Emilly
Subo as escadas sem nem sequer olhar para trás, o medo que esse homem me causa, até parece que foi ele quem foi me comprar na casa dos meus tios.
O mesmo olhar que encontrei da primeira vez ao abrir a porta, o mesmo olhar que me intimidou por eu não conseguir colocar o cinto de segurança no carro.
Ele é medonho, faz o meu corpo todo se arrepiar com o seu olhar gélido. Paro diante do corredor, não faço a menor ideia de onde seja o quarto dele.
Abro porta após porta, ele deve ter o quarto mais escuro, já que sua alma parece que não tem brilho.
Na terceira porta que abro, escuto o som do chuveiro. Entro, e me sento na cama de costas, pois assim que ele sair de lá, não vou dar de cara com ele.
Alguns minutos depois escuto a porta se fechar, e meu corpo todo entra em alerta, porque se ele com roupas fez aquilo comigo, imagina pelado?
— O que está fazendo aqui?
— O seu irmão disse que você queria minha ajuda... Desculpa, eu vou sair.
— Espera, fique aí sentada, e não olhe para trás.
Ele fala como se eu quisesse olhar para ele, até parece. Pouco tempo depois ele manda eu me virar, e eu faço bem devagar.
Ele já está vestido com uma roupa casual, ele até que é bonito, seu rosto está mais suave do que ontem. Nem parece o mesmo.
— Emilly não é? — concordo com a cabeça. — Bom, tenho umas coisas para te falar, se você aceitar, ficaremos casados, se não, eu te dou o divórcio e acaba tudo.
— Mas se você for me dar o divórcio, terei que devolver o dinheiro que você pagou por mim?
Ele respira fundo e se senta na cama ao meu lado, me afasto dele, e ele franze a testa, parecendo não entender por que eu estou fugindo.
— Isso a gente resolve com o tempo, mas quero saber de você, quantos anos você tem?
— Tenho 20 anos.
— Bom! Olha, Emilly, me casei com você, mas eu sou apaixonado por outra mulher, sei que pode parecer estranho, mas...
— Serei como a substituta?
— Não, não seria, vocês não têm nada a ver uma com a outra, a não ser o jeito meigo. Você parece ser uma boa pessoa, e eu não quero te machucar, por isso não se iluda comigo, meu coração já tem dona.
Olho para ele sem entender nada, por que então ele não está casado com o seu grande amor? Por que teve que ir atrás de mim, para se casar?
— Sei o que está pensando, e eu fiz isso só para ajudar você, sei que seus tios colocavam você como empregada, então me casei para te dar uma vida de princesa.
Vida de princesa, tudo que eu sempre li nos livros. Eu sempre soube que um dia um príncipe viria me salvar das mãos do meu tio e das mimadas das minhas primas. Mas nos livros, ela sempre se apaixona pelo seu herói, e nesse caso, ele já está me proibindo de fazer isso.
— Se eu quiser sair, eu vou poder?
— Você não é prisioneira aqui, me diga, que faculdade você fez?
— Nenhuma, eu fui obrigada a largar a escola para poder trabalhar na casa dos meus tios, nem o ensino médio eu concluí.
Ele faz uma cara de pena, e olha para o lado. Ergue a sobrancelha, e diz que irá resolver isso.
Ele se levanta, e me chama para descermos para jantar, amanhã ele terá uma surpresa para mim.
Ele estica a mão, e eu a seguro, e juntos descemos até a sala de jantar. Ele se senta, e eu me sento ao seu lado. Ele pergunta para a empregada onde está seu irmão, e ela diz que está no escritório.
Ele se levanta e vai em busca dele.
— Está mais calma, senhora, seu rosto já não está mais com feição de medo.
— Estou bem, Dadá, né? — ela concorda com a cabeça. — Ele parece ser um bom homem, espero que a gente se dê bem.
Ela sorri, e continua a arrumar a mesa. Alguns minutos depois o Marcelo volta com o seu irmão, ele está com uma cara nada boa, parece que está bravo com alguma coisa.
Ele se senta de frente para nós, e o Marcelo se senta ao meu lado. Ele sobe um olhar para mim, com a cabeça baixa. Vi ro meu rosto para o lado, pois um medo percorreu pelas minhas costas, de uma forma que eu não consigo encará-lo.
Olho para o Marcelo, que olha para o irmão com os olhos cerrados.
— Está bem, Marcos?
— Por que eu não estaria? — ele responde se ajeitando na cadeira, e bebe o suco olhando para mim. — Dadá, traga meu uísque, não quero suco.
Olho para o Marcelo novamente, que está com um sorriso de lado, ele pega na minha mão, e leva até os seus lábios e a beija.
— Deixa para lá, estou sem fome, vou sair.
Ele se levanta da cadeira e sai, e eu fico perdida diante dessa confusão. Olho para o Marcelo, que manda eu terminar de comer.
Como, e assim que eu termino, o Marcelo diz para eu dormir no meu quarto, mas que é para eu trancar a porta, e não deixar ninguém entrar, nem mesmo se ele falar que é ele.
Sem entender nada eu concordo, e entro trancando a porta. Tiro minha roupa, e escolho uma camisola das que eu ganhei dele, e vou para o banho.
Deito na cama e apago. Acordo no outro dia de manhã com alguém batendo em minha porta, e como já está de dia, resolvo abrir.
O Marcelo sorri olhando para mim, e manda eu me arrumar rápido, que ele vai me levar a um lugar, mas diz para eu ficar bem bonita, pois como a sua esposa devo estar a caráter.
Concordo com a cabeça, e me arrumo rápido. Mas quando estou saindo do quarto, vejo ele vindo, pelas roupas, e pelo jeito, é o meu cunhado.
— Como foi a noite de núpcias?
— E de que importa isso a você?
Ele fecha a cara, e voa com tudo para cima de mim, me agarra e me coloca de volta dentro do quarto e fecha a porta...
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Jaildes Damasceno
Isso nao vai prestar. Arranjou uma esposa para o irmão. Agora está revoltado. Cara você já está abatido kkk
2025-02-21
0
Janayna Santana
Marcelo já percebeu o que o indiota do irmão não percebeu ainda
2025-02-20
0
Rosenilda Rodrigues
o feitiço virou contra o feiticeiro kkkkkk
2024-12-31
0