O projeto da barreira (parte 1)

— E agora ele tem a audácia de me ignorar — Uma voz gentil e acolhedora que parecia estar muito longe gentilmente alcançam os ouvidos de Ethan que por sua vez estava a se lembrar do passado.

— Eu…

— Não quero ouvir suas desculpas — disse Katherine enquanto desligava o carro — Já pensou no projeto que você tem que desenvolver?

— Passaram só algumas horas, eu preciso descansar.

  Ethan abriu a porta do carro e em um movimento lento, saiu como se fosse cair, antes de fechar a porta ele se virou para Katherine e disse:

— Posso fazer um jantar como forma de agradecimento pela carona, você aceita?

— Assim fico tímida, mas aceito sim — Katherine saiu do carro e esperou que Ethan fosse à frente.

  A casa de Ethan ficava do outro lado da rua, após atravessá-la, Katherine observa uma calçada que nunca viu antes seguido da grama e o seu cheiro molhado que nunca saiu da cabeça dela, mas uma coisa chamou-lhe mais a atenção, Ethan não morava em uma mansão toda luxuosa, sua casa era toda simples por fora e isso despertou um pouco da curiosidade dela e ela não conseguia pensar em mais nada a não ser o porquê dele morar em uma casa dessas.

Ethan abriu a porta sem nenhum esforço.

— Seja bem-vinda ao meu pequeno espaço — Katherine deu dois passos após ter passado da porta branca da entrada que Ethan estava na frente.

— Pequeno só tem na frase, você mora com mais alguém?

— Não, apenas eu e um gato que quase não fica em casa — Ethan fechou a porta.

 — Então — ela olhou a casa de canto a canto — por que é tão espaçoso aqui?

— Bem… — Hesitou por um segundo e depois deu um sorriso meio envergonhado — é porque gosto de andar quando estou pensando.

  Apesar dele não trabalhar nos dias de folga, Ethan sempre resolve os problemas dos seus projetos que ele mesmo cria com suas análises críticas, às vezes parecia que ele não gostava do próprio trabalho.

— Você pode sentar aqui enquanto preparo algumas coisas — ele puxou uma cadeira do balção a esquerda.

— O que você vai fazer? — perguntou enquanto observava ele pegar alguns ingredientes.

— Vou chamar de prato especial para visitas.

 Ele pegou um presunto que estava na geladeira e voltou para perto de fogão.

— Espera — Katherine roubou sua atenção por um instante — você vai cozinhar esse prato misterioso do início?

— É claro que vou.

 Essa foi a primeira vez que ela viu alguém cozinhar a própria comida, para ela, era mais prático comprar e fazer as comidas semi-prontas, para quem não tinha muito tempo essa era a solução perfeita.

Katherine ficou cada vez mais curiosa a cada novo Ingrediente adicionado na panela por Ethan, mas suas perguntas foram interrompidas quando percebeu que esqueceu algo.

— Parece que esqueci a minha bolsa no carro — Katherine estava com um olhar de preocupação.

— Parece ser importante — Ela se levantou e caminhou até a porta.

— Sim, eu estava conversando com o Otto na fundação antes de vir aqui — Que conversa interessante.

 Katherine abriu a porta com facilidade, ela podia jurar que viu Ethan trancá-la.

Ao passar pela porta e pelo gramado com o aroma gostoso de molhado que agrada qualquer um que chegasse perto dali, teve hesito ao atravessar a rua, ela contou até 5 e continuou a caminhar, ela abriu a porta do carro e encontrou rapidamente o seu scroll que estava dentro da bolsa perto do câmbio em um porta copos, deu uma boa olhada para ver se não esqueceu de mais nada e antes de voltar para a casa de Ethan, ela verificou duas vezes se o carro estava com alarme.

O seu scroll vibrou por um momento, era uma mensagem do Otto, ela leu enquanto caminhava.

E aí, como vão às coisas? Já conseguiu deixar ele “motivado”?. Ela leu em sua mente.

— Vai se ferrar! — Ela gritou sem querer.

 Katherine ouviu uma voz em seguida.

— Licença moça — A dona da voz chegou mais perto sem nenhuma pressa.

— Olá, posso te ajudar mocinha? — Katherine sorriu.

