— Como assim uma parede de cobre?
Ravi não acreditava no que havia acabado de ouvir, ele verificou pessoalmente o tal imprevisto encontrado, quando chegou no local, pensou que a parede dava acesso a uma sala secreta, minutos mais tarde, ele decidiu investigar esse lugar, sua ordem foi para cavarem um buraco com o espaço suficiente para ele poder passar e vasculhar a área.
Não demorou muito para que ele fosse capaz de passar pela fenda, antes de ir, Ravi teve a ideia de usar um dos capacetes dos funcionários que tinha uma lanterna, uma vez pronto, ele limpou os óculos e com um passo hesitante passou para o lado da sala toda fechada.
— Conselheiro Ravi, está tudo bem aí? — um dos funcionários perguntou.
— Sim, esse lugar parece ser grande.
A sala estava toda limpa e parecia ser nova, porém abandonada, após ter iluminado os painéis que estavam em um canto da sala, deduziu se tratar de uma usina nuclear desativada, ele deu meia volta e relatou aos funcionários sobre a situação.
Antes de registrar os acontecimentos em uma folha à moda antiga, Ravi avisou a todos que ativar aquela usina desconhecida seria mais econômico do que construir outra. Uma vez que as ordens foram dadas, o conselheiro voltou para a recepção à espera de Ethan ou Katherine.
Minutos depois, Ravi ouviu uma voz grave o chamando e quando se virou, viu Hazel que estava vestido com o uniforme antigo da fundação, Ravi se levantou e desviou o olhar por alguns segundos.
— Onde está Katherine? Teremos uma reunião à noite com todo o conselho.
— Eu estava prestes a fazer essa mesma pergunta, parece que ela ainda não chegou.
— Entendi, caso a encontre, avise-a para vir à minha sala.
Hazel saiu para o lado de fora da fundação e cumprimentou Ethan que estava chegando.
Ravi esboçou um leve sorriso ao ver seu amigo.
— A Katherine está no hospital, foi um acidente de carro, mas por sorte, ele recebeu apenas uma pancada na cabeça — Ethan entregou o envelope — esse é o relatório que ela estava para entregar.
— Entendi — Ravi abriu o envelope, vamos voltar ao trabalho.
Ethan foi para sua sala após seu amigo ter se retirado da recepção, uma vez em seu laboratório, ele olhou vagamente para a janela e viu de relance uma carta sobre a mesa, ele abriu a carta escrita a mão e começou a ler em seu pensamento após se sentar na cadeira.
Ola Ethan, espero que esteja sozinho ao ler essa carta, o que aconteceu com a Katheryne é uma pena de fato, mas quero te avisar sobre um “evento principal” que está para acontecer, uma explosão irá varrer a fundação do mapa (literalmente), observei você por muito tempo e espero que dessa vez que o resultado seja diferente, considere isso como um presente impensável, se você conseguir impedir esse desastre, irei te mostrar a verdade por trás de tudo.
— Katheryne? Por que está escrito diferente?
Ethan soltou a carta e se levantou após ouvir o alarme de incêndio ecoando pelos corredores, ele saiu rapidamente de sua sala, todos estavam correndo para fora da fundação, do lado de fora é possível ver Ravi em uma chamada com seu scroll, ao se aproxima de seu amigo, Ravi o contou que o sistema automático de prevenção a incêndios chamou os bombeiros da região que já estavam a caminho.
Minutos depois, o alarme parou e Ravi como primeira ação, chamou a atenção de todos.
— Escutem todos! Quero que fiquem calmos e prestem atenção, alguém viu o conselheiro Hazel?
Nenhuma resposta, o silêncio se desfez com as sirenes do caminhão de bombeiros, Ravi sinalizou para eles com as mãos e em seguida, recomendou aos funcionários da fundação que voltassem para suas casas e dentro de dois dias o trabalho voltaria ao normal. Ethan ficou para ajudar o seu amigo e também para descobrir se o tal incêndio tinha alguma relação com a carta de antes.
— Eu já olhei a fundação inteira, não há nenhum sinal de incêndio — comunicou Ravi — resta somente a área da usina subterrânea.
— Certo, mostre o caminho — disse um dos bombeiros.
