Emilly
Olho para o Marcos e sei que, nesse momento, vou acabar com essa família. Além disso, ele vai me enxotar de volta para minha vida de escravidão e mandar o irmão ir embora também, levando uma vida solitária.
— Falei para o Marcelo que você estava passando mal, e eu fui te ajudar.
Estreito os meus olhos para ele. Como pode ser tão fingido? Agora vai ficar mentindo para o irmão?
— Como você está agora, Emilly? A bebida acaba com a gente, eu também estou acabado de ressaca.
Não respondo, até porque não vou entrar na mentira dele. Como pode ser tão cara de pau? O pior de tudo é que ele nem nos olha diretamente nos olhos, fala tudo de cabeça baixa.
Marcelo pega na minha mão e beija. Ele diz que, por ser sexta-feira, precisa ir para a empresa com o Marcos, mas que voltará para o almoço. No sábado e domingo, ele ficará aqui comigo.
E na segunda-feira, ele me levará para o meu primeiro dia de aula. Concordo com tudo, mesmo a culpa me consumindo por inteira. Eu não sei o que fazer.
Eles terminam o café e saem. Eu me levanto e decido ir conhecer a mansão dos Garcias.
Encontro com a Dadá no meio do caminho, e ela acaba virando minha guia turística. Ela vai me falando onde fica cada cômodo: sala de cinema, de reunião, de jogos... A casa é maior do que parece por fora.
Mas duas coisas me chamaram mais atenção: a área de lazer que tem a parte da piscina, que é enorme, e a biblioteca.
Eu sempre gostei de ler e pegava escondido os livros das minhas primas quando elas estavam dormindo. Como elas não liam, só guardava por guardar, eu os comia todas as noites e depois de dois dias, colocava no lugar, e elas nunca perceberam.
Na casa dos meus pais, tínhamos uma pequena biblioteca, onde eu me perdia entre os livros. Sempre fui apaixonada por fantasia. Mas quando cresci e fui para a casa dos meus tios, os livros de romance me encantaram mais.
A leitura era o que me fazia não perder a pouca esperança que me restava de um dia ter uma vida melhor. Eu viajava nas histórias, me sentia como se eu fosse a protagonista.
E adorava quando sonhava com a história e ela se transformando em algo real. Bom, pelo menos nos sonhos, eu dava risadas e me divertia muito.
Não me lembro quando foi a última vez que dei um leve sorriso desde que cheguei na casa deles. Sempre sonhei com alguém indo me resgatar, como as protagonistas das histórias que eu lia, principalmente nos livros das princesas.
Já na casa do meu tio, nunca vi um gesto de carinho dele, nem com minha tia, nem com as filhas. Ele botava o terror em todo mundo e se mostrava um bom pai somente na frente das outras pessoas, pois ele não era nada disso.
Pego um livro de romance "50 Tons de Cinza". Eu sempre quis assistir o filme, mas quando eu tinha liberdade, não tinha idade e quando eu tinha idade, não tinha liberdade para assistir um filme na televisão.
Vou até a área de lazer, retiro meu chinelo e me sento na borda da piscina, começando a ler.
Estou tão imersa no livro que não percebo mais nada ao redor, até sentir um vento no meu pescoço. Fecho o livro com força e olho para trás.
— Está lendo isso para aprender como fazer ou só porque sentiu falta da excitação que eu te causei?
Me levanto e o empurro para trás, afastando-o de mim.
— Já falei mil vezes para você me respeitar. Por que fez aquilo de manhã? Por que estava na minha cama?
— Não fui eu. Você mandou eu dormir com você ontem à noite, e de manhã esfregou seu narizinho no meu, e isso foi um pedido para mim. Eu não sou covarde ao ponto de não ceder ao fogo de uma mulher.
— Vou pedir pela última vez para você me respeitar. Da próxima, vou contar tudo para ele.
— Eu não sei como respeitar uma mulher. Será que você poderia me ensinar? — Ele fala se aproximando mais de mim, e eu vou caminhando para trás. Me esqueço que estou perto da piscina e acabo caindo dentro dela, jogando o livro para longe.
Minha sorte é que a piscina é rasa, fica na altura da minha cintura.
— Um banho frio é bom para acalmar o fogo que foi deixado no seu corpo de manhã. Me conta, sente do mesmo jeito com ele? — Fala de forma provocadora, e eu vou acabar com ele agora.
— Com ele é muito melhor. Você é fraco perto dele, nem sabe beijar direito.
Seu sorriso safado vai se desfazendo. Para ele, que tem um ego grande, foi como um tapa na cara.
— Mentirosa, estava toda entregue ali. Se ele não tivesse batido na porta, teria rebolado no meu colo.
Fico calada, só olho com raiva para ele, e um clima tenso fica entre nós dois. Ele se abaixa e pega o livro e ri.
— Esse livro vai te deixar excitada. Não se esqueça, o meu quarto é o último do corredor, e eu posso apagar o fogo que sentirá quando chegar nas partes quentes dele.
— Para isso, eu tenho o meu marido. Ele vai cuidar dessa parte com muito prazer.
Vejo ele fechando uma de suas mãos, apertando com força. Pega o livro e joga no chão com tudo, e me olha com raiva.
E eu tento entender por que ele sempre está me assediando dentro dessa casa. Será que ele está me testando para provar que eu não valho nada? Ou será que não suporta a ideia do irmão ter uma mulher e ele não.
Marcelo aparece e pergunta o que está acontecendo. Vem até a beirada da piscina e estende a mão para me ajudar a sair da água.
— Acho que você deve dar mais atenção a sua esposa, Marcelo. — Ele se abaixa, pegando o livro de volta e trazendo até a gente. — Ela está lendo um livro erótico, isso deve ser falta de uma boa foda.
Marcelo olha para mim, esperando uma resposta. Como não tenho o que falar, acabo abaixando a minha cabeça.
— Isso não é falta de nada. Ela apenas está lendo para melhorar e apimentar mais a nossa relação, não é, querida?
— Vocês já...
— Claro, né, Marcos? Somos casados, o que esperava? E posso garantir que o seu sobrinho já está a caminho..."
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 100
Comments
Marta Ginane
Esse Marcelo é uma peste, vai enlouquecer o irmão, já notou que ele está apaixonado pela "cunhada".
2025-04-09
0
Eva Regina Monteiro
bem feito sofrer um pouquinho
2025-02-18
0
ELIANE Silva
adorei Marcelo já sacou tudo 🤣🤣🤣🤣
2024-12-28
1