Um pesadelo, Um mistério

— Quer beber algo?

— Um café seria ótimo.

— Muito bem, um café saindo — Katherine abriu um painel na mesa e começou a digitar alguns comandos.

    Depois de um tempo de espera, um pequeno robô de aparência diferente veio trazendo o café, o robô parou perto de Lena e ela o olhou após ouvir o barulho das rodinhas mexerem e depois pararem, ela se endireitou no sofá e pegou a xícara com o café que estava em uma bandeja em cima do pequeno robô, depois de alguns segundos ele voltou para a cozinha.

— Senhora Katherine, sobre o que queria conversar?

— Proponho conversarmos sobre você e sua família, de onde você veio e porque está aqui.

— Pelo que me lembro — ela olhou para o próprio reflexo na xícara — vim de uma família muito conhecida no meu país, fui criada com a minha tia porque meus pais viajavam muito, minha mãe morreu por causa de uma doença que eu ainda não sei qual foi, eu já visitei esse país com a minha mãe no dia do meu aniversário para ver meu pai que trabalhava aqui, sabe essa blusa de frio azul que tenho, foi um presente de aniversário de 11 anos que ganhei da minha mãe, lembro que estava nevando no dia.

    Lena ficou em silêncio, enquanto Katherine anotava as coisas que ela dizia em um caderno.

— Talvez seja possível encontrarmos o seu pai nessa cidade, como ele era?

— Eu lembro que ele trabalhava em um museu, ele era bem alto e tinha o cabelo avermelhado, só lembro disso.

— Que ótimo, aqui na cidade tem apenas um museu, podemos ir lá amanhã. Agora, você pode ir tomar banho, o banheiro fica no fim do corredor à esquerda do segundo andar, eu deixei umas roupas lá para você.

— Certo.

    Ela deixou a xicara vazia sobre a messa, subiu as escadas brancas de mármore e seguiu as direções que a conselheira disse, um tempo depois, Katherine pegou o seu scroll e as anotações que fez e as enviou para Ethan em formato de texto, segundo ela, era apenas para mantê-lo informado.

Um tempo se passou e Lena desceu as escadas, ela estava vestida com as roupas deixadas pela conselheira e as roupas sujas dela, estavam no ombro esquerdo, Katherine levantou do sofá, pegou as roupas que estava com ela e levou para a lavanderia que ficava nos fundos da casa. Mais tarde, a conselheira voltou com um travesseiro e lençóis em mãos.

Essas roupas ficaram um pouco folgadas, mas tudo bem. Pensou Lena.

— Lena, venha comigo, vou te mostrar onde vai ser o seu quarto.

    Num pulo ela levantou e foi junto com Katherine para o segundo andar, seguindo pelo lado direito do corredor, após passaram por uma mesa com um vaso de planta, ela usou uma chave para abrir a porta, ela acendeu as luzes do quarto que estava todo decorado, o grande tapete vermelho se destaca no chão de madeira, os lençóis brancos da grande cama combinavam com as paredes da mesma cor que tinham flores desenhadas, a gaveta ao lado da cama era feita de pura madeira, em cima dessa gaveta havia um despertador e a foto de uma pessoa.

— Espere um pouco, vou arrumar a cama — ela começou a trocar os lençóis.

    Enquanto Katherine arrumava tudo, Lena olhou para todo o quarto, era lindo aos olhos castanhos dela, quando viu a foto em cima da gaveta que estava do lado do abajur aceso, ela pegou a foto e ficou espantada com a pessoa que ali estava, era alguém que ela conhecia.

— Senhora Katherine, você tem uma filha? — ela apontou para a foto.

— Ah, não, essa é minha irmã mais nova, o nome dela é Lilith.

— Entendo — ela sorriu.

— Tudo pronto, olha, se precisar de algo, é só me chamar, o meu quarto fica em frente ao seu — a conselheira saiu do quarto.

    Lena balançou a cabeça e guardou a foto, em seguida, a conselheira apagou a luz e saiu do quarto e depois fechou a porta, Lena apagou a luz do abajur e depois de ter se deitado na cama e se coberto com os lençóis, ela olhou para o teto até dormir.

— Lena, corre! — Lena apenas conseguiu ver Katherine puxando a sua mão enquanto corria para um vazio profundo — cuidado!

    Depois de ouvir Katherine, Lena viu um flash de luz e com isso, virou para trás e ficou paralisada depois de ver uma lâmina cinzenta atravessar seu estômago, a lâmina desapareceu e ela, lembrou da última coisa que viu que era, a poça de sangue espalhada no chão escuro e sem fim.

Ela acordou suando e com o coração acelerado, a primeira coisa que fez, foi colocar as mãos sobre o suposto lugar do ataque, ela suspirou de alívio quando percebeu ser apenas mais um sonho lúcido.

— Isso não é bom — ela ligou o abajur e se levantou da cama.

    Após ter aberto a porta e ter olhado o corredor todo escuro, pensou por um segundo, se Katherine estaria acordada a essa hora, ela deu meia volta e olhou a hora no despertador, era o início da madrugada, quando ela pegou o despertador, sentiu-se um arrepio em todo o corpo e quando olhou para trás de uma vez, através da porta, ela viu um vulto de uma criança passando pelo corredor, ela caminhou até a porta para olhar o corredor mais uma vez, a sola do pé dela estava grudando no chão, o frio que estava em toda a casa fez ela considerar voltar para a cama, mas além da sua curiosidade que a impedia, como uma ex-caçadora de lenda, ela não podia deixar isso para trás, ela colocou a mão esquerda na porta e depois de ter olhado o corredor, ela viu um pequeno orbe de luz flutuante perto das escadas, Lena caminhou até o orbe que seguiu descendo as escadas, quando ela pôs a mão no corrimão em alguns degraus abaixo, o orbe brilhante que estava iluminando o sofá da sala desapareceu, a garota ficou paralisada por um instante e as luzes do corredor acenderam com um estalar do pequeno robô.

Após ter visto o robô parado perto do sofá, ela subiu as escadas e voltou para seu quarto temporário, minutos depois de ter fechado a porta do quarto, as luzes do corredor se apagaram e Lena voltou a dormir.

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