Ravi guiou os bombeiros até a entrada para as usinas, Ethan por sua vez estava de pé não muito longe da fundação, ele parecia distante, estava com as palavra da carta escrita a mão em sua cabeça, ele estava criando suas próprias teorias sobre quem a escreveu e depois de um tempo, percebeu que havia uma única pessoa que poderia tê-la escrito e essa resposta entregou-lhe consigo outra resposta, o nome da conselheira escrito diferente…
— Ethan — Ravi se aproximou — boas notícias, parece que foi apenas um pequeno incêndio, eles já vão apagá-lo.
— Que ótimo, fico aliviado.
— Tem certeza? Tá com cara de quem comeu e não gostou.
— Posso parecer louco, mas você acredita em…
O som de uma explosão grande e o estremecer do chão o interrompeu, uma cratera foi aberta no lugar da entrada da usina subterrânea que ficava ao lado direito da fundação, Ethan e seu amigo quase caíram no chão, ele se ajoelhou e se apoiou com a mão.
— Droga, o que foi isso? — resmungou Ravi.
— Esse não, o reator explodiu? — Ethan se levantou rapidamente — vamos sair logo daqui, pode haver outra explosão! E se houver, a radiação vai nos matar rapidamente.
Ravi apenas o seguiu correndo como forma de resposta, eles foram em direção à base do corpo de bombeiros que foi acionado, eles percorreram 500 metros até encontrarem a primeira casa perto da fundação, a dona da casa era uma idosa que estava regando suas flores no jardim ao lado de sua casa, ela parou sua atividade quando viu os dois correndo em sua direção, ela saiu do jardim ainda com suas luvas sujas em mãos para entender do porquê a pressa toda, a senhora ouviu o que eles tinham para dizer.
— Senhora, um acidente aconteceu na fundação aqui perto — explicou Ethan ainda ofegante — você terá de alertar os outros moradores aqui perto e começar a evacuar.
— Isso é algum tipo de brincadeira?
— Ethan, não tenho sinal aqui, acho que os servidores da fundação devem ter caído com a segunda explosão, na base do corpo de bombeiros conseguiremos mandar um alerta geral para a cidade, assim evacuaremos toda a cidade.
Ravi continuou correndo para a base do corpo de bombeiros, o lugar mais próximo para eles transmitirem o alerta para os seus superiores e com um pouco de sorte, eles poderiam agir antes que fosse tarde. Ethan ficou parado para recuperar o fôlego por um tempo.
Quando chegou no destino, seu amigo parecia que já tinha resolvido tudo, Ravi estava conversando com um dos funcionários e quanto ao Ethan, apenas restou para ele se sentar na calçada e esperar mais informações sobre a situação, ele se deitou e olhou para as nuvens que estavam tampando o sol. Depois de um tempo um dos caminhões de bombeiro saiu da sede, ravi apareceu logo em seguida.
— Ei, se levanta, você tá parecendo um mendigo assim.
— Como estão as coisas? — ele se levantou.
— A situação já está nas mãos dos superiores, agora nos resta irmos para casa e esperar por notícias.
O conselheiro Ravi optou por ir andando até a sua casa que ficava perto, Ethan por ironia, já estava no ponto de ônibus a espera de sua carona, por sorte não demorou muito para que ele pudesse voltar para sua casa, ele ocupou um lugar no fundo, após ter embarcado e ficou olhando para o lado de fora, a paisagem o fez lembrar de quando era pequeno, ele corria por todo o jardim de flores e pela grama, ele sempre sujava o carpete preferido da sua mãe com lama, apesar dela não brigar com o filho, ela sempre tentou dizer para ele não fazer isso, mas ele ainda não entendia os sinais.
Ethan avistou sua casa, duas ruas abaixo estava o ponto de ônibus em que ele desceu, após ter caminhado até a casa, sem muito esforço ele abriu a porta e a primeira coisa que fez, foi ir tomar um banho rápido para tirar o cheiro do serviço impregnado em si. Após ter colocado suas roupas na lavadora automática logo após de ter saído do banho, ele desceu as escadas e se sentou ao lado do gato branco em seu sofá, Ethan olhou as horas no relógio da parede, eram 10:28, em seguida, ele se espreguiçou no sofá e fechou os olhos até cochilar.
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Atualizado até capítulo 28
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