Ela não faz o meu tipo...

MARCOS

Agora entendo porque ela estava tão solta de manhã; ela já fez isso com ele, mesmo tendo alguns momentos em que parecia um pouco envergonhada, ela estava entregue.

— Tá, Marcelo, parabéns, viemos aqui para almoçar, então vamos que temos que voltar para a empresa.

Marcelo manda ela ir se trocar e descer para o almoço com ele. Ela vai e seguimos para a sala de jantar.

— Por que eu tenho a impressão de você estar emburrado com alguma coisa?

— Esqueceu rápido demais a Laila, né? Eu sabia que isso aconteceria, mas não com 3 dias de uma nova mulher em sua vida.

— Verdade, né? Vou ser grato a você pelo resto da minha vida. — Ele fala rindo e passando por mim, indo para sua cadeira de sempre.

Fico quieto, me sentando em silêncio.

— Sabe, Marcos, é uma pena que você só goste de mulheres que têm corpão. É uma pena que o estilo da Emilly não te agrade, pois eu acho ela tão fofa.

— Fofa onde se só tem ossos para tocar?

— Aí que está o segredo, podemos pegar no colo e caminhar por mais tempo, já que o seu peso é igual ao de uma pena. Me fala, ela pesou ontem quando você a levou para o quarto em seu colo?

— Como você sabe?

Ele levanta a mão, mostrando as câmeras de segurança que temos pela casa. Minha sorte que não tem câmera no corredor dos quartos, ou ele ia ver que eu entrei no dela e só saí hoje de manhã.

— Se a Laila aparecer hoje aqui, o que você faria com a Emilly?

Ele olha para mim, pensando em uma resposta para me dar, mas ela não vem, ele simplesmente abaixa a sua cabeça. Quando ele ia abrir a boca para falar alguma coisa, a Emilly aparece e se senta do seu lado.

— Vai ter coragem de me responder na frente da sua esposa?

Ela olha para ele, e ele não devolve o olhar, ficou constrangido, que bonitinho. Achei seu ponto fraco, Marcelo, e mesmo que ele queira negar, ele não esqueceu a vaca. E pelo que parece, só está usando a Emilly para seus desejos sexuais.

O silêncio reina, terminamos o almoço, e nos levantamos para irmos para a empresa, mas antes de sair, ele pega em sua mão e deposita um beijo.

— Amanhã teremos o dia livre, vamos ficar na piscina o dia todo, tá bem?

Ela concorda com a cabeça, e saímos. Entro no carro dele, me sentando ao seu lado, ele estranha isso, já que sempre cada um vai no seu.

— Você gosta de deixar a Emilly constrangida, né?

— Não foi ela que ficou constrangida, não Marcelo, foi você. Se está tendo um relacionamento sério com ela, acho melhor você esquecer a Laila e focar só nela.

— Tem certeza que é isso mesmo que você quer? — Olho para ele confuso. Eu sempre quis que ele tirasse a Laila da sua vida, porque essa pergunta idiota? — Não me olhe assim, se eu me apaixonar pela Emilly, a levarei para outra casa, para que tenhamos a nossa família. Vai mesmo querer morar sozinho, já que você não quer se casar com ninguém.

— Quero que você seja feliz, só isso. Mas se não der certo com a Emilly, não precisa se preocupar, ela é só uma porta de passagem para você ver que existem outras mulheres no mundo, e ela não vai levar nada, já que esse casamento está com separação de bens.

Ele dá um sorriso de lado, como se tivesse aprontado alguma coisa. E quando eu vou perguntar, ele para o carro, porque chegamos na empresa.

Ele segue para sua sala, e eu para a minha. Me sento na minha cadeira, e fico pensando no que ele falou.

Eu não me importo de não me casar, de ficar sozinho sem mulher, mas não quero que ele saia de casa, não há problemas em ele morar lá com ela.

Depois de documentos assinados, reunião semanal assistida, enfim acaba o expediente, vou até sua sala para irmos embora juntos.

— Marcos, só uma pergunta. Se eu me separar da Emilly, você fica com ela, ou vai ter coragem de mandar ela de volta para a casa do tio, sabendo que ela vai voltar a apanhar. E depois do que você fez com ele, garanto que dessa vez ele vai matar ela.

— Ficar com ela? Ela não faz o meu tipo, Marcelo, e você sabe disso. Apesar que me dei mal pra caramba com essa coisa de escolher pelo corpo.

— Fiquei sabendo, Rony né? Ah não, já estava de noite, naquela hora ele era Yasmin. Hahaha. — Ele fala gargalhando, e foi tão alto, que aposto que a empresa toda ouviu.

— Como sabe disso? — Ele não consegue parar de rir, será que ele colocou alguma escuta em mim? — Fala, Marcelo, como soube disso?

— Eu soube pelo segurança, você esqueceu que você é famoso, Marcos, que todos já te conhecem e conhecem a sua fama? Você sai direto nas manchetes com seus rolos, é claro que a Yasmin ia descobrir sobre você. Espero que ela não esteja na porta de casa, se tiver, vou convidar ela para entrar.

Vou demitir esse segurança desgraçado da língua de Tamanduá. Fazer fofoca já é feio, dos padrões então... Tá pedindo para ser chutado na bunda, e nunca mais arrumar um emprego na vida.

Vou o caminho todo perguntando para ele sobre quem é o segurança, mas ele trava a língua, e não diz absolutamente nada de quem seja, só fica rindo da minha cara.

Meu celular toca, e pego olhando na tela. Vejo que é o investigador que está de olho na Laila, e quando é assim, coisa boa não é.

Mas não posso atender do lado do Marcelo, então rejeito a chamada.

— Yasmin conseguiu o seu número? Hahaha.

O que eu falei sobre ele ficar me zoando o resto da vida? Pois é, eu não estava brincando.

Chegamos em casa, e subo correndo para o quarto, tranco a porta, e retorno a ligação do investigador.

— O que aconteceu?

— Senhor, a Laila saiu de casa e comprou uma passagem para Nova York. Acho que ela está voltando para ir atrás do Marcelo..."

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