havia um lugar a leste que não estava marcado como explorado, o garoto pegou sua máscara de gás improvisada e saiu de casa, sem conseguir avistar o sol, ele andou as segas marcando seu caminho com palitos de madeira e algumas pedras.

Ele andou por algum tempo até encontrar uma casa e um carro do lado de fora, apenas restou a carcaça do carro.

O garoto se aproximou do carro, a porta caiu após ter tentado abri-la, ele ficou parado por um tempo e em seguida entrou no carro, ele olhou de canto a canto e não encontrou nada que pudesse ser útil, após ter olhado o banco do passageiro, ele viu a porta da casa aberta, era um sinal de que possivelmente a casa esteja abandonada, ao sair do carro e ter caminhado até a porta da casa, encontrou a maçaneta derretida, para não correr riscos, ele decidiu empurrar a porta com o ombro evitando a maçaneta, ao fazer isso, se deparou com um lugar sem nenhuma fonte de luz.

Após ter vasculhado alguns cômodos da casa, o garoto ocupou uma cadeira da sala e pensou que não tinha nada de errado, ele ficou parado para pensar com mais clareza e percebeu que além do cheiro de sangue que exalava do segundo andar, havia um barulho estranho vindo de baixo da casa, era um som que nem humanos ou animais seriam capazes de produzir.

Antes de averiguar o segundo andar, ele decidiu checar o porão, as escadas que desciam para o porão se localizava ao lado das escadas que davam acesso ao segundo andar, com apenas uma parede as separando, quando chegou às escadas decadentes, percebeu-se que não havia portas separando os cômodos, isso era algo incomum, mas não fazia diferença agora, logo após ter descido as escadas, o garoto se depara com uma luz amarelada, ao que tudo indica, vinda de um meio círculo grande feito de um material metálico, o som vindo daquele objeto, era como o vento soprando fortemente por uma janela.

Ao olhar mais atentamente pelo local, os painéis de controle estavam cobertos por sangue seco, o único item que se destacava, era um livro ou diário que estava aberto em cima de um painel em uma parte limpa, o garoto pegou o diário e começou a ler da primeira página até a última, algumas páginas estavam com pequenas anotações coberta de sangue.

As primeiras páginas, era como uma pequena introdução de um grupo de três amigos, esse diário era um registro de uma ideia que eles tiveram e foram até o fim com ela, viajar no tempo. Anos atrás eles compraram essa casa, era um lugar perfeito para as anomalias que eles sempre gostaram de investigar, sejam elas lendas ou mitos, mas tudo mudou quando eles ajudaram uma pessoa misteriosa de cabelos pretos, nos textos, eles sempre citavam essa característica além dos olhos de cores diferentes.

As próximas páginas estavam ilegíveis por conta do sangue o cobrindo, o garoto fechou o diário e o pôs sobre o painel novamente, quando olhou para a parede, viu uma pequena folha de papel, era uma anotação sobre os sentimentos de alguém em relação ao portal que estava atrás dele, ele o puxou da parede e leu em sua mente.

Esse portal é um sonho que realizamos, mas sinto que não conseguirei viajar.

    O garoto se virou num piscar de olhos, ele se aproximou da estrutura de metal, respirou fundo e soltou a folha e bem devagar, a folha foi sugada pelo portal e não voltou, logo em seguida, ele esticou seu braço e hesitou por um instante, após alguns segundos, teve coragem o suficiente para passar sua mão no portal.

Do outro lado ele sentiu um ar fresco, parecia seguro, com a cabeça erguida o garoto passou para o outro lado, ele não podia acreditar no que viu aquele momento, uma vegetação verde e cheia de vida, ele deu meia volta e olhou diretamente para o pôr do sol.

Onde está o portal? Pensou.

Após retirar sua máscara e ter olhado à sua volta, percebeu que o ar estava limpo, em sua própria percepção, esse lugar todo era como se fosse um sonho ou alguma espécie de paraíso.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!