— Sim — Respondeu com a voz trêmula — Estou procurando uma pessoa, bem, ele é um pouco mais alto do que eu e parece um adolescente de 17 anos.

— Sua descrição está meio vaga, tem mais alguma coisa? — Durante a pergunta, Katherine deu uma boa olhada nas roupas da menina, uma blusa de frio azul, uma camisa social amarela junto de uma gravata branca.

— Você com certeza vai reconhecê-lo quando o ver, ele tem cabelos brancos.

— Nunca vi ninguém assim, mas você não parece ser daqui — Katherine cruzou os braços.

— Ah, quanto a isso a senhora está certa — Ela desviou o olhar — já que você não pôde me ajudar, eu já vou indo.

— Tudo bem, boa sorte com a sua busca.

 Katherine caminhou até a casa, abriu a porta e foi bem recebida com o cheiro delicioso da comida.

— Mas já está pronto? Que rápido!

— Esqueci de dizer que não demora para ficar pronto — Ethan parecia estar procurando alguma bebida na geladeira — sente-se na mesa que já vou te servir.

— Tá bom.

    Ethan achou o que estava procurando, aparentemente um vinho com mais de 40 anos, nem mesmo os melhores restaurantes da região servem uma bebida dessas, uma raridade.

— Aceita um pouco de vinho?

— Ah, não, água já é o suficiente.

Burra! Burra! Era para ter aceitado. Pensou.

— Como quiser.

    Ele guardou o vinho em sua geladeira pobre de bebidas, pegou duas taças e serviu a água como se fosse um garçom e em seguida, o prato especial, sopa de broto de bambu com presunto e um tempero desconhecido até então, uma junção um tanto quanto diferente que deixou a comida com uma cor estranha.

— O cheiro até que é bom.

Não foi o mesmo que ela pensou sobre o sabor, mas ela não queria tirar conclusões precipitadas.

— O que foi? A comida não derreterá a sua mandíbula, prove!

— Ok — Ela engoliu seco.

    Ainda um pouco hesitante, ela pegou a colher e sua mão começou a tremer um pouco quando tocou na sopa, em um movimento exagerado colocou a colher com a sopa na boca.

— É bom! Nossa, o gosto um pouco amargo tá uma delícia, sou obrigada a falar, para um nome ruim até que a comida é boa.

— Na verdade, não tem nome, o Ravi criou quando estava meio bêbado.

— Entendi — um nome para esse prato não era nada tão difícil de se pensar, basta deixar o óbvio — é o que dizem, restaurante que serve farofa não pode ter ventilador de teto.

— Teto é?

    Ethan começou a pensar, isso era notável até mesmo para Katherine, braços cruzados e olhar para cima como se fosse um detetive com sua última pista para resolver um caso difícil e misterioso.

    Um tempo depois, sua convidada já havia terminado de comer e quanto a ele, mal encostou na sopa, mas antes dela perguntar o porquê, Ethan começou a falar.

— Conselheira Katherine, já tenho a minha obra de arte pronta, só falta desenhar — ele se levantou e caminhou até a porta enquanto falava — amanhã vou apresentar uma loucura, então chame todos os conselheiros para uma reunião.

    Ethan abriu a porta.

— Muito bem, contamos com você — Ela se levantou — Obrigada pelo jantar.

 Já estava de noite quando Katherine deixou a casa e foi para seu carro onde ficou por alguns minutos e depois foi para sua casa. Era uma noite clara.

Ethan voltou à mesa e passou horas planejando cada detalhe do seu novo projeto antes de passar para uma folha, era uma engenhosidade vinda de uma simples piada, mas era algo que ele nunca havia imaginado.

— É melhor eu ir dormir — disse Ethan para si quando percebeu que já era tarde da noite.

    Ethan se levantou e subiu as escadas que davam acesso ao seu quarto à direita no fim do corredor, ele estava ansioso para o amanhã, mas apenas se deu conta do cansaço que estava sentindo após ter aberto a porta do quarto, seu corpo parecia mais pesado a cada passo que dava em direção a sua cama.

Ele sentou na cama, olhou para a direita e percebeu que tinha algo de diferente, mas no momento em que se deitou e olhou para o teto, ele apagou com um piscar de olhos.

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Comments

🔍conan

🔍conan

Lindo, sensível e emocionante. Já quero reler!

2023-08-13

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