Emilly
Ela sorri docemente para mim, e bem calma ela responde.
— Eu sempre chamo ele de mestre ou de senhor, ele gosta de ser chamado assim, eu sempre vou intercalando para não ficar repetitivo.
— Pensei que... Deixa, como vai fazer para eu ficar do jeito que o Marcelo quer?
Alguém bate na porta, e ela abre, é uma mulher com alguns cabides na mão, com roupas em uma espécie de capa. Devagar, ela coloca tudo em cima da cama, e pega o primeiro.
— Ele vai ficar perfeito em você.
— Ele é lindo, mas não faz o meu estilo. — Lindo, mas deixa as costas à mostra, e eu não posso usar ele.
Ela faz uma cara estranha, e pega outro, esse é curto, mostraria a parte de trás da minha perna, que também está marcada. Aos poucos ela vai mostrando todos, e nenhum se encaixaria perfeito ao ponto de esconder as marcas das cintadas.
Até que ela tira um, que cobre as costas, e deixa os ombros de fora. Há uma venda na perna, mas não mostraria nada, a não ser que eu levantasse a parte de trás.
Escolho ele, e a Dadá manda eu ir para o banheiro tomar banho, e ficar bem cheirosa.
Depois do banho, ela manda eu me sentar ainda com o roupão, e começa a mexer no meu cabelo, e me maquiar. Fico parecendo uma mulher mais velha com tanta maquiagem.
— Agora coloca o vestido, vamos ver como vai ficar.
Me levanto, e ela ajuda a me vestir, com cuidado para não mexer no meu cabelo.
— Não está muito exagerado não, é só um jantar.
— Um jantar em um restaurante de luxo, você tem que estar à altura do senhor Garcia, vai haver muitos fotógrafos e curiosos, tem que estar preparada para tudo.
Terminamos, estou pronta, e ao me olhar no espelho, nem acredito que seja eu mesma.
Sempre herdei as roupas das minhas primas, tudo que elas não queriam mais, ou estavam muito gastas, ou saíram de moda, e elas deixavam lá mofando no guarda-roupa, a minha tia me dava.
Às vezes elas pegavam de volta, quando não queriam que a tia tivesse me dado, e às vezes zombavam de mim, por eu estar usando roupa fora de moda.
Eu nunca me importei com isso. Para mim, o importante é estar vestida, e não se vou estar na moda, ou não.
Depois que eu fui morar com eles, eu comecei a usar o estilo "simidão", se me dão eu uso, sem nenhum preconceito. Até porque, eu não tenho dinheiro mesmo para seguir moda alguma.
Mas parece que aqui vai ser diferente, mas eu não quero que isso vire rotina, não depois do que o Marcos falou sobre eu querer arrancar dinheiro do irmão dele.
Não sou nenhuma interesseira, não sou movida a dinheiro, aprendi a dar valor às coisas simples da vida, depois que virei empregada doméstica.
— Está bem senhora, vamos descer? — a Dadá me tira dos meus pensamentos, e essa coisa de senhora está me deixando um pouco mal.
— Pode me chamar de Emilly, eu prefiro assim.
— Mas como senhora da casa, eu não posso....
— Tudo bem, mas quando estivermos sozinhas você pode?
Ela concorda com a cabeça. A mulher das roupas é a primeira a sair, depois a Dadá. Ela manda eu esperar dois minutos para sair. Respiro fundo, espero um pouco e saio.
Fico no pé da escada, o Marcelo está me esperando na ponta com um sorriso lindo, ele está perfeito no terno preto. O Marcos está encostado no batente da porta, e quando vira o corpo, sua boca se abre e seus olhos ficam arregalados a olhar para mim.
Vou descendo as escadas, e quando eu chego perto do Marcelo, ele pega nas minhas mãos e fala:
— Eu amo azul.
— Deixa de ser mentiroso, você odeia azul. — Marcos fala, fazendo o Marcelo olhar para ele sorrindo.
— Depois de hoje, virou a minha cor preferida.
Ele olha para mim, e dobra o braço para que eu coloque o meu, e o Marcos não tira os olhos da gente.
— Eu vou também.
— Porque, você falou que não ia, que preferia ficar em casa e...
— Eu vou, me espera.
Ele passa por mim, me fitando friamente com os olhos, e sobe as escadas.
— Está maravilhosa.
— Quase não encontro um vestido que tampasse... Bem, você sabe.
Ele pega na minha mão, e me faz dar uma volta, e sorri. Poucos minutos o Marcos volta, e juntos, vamos para o carro do Marcelo. Ele dá a chave para o Marcos dirigir, diz que vai atrás comigo, e o Marcos diz que o motorista leva o carro.
Eu entro, e cada um se senta de um lado meu, e eu fico nervosa por tê-lo aqui tão perto de mim.
Ele poderia se sentar no banco da frente, ou ir no carro dele, mas não, tinha que se sentar bem aqui do meu lado.
Puxo um pouco meu corpo para mais perto do Marcelo, mas ele se puxa também para colar em mim. Se eu soubesse que seria assim, teria deixado o Marcelo no meio.
Seguimos para um restaurante que enche meus olhos de brilho, um lugar muito luxuoso, cheio de luzes, refletindo a sua beleza.
Cada um abre a porta para descer, e eu sigo pela porta do Marcelo, que estende a mão para me ajudar. Ele dobra o braço, e juntos entramos, com o Marcos atrás.
Vejo de longe a minha família, e seguimos para lá. Nos sentamos, e todos ficam me olhando, como se não me conhecessem. Amy me analisa de cima a baixo, e fala:
— Tá mudada prima, o que o dinheiro não faz não é? Era o patinho feio da família, agora tá aí, toda cheia de grife.
— Ela está usando um vestido exclusivo da logo Gucci, ninguém mais tem um igual. — Marcelo fala, fazendo ela recuar para trás, com um semblante de deboche.
— E o senhor, não pensa em se casar também? — Belly pergunta olhando para o Marcos, que não dá a mínima atenção para ela, nem mesmo a responde.
— Ele vai se casar sim, logo em breve, né irmão?
Todos nós olhamos para o Marcelo, principalmente o Marcos, com uma expressão de não entender nada.
— De onde você tirou isso? — ele pergunta, apoiando os cotovelos em cima da mesa.
Marcelo dá um gole em seu vinho, e com um sorriso no rosto, deixa todos muito curiosos...
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Gilvanise Azevedo
Gostei👏👏queria tanto que eles ficassem juntos ❤
2025-02-19
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Ivanilde T. Serra
Esse teu tio deve ter ficado com sua herança
2025-01-06
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Ivanilde T. Serra
kkkkk vai ficar babando na cunhada
2025-01-06
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